Sou usuário do transporte público municipal. É um absurdo o que as empresas fazem com as pessoas!
Os atrasos são constantes, e o tempo de espera, principalmente nos finais de semana e feriados, nos fazem perder um tempo precioso em paradas imundas, sem segurança, sem bancos ou proteção contra a chuva, o frio e o sol escaldante.
O ser humano fede! Na hora do rush os veículos ficam superlotados. Em dias quentes, na volta do trabalho, o mau cheiro é uma constante. Quando saio do ônibus não sei mais se o suor é meu ou das outras pessoas. A maioria dos veículos não tem ar-condicionado. É um horror!
Em dias de passe livre não dá pra sair de casa. Como o transporte é gratuito, as empresas colocam poucos carros na rua. Se quiser andar de graça vai ter que sofrer! Sem contar a questão da marginalidade, mas aí é outra estória.
Por essas e outras que não tenho como ser contra o projeto dos portais. Qualquer coisa que traga mais qualidade ao serviço já tá valendo! No entanto, vamos às críticas:
Não gostei do modelo das paradas!
1)Falta rampa para pessoas em cadeira de rodas;
2)Poderia ser totalmente fechada e com ar-condicionado;
3)Poderiam tirar o cobrador do ônibus e colocá-lo nas paradas, o que aumentaria a segurança e evitaria degradação;
4)As paradas poderiam ser monitoradas por câmeras;
5)Outros serviços poderiam ser agregados tais como: orelhão, internet, chaveiro, banca de revista;
6)Monitores com o tempo de espera dos ônibus;
7)Banheiros;
8)Mini-bicicletário.
Estes serviços aumentariam a segurança e gerariam receita para manter a estrutura;
Era isso.
Autor: Ronaldo S.M. – leitor do Blog
Categorias:portais da cidade
Entendo a preocupação com a depredação das estações. Foi por isso que sugeri realocar a figura do cobrador do ônibus para a própria parada. Entendo que esta mudança não impediria a violência, mas coibiria o vandalismo. Além do mais tem a questão do transbordo, muito bem salientado pelo Álvaro. Mas, voltando para o aspecto da segurança, a agregação de outros serviços como banca de jornal, por exemplo, ajudaria a manter o local movimentado, além de gerar receitas revertidas para a própria manutenção da estrutura. Estas medidas, aliadas ao monitoramento remoto por câmeras, sem dúvida ajudariam a manter o patrimônio bem cuidado.
Se pretendermos desestimular o uso do transporte individual, devemos começar dando segurança, conforto e agilidade aos usuários de transporte coletivo. Somente equiparando a qualidade do transporte coletivo em relação ao individual que vamos conseguir alcançar este objetivo.
Apenas a título de comparação, vejam as estações de BRTs previstas para outras capitais:
Recife: http://dcopywriter.files.wordpress.com/2008/03/brt2.gif
Rio de Janeiro: http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2009/12/321_191-19t5.jpg
Cuiabá: http://www.itdp.org/documents/docs-guangzhou_brt-51-high-r-600.jpg
Sem contar o de Curitiba que existe há décadas e dispensa comentários!
OBS.: A idéia do Julião é excelente e deveria ser amadurecida.
Detesto ser estraga-prazer mas…uma observação pertinente e totalmente conectada com a nossa conjuntura diz que: quanto maior a sofisticação dos bens públicos e mobiliário urbano, maior o prejuízo causado pela depredação.
Outra coisa que na minha opinião está indo nitidamente na contramão da história: os portais estão intimamente ligados aos corredores de ônibus (faixas exclusivas para o transporte coletivo)….quando todos estamos vivendo uma realidade de aumento crescente no número de veículos. Muitos corredores de ônibus ficam vazios enquanto as pistas para automóveis estão cada vez mais engarrafadas. Cada vez mais pessoas estão optando por comprar carros e deixar de usar o transporte coletivo.
Alguém aí já usou os terminais de ônibus, por exemplo, de Curitiba?
Lá são mais de 10 terminais espalhados pela cidade, porque aqui temos que ter só 3 (ou 4? não interessa se são 3 ou 4, interessa que são poucos pra uma cidade do tamanho de Porto Alegre).
Ao invés de aproveitarem a chance pra fazer um sistema de transporte que integre toda a cidade, o que parecem querer fazer? No sistema radial, como tem sido até agora (e não tem funcionado): Cada terminal vai se ligar ao centro. Claro que provavelmente haverão integrações entre terminais, mas, para a quantidade de terminais, isso é OBVIAMENTE POUCO.
Aquela estaçãozinha horrível que foi mostrada em um post atrás vai ser a estação no meio das ruas? Sem cobrador? Que sem-vergonhice. Isso quer dizer que não haverá um sistema de integração entre os ônibus. Ou seja, além de pagarmos essa passagem caríssima, não servirá de nada, pois se precisarmos descer de um ônibus pra pegar outro, vamos ter que pagar uma passagem a mais, mesmo assim.
De novo, voltando ao exemplo de Curitiba: Se você descer em uma estação tubo, é só não sair dela e entrar em outro ônibus, sem pagar NADA. E olha que lá o preço da passagem sempre foi mais barato do que aqui.
E falando do esquema atual, o que dizer da linha T11 sempre lotada em horários de pico e com pouquíssimos ônibus fazendo a linha? Por quê não ter outro ônibus, ou mesmo dividir a linha entre T11-NORTE e T11-SUL? A região do Shopping Praia de Belas tem nada menos do que QUATRO Linhas transversais (T1, T2, T5, T7, fora as sem-vergonhices como T1D, T2A e qualquer outra que eu possa ter esquecido), enquanto essa região da Terceira Perimetral, sem contarmos o T11, conta apenas com linhas que entram e saem dela, e a maioria das linhas fica por pouco tempo dentro da própria perimetral. Por quê a linha T5, por exemplo, não segue do Aeroporto até a Cristovão Colombo, entrando ali na mesma e seguindo seu itinerário normal? Ou o T2, também poderia seguir vindo do Sul até o final da Terceira Perimetral e ali entrando na Cairú. Já repararam que no viaduto da Terceira Perimetral com a Benjamin Constant, sentido sul, apenas UMA LINHA de ônibus para ali (o T11)?
O sistema de ônibus de Porto Alegre é completamente saturado (principalmente por 90% das linhas fazerem o trajeto Bairro-Centro) e praticamente não haverem linhas CIRCULARES e, sem sombra de dúvidas, os tais Portais da Cidade já nascerão datados (mas que venham mesmo assim, melhor que nada, não?). E outra, fazem 3 anos que moro aqui e os tais Portais já eram promessa desde então. Quanto tempo a mais teremos que esperar pra ver isso sair?
Excelente comentário, apesar de não concordar apenas com os iten 3. Não acho que o cobrador na parada será de grande ajuda na questão de segurança. Acredito que a segurança poderia ser feita por policiais mesmo ou segurança particular. De qualquer forma entendo a idéia de dar movimento às paradas e é válida sim.
Estava pensando a respeito das sugestões do Ronaldo e tive a seguinte ideia: com a alta acessibilidade a internet em quase todas as classes sociais hoje em dia e a baixa participação dos cidadãos nessas audiências públicas (ou participação direcionada) para discutir grandes obras de impacto social, não seria interessante o Poder Público utilizar essa ferramenta – a internet – para receber sugestões, ideias e alternativas para aperfeiçoar esses projetos, conforme os verdadeiros interesses da sociedade.
realmente o transporte público vem deixando a desejar e não é de hoje…
Sou assíduo leitor do blog. É a primeira vez que me manifesto e já ganho este destaque. Obrigado Gilberto por dar ênfase ao meu comentário.
Sem dúvida o projeto é bom e tem que sair. Antes isso do que nada! Creio, porém, que minhas sugestões não sejam tão utópicas, ainda que difíceis de serem atendidas.
O Município gasta uma bolada em recursos todos os anos com a manutenção das paradas e corredores, e mesmo assim a situação é extremamente precária. Falta iluminação, limpeza, proteção contra intempéries, etc. O modo como é realizada a manutenção das paradas está aquém do mínimo ideal. Mesmo com a implementação dos Portais, creio que a situação permanecerá a mesma, se não mudarmos radicalmente a forma como este serviço é prestado.
Tornando as paradas dos corredores um lugar atrativo, onde seja possível esperar o ônibus em um ambiente refrigerado, monitorado por câmeras, com acesso a serviços básicos (como terminal turístico informatizado, banheiros, telefone, internet, bicicletário, etc.) sem dúvida qualificaria de tal forma o sistema, que os optantes do transporte individual (que oferece um nível equivalente de conforto e segurança) teriam um bom incentivo para migrar para o transporte coletivo.
Além do mais, estes serviços (internet, banca de jornal, bicicletário, etc.) seriam cobrados dos concessionários que explorariam economicamente a atividade, e o dinheiro proveniente desta cobrança, revertido na manutenção das próprias paradas, eliminando custos para o município. Os recursos que hoje são empregados na péssima conservação do mobiliário podem ser realocados na expansão do sistema ou em outras áreas como saúde, educação, etc.
Acredito que os cobradores de ônibus são uma figura em extinção, sem querer desmerecê-los. Mas, depois da implementação do Tri, exceto para ajudar os cadeirantes a ingressar no veículo, não vejo outra utilidade em mantê-los nesta atividade. Para não haver desemprego em massa, os cobradores poderiam ser reduzidos em um por parada, e os restantes, treinados para realizar outras tarefas como limpeza, monitoramento, manutenção, bilhetagem, etc. Havendo redução de despesas com pessoal, menor seria o preço da passagem (um dos mais altos do país), beneficiando toda a população.
Poderia citar inúmeros outras vantagens, mas acho que é desnecessário. Se não houver uma mudança radical na prestação do serviço, pessoas continuarão morrendo eletrocutadas e atropeladas, quando não forem assaltadas, esmagadas, pisoteadas, humilhadas. Estamos perdendo uma boa oportunidade para cortar gastos e melhorar a qualidade do transporte de maneira substancial.
Uso a notícia abaixo, bastante atual, para sustentar minha posição.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=47162
Ronaldo, tuas sugestões são perfeitas. Infelizmente nossa realidade é outra, vais ver que logo logo a bugrada da província vai se encarregar de botar bancas pra vender missangas, bolinho de queijo, churrasquinho e outros quetais – pra não falar das pixações, é claro. Tudo isto sob o olhar complascente de nossas autoridades municipais, incapazes de qualquer ação mais enérgica para coibir estes abusos. Esta é – e será – a Porto Alegre da Copa, ôh maravilha!
Todas ótimas sugestões, mas vamos lembrar que o ótimo é inimigo do bom. Acho os portais um bom começo.