Beira-Rio: Construtora teria retorno R$ 446,4 milhões

Gutierrez faturaria com edifício-garagem e área Vip bem menos do que o R$ 1 bilhão anunciado por Piffero

As obras de reforma do Beira-Rio estão agitando os grupos do clube, que deverão decidir na segunda-feira o modelo a ser seguido

As obras de reforma do Beira-Rio pela construtura Andrade Gutierrez trariam um retorno à empresa de R$ 446,4 milhões, em 20 anos, um valor 69% acima do investimento anunciado pela empreiteira, que é de R$ 264 milhões.

O número se baseia em estimativas de especialistas ouvidos por Zero Hora e em valores previstos na exploração de espaços aos quais a Andrade Gutierrez terá direito de administrar após a conclusão das obras.

A proposta de parceria do Inter com a empreiteira está no centro das discussões no clube visando à melhoria do estádio para a Copa de 2014. Ela concorre com ideia de o clube tocar a remodelação com recursos próprios. Os dois modelos serão analisados pelo Conselho na segunda-feira.

Além da reforma do estádio, o projeto da empreiteira leva em conta a ocupação de 3 mil vagas em edifício-garagem, considerando 37 jogos anuais no Beira-Rio (como ocorreu em 2010, quando o Inter teve um ano cheio com o Gauchão, Libertadores e Brasileirão). Há ainda a venda de 5 mil cadeiras VIP e de 121 camarotes e aluguel de lojas durante 20 anos.

A Andrade Gutierrez também teria direito (não contemplados na estimativa de cálculo) a faturar com restaurantes, realização de três shows anuais e com a venda de nomes de setores do estádio, como por exemplo, “Arquibancada loja X”.

O projeto prevê a participação do Inter com R$ 26 milhões. O clube reconhece que o faturamento da Andrade Gutierrez poderia chegar aos R$ 446 milhões.

– É bem próximo disso. Mas teremos uma valorização superior, com o aumento de arrecadação com sócios, presença maior de público, entre outros benefícios. Vamos apresentar isso tudo na segunda-feira – afirma o 1º vice-presidente, Luís Anápio Gomes.

ZH procurou a construtura, mas não obteve resposta ao pedido de entrevista.

O Inter receberia:
– Estádio coberto, remodelado, adequado a todas as exigências da Fifa para sediar o Mundial
– Um moderno centro de treinamento na zona norte da Capital com cerca de 10 campos de futebol, vestiários, sala de musculação, entre outros equipamentos. A área prevista pertence ao Exército, próximo ao Aeroporto Salgado Filho, e deverá ser cedida ao Inter por 20 anos, em regime de comodato. O Exército também terá direito a atividades físicas no local.

Zero Hora



Categorias:COPA 2014, Gigante para Sempre (Beira Rio)

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13 respostas

  1. Pior que essa questão parece ser resumida da mesma forma que os entraves aos projetos do Pontal do Estaleiro e do Cais Mauá, que é a aversão que os vermelhos sentem ao lucro, quando este vai para o bolso do outro. Sobre o engenheiro José Pinheiro Borba, não duvido que alguns empresários que sejam colorados possam acabar empatando dinheiro nos “puxadinhos” não necessariamente por amor ao inter, mas por causa daquela lei que permite deduzir do imposto de renda (tanto de pessoa física como de pessoa jurídica) algum valor doado para instituições filantrópicas OU patrocínio esportivo (mais ou menos a mesma coisa que se fazia com os bingos).

  2. Ricardo

    Eu disse “vou torcer para um time de várzea”, não disse “vou torcer para um time varzeano”, tem muita diferença.

  3. Ricardo.

    Não é não, é ranço de velho que se acostumou com algumas coisas que lhe davam alegria, como ver um diretor de futebol que era torcedor antes de tudo e não CEO do empreendimento desportivo. Não sei torcer para empreendimento desportivo (mas nem por isto vou vender a minha almofadinha da inauguração do beira-rio.

    Quanto ao pontal eu particularmente era favorável a construção de edifícios residenciais, não sou do tipo que se não tenho uma boa vista não quero que os outros tenham, já o cais a minhas opiniões são outras.

    Não preciso ser Maria-vai-com-as-outras (expressão do século passado) e a cada modernidade bater palminhas como foca de aquarium.

  4. Uma correção: José Pinheiro Borda.

    “vou virar torcedor de time de várzea.”
    Eu aconselho o senhor a torcer para um time da azenha. hahahaha.

    Brincadeiras a parte, toda essa discussão me lembra um dos argumentos do entrave para as obras do cais mauá e pontal, que se não me engano, seria o lucro das construtoras. O problema realmente é o capitalismo.

  5. Caro Rogério

    Eu como colorado conheço a história do visionário José Pinheiro Borba e admiro sua coragem. Fico imaginando se agora ele conseguiria tal feito, já que naquela época as coisas andavam, mas não vou entrar nesse assunto agora, já cansei disso.

    E eu não torço para as construtoras, eu torço para estádios mais modernos e seguros, torço pela segurança e conforto de todos que frequentam os estádios, tanto para torcedores como para suas familias.

  6. Barato Ricardo L (Caro não, quando discuto futebol, baixo o niver).

    Procures conhecer a História da construção do Beira Rio. José Pinheiro Borda, um português maluco se plantou no meio do Rio e disse que ia construir um estádio pelo amor ao seu time, e quando morreu em 1965 o estádio estava adiantado.

    Foi por amor mesmo, e naquela época existiam empresários que tiravam dinheiro do seu bolso para contribuir com os seus times. Eram empresários que ganhavam dinheiro, com suas empresas e não explorando os seus times.

    O futebol está no que está devido esta visão empresarial que retira a emoção de tudo. Porto Alegre era uma cidade muito menor em 1960, era mais pobre mas nem por isto Grêmio e Internacional deixaram de construir seus campos, e para a época eram campos altamente modernos.

    Eu ia a todos os jogos, agora não vou mais porque não sei para quem estou torcendo. Sabes porque o Barcelona é um dos maiores times do mundo? Porque ele é dos sócios, daqueles que tem amor pelo seu time. Se quiseres dizer que sou velho e atrasado podes dizer que estarás com a razão, mas não vejo em vez de um grenal que se tenha a disputo OAS x Gutierres, se tu queres torcer por isto, faça bom proveito, vou virar torcedor de time de várzea.

  7. Deixa que façam a copa na Arena, o que vamos ganhar com isto, perder o nosso estádio e os recursos financeiros nos próximos 20 anos, o que eu quero são títulos!

    O Eucaliptos em 1950 foi sede de um joga, alguém se lembra disto?

  8. É lógico que a Andrade Gutierrez vai entrar para ganhar!! Não vejo nada de anormal nisso.

    Mas só na terra dos hipócritas isso é considerado crime. Na verdade eles querem que a construtora faça as obras sem levar nada em troca, apenas por “amor” ao Internacional.

  9. Vão discutir o sexo dos anjos até quando? Com o andar da carruagem, as obras se iniciarão a tempo para a Copa 2026.

  10. Julião

    Não esqueça que o juro que paga uma construtora como a Andrade Gutierez não é o juro do cartão, muito menos o do cheque especial, eles usam ou financiamento internacional ou TJLP que deve estar em torno de 6%a.a. mais um custo do banco de 1% a 2%.
    8% a.m. são as taxas de juro que a Dona Maria ou o Seu João pagam, não os grandes.
    E tem mais se eles foram ao mercado internacional eles podem captar recursos a 2% – 4% a.a., com o problema de estarem sujeitos a desvalorização cambial (que nos últimos anos tem sido negativa!).

  11. Só esqueceram dos custos financeiros (que no Brasil são sempre os maiores) nessa conta.

  12. Que teta, né.

    Bota capitalismo sem risco nisto. Só esqueceram de contar mais outra, quem vai construir é a própria construtora logo bota mais uns 80milhões na conta, fica 520 para um investimento de 220. Aí eu também quero entrar nesta.

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