Inter negocia aval para obras no Beira-Rio com o BANRISUL

Encontro vai tratar de linha de financiamento para finalizar as reformas do Beira-Rio Foto: Claudio fachel - JC

A direção do Internacional se reúne na tarde de hoje com o presidente do Banrisul, Mateus Bandeira, para tratar de linha de financiamento para a reforma do Beira-Rio. O clube dará continuidade à negociação para que a instituição, principal patrocinador colorado dentro de campo, dê aval e acesse crédito mais barato do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). A medida é decisiva para responder à exigência do Comitê Local Organizador (LOC), principal interloctor da Federação Internacional de Futebol (Fifa) para obras da Copa do Mundo de 2014, para que o Inter obtenha aval financeiro para seu empreendimento.

O presidente colorado, Vitorio Piffero, que deve ser um dos participantes da reunião, admitiu ter sido surpreendido, em agosto passado, pela cobrança do LOC da existência de uma instituição garantidora da operação, para prevenir eventuais dificuldades de caixa. Para Piffero, o modelo de autofinanciamento, com uso de recursos de venda do imóvel do antigo estádio do Eucaliptos (R$ 28 milhões) e de suítes e cadeiras vips previstas com a reforma, supre qualquer insegurança. Sem escolha, o clube busca atender ao organismo. A reforma é orçada em R$ 155 milhões.

Piffero, informou, em entrevista ao Jornal do Comércio, que deve utilizar as receitas do Inter como garantias reais para a contratação de recursos avaliados em até R$ 70 milhões. O estádio não pode ser usado, pois até hoje não tem habite-se, documento que permite obtenção de certidão do imóvel. O documento será emitido pelo município após as reformas, cuja previsão de término é dezembro de 2012.

O encontro com o banco estadual foi acertado logo após a passagem do ministro dos Esportes, Orlando Silva, pela Capital na sexta-feira passada. Enquanto vistoriava as obras no estádio, Silva apelou para que o Banrisul aprove a contratação de recursos no Bndes, uma linha especial para o Mundial, com atualização pela TJLP, e juros de 6,9% ao ano, além de prazo de 13 anos para pagamento e três de carência. Piffero reforça que a eventual contratação não significa uso do dinheiro. Dependerá de necessidade de suprimento caso haja maior demanda por custeio.

O presidente citou que o Internacional tem receita bruta anual para 2010 de R$ 200 milhões. “Em 10 anos, serão R$ 2 bilhões. Com este caixa, temos condições de suportar empréstimo de R$ 70 milhões”, contrastou, afastando dúvidas sobre futura capacidade de pagamento e temor de endividamento do clube, já cogitada por torcedores.

Até sexta, deve ocorrer no Rio novo encontro com o LOC para discutir o projeto técnico. A exigência de rebaixamento do gramado está praticamente sepultada. O clube já provou que a medida é impossível devido à proximidade do lençol freático. O secretário extraordinário para a Copa na Capital, Ricardo Gothe, que acompanhará a reunião entre o clube e o comitê, opina que as posições já se direcionam para alternativas de mudança da inclinação da arquibancada inferior, atendendo visibidade de placas de publicidade do Mundial. O gramado também terá de passar por nivelamento. Gothe voltou a dizer que o estádio-sede do Mundial em Porto Alegre é o Beira-Rio. “Só não será se o Internacional não quiser”, arrematou o secretário.

Jornal do Comércio

 

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Categorias:COPA 2014, Grêmio e Inter

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7 respostas

  1. Quanta demagogia, esse assunto ja esta morto e sepultado,
    a Copa será no Beira Rio. Consultem um ortopedista, pois esta
    dor de cotovelo vai acabar lhes matando e o caixão será a Arena.
    Abraço.

  2. “Não basta simplesmente mudar a sede de lugar. Os investimentos do PAC para a Copa já foram destinados às obras de entorno do Beira-Rio.”

    Sim. Como eu disse, os investimentos já foram liberados. Só esqueceram do principal – o estádio.
    Podem fazer cem avenidas, viadutos e melhorias no entorno do Beira-rio…mas se o Inter não conseguir garantias, não sai jogo no Beira-rio. É estranho mas é verdadeiro. Esqueceram de combinar com o Inter…que é justamente a peça chave do evento.
    Eu acho que vai ser uma tremendo mico…liberarem os recursos planejados para projetos em um ponto da cidade…e o lance sair em outro lugar completamente diferente. Seria cÕmico…se não fosse trágico.
    Mas eu também acho que no frigir dos ovos, vai surgir uma solução política pra viabilizar o Beira-rio pra Copa. Só espero que não arda no meu bolso esse solução.

  3. O problema é mais embaixo.
    Não basta simplesmente mudar a sede de lugar. Os investimentos do PAC para a Copa já foram destinados às obras de entorno do Beira-Rio. A duplicação da Avenida Beira-Rio já faz parte dessa verba. Além de outras.
    O governo vai dar uma verba extra pra fazer o mesmo nas redondezas da Arena? Sonha.
    Toda essa novela de Arena ser plano B e sei lá mais o quê não passa de jogar verde pra Fifa conseguir que as coisas saiam como eles querem.
    Não basta a Arena ser um estádio novo e com potencial pra sediar a Copa. A Fifa está mais interessado no entorno (avenidas, ruas, transporte, hotéis) do que no estádio propriamente dito.
    Vide na África do Sul. Há vários exemplos nas cidades sulafricanas.

  4. Fiquei surpreso em saber que até hoje o beira-rio não tem habite-se. Mas se o BANRISUL aceitar ser avalista deveria penhorar o beira-rio (bem como as outras instalações coloradas no entorno) para evitar um calote.

  5. Gerson. Acho que não vai ser esquecido, pois os recursos federais já foram liberados. A Edvaldo já iniciou e agora nem tem como parar.
    Mas há uma outra curiosidade no quesito entorno do Beira-Rio. O Inter não apresentou com pompa e circunstância o seu projeto de marinas, hotel, novas instalações, etc? Se nem grana pra reformar o estádio ele possui, como então trazer muito mais grana ainda pra fazer todo o restante do projeto?

  6. ^^Tambem concordo com vc…mas so espero que o “entorno”(orla) do Beira-Rio nao seja esquecido, caso o Inter nao venha a sediar a Copa.

  7. Bem…querer não é poder. Se o Inter conseguir um avalista, aí sai a obra. Só espero que um banco estatal como o Banrisul não entre numa fria perante uma eventual inadimplência…pois quem vai pagar a conta somos nós contribuintes.
    A minha opinião é a seguinte; tomando-se o ponto de vista do Inter, eu acho que é bem mais conveninente transferir a sede para a Arena do Grêmio…usando a lógia a seguir; Vejam bem. O Grêmio já está construindo seu estádio, já assumiu os riscos todos. Não vejo motivos para que o Inter assuma grandes riscos apenas pra sediar dois ou três jogos do mundial. Será que vale a pena o Inter assumir todo esse pepino? Pra mim tá caindo de maduro que o mais prudente é fazer a Copa na Arena. Assim ninguém assume mais riscos do que os que já existem. Bom senso.

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