Matéria que vale a pena ler novo, agora em que se pensa em Copa 2014
Depois de mostrar os morros de Belo Horizonte, semelhantes aos de Porto Alegre, mas que as pessoas podem desfrutá-los, com seus restaurantes panorâmicos, torres panorâmicas e o mais básico de tudo (e que Porto Alegre não tem): simples mirantes, acesso, segurança e preservação ambiental da mata.
É interessante, também, ver como a capital do norte era há 20 anos atrás, e como a cidade soube evoluir, e sem devastar o verde. A área mostrada se encaixaria com perfeição, em Porto Alegre, na Avenida Diário de Notícias. Ou em outros trechos da orla, como na Harmonia , parte do Marinha… ou até mesmo mais ao sul da Diário.
Temos 72 km de orla. Um pedaço dela poderia ser urbanizado, isso não iria destruir Porto Alegre, nem o Guaiba.
Manaus, praia da Ponta Negra

Ponta Negra, Manaus
Orla de livre acesso:

Manaus
- Mesmo à noite, VIDA na orla
- VIDA na orla
Agora, vejam a mesma orla de Manaus em 1986:

Manaus em 1986, na Ponta Negra
E agora, ponto turístico em Porto Alegre, em 2009:

O bar na orla da cidade de Porto Alegre
PONTO TURÍSTICO PORTOALEGRENSE

Gasômetro: ponto turístico portoalegrense
- Importante: a orla da Ponta Negra é de livre acesso.
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Por ser filho de ex-militar eu morei em Manaus por uns tempos e como ainda tenho parentes lá ainda costumo ir a cada 2 ou 3 anos. A minha ida mais recente foi em fevereiro de 2009, e a Ponta Negra me parece um ótimo modelo de desenvolvimento para a orla portoalegrense. Não adianta querer preservar matagais que só servem de esconderijo para bandidos como sendo “vegetação nativa”, ratos como “fauna” e nóias de crack como se fossem cidadãos. Quem gosta de pobreza deveria se trancar numa maloca de vila, e quem esconde o gosto pela pobreza como “ambientalismo” deveria ir para o meio do mato viver como os indígenas a 500 anos atrás então.
Lenílton,
Tive a impressão que utilizasse a palavra “índios” como algo ofensivo, talvez se referindo a “atrasado” ou “primitivo”.
Se foi isso mesmo, isso é um preconceito tremendo da tua parte. Os índios possuem uma cultura magnífica que é baseada acima de tudo na conservação ambiental, até hoje aprendemos muita coisa com eles.
Atrasados para mim foram os europeus que chegaram na América do Sul chacinando e escravizando povos pacíficos, sem tentar estabelecer contato pacífico.
Estou no meu último ano aqui em Boa Vista e vou muito a Manaus. A Ponta Negra é muito bonita, preservada e bem urbanizada, muito diferente de nossa capital. Depois eles é que são os índios…
A verdade é que, se depender somente do poder público, os muitos quilômetros de orla de Porto Alegre nunca se desenvolverão. Vide aí as praças da cidade hoje.
A questão do múltiplo uso é apontada como a correta utilização dos espaços, em estudos desde 1960! Não se trata de achismo, leiam um clássico sobre o assunto, Morte e Vida de Grandes Cidades, de Jane Jacobs. Quilômetros de orla com o mesmo uso, isso não funcionaria na maioria dos lugares do mundo! Somente uso diversificado agregado pode salvar um lugar da estagnação. Para evitar depredação, esvaziamento dos locais, tem de existir atividades cobrindo as 24 horas do dia. E isso não se dá por ações somente do poder público, mas em parceria com iniciativa privada. MAS, isso não garante desenvolvimento para a cidade, já que o incentivo e mais importante, a CONTRAPARTIDA tem de ser exigida sempre. A adm. pública já não dá conta do que é de sua obrigação, e, a não ser que mude a mentalidade do povo todo em alguns anos, será impossível povoar quilomêtros de terra só com investimento público. Acho um bom exemplo o parque Marinha. Um ótimo projeto dos arquitetos Mizoguchi e Malinsky, mas que na situação que se encontra hoje, mal administrado, não funciona como deveria (ou alguém vai passear lá a noite?). Um espaço estéril pode ser de concreto ou verde.
Qual o problema de dar a turistas bem afortunados um visão privilegiada da paisagem, se isso trouxer riqueza, empregos e impostos para a cidade?
A paisagem não se desgará por ser vista por pessoas de fora. Além disso, só com mais impostos poderemos tratar melhor o esgoto e despoluir o Guaíba, por exemplo. Só com mais impostos a municipalidade poderá construir mais casas populares e melhorar o transporte público.
Portanto, quem é contra investimentos que criam mais renda e proporcionam mais recursos para qualificar os serviços públicos pode ser considerado culpado pela manutenção da miséria, pela degradação da natureza, pela falta de perspetiva.
Estou com o Marcelo, é esse tipo de visão que não é limitada, principalmente, até 2014.