Beleza é manchada por atos de depredação

Monumento aos Açorianos: severamente danificado. Foto: Carla Ruas
A sujeira, a depredação, as pichações e o descaso escondem a beleza do patrimônio público de Porto Alegre. Na região central, onde se concentram o maior número de monumentos e prédios históricos, a situação é crítica e um dos locais mais emblemáticos é o Viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros. Símbolo da remodelação na década de 30, ele foi o primeiro viaduto construído na cidade e atualmente é um dos mais atingidos pela depredação. As estruturas estão tomadas pelas pichações, há moradores que passam o dia no local e a sujeira se acumula.
Distribuídos em sua extensão, que liga as ruas Jerônimo Coelho e Fernando Machado, os moradores utilizam o espaço como se fosse uma residência, inclusive fazendo as necessidades fisiológicas a céu aberto. Além de gerar constrangimento nas pessoas que circulam pelo local, o comércio enfrenta prejuízos. Existem cerca de 34 lojas de diversos produtos. O viaduto é atingido ainda mais pelas depredações, principalmente da iluminação pública, e de infiltrações. O representante da Comissão do Viaduto Otávio Rocha, Fernando Barth, lamenta que o vandalismo está levando a cidade a perder um patrimônio histórico. ‘Ele tornou-se uma vergonha para Porto Alegre, já que o projeto de construção nunca foi terminado e nenhuma administração conseguiu implantar uma ação que permitisse o uso correto do espaço’, destaca.
A Praça dos Açorianos e a ponte de pedra, que estão localizados no cruzamento da avenida Borges de Medeiros e Loureiro da Silva, são outros exemplos de um patrimônio depredado. Lá também a sujeira e as pichações tomaram conta do espaço, conhecidos como pontos turísticos da Capital. O Monumento aos Açorianos, que foi construído em homenagem aos primeiros casais que chegaram a Porto Alegre, é feito em aço e tem 17 metros de altura e 24 de comprimento. A obra foi seriamente danificada. Um dos pilares foi aberto pelos moradores de rua e é usado como depósito, onde há roupas e objetos pessoais.
A presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico Cultural (Compahc), Rita Chang, considera fundamental a revitalização e a proteção dos monumentos, mas, para isso, aponta a importância da participação da comunidade, que precisa ajudar a preservá-los, denunciando os casos de vandalismo. Garante que uma série de ações estão sendo realizadas.
Viva o Centro quer mudar paisagem
O projeto Viva o Centro surgiu para preservar os prédios e monumentos históricos. A iniciativa, que reúne departamentos da Prefeitura de Porto Alegre, busca identificar pontos com problemas e buscar parcerias para solucioná-los. Segundo o gerente do projeto, Glênio Bohrer, a iniciativa mudou a paisagem do Centro. Cita como uma das conquistas a retirada dos camelôs das ruas e a recuperação da área do Chalé e da Praça XV.
Em relação aos monumentos, Bohrer reconhece a dificuldade em desenvolver projetos efetivos. ‘É mais fácil fazer a manutenção de um prédio que é ocupado que de um monumento que fica na rua, à mercê de vândalos.’ Foram colocadas câmaras de vigilância próximas aos pontos mais complicados. O Disque-Pichação (153) auxilia no combate ao vandalismo e à depredação dos monumentos públicos. Em 2009 foram 48 denúncias e 19 detenções.
Correio do Povo
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Realmente uma vergonha. Os pichadores não poderiam ter recurso, fiança, ou qualquer outro indulto. Deveriam exercer trabalhos comunitários, de limpeza de monumentos, pintura de fachadas de prédios públicos.
Acho que os responsáveis pelas pichações que fosse capturados pela BM deveriam sofrer uma penalidade maior. Deveriam ser obrigados a fazer trabalho voluntário por no mínimo 6 meses e ter seus nomes divulgados na imprensa. Alguns dos que já foram pegos eram universitários de universidades públicas e particulares, mas não tiveram seus nomes divulgados. Ou seja, pelo menos parte são pessoas bem instruídas que fazem da pichação uma atividade de divertimento e anarquia.