Qualificação da Cinemateca, por Mônica Leal*

O fechamento temporário da Sala Norberto Lubisco da Cinemateca Paulo Amorim tem gerado grande repercussão. Antes de tudo, é preciso esclarecer que esta suspensão é momentânea e absolutamente necessária para a requalificação daquele espaço. A sala não possui as mesmas condições técnicas e de segurança da Paulo Amorim e da Eduardo Hirtz, concebidas originalmente com a Casa de Cultura Mario Quintana e que tiveram esse planejamento. Trata-se da adaptação de uma loja do térreo, que, por estar desocupada, pôde abrigar uma nova sala de exibição.

Esta adaptação não contemplou rotas de fuga em caso de eventual catástrofe, especialmente incêndio, contando com apenas uma saída para a Rua dos Andradas. Conforme o Corpo de Bombeiros, a segurança dos visitantes é posta em risco em caso de incêndio, pois o espaço não tem saída de emergência. É preciso, portanto, uma intervenção no local, que será feita sob a tutela de técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), porque se trata de uma restauração e não de uma reforma, já que é um prédio histórico e necessita acompanhamento específico. A equipe de arquitetos do Iphae especializada em patrimônio cultural está trabalhando no projeto de forma a adequar a sala às normas de segurança sem ferir as características históricas, bem como atender à lei de acessibilidade universal possibilitando o acesso para cadeirantes.

Quero também reiterar que sei do valor cultural da Cinemateca Paulo Amorim. Prova disso é que a Secretaria de Estado da Cultura assumiu todas as despesas da Cinemateca, passíveis de serem pagas por empenho, para não fechá-la, enquanto se buscava patrocínio para a revitalização das salas, pagamento das dívidas e reestruturação dos espaços. Em agosto de 2007, esta gestão conseguiu apoio financeiro do Banrisul. Nos dois primeiros meses de patrocínio, a Cinemateca absorveu R$ 41 mil para cobrir dívidas que já vinham desde agosto de 2006.

A Cinemateca possui funcionários celetistas, ou seja, contratados diretamente pela associação de amigos. Só de dívida de INSS, havia um passivo de R$ 60 mil. Conseguiu-se renegociar e amortizar grande parte dela. Colocaram-se em dia as contas com as distribuidoras. Agora, para resolver o problema de funcionários, vamos estudar uma programação da sala que possibilite montar uma escala de trabalho com a atual equipe da Cinemateca.

A importância da Sala Norberto Lubisco, do cinema alternativo e do trabalho realizado pelo fotógrafo que dá nome ao espaço justifica o investimento na segurança da vida das pessoas que costumam frequentar aquela sala de cinema. Quero dar minha palavra de que esta gestão continua trabalhando incansavelmente para viabilizar e disponibilizar o espaço o mais rápido possível e de forma segura, como deve ser.

*Mônica Leal é Secretária de Estado da Cultura

ZH



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