A estação da Trensurb no Mercado Público e o terminal metroviário no Centro serão conectados por trecho percorrido a pé
Apesar das mudanças no trajeto original, que distanciaram o metrô de Porto Alegre dos trilhos da Trensurb, o novo sistema de transporte não estará tão longe dos trens metropolitanos como se supôs inicialmente. O prefeito da Capital, José Fortunati, confirmou ontem que, já na primeira fase das obras, deverá ser construída uma ligação subterrânea entre os dois serviços para garantir a integração.
Desde que a discussão em torno do metrô ganhou força, diferentes percursos foram sugeridos e discutidos. Mesmo distintos, todos convergiam em pelo menos um ponto: para desafogar o trânsito na superfície, o itinerário escolhido deveria unir os dois modais em uma ou mais estações comuns.
No projeto final, porém, as duas linhas acabaram afastadas para contemplar exigências financeiras do governo federal – se extrapolasse o teto de R$ 2,4 bilhões, a proposta corria o risco de ser barrada. A modificação pôs em dúvida a funcionalidade do novo sistema e desencadeou críticas.
– É inconcebível pensar o metrô sem essa ligação. Existiram vários traçados antes desse, e todos já apontavam isso. É uma unanimidade – diz o professor de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), João Fortini Albano.
Ontem, Fortunati garantiu que as linhas terão pelo menos duas conexões. A promessa é de que a primeira delas – junto à estação Mercado, da Trensurb – seja construída na etapa inicial das obras, em quatro ou cinco anos.
Conforme o prefeito, isso será possível porque, além de acessos na Esquina Democrática e em outros pontos a serem definidos no Centro, o metrô contará com uma entrada no Largo Glênio Peres, defronte ao Mercado Público. A intenção é que, a partir dali, seja escavado um túnel, de 200 metros, até a parada da Trensurb.
– A construção do túnel está certa. Mas ainda precisamos resolver o problema da integração das passagens – adiantou Fortunati.
A outra ligação está prevista apenas para a segunda fase das obras. A ideia é que contemple a estação Farrapos e o terminal Cairu (veja o mapa) e que seja feita por um aeromóvel. Outra alternativa, segundo o superintendente de Desenvolvimento e Expansão da Trensurb, Humberto Kasper, seria fazer uma bifurcação da linha 1. Embora concorde que a junção é importante, Kasper é cauteloso ao tratar do assunto:
– Tudo isso ainda precisa ser avaliado e discutido. Temos cinco anos pela frente. E quem decide é a prefeitura.
Cinco pontos sobre o metrô
1) No início, será construída um túnel no Centro, ligando o metrô à estação Mercado. Depois, deve ser feita a ligação entre o terminal Cairu, do metrô, e a estação Farrapos.
2) No Centro, o metrô terá vários acessos, em diferentes pontos, como acontece nas estações centrais dos principais metrôs do mundo. O ponto principal ficará na Esquina Democrática.
3) Haverá uma estação de metrô próxima à rodoviária, sob a elevada da Conceição. Dali, as pessoas poderão se deslocar ao terminal. Será definido como facilitar e tornar mais seguro o acesso.
4) O aeroporto estará incluído de forma indireta. O terminal estará ligado à linha da Trensurb por meio do aeromóvel, previsto nas obras da Copa, e o trensurb estará conectado ao metrô.
5) A intenção da prefeitura é que a integração de tarifas ocorra, mas isso ainda dependerá de uma negociação entre município e governo federal.
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Faço minhas as palavras do Felipe Mobus. O trecho atual do Trensurb entre a Estação Farrapos e o Mercado é um monumento exótico na cidade. Mal aproveitado e tomando espaços que seriam muito mais úteis ( alargamento da Catello Branco, acesso ao porto etc).
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O problema é que os politiqueiros dão a palavra final onde os engenheiros deveriam ter autonomia o suficiente para fazê-lo.
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O comentario do Felipe Mobus esta perfeito… o problema(de sempre) eh falta de grana….acho que vamos acabar somente com os “remendos”!
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Conexão subterrânea, no entanto deve ser pago um extra, como no AIRTRAIN, em ny. Exceto para bilhetes que foram passados anteriormente nas roletas dentro de POA.
Dica saborosíssima
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Vias subterrâneas é tão NYC… gostei da idéia..
Deveriam fazer o metrô com aquelas bolinhas tb, ia ficar massa.
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Mobus, não sei se tu viu o Conversas Cruzadas desta semana sobre o metrô. O prefeito, quando indagado por uns dos participantes sobre a conexão das duas linhas, falou que o principal intrave não seria o tecnológico, mas, sim, a questão do subisídio da passagem do trensurb e o fato que o metrô não será subsidiado.
Concordo também contigo em relação ao aeromóvel, ele não teria condições de suprir a demanda, se não tivesse dinheiro pra cava, poderia ser feito por via aérea.
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Não gostei dos remendões… colocar aeromóvel pra cá, pra lá, … pq não fazem as coisas mais integradas?
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Não é longe mas também não é perto.
Acho que se colocarem umas esteiras rolantes pode agilizar o deslocamento.
No RJ, a estação Arco verde do metrô carioca tem umas esteiras rolantes para o pedestre percorrer rapidamente o trajeto entre a entrada da estação e o embarque no trem.
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Por mais que eu goste do conceito do aeromóvel, uma interligação com aeromóvel entre a Farrapos e a Cairú seria bizarríssimo, uma péssima ideia! É perfeitamente evidente que existem mais destinos de viagens na área atendida pelas futuras estações da Av. Farrapos do que na área atendida pela estação São Pedro, de forma que haveria uma proporção formidável de passageiros vindos do Trensurb que fariam essa transferência. Eu tenho sérias dúvidas sobre a capacidade do aeromóvel em atender uma demanda desse tamanho sem se tornar um gargalo. Acredito que o aeromóvel se preste melhor a situações pontuais, funcionando como um shuttle para destinos ligeiramente afastados do eixo de transporte, como é o caso do Aeroporto, da PUC ou até de uma linha hipotética para a futura Arena do Grêmio.
O ideal dos ideais, na minha opinião, seria alterar o trajeto da linha 1 para que esta compartilhe o trecho da Farrapos até o Centro. Basicamente, a linha 1 iria pra baixo da terra em algum ponto ao Norte da estação Farrapos (que passaria a ser subterrânea), fazendo uma curva para o Sul e seguindo pela farrapos até se integrar com o traçado da linha 2 na Cairú. Com isso, todo o traçado antigo da linha 1 entre Mercado e Farrapos po ser reciclado para fins mais úteis: na área do Centro, tornar-se-ia área para a revitalização do Porto; no trecho da Castelo Branco, viraria um canteiro central para possibilitar construção de acessos e retornos; aquele trecho entre a Castelo Branco e a estação Farrapos poderia ser convertido em uma alça que daria um acesso mais ágil da Castelo Branco à Avenida dos Estados.
O texto dá a entender que os projetistas já consideraram essa ideia da unificação, mas talvez tenham esbarrado em aumento de custos decorrentes de complicações técnicas como a diferença das tecnologias dos sistemas. Pergunto-me se foi levado em conta o fato de que essa unificação traria um aumento considerável à demanda, pois daria destinos mais úteis aos passageiros do Trensurb. Em nome da transparência, seria muito positivo se os projetistas publicassem os resultados mais detalhados dos estudos dessas alternativas todas.
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Será que pensaram na possibilidade, já proposta por aqui, de tornar o Trensurb subterrâneo usando os mesmos trilhos ou o mesmo túnel da linha do metrô sob a Farrapos? Em quanto isso encareceria o projeto? Essa diferença não poderia ser coberta pelo governo do estado, por exemplo, já que o trem é um serviço metropolitano?
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