Governadora Yeda Crusius anunciou nesta quinta (10) a instalação de uma fábrica de semicondutores no Estado. O investimento de US$ 200 milhões será realizado pela joint venture HT Micron, formada pela coreana Hana Micron e por um grupo brasileiro liderado pela Altus. Até 1,3 mil empregos diretos devem ser criados. Os acionistas Ricardo Felizzola e Chang Ho Choi assinaram em audiência no Palácio Piratini um protocolo de intenções e compromissos recíprocos. Para Yeda, “esse empreendimento vem na esteira da lei da inovação. Portanto, o governo do estado é parceiro nos incentivos… Ganhamos essa saudável disputa de outros estados exatamente pelo fator humano, pelo fator gente, pela preparação da nossa mão de obra e nossa qualificação técnica”.
Disputa entre quatro cidades
Os municípios de Alvorada, Viamão, Porto Alegre e São Leopoldo estão na corrida para a instalação da joint venture HT Micron anunciada nesta quinta-feira (10) pela governadora Yeda Crusius. O local deverá ser definido entre duas semanas e um mês. Com foco no mercado brasileiro, a fábrica fará o encapsulamento e teste dos componentes. O investimento de US$ 200 milhões será realizado pela coreana Hana Micron e por um grupo brasileiro, liderado pela Altus. Como na implantação da fábrica de chips da Ceitec, o novo investimento procura um terreno, suficientemente firme, livre de vibrações, para acolher a implantação do que se chama tecnicamente de sala limpa. “Esse é um empreendimento semente de toda uma indústria que vem por aí. A partir desse projeto, que é grande e não será o único, virão outros”, destacou um dos acionistas, Ricardo Felizzola.
Associação é meio a meio
A fábrica de semicondutores, anunciada nesta quinta (10), terá seu capital dividido, metade para os investidores coreanos e metade para os brasileiros. Mas o presidente da nova empresa será um dos sócios brasileiros, o gaúcho Ricardo Felizzola, da Altus de São Leopoldo. O Rio Grande do Sul precisa apressar o passo para conseguir reverter uma situação que não lhe é favorável. O Estado, que tradicionalmente tinha uma fatia de 8% na economia nacional, hoje tem pouco mais de 6%. E, principalmente por causa das frustrações de safras, nos últimos sete anos cresceu apenas 2,5% contra 4% da economia nacional.
Ceitec e HT complementares
A Ceitec e a HT Micron não serão concorreentes mas complementares, explica Vanessa Nunes em seu blog. A Ceitec faz em Porto Alegre, por enquanto, só o design de semicondutores. Futuramente, quando a sala limpa estiver pronta (a nova previsão é de que seja inaugurada no primeiro trimestre de 2010, pois ainda falta a instalação de algumas máquinas), o circuito integrado desenhado em Porto Alegre será impresso aqui mesmo na cidade sobre um wafer de silício. A HT Micron irá fazer o encapsulamento de semicondutores. Ou seja, colocando conectores em um invólucro, prontos para serem usados. Em linhas gerais, a HT Micron começa o processo onde a Ceitec termina. No início, vão encapsular chips de memória RAM. No futuro, as duas empresas poderão até formar parcerias.
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A informação que tive ontem era de que a fábrica ficaria em Porto Alegre mesmo. Então o que vale é a notícia de hoje, quatro cidades estão disputando a fábrica. Que vença Porto Alegre, pois já temos o CEITEC S.A. Dessa forma formaríamos um cluster de alta tecnologia na cidade, atraindo mais indústrias de ponta. Este é o futuro de Porto Alegre, que tem muito potencial ainda para este tipo de indústria, que emprega e não polui (significativamente).
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Mais informações, agora do Jornal Zero Hora
O município onde ficará a fábrica deve ser anunciado entre duas semanas e um mês.
Na disputa estão Porto Alegre, São Leopoldo, Viamão e Alvorada. Entre as condições a serem verificadas na escolha do município estão infraestrutura, terreno, logística, deslocamento humano e interação com centros de pesquisas.
Representantes dessas cidades já começaram a elencar as vantagens competitivas para receber o projeto. O secretário municipal de Produção, Indústria e Comércio de Porto Alegre, Idenir Cechin, entende que o trunfo da Capital é a qualidade da mão de obra e a estrutura das universidades. E também há espaço para discutir diminuição da alíquota de ISSQN.
O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), diz que, além do ISSQN reduzido a 2%, é possível assumir a terraplenagem do terreno, além de construir a rede elétrica e de água do prédio onde a fábrica fosse se instalar.
Conforme o secretário municipal de Indústria e Comércio de Alvorada, Dilson Rui Pila da Silva, a empresa poderia receber 10 anos de isenção de tributos.
E segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Viamão, Rogério Cardoso, a logística pode ser o diferencial da cidade.
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Acho que a Prefeitura deveria criar um programa de incentivo para empresas da área tecnológica numa região da cidade. Por exemplo, na Zona Norte (Humaitá, Navegantes…). Aquela área é muito bem localizada para essas empresas: perto da Freeway, Rodovia do Parque, Ponte do Guaíba; perto do centro e da Terceira Perimetral; na rota da linha 1 do Trensurb e da futura linha 2 (que a ligariam às principais universidades); próxima ao aeroporto; ao lado do porto… Além disso, ficaria muito melhor termos na entrada da cidade um grande pólo tecnológico com empresas multinacionais do que as favelas e os casebres de hoje. Também seria legal se a prefeitura incentivasse a recuperação de alguns prédios da área, daquelas indústrias que haviam ali. E, claro, sem esquecer de unidades habitacionais para os trabalhadores das fábricas. Daria muita vida para aquela região tão degrada e com tanto potencial. Seríamos uma TECNÓPOLE!!!
Por mais que Porto Alegre já tenha a CEITEC S.A. torço para que a nova fábrica vá para Alvorada. Seria a GM alvoradense. Uma cidade que carece de grandes investimentos e vê seus índices de violência aumentarem drasticamente.
Um investimento desse porte poderia mudar a história dessa cidade, como a GM fez com Gravataí. É importante também lembrar que não carece à Porto Alegre que tenha ao seu lado cidades pequenas, pouco desenvolvidas e violentas. A Região Metropolitana tem que crescer junto para dar o melhor suporte possível para a capital.
Outro fator favorável é que com mais empregos em Alvorada, o trânsito em Porto Alegre pode melhorar. Logicamente que isso não vai acontecer da noite para o dia, mas serão menos ônibus e carros vindo de lá para POA.
O fator social seria imenso também. Creio que neste momento Alvorada precisa mais de um investimento desse porte do que qualquer outra cidade da RM.