Projetos de estudantes internacionais querem repaginar o Morro Santa Tereza

Reunidos em congresso que começou no domingo em Porto Alegre, estudantes de arquitetura e urbanismo propõem projetos inovadores para o morro da Capital

Imagine poder caminhar entre as copas das árvores do Morro Santa Tereza, um dos cartões-postais da capital dos gaúchos, usando um passeio público suspenso, construído na forma de uma teia gigante, com vista privilegiada para o Guaíba.

Pode parecer surreal, mas a ideia integra um dos projetos finalistas do concurso internacional de estudantes promovido por um dos mais importantes eventos de arquitetura e urbanismo do mundo, que começa neste domingo em Porto Alegre

Com prêmios de até 3 mil euros para os três primeiros colocados, a disputa é uma tradição no Congresso Mundial da Federação Internacional de Habitação e Planejamento (IFHP, em inglês). Em sua 54ª edição, o encontro reúne mais de mil pessoas e tem como base, pela primeira vez, uma cidade da América do Sul.

Para os gaúchos, ser sede do evento e receber o concurso são oportunidades de repensar suas cidades e discutir possibilidades de intervenção urbana.

Escolhida em função do tema do evento, que trata da participação das comunidades na gestão dos assuntos urbanos, Porto Alegre serviu de inspiração para os 22 projetos inscritos na competição. Mais precisamente, o Morro Santa Tereza, incluindo vilas, áreas verdes e os 73 hectares ocupados pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), cuja venda chegou a ser cogitada pelo governo do Estado mas não se concretizou.

— Queríamos estimular os estudantes a sugerir ideias inovadoras e originais, respeitando as circunstâncias do lugar, mas com liberdade para criar — explica o coordenador do congresso, Paulo Horn Regal, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), que recebe o evento.

Para isso, via internet, os interessados tiveram acesso a informações detalhadas do local. Mesmo aqueles que nunca estiveram no Estado puderam participar. O resultado surpreendeu a comissão julgadora internacional, composta por cinco profissionais. Depois de avaliar cada uma das propostas, os jurados elegeram três deles como finalistas – de alunos do Irã, do México e da Austrália.

— Foi difícil escolher, porque havia trabalhos muito bons, com conceitos ousados. Percebemos uma preocupação grande em relação aos problemas sociais e ao ambiente – conta a arquiteta Ana Rosa Cé, professora da PUCRS e integrante da comissão.

Projeto iraniano cria passarela

Proposta Iraniana

Nos três projetos selecionados, ambas as questões ganharam destaque. No croqui iraniano, chamaram atenção as passarelas erguidas sobre a mata, valorizando as belezas naturais da região. No estudo australiano, a inovação ficou por conta de uma rua destinada a pedestres cujo formato lembra uma espinha dorsal. Ao longo dela, foram projetados prédios destinados a atividades culturais, recreativas e educacionais.

— Se for bem utilizado, o Morro Santa Tereza tem um imenso potencial. As principais vantagens desse local são a vista do Guaíba e do centro histórico — resume a estudante australiana Isabella Czerniakowski, 24 anos, uma das selecionadas.

A opinião é compartilhada pela mexicana Fernanda Ahumada de Toledo, 22 anos. A esquipe dela priorizou a melhoria da qualidade de vida dos moradores, prevendo a construção de novas moradias, além de praças, biblioteca, restaurante e museu na região.

— Entendemos que a chave para transformar a área é analisar o que realmente necessita a comunidade e não simplesmente criar uma arquitetura imponente — diz Fernanda.

Para manter o suspense, o resultado final será anunciado somente às 15h de segunda-feira, com a presença dos finalistas. A partir de domingo, todos os 22 projetos submetidos ao concurso estarão em exposição na PUCRS para quem os quiser ver.

AS PROPOSTAS:

  • AUSTRALIANA

  • IRANIANA

  • MEXICANA

Zero Hora

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Categorias:Arquitetura | Urbanismo, Eventos, Morro Santa Teresa

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4 respostas

  1. infelizmente não acredito que algum desses projetos serão realizados.
    as associações de moradores, movimentos sociais e PT vão ser contra.
    em ultima anqalise, vao começar a bradar ameaças ecológicas ou dizer que o morro é de todos, q não se deve arrancar de la as comunidades.
    e vão dizer q a ganancia burguesa vai querer prejudicar as pessoas.
    E TODOS OS PORTOALEGRENSES IRÃO ATRÁS e vão assinar os abaixo-assinados que vão rolar pela redenção, pelo brique, pelo gasometro.

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  2. O ideal seria um modelo que integrasse essas três propostas para o Morro Santa Tereza, mas dificilmente qualquer um deles poderia ser colocado em prática, pois o Poder Público não teria recursos para isso e a iniciativa privada… bem, a iniciativa privada iria querer ganhar dinheiro para executar essas alterações e ganhar dinheiro, aqui em Porto Alegre, é considerado algo sujo, medonho e fora de moda por boa parte da população.

    Além disso o morro ficaria muito bonito e aproveitável e essa mesma gente porto-alegrense, barulhenta e ignorante, prefere a mediocridade, o trivial e o “popular”.

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  3. brilhante, nem sabia desse evento,dificil imaginar o tamanho do abraço que farao no morro caso uma proposta dessas seja viabilizada

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  4. Qualquer revitalizacao eh bem vinda, mas conhcendo poa nao sai nada.

    Todos sabemos que o morro deve ser preservado para que possa ser invadido

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