Polêmica no trânsito: projeto amplia velocidade máxima em vias da Capital.
Proposta amplia para 70 km/h em avenidas como Assis Brasil, mas encontra resistência de especialistas
Um polêmico projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal de Porto Alegre propõe que a velocidade máxima para o trânsito de veículos em grandes avenidas como Assis Brasil e Protásio Alves passe dos atuais 60 km/h para 70 km/h. A medida tem como objetivo reduzir os engarrafamentos na cidade, mas recebe críticas de especialistas.
Conforme o autor da proposta, vereador Alceu Brasinha (PTB), a mudança no limite atual faria com que os motoristas não passassem tão lentamente pelas lombadas e pardais, facilitando a fluidez no trânsito:
– Se o limite da lombada é 40 km/h, as pessoas passam a 20 km/h, trancando tudo.
Brasinha justifica que, além do aumento substancial no número de veículos em circulação, os motoristas deparam hoje com limites de velocidade que ele considera ultrapassados. Conforme o vereador, com o decorrer dos anos, foram construídas novas vias rápidas, como as perimetrais, além de novos viadutos e corredores de ônibus, permitindo a alteração nas regras.
Código de Trânsito é obstáculo à mudança
O principal obstáculo para a implantação do projeto do vereador está no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que fixa a velocidade máxima permitida para cada tipo de via. Por isso, o município só tem autoridade para alterar esse parâmetro se alterar a categoria da via, por meio do poder Executivo.
O professor do Laboratório de Sistemas de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul João Fortini Albano acredita que o projeto só faz sentido em vias expressas com fluxo livre, e Porto Alegre só tem uma, a Avenida Castelo Branco, onde o CTB permite a velocidade de 80 km/h (em ruas menores, pode variar de 30 km/h até 60 km/h).
– É um assunto muito complexo. Para ter certeza, só fazendo um estudo de engenharia muito criterioso. Caso contrário, aumentaria a potencialidade de atropelamentos, choques laterais e traseiros, saídas de pista e colisões em árvores e muros – diz.
Albano lembra que, para desafogar o trânsito, ainda é mais adequado continuar apostando em dicas simples, como praticar carona solidária, replanejar trajetos e utilizar o transporte público. Na opinião de João Hermes Junqueira, professor da área de Trânsito e Transportes da Unisinos, a solução não está no aumento da velocidade máxima.
– Temos que pensar em regular o uso do solo, criar mais viadutos, e assim por diante. Isso sim aliviaria os congestionamentos, pois quando a via está densa, a velocidade cai de qualquer jeito. Observe que muitos motoristas já andam acima da velocidade permitida, e os congestionamentos não mudam por causa disso – afirma Junqueira.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação informou que respeita o projeto do vereador, mas não quer se manifestar sobre o assunto.
Zero Hora
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Várias capitais brasileiras já tem há muito tempo vias de velocidade de 70, 80 e até 90 km/h dentro da cidade. Enquanto isso, nossa via que queria ser expressa, a Terceira Perimetral, já nasceu intoxicada com uma oversose de sinaleiras. A Assis Brasil, após a reforma esquizofrênica que sofreu em 1998, ganhou as sinaleiras mais desconexas já vistas na cidade: abre uma para fechar a outra em frente – e ela tem umas duas sinaleiras por quarteirão.
Claro que muito mais importante para uma cidade é investir um num BOM sistema de transporte público. Mas mesmo assim, temos avenidas e engenharia de trânsito ATRASADAS e ruins de doer. Bom, nem vou falar da estética delas…
RicardoH
Categorias:Outros assuntos
Que saudade dos bondes que circulavam em Porto Alegre. Transporte barato, elétrico e sem pneus, portanto sem este tipo de desgaste oneroso. Acidentes, praticamente não ocorriam causados pelos bondes. Porto Alegre teve administradores inteligentes na época e preocupados com a cidade, tanto é que o município teve uma das maiores malhas de bondes do mundo, por incrível que pareça.
Mas, um dia apareceu alguém com uma idéia luminosa e acabou com o transporte sobre trilhos. Se estivessem ativos, até hoje estariam circulando pela cidade, naturalmente com linhas ampliadas.
No meu tempo de guri nem ônibus existia, eu ia todos os dias para a escola de bonde e também nos meus passeios em outros horários, eram os bondes o meu transporte. E durante quase vinte anos que andei de bonde nunca tive notícia de algum acidente provocado por eles.
Está na hora de transformar os corredores de ônibus em linhas de veículos sobre trilhos e retirar esses trambolhos das vias urbanas e deixar os ônibus somente para extensões onde terminam as linhas de trilhos. Temos à nossa disposição várias opções assim como o transporte leve sobre trilhos, mono=trilho e vários outros.
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Cheguei meio atrasado por aqui, até porque estava procurando algum documento/mapa que mostre todos os limites de velocidade nas ruas de Porto Alegre (parece que é informação sigilosa).
Aumentar o limite de velocidade nas principais vias de Porto Alegre não resolve nada, aliás, cria um outro problema: acidentes. Porto Alegre é uma soma de três elementos catastróficos: péssimos motoristas, pedestres mal-educados e engenheiros de trânsito estúpidos. Como fazem a 3ª perimetral e recheiam-na com zilhões de semáforos (e o pior, sem critério aparente de sincronismo)? Como se já não bastasse o nosso digníssimo pianista José Fogaça e sua moda de “estender o braço”… Provavelmente nosso intrépido administrador jamais ouviu falar em inércia, senão saberia que é mais fácil brecar um pedestre de 80kg correndo a 6km/h do que um automóvel de 1000kg nos mesmos 6km/h.
O que a nossa cidade precisa é de gente séria, para lidar com as necessidades do povo, seja ele motorizado ou não. Precisamos de calçadas mais planas, ruas bem sinalizadas, iluminação pública, passarelas, túneis e viadutos, pois controladores de velocidade e fiscais de trânsito existem de sobra. Por ora, semáforos com aviso sonoro para deficientes visuais e rampas de acesso para cadeirantes nas principais avenidas e ruas já ajudaria (muito).
Aliás, o dinheiro arrecadado com as multas de trânsito deveria ser destinado a estas melhorias, e não para a folha de pagamento da EPTC.
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Olavo, entendi o seu ponto de vista, e concordo com você.
Obrigado pela visita ao Blog , e continue nos visitando e comentando !
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RicardoH,
Em primeiro lugar, eu não conheço ideias que não sejam ideológicas, toda ideia se encaixa em alguma ideologia qualquer!
Em segundo, eu não disse que melhorar o trânsito é ruim, só dei a entender que se ele é planejado tendo o carro como principal meio de transporte, o que é feito no Brasil inteiro, é impossível melhorá-lo para todos.
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Olavo, a idéia de que melhorar o transito é coisa pra burgues de carro é obsoleta (e ideológica) e errada, porque com transito ruim, todos ficam trancados, inclusive quem está dentro do onibus.
Ademais, porque não ter um transito e sinaleiras efeicientes, se for possivel ? A avenida Farrapos é um raro (e eficiente) exemplo de sinaleiras que funcionam em ONDA, ao contrário das sinaleiras loucamente descincronizadas da Assis Brasil.
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Transporte publico e ciclovias.. poderia ser uma opção mas nao enquanto o carro estiver no topo da lista do consumo do brasileiro. Pensamos em viadutos, alargamentos.. otimo mas para 5 anos de construção de um viaduto temos quantos novos carros em circulação? Acho que é um numero tao absurdo que quando uma nova via fica pronta ela significa basicamente nada… Cultura nosso problema tambem é cultura.
O caminho ainda é muito longo, mas hoje por mais absurdo que pareca, eu ja acho que todo brasileiro deva ter no minimo 3 carros uma para a manha, outro para a tarde e outro para a noite…
explicação: maxima do ser humano, so ve que esta na latrina quando o estrume esta batendo no nariz (atualmente – aparentemente estamso gostando do gosto… :P)
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Caro RicardoH,
As sinaleiras existem porque as pessoas precisam de alguma forma atravessar as ruas, apesar de todo o engarrafamento nas ruas e avenidas o motorista de carro particular ainda é minoria, o trânsito não deveria ser planejado praticamente em função dele, e ainda muito mal planejado. E quer saber de um segredo, não existe um bom planejamento de trânsito quando se pensa praticamente apenas no automóvel!!
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