Técnicos estudam nova rota para garantir metrô

Com a verba federal ameaçada, Trensurb estuda restabelecer traçado antigo e buscar novas parcerias

Resignados com a falta de perspectivas para a construção do metrô de Porto Alegre antes da Copa de 2014, técnicos da Trensurb começam a reestudar o traçado, que havia sido modificado para passar mais próximo do Estádio Beira-Rio.

Em vez de percorrer a José de Alencar, o itinerário pode ser desviado para a Marcílio Dias, retomando o plano feito antes da eleição da Capital como cidade-sede dos jogos. A chamada linha da Copa foi criada a partir de reivindicações para que o metrô atendesse à demanda do Mundial, e aumentaria de 13 para 15 quilômetros o traçado previsto.

Agora, como a tendência é de que o projeto seja desvinculado dos preparativos para os jogos, os técnicos avaliam qual dos dois trajetos teria maior demanda de público a longo prazo. Em duas semanas, uma consultoria contratada pela Trensurb deve finalizar o estudo sobre a demanda que teria a via pela José de Alencar. Análises anteriores feitas no traçado pela Rua Marcílio Dias indicam um fluxo de 290 mil passageiros ao dia.

– Temos de ter certeza de que haverá demanda pela José de Alencar mesmo sem a Copa. Vamos calcular e comparar – afirma o engenheiro Rubenildo Ignacio, assessor técnico da Superintendência de Desenvolvimento e Expansão da Trensurb.

A mudança no enfoque se deve às manifestações ouvidas nas últimas semanas de representantes do governo federal. Após um encontro para discutir os preparativos da Copa, em 18 de setembro, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, afirmou que a execução seria “complicada” porque exigiria alto volume de recursos em um cronograma apertado.

Obra exige investimento de mais de R$ 2,5 bilhões

Para que fosse concluída antes de 2014, a obra precisaria ser iniciada no máximo em 2011– o que exigiria a abertura dos processos de licitação e de licenciamento ambiental no início de 2010. O custo é estimado em pelo menos R$ 2,5 bilhões, um valor semelhante a todo o orçamento da prefeitura da Capital do ano de 2009.

– Acreditamos que o governo federal pode rever a posição, mas o que nos disseram até agora é que o governo federal vê a obra com seríssimas restrições – analisa o vice-prefeito.

O diretor-presidente da Trensurb, Marco Arildo Cunha, vê o cenário com mais otimismo. Apesar do indicativo do governo federal de que o metrô não será incluído no chamado PAC da Copa, que prevê um investimento inicial de R$ 5 bilhões nas 12 cidades-sede, ele acredita que a obra possa ser financiada por meio de parcerias público-privadas (PPPs).

Nesse caso, o governo federal entraria com R$ 500 milhões e o restante seria investido por empresas, que depois explorariam o serviço em sistema de concessão. Segundo Cunha, investidores internacionais de países como China e Espanha já mostraram interesse no projeto.

– Se o governo der o aval, podemos lançar a licitação em março, para começar a cavar os buracos em janeiro de 2011 – acredita.

Consultada por Zero Hora, a assessoria do Ministério das Cidades afirma que os investimentos ainda estão sob análise.

metro-poa
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Pergunto: Por que, já que vão estudar um novo traçado para a Linha 2, não fazem a linha na área que mais precisa na cidade, que é a zona norte, sob a Farrapos / Assis Brasil ?
 
Por que insistir em construir um metrô, caríssimo como é, numa área que não precisa tanto ainda ?
 

Futuro da obra será decidido no dia 17

A próxima terça-feira será decisiva para o futuro do projeto do metrô de Porto Alegre.Após uma reunião entre a comissão interministerial que trata do assunto e representantes gaúchos, em Brasília, o governo federal decidirá se incluirá a obra entre suas prioridades de investimento para a Copa de 2014. Caso a resposta seja negativa, como sugerem manifestações feitas em setembro pelo ministro das Cidades, Márcio Fortes, as probabilidades de se construir o metrô até o Mundial se tornarão remotas.

O vice-prefeito de Porto Alegre e secretário Extraordinário para a Copa, José Fortunati, considera impossível manter o projeto sem o investimento da União.

– O dia 17 é o dia D. Não tem nenhuma alternativa sem a participação do governo federal. Se ele disser não, a obra não sai – diz.

Veja a proposta de trajeto do novo metrô

 

Os obstáculos
Confira cinco desafios que a obra enfrenta para avançar:
1) Alto custo: é o principal. Somente os estudos para realização do projeto consumiram R$ 2,5 milhões.
2) Exigência de integração: para que o projeto saia do papel, é preciso a integração das esferas municipal, estadual e federal. O plano é discutido há mais de cinco anos entre municípios, Estado e União, e os estudos exigiram a integração de todos os antigos projetos viários existentes.
3) Cronograma apertado: uma obra desse porte corre o risco de não ficar pronta até a Copa do Mundo de 2014 se houver atrasos em licitações e licenciamentos ambientais.
4) Canteiro de obras gigantesco: o projeto prevê a construção de 37 quilômetros pela cidade, ao longo de 30 anos.
5) Promessas eleitorais: a cada nova votação, os candidatos prometem, mas o projeto não poderia ser concluído em apenas uma administração
ZH

 



Categorias:COPA 2014, Metro Linha 2

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3 respostas

  1. Ah! Então quer dizer que vão fazer um estudo de demanda, para ver se é melhor passar pela Av. Jose de Alencar ou pela Rua Marcilio Dias? Agora?
    Ah! Então as estações Praça Itália, Beira Rio, Getulio Vargas, Rotula do Papa e Botafogo era tudo um grande chute? Será que vem daí o nome “ metrô da Copa” ?
    Ah! Aquele papo de daria 80 milhões de lucro anual, com tarifa de R$ 1,50, também era um grande chute?

    Se há tantas incertezas quanto às demandas de usuários, porque um PPP seria feita, já que PPPs, sugerem lucro? Porque alguém se aventuraria em traçados duvidosos?

    Motivos políticos e eleitoreiros geram este tipo de desfecho.
    Em quanto isto na Assis Brasil , as 18:00 hs, temos um “trem” de ônibus de cerca de dois quilômetros que começa na parada Obirici e se estende pela Av. Brasiliano de Morais, e paradas de ônibus, com muito mais gente que algumas estações do atual Trensurb, dignas de um transporte mais eficaz.

  2. Mobus para presidente da Trensurb!

    Falando serio, porque nao tenta marcar uma conversa com eles?

  3. É inacreditável a incompetência e falta de imaginação dessa gente. Não são os dois quilômetros a mais que prejudicaram o projeto, e sim a falta de demanda e a péssima adequação do projeto às necessidades portoalegrenses. Além disso, como é possível que eles imaginem que um projeto que atende MENOS a copa tem mais chances de passar com financiamento voltado para a copa?

    Se quiserem uma linha viável, ela tem que atender a demanda da cidade E a demanda da copa. A dita linha tem que cobrir o estádio beira-rio, o centro, e de alguma forma atender à zona norte. Entre o estádio e o mercado público são 4,4 quilômetros, obviamente implementáveis. Para a zona norte, vejo três opções:

    1) do centro até o Cairú, por baixo da farrapos: 4.3 km
    2) do centro até o Obirici, por baixo da cristóvão: 6.8 km
    3) compartilhando o trilho da linha 1 entre Mercado-São Pedro, e de lá até o triângulo: 6.8km

    Ou seja, no máximo 12 km, com utilidade muito maior. Com o benefício de se poder implementar só a parte da copa primeiro, e construir o resto aos poucos, como se faz em qualquer projeto sustentável.

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