A decisão do governador Tarso Genro de enfrentar tanto o impasse jurídico quanto as restrições de integrantes de seu próprio partido, o PT, levando adiante o projeto de revitalização do Cais do Porto da capital gaúcha abre perspectivas importantes para os gaúchos. Um aspecto particularmente promissor é o fato de a manifestação favorável ao início das obras, já licitadas, ocorrer a tempo de acenar com a perspectiva de sua conclusão já para 2014, quando Porto Alegre estará transformada em uma das cidades-sede de jogos da Copa do Mundo. Além de contemplar os turistas, que terão assim uma razão a mais para retornar ao Estado, as obras deverão favorecer particularmente os gaúchos, que passarão a contar na Capital com um espaço de convívio à altura dos já existentes em grandes centros turísticos.
Obviamente, a particularidade de, mesmo contrariando interesses partidários, o atual governo decidir bancar um empreendimento deflagrado no anterior, não significa que deva abrir mão de eventuais negociações sobre prazos e valores. O inadmissível é que uma ação tão importante para dar vida a uma área nobre de Porto Alegre possa continuar sendo postergada indefinidamente, seja por disputas de competência entre instâncias da federação, seja por falta de vontade política.
A simples disposição de tocar o complexo já se constitui num alento sobre a perspectiva de a Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq) voltar atrás na intenção de questionar a licitação. Para isso, é importante que o Estado se empenhe na defesa da tese de que a remodelação do local não implicará prejuízo às atividades portuárias.
Chega de entraves motivados por ranços ideológicos. Se mantiver esta disposição de tocar as obras necessárias ao Estado, independentemente da origem – sempre levando em conta a legalidade e a probidade –, o governador conquistará o aplauso da sociedade rio-grandense.
Zero Hora, 8 de janeiro de 2011
Categorias:Projeto de Revitalização do Cais Mauá, QUERO CAIS
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