Moradores protestam contra venda do terreno da Fase na Capital
Cerca de quatro mil famílias moram em vilas perto da instituição estadual
Pelo menos 300 pessoas realizam um protesto na manhã desta quinta-feira em Porto Alegre. São famílias que não aceitam a venda do terreno da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE), ex-FEBEM, na avenida Padre Cacique. A caminhada começou em frente ao Mercado Público e se estende até o auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa. No local, por volta das 9h30min,acontece uma audiência pública para discutir o projeto de lei da governadora Yeda Crusius que pede autorização para vender o local. A FASE atende menores infratores.
Os manifestantes são moradores da Vila Gaúcha, Vila Figueira, Vila Santa Rita, Vila Ecológica e União Santa Tereza, comunidades que habitam o local e, portanto, serão retiradas caso o terreno seja vendido. Cerca de 4mil famílias moram nas vilas. A área tem 74 hectares, fica em uma zona nobre da Capital e bem próxima ao estádio Beira-Rio.
Agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e do 9º Batalhão da Polícia Militar fazem a segurança das pessoas e bloqueiam o trânsito. O protesto causa transtornos no centro da Capital, principalmente na avenida Salgado Filho.
Projeto visa especulação imobiliária
Os moradores denunciam que o real motivo do governo querer vender o terreno é por especulação imobiliária. A área é grande e fica em uma zona nobre e que receberá pesados investimentos para a Copa do Mundo de 2014, portanto bastante visada por empreiteiras e construtoras. Além disso, o PL da governadora não é claro sobre como será feita a descentralização da Fase e nem sobre o paradeiro dos jovens que são abrigados pela fundação.
A mudança deles para um local muito mais longe impossibilitaria o contato com os parentes, afetando o processo sócio-educativo. O projeto do governo nem sequer aborda a situação dos moradores e o que será feito caso o terreno seja vendido. Quatro mil famílias moram no local, muitas desde a década de 30. Os moradores reivindicam que o governo continue com o projeto de revitalização da Fase, que está parado por falta de investimento da governadora. Também exigem um plano de habitação para local.
Categorias:COPA 2014, Outros assuntos
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