Com a Copa de 2014 às portas e sem a menor chance de sequer iniciar a construção da chamada Linha 2 do metrô de Porto Alegre, o prefeito José Fogaça agiliza as negociações para concluir o projeto e buscar os R$ 500 milhões de que precisa para implantar os Portais da Cidade.
. Na campanha eleitoral, a adversária de Fogaça, a deputada Maria do Rosário, tentou desqualificar o projeto, reduzindo-o a um programa superado de estações de baldeação de passageiros. O prefeito José Fogaça ficou furioso com a comparação.
. No ano passado, o BID concedeu US$ 500 mil a fundo perdido para a prefeitura de Porto Alegre, porque gostou da idéia e quis ajudar nos custos da elaboração do projeto.
. Muitos empreendedores privados já manifestaram interesse em participar do empreendimento, que ocorrerá dentro do conceito das PPPs (Parcerias Público Privadas). Um desses grupos é o Quip.
. O secretário Clóvis Magalhães, convidado pelo editor para almoçar bacalheu nesta sexta-feira no restaurante Calamares, informou que o projeto sofre apenas ajustes finais. Mas duas novidades vão aqui antecipadas:
1) o financiamento poderá sair pelas mãos da Caixa Federal e não mais do BID.
2) O número de portais irá de três para cinco (Cairu, Azenha, Beira-Rio, Protásio e Assis Brasil).
. Os Portais da Cidade serão megaestruturas, um mix entre shopping center e estação rodoviária, para onde convergirão os ônibus que demandam à zona central de Porto Alegre. Um fluxo ininterrupto de outros ônibus manterá a ligação com a zona central. A idéia é reduzir brutalmente a circulação de veículos na região.
Polibio Braga
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Independentemente da existência do metrô, os portais serão de grande valia.
Hoje presenciei o normalíssimo congestionamento-monstro do corredor de ônibus da Assis Brasil e Farrapos. Eles são diários. Centenas de ônibus param e formam um comboio paralisado de uma parada a outra. Surreal. Absurdo.
E burrice, também, já que muitos dos ônibus estavam vazios. E mais que isso: mais de 60% dos ônibus parados no gigantesco comboio são ônibus de fora de Porto Alegre. Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Viamão. Todos os ônibus intermunicipais estavam quase vazios, sendo os maiores responsáveis pelo inferno nos corredores. Para quem nunca observou, nos ônibus de outra cidade que chegam à Porto Alegre, os passageiros vão descendo, descendo, em várias paradas. Muitas descem já na Assis Brasil. Mas subir gente neles, em Porto Alegre, não sobe ninguém. Ou seja: andam quase vazios. Isso em plena hora do rush, lotando os corredores.
A solução óbvia pra esse problema é todos os ônibus de outras cidades pararem nas entradas da cidade, como o Triângulo, e, de lá, partirem bastantes ônibus, municipais, para o Centro.
Essa é a moral dos Portais da Cidade. E não são baldeação não: isso é integração, é o sistema usado para o metrô, e também usado nos mais modernos sistemas de ônibus das maiores cidades do mundo.
Ricardo Haberland
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Ah sim, a Maria do Rosário é uma idiota. Sim, os Portais sao um sistema de baldeacao de passageiros, ASSIM COMO SERIA O METRÔ. O metrô só ia atender diretamente um certo público (tal qual os portais), e os demais teriam que ir de ônibus até as estacoes para baldear (tal qual os portais).
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A proposta dos Portais é excelente mas, como venho dizendo há muito tempo, nao é estritamente necessário construir os portais (que sao obras caras) para fazer um sistema tronco-alimentador funcionar.
Dá pra fazer com a estrutura de hoje, só remodelando as linhas. Uma linha para cada corredor, com ônibus iguais aos que já existem hoje, parando nas paradas que já existem hoje. As linhas locais e transversais fariam a baldeacao nas várias paradas ao longo do corredor, mas de forma distribuída. Isto é, cada parada do corredor teria, no máximo, baldeacao com outras duas linhas.
Para maior eficiência, talvez seja melhor que as linhas locais nem parem no corredor, e sim em ruas transversais. Quando apenas uma linha passa pelo corredor, o headway mínimo é bem menor, pois nao faz diferenca para o passageiro qual ônibus ele pega (que é o maior problema hoej nos corredores): ele simplesmente pega o primeiro que aparecer. Com isso, ganha-se confiablidade nas linhas de corredor. Já as linhas locais, por serem de menor percurso, estao menos sujeitas à atrasos = confiabilidade.
Com um modelo de passagem integrada por tempo (coisa que já é possível com o TRI), o que eu descrevi acima é possível. Temos a faca e o queijo na mao, falta vontade política.
Aliás, eu acredito que o que proponho é melhor que o dos Portais, pois no projeto dos Portais, as linhas dos bairros menos distantes tem que “voltar” até o seu Portal para baldear pro centro. Mais fácil o passageiro simplesmente trocar em um ponto qualquer do corredor.
Mas claro, construir megaestruturas é mais chamativo, entao a prefeitura só pensa nisso 😦
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O centro de Poa vai deixar de ser aquela rodoviária a céu aberto.
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