Um dos maiores especialistas em transporte urbano do Brasil, o arquiteto Jaime Lerner foi prefeito por três vezes de Curitiba e duas vezes governador do Paraná. Em seu primeiro mandato, implantou de forma pioneira, em 1974, o sistema integrado de transporte coletivo, reconhecido mundialmente pela sua eficiência e presente em 81 cidades. Ele conversou com a reportagem do Correio do Povo sobre o tema.
Avaliando as vantagens do Bus Rapid Transit (BRT), Lerner considera o sistema até cem vezes mais barato que o metrô. “Pode ser implantado em dois anos e se paga sem precisar de subsídios, que para construir o metrô são necessários”, observa.
Para o bom funcionamento do BRT, é preciso, antes de tudo, “metronizar” o ônibus, o que, de acordo com ele, significa dotá-lo de canais exclusivos, embarque rápido e no mesmo nível do ônibus com pagamento antecipado.
As linhas têm que ter uma frequência boa para que o tempo de espera não passe de um minuto e os veículos viajem sem estar lotados”, disse.
Ele ainda considera pouco vantajoso construir novas avenidas e linhas de metrô. Para ele, instalar uma rede completa de metrôs é algo impossível hoje. “Foi realizado há 120 anos na Europa, quando era barato trabalhar no subsolo. O metrô é caro, precisa de altos subsídios, que retiram recursos de áreas como educação e saúde”, alertou, ressaltando que mais de 90% da população se desloca pela superfície. “Resolver o congestionamento criando novas faixas, marginais, só leva o carro de um ponto de congestionamento ao outro”, acrescentou.
Segundo o arquiteto, Metrópoles como Seoul e Cidade do México, que são maiores que São Paulo, estão adotando o BRT. Em Bogotá, por exemplo, a operação estaria funcionando com grande êxito. “Cidades americanas e chinesas também estão estudando a implantação dos corredores rápidos de ônibus. São 81 em todo o mundo”, afirmou.
Conforme estudo citado por Lerner, 25% dos proprietários de automóveis de Curitiba se deslocam para o trabalho de ônibus. “Imagine 25% menos carros circulando em Porto Alegre no horário de maior movimento. Ninguém troca o seu veículo pelo transporte público sem que se ofereça uma alternativa melhor”, observa o arquiteto.
Por isso, enfatizou ele, a boa operação do BRT é fundamental. Quando o transporte público é bom, a cidade fica melhor para as pessoas e para os automóveis.
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Glauber: Nos moldes do BRT informado na reportagem do Sr. Jaime Lerner ao Jornal C. do Povo ele Sugere intrinsecamente praticamente a construção de uma nova via para fazer o sistema funcionar de forma aceitável neste trecho “Para o bom funcionamento do BRT, é preciso, antes de tudo, “metronizar” o ônibus, o que, de acordo com ele, significa dotá-lo de canais exclusivos, embarque rápido e no mesmo nível do ônibus com pagamento antecipado.”
Ou seja, ele diz que só o asfalto (que você citou que já temos) não é suficiente para transformar os sistemas BRT’s em soluções plausíveis.
Quanto a instalação de trilhos do aeromóvel, é o meu dever informar que os mesmos são pré-fabricados e posteriormente montados no local, limitando ao máximo transtorno de instalações de suas via elevadas que são extremamente leves versus à outros sistemas.
Além de tudo isso, por ter seu sistema elevado às alturas o aeromóvel abre espaço de sobra embaixo para, a instalação de pistas adicionais às vias congestionadas, ciclofaixas e até mesmo canteiros com maior teor de proteção aos pedestres que atravessam a via.