Associação de moradores não concorda com ampliação do Salgado Filho. Entidade vai ao MPF pedir cancelamento de vôos noturnos e medição de ruído antes das obras
A Associação de Moradores do Jardim Lindóia (AMAL), na Zona Norte de Porto Alegre, comprou uma briga das grandes. Está contra a ampliação do Aeroporto Internacional Salgado Filho, cuja Licença Prévia (LP) foi concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) na terça-feira (04/02).
Eles se dizem surpreendidos pela concessão da LP, a primeira das três licenças necessárias para a obra sair do papel. O presidente da AMAL, Daniel Kieling, disse estranhar ainda mais a exigência da Fepam para que a Infraero monitore o ruído no Lindóia após a obra estar concluída. “Monitorar o ruído depois de aumentar a pista não evitará transtornos aos mais de 250 mil moradores da Zona Norte da cidade”, afirma.
O próximo passo dessa batalha será entrar com duas ações no Ministério Público Federal (MPF) já na semana que vem. Além de requisitar a avaliação do ruído de madrugada por algum órgão independente, vão solicitar o cancelamento de todos os vôos noturnos. Impossível? Kieling considera que não. “Todos os vôos noturnos são de carga e o ruído provocado por eles fere todas normas conhecidas”, afirma.
A associação encaminhou ontem (05/02) um ofício à Secretaria do Meio Ambiente do Município (SMAM) e a própria Fepam requerendo essa medição. “Digo mais, como acreditar na Fepam que troca de direção para conceder licença para as reflorestadoras. É fato que ninguém avaliou o ruído e é uma vergonha o que está acontecendo na Fepam, aliás mais uma vergonha pública no Governo do Estado”, afirma.
Pista terá mais de três quilômetros de comprimento
A LP autoriza ampliação da pista de pouso e decolagem e de pista de taxiway , onde os aviões maiores manobram até chegar às pontes de embarque, em mais 920 metros de comprimento, contemplando também pavimentação e macrodrenagem. A pista passaria de 2.280 metros para 3.200 m de extensão e a largura de 42 m para 45 metros.
Também foi solicitado a Infraero a remoção e reassentamento dos moradores das Vilas Dique e Nazaré, que ficam atrás do aeroporto em direção a avenida Sertório. A remoção das vilas é uma das condições que a Fepam impôs para conceder a Licença de Instalação, que autoriza as obras.
Na concessão da LP ainda foi exigido que a supressão de vegetação seja feita com autorização da SMAM e que não poderão ser utilizados locais próximos aos recursos hídricos para descarte de bota-foras, além de que a futura execução das obras seja feita com supervisão ambiental, entre outros cuidados previstos pela legislação.
Para Luiz Fernando Gonzalez, morador do bairro e membro da AMAL, a obra além de causar transtornos aos moradores da Zona Norte, é injustificável já que servirá para aviões de carga apenas. Ele garante que 90% da carga que chega à Porto Alegre é enviada posteriormente para Passo Fundo e principalmente Caxias do Sul. “Qual a razão de não ampliarem os aeroportos dessas cidades já que a carga que chega aqui vai pra lá”, questiona Gonzalez.
De acordo com ele, a AMAL inclusive foi procurada nesta semana por uma pessoa que se disse ligada à prefeitura de Passo Fundo interessada em levar o empreendimento pra lá. “Ele não quis se identificar mas se mostrou solidário com nossa causa”, diz.
Prova de motor
Conforme um mecânico de uma companhia aérea, identificado como “Marcos”, os moradores do Lindóia estão exagerando. Segundo ele, os cargueiros, apesar de maiores, são mais modernos do que a maioria das aeronaves que chegam em Porto Alegre, como os 727, pequeninos e barulhentos.
Marcos explica que barulho de verdade é o da prova de motor que é feito com o avião no chão e que chega a durar uma hora. “O ruído das aeronaves pousando ou decolando não é o problema, isso não vai piorar com certeza”, diz ele. As provas de motor não podem ser feitas entre as 22h e 7h.
A razão para a ampliação da pista é meramente econômica. Hoje um cargueiro Boeing 747, por exemplo, tem que fazer duas viagens porque não consegue pousar com sua capacidade a pleno. “Esses aviões vão e voltam sempre com carga pela metade, e isso obviamente custa caro”, afirma.
Kieling destaca que a associação já requisitou formalmente em duas Audiências Públicas que essa prova de motor seja realizada numa outra área, num terreno próximo ao Hipermercado Big, na Sertório.
Esse pedido, no entanto, dificilmente será atendido, já que o então secretário de Planejamento, José Fortunati, descartou a hipótese por acreditar que “jamais passaria pelo Estudo de Impacto de Vizinhança. Mesmo assim, os moradores prometem insistir na idéia. Hoje a prova de motor funciona na Varig Engenharia e Manutençao (VEM), antiga subsidiária da Varig e numa área mais distante do Lindóia.
O presidente da AMAL contesta a modernidade dos cargueiros que pousam no Salgado Filho. Cita um 707 da Skymaster Airlines com suas quatro turbinas de turbo jato ainda da década de 1970.
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Uma Ação Civil Pública ajuizada na Justiça Federal pede a anulação das leis recentemente aprovadas na Câmara de Porto Alegre autorizando os projetos Gigante para Sempre, do Inter, e a Arena do Grêmio.
Trinta assinaturas de líderes comunitários e intelectuais ligados ao Fórum de Entidades subscrevem o pedido de interferência da Justiça.
O fundamento da ação seria a incompetência legal da Câmara para dar aprovação prévia as obras previstas nos dois projetos, que deveriam ser antes submetidas antes a estudos de impacto ambiental impacto de vizinhança e outras exigências previstas na Constituição e nas leis municipais.
A juíza encarregada do processo já distribuiu as primeiras intimações
Jornal Já
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Muito bem…o cara da AMAL matou a pau
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A nota diz que a AMAL (associação dos moradores e amigos do lindóia) quer impedir a ampliação do aeroporto, não é verdade… o que a AMAL se opõe e vai buscar via MPF é o fechamento da operações de madrugada e a substituição dos velhos cargueiros(década de 60) barulhentos.
Só para entender, uma área de aeroporto é dividida em 3 faixas de ruido: área 1 (onde não é permitida a permanencia de nenhum ser humano) , área 2 (onde não é permitida residencias, somente emprendimentos industriais e comerciais de 2 pavimentos) e a área 3, onde já se admitite residencias. Se a lei fosse levada ao pé da letra, o aeroporto hoje! já estaria fechado, em razão de parte da vila Dique estar na área 1, pois bem… a vila começa a ser retirada, o problema esta na área 2, a prefeitura de POA no passado autorizou a construção e moradias nesta área e estima-se que hoje 250.000 portoalegrenses estão sendo submetidos a um nivel de ruido acima do permitido, se querem achar um culpado… esta ai, a própria prefeitura condenou o Salgado Filho, permitindo edificações no seu entorno, isto aconteceu em varias cidades no mundo inteiro e qual foi a solução? a construção de aeroportos fora dos grandes centros, maiores, mais modernos, com operações ininteruptas, de acordo com as legislações ambientais e com seus entornos preservados.
Quando do anuncio da ampliação da pista para 3.200 mts a AMAL simplesmente denunciou que este projeto era ultrapassado pois não contemplava o crescimento da cidade no entorno do aeroporto, só para se ter uma idéia, o BIG Shop Sertório(um dos maiores hipermercados de POA) ficará em linha reta, a uns 600mts de distância da pista ampliada, ora ..600 mts em distâncias aéronauticas não é nada, os riscos são muito grandes, não há crescimento economico que compense risco a vidas humanas, a AMAL chegou inclusive a sugerir 3 alternativas, como deslocamento do eixo da pista ( ai os militares não gostaram porque conflitava com a base aérea de canoas) sugerimos a construção de uma nova pista paralela a free-way ( ai a infraero não gostou porque ficaria muito longe do terminal de passageiros) enfim… são varios interesses em jogo.
Vamos deixar claro, o aumento da pista não amplia a capacidade de decolagens, simplesmente possibilita que cargueiros saiam 100% carregados e de tanques cheios, isto vai diminuir o custo do fréte ? duvido… acredito que vai ampliar as margens de lucro das transportadores aéreas.
Por fim… a o interesse dos moradores, metade dos bairros Vila Floresta, Jardim Lindóia, Parque São Sebastião, Parque Minuano, Sarandi, Vla Leão, Ecoville,São Borja entre outros, querem descansar a noite, ter uma noite se sono sem interrupções, então a de se contemplar interesses, como já aconteceu em Congonhas o Salgado Filho tudo indica, deve fechar a noite, pois o MPF quando for provocado, não se furtará a restabelecer uma relação de coexistencia.
Mas os defensores do chamado crescimento economico não fiquem triste, pois como aconteceu em todas as partes do mundo, o governo federal sera pressionado a contruir um novo aeroporto, fora da cabeça dos portoalegrenses, mais moderno, com varias pistas, vai gerar muitos empregos aos gauchos e desenvolvimento .
Talvez alguns estejam pensando, porque o MPF ainda não foi acionado, a resposta é simples, isto neste momento, poderia prejudicar o repasse de verbas federais para retirar as vilas Dique e Nazaré e não podemos condenar para sempre aquelas familias a viverem em sub-habitações. A prefeitura de Poa nunca teve dinheiro para isto, esta verba só chegou em razão da ampliação da pista.
Por fim… pode aparecer aqui …algum preocupado com a copa do mundo, não fiquem, as associações de bairro da zona norte, podem firmar um termo, permitindo as operações do aeroporto 24 horas no periodo da copa.
abraços a todos.
Espero ter esclarecido algumas coisas.
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Quero aqui deixar a minha opinião técnica sobre o problema do rúido provocado pela aeronaves atuais e futuras.
Consideração inicial: Seria um assombro o investimento necessário para a redução do ruído transmitido à população vizinha próxima ao aeroporto. Vele lembrar que estamos no Brasil, terra do “deixa assim , se vai custar muito caro!” . Concordo que monitorar depois de pronto em nada vai adiantar, pois será apenas para comprovar que as áreas adjacentes estão e serão agredidas por ruídos excessivos, periódicos e intermitentes.
Infelizmente, sinto dizer, a cada morador do bairro caberá o ônus de isolar o ruído de sua própria morada, se quiser alí ainda morar em paz.
This is Brazil, my friends!
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Os aviões antigos, à hélice, eram bem menos ruidosos que os da década de 70 e volume de trafego também. Se o aeroporto parou no tempo, e a cidade se desenvolveu em torno dele a culpa não é nossa. Para que serve a SMAN? Hoje na cabeceira projetada da nova pista, tem um hipermercado a cerca de 200 metros dele, cuja altura do prédio equivale a um prédio de mais de 3 andares, isto sim é um absurdo. A AMAL tentou sugerir até o desvio do eixo da pista, mas cabeças iluminadas não quiseram nem ouvir. E eu devolvo, se nós moradores temos que sair daqui, para o progresso da cidade, quem não esta satisfeito com sua cidade que procure outra melhor! Pimenta nos olhos dos outros não arde, não é mesmo!
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Cada dia aparece uma associação querendo barrar o desenvolvimento da cidade:
Associação dos Sem Bolsa-Esmola do Cristal;
Associação dos Dorminhocos do Lindóia;
Associação dos Sem Casa pra Vender do Moinhos de Vento.
Poxa! Se desejam morar numa cidade estagnada, mudem-se para o interior. Tem várias cidades paradas no tempo. Vão pra lá! Depois não reclamem que faltam shoppings, lazer, cultura…
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Não adianta construir um novo aeroporto longe da cidade, pois além de tornar o terminal menos acessível e mais distante dos passageiros, logo estará ilhado por novos prédios residenciais.
As pessoas adquirem imóveis nesses lugares por ser mais barato e já possuirem vias urbanizadas (acessos ao aeroporto).
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Eu tb sou a favor de um aeroporto longe daqui. Um terminal bem grande, com várias pistas, etc. Ou seja, um grande aeroporto numa cidade vizinha. A ligação com PoA seria por uma via expressa e por um aeromóvel. Grandes cidades do mundo fazem isso: Buenos Aires/Ezeiza, Roma/Fiumiccino, entre outros tantos casos. Seria de se pensar nisso.
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Os jatos comerciais modernos, tem um ruído bem reduzido, em relação aos antigos da década de 70.
Mas realmente, os Boeings 707 e mesmo os 727, que não são mais fabricados há décadas, sao bastante barulhentos. Mas nada justifica a interrupção do crescimento da cidade. Que se faça leis que proibam de utilizar estas velhas aeronaves.
E mais: eu sempre fui partidário de se construir um novo aeroporto e nao ampliar este. Todas as grandes cidades do mundo estão construindo aeroportos longe das aglomerações urbanas. Mas se não é possível, um jeito devemos dar.
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Querer impedir que o aeroporto seja realmente internacional, e querer impedir grandes obras da dupla Grenal até dá pra entender.
Mas querer impedir que o novo e maravilhoso Teatro da Ospa seja seu vizinho, isso só na província de Porto Alegre. Ou seria novamente Porto dos Casais???
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Verdade seja dita: há barulho sim. No Iapi já há bastante barulho; no Lindoia deve ser até mais.
O barulho das decolagens é o menor deles: barulho forte mesmo é o de teste das turbinas, que as vezes dura horas. Parece um grande trovão, porém contínuo.
Mas nada disso justifica os moradores quererem parar o desenvolvimento do aeroporto e da cidade: todos esses bairros surgiram – e cresceram – após o aeroporto se instalar lá.
Há quem sugira construir um aeroporto gigante próximo à base aérea de Canoas – mas isso por enquanto isso está descartado (e será que em Canoas as “associações de moradores” são como as de Porto Alegre?)
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Deixa eles reclamarem. A cidade tem 1,5 milhão de pessoas que querem que ela cresça e evolua. Não serão 30 ou 40 pessoas que vão dizer o contrário. Eta província !
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Fui morador do Jardim Lindóia a vida toda, até bem pouco tempo atrás. Meus pais moram lá até hoje. Cresci ouvindo e vendo aviões. Às vezes acordava assustado na madrugada, com as vidraças todas da casa a estremecer. Por vezes o volume da televisão no máximo não era suficiente. Realmente não é algo que me agrade e não pretendo voltar a morar nas proximidades do aeroporto. Acontece que aviões já circulam por ali desde 1923, enquanto o bairro em questão começou a ser loteado por Arno Friedrich em 1945. Boa parte das casas foi construída pela Guerino na década de 70, inclusive a dos meus pais. É muita prepotência da AMAL, em especial deste Daniel Kieling, o qual consegue ser pior que os demais ecoxiitas contrários a tudo que aqui se tenta fazer. Diferente do caso da cidade baixa, o qual moradores alegam que quando ali se instalaram não se tratava de um bairro boêmio, os do Lindóia chegaram já ouvindo os aviões. Ora bolas, sejam sensatos! A cidade precisa evoluir. Sejam menos egoístas e saiam do entorno se tanto incomoda.
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