Prefeito de Porto Alegre rompe relações com o SIMERS

José Fortunati tenta aprovar na Câmara Municipal criação da Fundação de Saúde

O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, afirmou nesta segunda-feira em entrevista à Rádio Guaíba que as relações com Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) estão rompidas. O chefe do Executivo da Capital tenta a aprovação da Fundação de Saúde desde o final do ano passado, mas enfrenta a resistência da entidade. “Não tem mais como dialogar. As relações estão rompidas. Eles me atacam a todo momento”, disse Fortunati, garantindo que o sindicato só se preocupa com os seus membros.

“Muitos médicos não cumprem horário de trabalho. Uma das coisas que vamos fazer é instalar relógio ponto para todos os profissionais da prefeitura e também para os médicos. Eles são iguais a qualquer outro profissional. Se forem contratados para trabalhar quatro horas, precisam cumprir essas quatro horas e não deixar pacientes esperando, como vem acontecendo. O Simers só analisa os interesses da corporação. Eu quero olhar pelo interesse da população”, afirmou Fortunati.

Sobre projeto de Fundação de Saúde, que tramita na Câmara Municipal, o prefeito está confiante na aprovação. “Estamos convencidos que temos base para aprovação do projeto. Vou para audiência pública, marcada para o dia 3 de fevereiro, para responder a cada um dos argumentos contrários”, garantiu. “Um dos grandes problemas na nossa cidade é a área da saúde e quem paga a conta são as pessoas de menor poder aquisitivo. O instituto vai possibilitar ampliar o Programa de Saúde da Família e, consequentemente, desafogar as emergências. Por tudo isso, estou disposto a enfrentar resistências.”

Simers fala em medida inconstitucional

Em resposta à Fortunati, o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo Mendes, disse que a categoria está apenas tentando alertar a população para uma medida inconstitucional. “O prefeito tentou passar esse projeto na Câmara no dia 28 de dezembro, quando a população está desatenta. Nós apenas tentamos alertar o povo que esse projeto é inconstitucional, propondo que uma fundação pública de direito privado. Isso não pode acontecer”, disse Argollo.

Mendes também respondeu as acusações de que os profissionais não estariam cumprindo a jornada de trabalho: “Os médicos trabalham dia e noite, a despeito de tudo o que acontece, da falta de condições de trabalho. Nunca houve problema na saúde por médico faltar ao trabalho. Essa é discussão que não tem nada a ver. Se ele quer colocar relógio ponto, que coloque. O profissional que não estiver cumprindo a jornada é que terá que ser responsável”, finalizou.

Correio do Povo
24/01/2011 – Atualizado em 24/01/2011 18:07
 

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Categorias:Saúde

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5 respostas

  1. Bom, minha familia tem bastante pessoas ligadas na area da saude, desde enfermeiras até medicos… Ja me falaram muito mal desse povinho ai… alias, tem nego querendo até por uma graninha no bolso com as reformas do HPS (minha mãe sabe bem, teve o carro arranhado de cima a baixo dentro do estacionamento do hospital quando meteu o dedo na cara de um desses caras…)
    Como não tem como provar… melhor eu não ficar falando nada.

  2. Interessante mesmo é a postura do governo federal. Ele é o responsável pela saúde, pelo SUS e quem recebe quase toda carga tributária brasileira. Essa conta deveria ser federal.

  3. As corporações querem transformar seus filiados em estáveis funcionários públicos, como os outros que já temos, e a autoridade pública quer fazer mais para a população com os mesmo recursos. Então ficar no lado do Sindicato, nesse caso, é ir contra os interesses da população.

    Várias Prefeituras, de diferentes partidos e ideologias, tem usado essa estratégia de prestar serviços médicos preventivos as comunidades mais necessitadas através de uma fundação Pública. Então, nesse caso, não se trata de uma posição ideológica, mas prática, tendo em vista fazer mais com os mesmo e reduzidos (pelo menos em âmbito municipal) recursos públicos.

  4. É muito complicado lidar com este assunto de maneira tão leviana. As coisas não são assim tão simples como diz o Fortunatti. A criação desta Fundação é TOTALMENTE inconstitucional, pois privatiza um serviço que DEVE ser gerenciado pelo poder publico, neste caso, a Prefeitura. A população acha tudo muito simples porque, infelizmente, não é adequadamente informada sobre o assunto. Isso cheira a mais uma maracutaia no melhor jeitinho brasileiro – a prefeitura recebe X pra investir na saúde, repassa pra tal Fundação que aplica Y (menos, obviamente) e o dinheiro que sobra eles repartem entre si e enchem os bolsos. O problema é que gestão em saúde é algo complicado, e a prefeitura quer simplesmente se isentar de lidar com o pepino.
    Se o serviço médico vinculado à prefeitura já não é bom (devido aos baixos salários – a prefeitura de Poa é uma das que pior paga), duvido muito que o quadro altere com o surgimento da tal Fundação.

  5. estou do lado do fortunati em relacao as acoes, mas ele nao pode esperar outra coisa do simers

    quem cuida da etica profissional e o conselho, sindicato serve para batalhar por salarios mesmo

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