por Paulo Velhinho
“Governar o Rio Grande com sucesso virou quase uma impossibilidade, porque, passado o pleito eleitoral, ganhadores e perdedores seguem duelando persistentemente até a morte. O objetivo é o fracasso do vencedor. Mesmo com alternância de poder, o duelo persiste. Enquanto nossos políticos não entenderem que praticar a democracia é ter consciência de que nela é preciso aceitar e conviver com a derrota e que o interesse maior da coletividade deve estar acima das disputas partidárias, a sociedade gaúcha continuará sendo penalizada, pagando a conta do fracasso de alguém – no caso, o então vencedor.
Na prática, isto se traduz no baixo ritmo de crescimento da nossa economia e na migração ou emigração do gaúcho para outros Estados ou para o Exterior, enriquecendo-os com seu trabalho e competência. Ainda há pouco, dizia-me o diretor de uma empresa de Israel que se associou com um grupo local que seus patrícios estão simplesmente encantados com a qualidade e brilhantismo dos nossos engenheiros. Portanto, seria fundamental que os políticos, envolvidos permanentemente em CPIs destrutivas e muitas vezes inconsequentes, voltassem suas energias para unirem-se sem paixões e emoções numa frente pró-desenvolvimento do Rio Grande.
Até imagino uma magna ação cívica pró Rio Grande, às vésperas da nova campanha eleitoral, quando os líderes políticos deveriam firmar um pacto, com pompa e circunstância, assumindo o compromisso de, uma vez abertas as urnas, vencedores e derrotados passarem a trabalhar juntos, em uma união pétrea, para rever o processo de perda de consistência econômica do Rio Grande. Porque, enquanto prevalecer a “síndrome do Gre-Nal”, os perdedores seguirão apostando no fracasso dos vencedores, “enviando” a conta do seu radicalismo para a rica – mas pobre – sociedade gaúcha. O mundo vai precisar do Brasil, e nesse contexto o Rio Grande ocupará um espaço importante… desde que não desperdicemos a oportunidade socioeconômica em lutas fratricidas de maragatos e chimangos.”
Zero Hora
Categorias:Outros assuntos
Faça seu comentário aqui: