Mirante do Morro Santa Teresa continua abandonado e entregue aos pivetes

Veja, nestas fotos, tiradas por Anderson Vaz, Porto Imagem, o problemático Mirante do Morro Santa Teresa. Uma pena, com tão bela vista da cidade, um ponto turístico abandonado !!!!

Fotos e texto: Anderson Vaz

 

Um dos melhores lugares de Poa na minha opinião pra mostrar a alguén de fora a vista de Poa. Mostra a cidade construída, os parques, o estádio, o Gasômetro, o Guaíba e o pôr-do-sol.. Ah, o pôr-do-sol… Único!

Fiz fotos lindas pra um amador como sou. Minha câmera é simplezinha, das comuns mesmo. Mas tiro várias até sair uma do jeito que eu gosto. Saiu essas aí de cima, que gostei muito entre outras 50 pelo menos.

O lado positivo é ver que ainda tem gente que acredita até o fim que as coisas irão melhorar. Fiquei um bom tempo lá em cima e vi vários carros indo com gente de fora, turistas, pra tirar fotos e mostrar a cidade.

O lado negativo.. Bem… Muitos.

Como é que a Prefeitura ou alguma alma viva ainda não despertou praquela praça e pro Mirante?? Como é que ainda não consideram um dos melhores lugares de Poa pra fazer turismo?? Porque a RBS ainda não adotou aquela área pra ajudar a comunidade?? Várias perguntas..

Ali ao lado, há uma agência de propaganda. Foi ali que comecei minha carreira. Eu adorava trabalhar aí nesse morro. Sempre fugia da agência pra curtir o pôr-do-sol, bater fotos. Isso foi há 14 anos. E continua I G U A L Z I N H O. Nenhum embelezamento, nenhum policiamento, cheio de pivetes…(Agora tem muitos mais)

Eles tomaram conta. Nada contra a população das redondezas, mas aquela parte deveria ser de uso de todos e não só dos pivetes. Eles ficam no Mirante como se fosse o POINT pra fumar, jogar futebol…

Vi muitas coisas.. Fui abordado por 3. Exigiram dinheiro, é claro. E vi um deles com uma arma. Sim, uma arma. Pra quê uma arma?? Pra brincar?? Pra intimidar quem estiver ali e conseguirem dinheiro, jóias, máquinas fotográficas. Não vi a arma sendo usada com essa finalidade, mas desconfio que só pra isso seja usada mesmo.

A quantidade de carros que eu vi de gente que só ia, dava uma paradinha com o motor ligado, batia umas fotos e se mandava quando via os pivetes se aproximando não está no GIBI. Muitos desses eu vi claramente que eram moradores de Poa sempre acompanhados de gente de fora, pois eles apontavam ao horizonte e explicavam coisas. Mas não demoravam nem 2 minutos. Era uma foto e olhe lá, de dentro do carro mesmo.

Havia uma equipe de filmagem da Record filmando a paisagem. E mesmo eles foram assediados por uns pivetes. Em um momento vi o cameraman sair correndo de dentro do carro correndo atrás de um pivete que exigiu dinheiro e ameaçou quebrar alguma coisa. O pivete saiu se escondendo nos casebres da vila logo abaixo. Logo depois reapareceu e veio até mim. Exigiu dinheiro. Ao ouvir minha recusa ficou bravo e disse “de novo, tio?? Ali em cima tu já tinha me dito que não tinha dinheiro”.. Bom, “ali em cima” eu não tinha falado com ele, ou seja, ele exigiu dinheiro de mais alguém e estava me confundindo. Depois vi ele chegando junto de famílias com crianças, da mesma forma.

Mas antes ele ficou mexendo no meu carro, na roda, fazendo alguma coisa.. Acho que queria esvaziar os pneus, enquanto outro se grudou no pára-brisa traseiro.

Saí dali e fiquei mais acima, na parte do ponto de ônibus.

 

Foi uma tarde única. Mistura de decepção com emoção. Porque a vista é mesmo deslumbrante pra qualquer um que como eu ama essa cidade. O pôr-do-sol de Poa é realmente fantástico, mas o lugar está assustador. Há anos que se ouvem histórias de assaltos lá. Havia cacos de vidros no mirante, que está todo pixado e com aspecto de “laje” de favela. E só se tem uma grande vista olhando pro infinito mesmo, porque se desviar o olhar pra baixo só se vê as famílias secando roupas e usando o gramado abaixo como varal e depósito de lixo.

 

Abaixo algumas fotos. Numerei pra facilitar minha explicação.

Fotos: © Anderson Vaz

Fotos: © Anderson Vaz

Legenda:

 

1. O mirante tomado por pivetes. Detalhe no primeiro plano de um carro com turistas, que não se atreveram a descer e ficaram fotografando a paisagem de dentro do carro. Logo em seguida saíram e aí fiquei mais assutado sozinho lá, dentro do meu carro também.

 

2, 3 e 4. Mais detalhes da turminha.. Jogavam futebol, fumavam “algo” e gritavam coisas pra outros pivetes que estavam embaixo. No detalhe o rapaz de camiseta verde. Esse vi levantando a camiseta e mostrando uma arma pra outros pivetes.

 

5. A foto ficou até poética, mas foi esse pivetinho que me exigiu dinheiro e também exigiu de outras pessoas. 

 

6, 7 e 8. Alguns turistas corajosos que desceram de seus carros e saíram pra fotografar a cidade.

 

Espero algum dia visitar esse local e me sentir protegido. Poder usar uma câmera melhor sem ter medo de assalto. Ver o local preservado, bem cuidado, com policiamento e quem sabe binóculos, obras de arte que cotrastem com o pôr-do-sol.. Enfim, coisas que se vê no topo dos morros do Rio, por exemplo. (por Anderson Vaz)

Fotos: © Anderson Vaz

Fotos: © Anderson Vaz



Categorias:Belvedere do Santa Teresa

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6 respostas

  1. Ola, what’s up amigos? 🙂
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    Thanks in advance and good luck! 🙂

  2. O texto do Anderson mostra muito bem o descaso do poder publico com a cidade ha decadas. Um lugar com um potencial turistico incrivel a merce de trombadinhas e pivetes.
    Com um pouco de criatividade e dinheiro essa situacao poderia ser revertida. Eh so ver o exemplo seguido por Curitiba. Falta vontade politica e pressao popular p/ que algo mude.
    Acho que deverias enviar esse belo texto a redacao da RBS e ao Sr.prefeito!!
    POA continua TRI.ste!

  3. É verdade. Seria excelente haver um apoio como restaurante ou bar, para que a pessoa possa ficar mais do que 5 minutos no local.
    Normalmente é isso que acontece: chega-se lá, olha-se, ou tira-se fotos, e vai embora de imediato.
    O restaurante e bar permitiriam que pessoa tenha oportunidade de apreciar mais a paisagem, com conforto. Além de que pode o estabelcimento também ser o motivo da ida ao local: jantar tendo uma paisagem deslumbrante. Jantar com a cidade aos seus pés é um “luxo” que poucas cidades no Brasil tem a oferecer.
    Claro, tem as que tem prédios de 40 andares com restaurante em cima. Também há até cidades com torre panorâmica.
    Pois Porto Alegre já tem um morro MUITO panorâmico – e perto de tudo.

    ( e uma torre também… )

  4. A prefeitura deveria investir forte pra estruturar o local e transformar em um belíssimo ponto turístico. O ideal era ter restaurantes e hotéis naquele local.

  5. E essa situação não é de hoje: no fim dos anos 90 o belvedere chegou à desqualificação inacreditável de ser RETIRADO das listas e do roteiro turísitico pela prefeitura.

  6. Além de pôr segurança e qualificar o local, tem que TIRAR a favela dali.
    Onde se viu uma favela rodeando um ponto turístico???????
    É o mesmo que ter uma favela circundando o Cristo Redentor, no Rio. Cercando o Theatro mazonas, em Manaus. Cercando o Elevador Lacerda, em Salvador. Cercando a torre da Telepar, em Curitiba.
    Todas essas cidades tem mil problemas, mas mesmo assim sabem cuidar e embelezar seu mobiliário urbano, sabem CRIAR atrações novas, sabem atrair turistas.
    É, talvez aí esteja o X da questão: Porto Alegre não é uma cidade turística, e nem age para ser uma. É uma frescura, portanto, cuidar de um SUPÉRFLUO belvedere .

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