Perspectivas sobre a possível revitalização do cais do porto

 Se quer deixar uma marca de sua passagem pelo governo, além do déficit zero, que para a maioria dos gaúchos é uma abstração, a governadora Yeda Crusius pode eleger a revitalização do Cais Mauá como questão de honra – até por que não depende de dinheiro público.

Yeda incluiu a revitalização do porto no programa estruturante Mais Trabalho, Mais Futuro, lançado no dia 8 de abril, mas ainda não entregou ao prefeito José Fogaça o trabalho realizado durante dois anos pela comissão que analisou as propostas dos grupos interessados em explorar a área de três quilômetros de extensão, entre a Usina do Gasômetro e a Estação Rodoviária.

O plano diretor da área do porto precisa ser entregue à prefeitura de Porto Alegre, que encaminhará o projeto para aprovação da Câmara. Só depois de aprovado pelos vereadores, o governo poderá abrir a licitação.

Nesses dois anos, foram removidos obstáculos burocráticos que impediam a parceria com o setor privado.

Como técnicos de diferentes secretarias municipais participaram de todo o processo, não há motivo para a prefeitura atrasar o envio à Câmara.

Na semana passada, Yeda Crusius disse não ter enviado o trabalho ao prefeito porque não queria contaminá-lo com a discussão sobre o Pontal do Estaleiro.

Agora que Fogaça sancionou o projeto do Pontal, prevendo a consulta popular, não há mais justificativa para o atraso.

Quem já viu as simulações de como ficará a área do porto com a transformação proposta pelo consórcio do qual participa o arquiteto Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, impressionou-se com a ousadia.

                              

Rosane de Oliveira



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7 respostas

  1. filipe wels: concordo contigo quando tu falas sobre a cobrança de estacio namento em espaço público. Isso não é um problema nosso (falo em termos de Brasil), mas sim mundial. Seja nos EUA, Europa, Ásia e América Latina, a cobrança é feita, doa a quem doer (como já dizia aquele crápula colorido). Infelizmente é impossível haver espaço para uma quantidade enorme de veículos. Concordo também, quando falas em sistema de transporte urbano eficiente. Mas o que é eficiente ? Milhares de onibus circulando e poluindo (tanto com gases como sonora e visualmente) ? Ou seria melhor um sistema híbrido, em que os onibus serviriam somente os bairros, interligados com estações de Metro ou do Aeromóvel (por sinal é nosso !!!) ??? Acho que falta coragem (não dinheiro) para se investir em algo maior e eficaz. É muita conversa prá boi dormir. não há pasto para todos os bois…Acredito sim, e muito, no Aeromóvel como meio eficaz de transporte urbano. Porque os donos de empresas de onibus não criam um consórcio e investem no Aeromóvel ? De norte a sul, de leste a oeste ? Dúvido que eles perderiam dinheiro…Seria um transporte moderno, limpo, eficiente e até visualmente bonito. Aliado ao Metro e linhas circulares de bairros – todos interligados – teríamos um dos melhores transportes urbanos do Mundo. Creio que lotações são importantes, assim como táxis, mas que eles atrapalham, ah atrapalham e muito. Com relação que GILBERTO disse, concordo que cerca de 1 milhão de veículos circulem pela cidade, mas a frota não chega a 700 mil. Ora, isso também não vem ao caso. O que vem ao caso é que, seja 400 mil, 700 mil ou 1 milhão, não estamos preparados . Falta, além de engenharia, quase tudo…abraços

  2. No texto do Luiz Pires, ele fala em 400 mil veículos em Porto Alegre. Eu tenho conhecimento de que são quase 1 milhão. Os veículos que circulam na cidade não são só os da cidade, e sim, da região metropolitana toda e de cidades do interior. Quase 1 milhão ! Os registrados na cidade são quase 700 mil. De onde esse número de 400 mil ?

    Outra coisa: sou totalmente contra um planejamento das cidades brasileiras tomando como exemplo as cidades americanas. La todo mundo tem carro. Aqui não. Um sistema grande e eficiente de ônibus é necessário, não somente metrô. E não somente taxi. A população pobre das cidades brasileiras é muito maior que nas cidades americanas. E mais: um sistema de ônibus eficiente pode ser muito mais viável ecologicamente do que uma vasta rede de avenidas com só carros circulando.

    Mas uma coisa eu digo: falta engenharia de trânsito em Porto Alegre. Sucessivas admistrações INCOMPETENTES TEM PASSADO PELA CIDADE NOS ULTIMOS 25 ANOS. E agora colhemos as consequências.

    No mais o texto do Luiz Pires está ótimo ! Obrigado pela participação !

    Gilberto – Blog Porto Imagem

  3. luiz pires;

    “Existem estacionamentos públicos pagos. Existem estacionamentos privados. Não há falta de vagas nas ruas, onde o parquímetro se faz presente e permanece na fotografia da cidade.”

    Parquímetro é o fim da picada da forma que é aplicado. Dizem que a finalidade dele é ter rotatividade no estacionamento: você tira um ticket, poe no carro e pode ficar, no maximo duas horas. Caso contrário, será multado. Mas enquanto se exigir dinheiro para tirar o ticket, serei contra os parquímetros. Vias públicas sao de titularidade difusa e não basta vivermos numa ditadura do dinheiro, sempre tendo que pagar por qualquer coisa, querer cobrar para deixar um carro numa via pública onde o estacionamento é permitido é uma afronta. Acaba mostrando um viés arrecadatório por trás de uma idéia de aumentar a rotatividade do local pra estacionar. Vias públicas têm titularidade difusa, e cobrar o estacionamento em uma delas equivale a cobrar alguem para sentar no banco de um parque. Inclusive ataque as liberdades individuais e o direito de ir e vir. Nao importa que seja apenas dois reais; é o ato da cobrança. Tira-se o ticket de graça, poe-se no carro, passando duas horas, você é multado se nao sair. Simples assim. Nao precisa cobrar.

    “Essa assertiva vale para todas cidades brasileiras, desde a pequena cidade até a megalópole paulista”

    Megalópole é uma juncao física entre duas regioes metropolitanas, apesar de toda hora esse termo ser aplicado equivocadamente como sinonimo de megacidade.

    Obrigado pela participacao, de resto, estou de acordo. Abraços!

  4. Se a governadora eleger a revitalização do Cais do Porto como marca de seu governo em Porto Alegre, poderemos ter certeza que esse empreendimento será feito, pois a governadora para o bem ou para o mal, como todos sabem, não se rende a críticas e hipocrisias, como outros administradores públicos.

    O problema é que dificilmente ela será reeleita e não existe prazo para concretização desse sonho de Porto alegre até o final de seu mandato. Só espero que esse projeto não seja abandonado pelo próximo governante como aconteceu com o projeto que existia na governo Brito, abandonado por ojeriza a investimentos não-públicos e parcerias público-privadas.

  5. Há tempos Porto Alegre era comparada com Rosário, na Argentina – eram consideradas parecidas.

    Não são mais.

    Rosário “cresceu e apareceu” e hoje tem predios muitissimo mais altos – e bonitos.

    Ganhou jeito de metrópole vibrante e moderna

    Tem orla aproveitada.

    Enquanto isso, Porto Alegre hoje é parecida com…

    … somente com com ela mesma, ha uns vinte ou trinta anos atrás.

  6. “Porto Alegre não pode se tornar uma cidade inerte” ???

    Porto Alegre É uma cidade inerte.

  7. Porto Alegre é demais. Como um caranguejo, anda para trás. Se observarmos o perfil da Cidade, veremos um amontoado de prédios que vai do Gazômetro até a Zona Norte. Da região do Aeroporto até a Zona Sul. É característica arquitetônica das cidades latino-americanas e terceiro-mundistas. Santiago e Buenos Aires estão modificando este conceito. Isso em determinadas áreas, como o Puerto Madero, por exemplo. Quem viaja aos EUA, Canadá, Austrália e África do Sul, vê cidades com perfil completamente diferente das nossas. São cidades modernas, onde prédios altos (arranha-céus), sem limites de altura, são construídos na área central, normalmente num raio determinado em seu plano diretor. Tome-se como exemplo a cidade de Indianápolis, no Estado de Indiana. É uma cidade com cerca de 700.000 habitantes, cujo centro possui um diâmetro aproximado de 03 quilometros, onde estão os prédios altos, sendo o mais alto com 51 andares. Fora do raio central é proibido a construção de prédios com mais de dois andares. Fora do centro existem os bairros estritamentes resideciais, as zonas comerciais (avenidas extensas onde ficam os centros de compras, bancos, comércio em geral), as zonas industriais e mistas. Fora do centro ficam parques, campos de golf (37 campos na zona metropolitana, que são enormes jardins), hospitais, universidades, etc. O trânsito flui normalmente com suas avenidas que cortam de norte a sul, leste a oeste a cidade, circundada por highways. Poderia se dizer que se trata de uma cidade planejada. Realmente é. Mas é uma cidade com mais de 200 anos e o planejamento, que não é uma característica nossa, vem desde a época das diligências. Vê-se poucos ônibus na cidade. Muitos veículos circulam, cerca de 400 mil. O mesmo número de Porto Alegre, mas com uma diferença imensa: não há congestionamentos. Existem estacionamentos públicos pagos. Existem estacionamentos privados. Não há falta de vagas nas ruas, onde o parquímetro se faz presente e permanece na fotografia da cidade. Porto Alegre é linda, apesar de tudo. Mas é um caos. Dirigir nesta na capital dos pampas, ou em qualquer cidade média ou grande do Brasil é um tormento. Milhares de ônibus circulando e emitindo gases tóxicos que só aumentam a poluição nas cidades. Isso sem falar na poluição sonora e visual. Aqui tudo se pode. Aqui tudo é permitido, mesmo que exista legislação contrária, pois há falta de fiscalização para tudo. Aqui, ao contrário de lá, falta coragem. Construir um prédio de 50 andares nem pensar. Mas construir prédio de 18 andares em um bairro residencial é viável e permitido. Ah, vão dizer: falta espaço na cidade. Agora falta, é claro. Cresceu desordenadamente há décadas, como arrumar tudo isso !? Essa assertiva vale para todas cidades brasileiras, desde a pequena cidade até a megalópole paulista. Também vão dizer. New York é um caos. Não, direi eu. NY não é um caos. Manhatann pode ser, devido ao grande número de táxis lá existentes. Cerca de 11 mil amarelos. Mas tem o metro. Algumas (vejam bem o que estou dizendo), algumas poucas e eficientes linhas de ônibus. Não cerca de 1500 ônibus que não respitam horários e carregados de gente, como se gado fossem. Ah, mas os políticos….Ora, os políticos só fazem aquilo que deixamos eles fazerem. Não cobramos-os. Não fiscalizamo-os. Fazemos um “mea culpa” e veremos que algo pode ser feito, pelo menos para amenizar a fotografia da cidade. Obras como a ETERNA revitalização do CAIS DO PORTO, é de suma importância. Assim como o Teatro da Ospa, que não pode ser dentro de um Parque. Nunca vi disso. Assim como o GIGANTE PARA SEMPRE. O PONTAL DO ESTALEIRO. A PORTO ALEGRE TOWER. A NOVA PONTE DO GUAÍBA ( Eu construiria um túnel). Mas prédios suntuosos como o edifício sede do MINISTÉRIO PÚBLICO ( uma afronta a população ao meu ver) são bem vindos. O dinheiro é público mesmo e pode escorrer pelo ralo. A revitalização do CENTRO, tão prometida há décadas, só no papel. Senhora e senhores, o diálogo se faz importante, mas somente dialogar, discutir e não decidir nada, não se chega a lugar algum, a não ser a inércia. Porto Alegre não pode se tornar uma cidade inerte. Não é o que queremos…

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