Chalé e Praça XV, retomando o velho charme

Até março de 2011 o entorno do Mercado vai passar por grandes modificações e esta importante parte do Centro Histórico certamente vai ganhar muito em qualidade, objetivo central de todo um programa já em andamento para a sua revitalização e requalificação. Em processo de deteriorização ao longo das últimas décadas, o velho centro começa a retomar a sua importância.  Foram decisivas nessa retomada as reformas do Paço Municipal e do Mercado Público e, mais recentemente, as ações do Programa Monumenta e a retirada dos camelôs da Praça XV.

Projeto e imagens: Silvia Benedeti

A praça, que já teve tempos de glória, charme e importância na vida da cidade, é por onde tudo começa. Ela já está passando por reformas que, se não vão resgatar as suas características iniciais, com certeza irão resgatá-la do estado de penúria a que estava jogada nos últimos anos. O arquiteto Glenio Bohrer, coordenador do Programa Viva o Centro, ressalta que umas das vantagens é a volta do tráfego, de baixa velocidade, nas ruas Marechal Floriano e José Montaury e na própria Praça XV, principalmente porque a circulação de veículos à noite geralmente aumenta a segurança. A praça deverá ser rebaixada e ganhará nova arborização, bancos, iluminação especial nos jardins. A sua revitalização se completará com a também reforma de seu principal símbolo, o Chalé da Praça XV. Um marco na história da boemia portoalegrense do século passado, o velho Chalé vai ser ampliado, ganhando nova cozinha (nos fundos) e se expandindo em direção ao chamado abrigo dos bondes. Diz Bohrer que a idéia é que o Chalé interaja com a Praça XV, atuando como um elemento que potencialize e anime a praça, o Largo Glenio Peres e até mesmo o Centro, com shows, eventos e outras atividades. “Isto vai trazer um público que não costuma vir ao Centro”, avalia, ressaltando a sua crença de que o novo Chalé venha a ser um pólo animador do entorno. Para isto ele vai ganhar deques com luz de ambientação, e na segunda etapa da sua restauração, iluminação cênica, ou seja, de baixo para cima.

Como ficará o Chalé

Inaugurado em 1885 e tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal em 1998, o velho Chalé da Praça XV, referência fundamental na vida boêmia da cidade, está passando por novas reformas que deverão dobrar a sua capacidade de atendimento. A previsão é que em três meses os seus antigos e novos admiradores possam frequentá-lo com mais conforto e segurança. A sua reforma é, sem dúvida, o centro da revitalização da área que envolve a Praça XV, o Mercado e o próprio Largo Glenio Peres.

O Chalé terá um novo salão envidraçado, com abertura do terraço ao público e a cozinha, hoje funcionando com espaço precário no andar superior, ganhará novas instalações. A segurança ficará por conta de novas câmeras de monitoramento, 24 horas. O Largo, por sua, terá todo seu pavimento reformado e rebaixado, ganhando também um chafariz, além de postes de iluminação. As obras integram o Projeto Viva o Centro, custaram RS 1,5 milhão e estão previstas para o fim do ano.

Deques, melhorando o visual do Mercado

Já em relação aos deques, recentemente implantados junto aos bares do Mercado, que fazem frente para o Largo Glenio Peres, o arquiteto acha que eles melhoram a aparência do Mercado, criando uma imagem adequada para receber os turistas e os portoalegrenses que desejam mais qualidade. Ele lembra que também estão sendo desenvolvidos cursos com os permissionários para melhorar os espaços como um todo, principalmente a aparência e o atendimento. “Queremos que sejam bares populares, mas com qualidade”, diz. Para a segurança, informa que uma série de ações, incluindo eventos, vai contribuir para isso, além novas e modernas câmeras de vigilância, com detector de movimento, ampliando até 120 mais a sua capacidade de definição de imagem. Projeta-se também fazer um monitoramente com ronda da guarda mais constante. Para ele tudo isto vai melhorar, mais do que os próprios bares, a imagem de todo o Mercado.

Fonte: Redação do Jornal do Mercado Público

 

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Categorias:Revitalização do centro

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8 respostas

  1. Gilberto, ja que vc conhece o proprietario do Chale, pede para ele substituir essa pedras “de contencao de barranco de vila” do muro por algo menos horroroso. No resto, gostei do projeto.

  2. Anderson, o problema é cultural, não que eu concorde com a perpetuação desse problema, mas os administradores tem feito isso mesmo, umas porcarias que só ficam bem na foto na inauguração e depois ficam largadas. Infelizmente isso é típico da ineficiência estatal, fazem tudo bagunçado, ao invés de fazer uns projetos mais eficientes. Eu mesmo já fui no camelódromo umas poucas vezes, e notei que até há alguns produtos bons e atraentes à classe média, mas num lugar bagunçado e com alguns comerciantes irregulares no entorno acaba ficando incômodo andar por lá e ser abordado por um sujeito mal-encarado querendo oferecer Nike Shox falsificado ou um mendigo tentando “pedir” alguma coisa para trocar por pedra. Falta a ineficiente SMIC promover fiscalizações contra esses elementos, preferencialmente com apoio da Brigada ou da Guarda Municipal.

  3. È VERO Anderson! Gente de todas as faixas de renda compram uma que outra coisa lá… nem que seja um fone de ouvido.

    Meus colegas viviam me insistindo para almoçar no restaurante do 3° andar do camelódromo. Desconversei por meses até que um dia decidi ir. Adorei e tenho ido quase todos os dias da semana. Por que demorei? Por que achava que seria um lixo igual ao resto. Imaginava que seria igual aqueles bares do segundo andar que fedem a óleo reutilizado diversas vezes. Mas este restaurante do terceiro andar é limpo, bem decorado e com uma vista para o Guaíba.

    O camelódromo poderia ter uma pintura mais adequada, um teto melhor, um piso mais atraente. E olha que não precisa ser coisa cara. Dá para fazer coisa bonita, sim, gastando pouco. E o que eles gastaram para fazer aquele prédio não foi tão barato não…

    Vamos torcer para os projetos em andamento não tenham o mesmo fim…

  4. Daniel, isso não é desculpa!
    Quem disse que baixa renda precisa ser tratada como porco?
    Foi descaso mesmo. Provavelmente desvio. O camelódromo é uma excelente idéia muito mal executada.
    E não é só baixa renda. Eu mesmo já fui comprar apetrechos pra celulares e volta e meia ouço um colega aqui da Padre Chagas dizendo “preciso ir no camelódromo comprar isso ou aquilo”.

  5. O problema do camelódromo é que foi feito para ser um lugar voltado a um púlbico de baixa renda, então não deram tanta atenção à qualidade e à segurança.

  6. Se ficar como está na foto, vai ficar ótimo. Gostei do calçamento, da iluminação, do aspecto mais moderno…

    Só espero que não fique como o Camelódromo…nas fotos era uma coisa, na realidade ficou outra.

  7. É mesmo bem melhor trocar o comodismo estatal pela eficiência da iniciativa privada. Esses arrendamentos dessas áreas degradadas são fundamentais para qualificar a ocupação do entorno.

  8. Vai ser rebatizado como Largo Glênio Bohrer. kk

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