Apenas em fases seguintes do processo de concessão à iniciativa privada de aeroportos o Salgado Filho poderá ser incluído. Conforme proposta do governo, as novas áreas construídas em terminais seriam concedidas a empresas que realizem a obra. A ideia é acelerar o andamento de projetos para atender à expansão do setor de aviação e à Copa do Mundo de 2014.
No início de maio, devem ser lançados os editais propondo a concessão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Brasília e Campinas (SP) – considerados saturados para atender às necessidades atuais. Em junho, devem sair os editais para Confins (Belo Horizonte) e Galeão (Rio de Janeiro). Os espaços já administrados pela Infraero permanecerão com a estatal.
As definições sobre os aeroportos que poderão ter áreas ampliadas concedidas estão sendo feitas pela Presidência da República. Não há data para o Salgado Filho entrar na nova modalidade, mas fonte próxima aos estudos confirma que a ampliação do terminal será incluída.
O projeto de ampliação do aeroporto de Porto Alegre – duplicando praticamente a área do terminal 1 – terá amanhã a abertura das propostas do projeto de engenharia. Depois de finalizada essa etapa, será lançado o edital para a construção do prédio. A projeção inicial seria finalizar a obra em 2014, mas o prazo já seria alongado para 2015.
A concessão parcial de aeroportos brasileiros à iniciativa privada deve atrair o interesse de empresas, conforme especialistas em infraestrutura aeroportuária. Segundo Arlindo Eira Filho, diretor da consultoria McKinsey, que fez um estudo sobre a necessidade de investimentos em aeroportos nacionais, entre 20% e 25% das receitas geradas nos terminais brasileiros vêm do aluguel de lojas e quiosques. No Exterior, esse tipo de atividade é responsável por 50% do faturamento das administradoras de aeroportos.
– Você tem, no aeroporto, um monopólio comercial que não tem em um shopping center. Você não vê um passageiro saindo do aeroporto para ir consumir em outro lugar – disse.
Exploração comercial seria fonte de receita
Para o engenheiro e professor da Universidade de São Paulo (USP), Jorge Eduardo Leal de Medeiros, a exploração comercial dos terminais pode gerar receitas consideráveis ao administrador do aeroporto. Ele lembrou, porém, que a Infraero não é capaz de aplicar essa receita nas obras necessárias para modernização dos aeroportos nacionais.
Com a criação da Secretaria de Aviação Civil, os aeroportos migrarão do Ministério da Defesa para a nova pasta. A secretaria – criada recentemente pelo governo Dilma – está em fase de estruturação. Ontem, ingressou com pedido de CNPJ na Receita Federal.
EDITORIAL ZH:
CONCESSÕES NOS AEROPORTOS
Descartada durante oito anos pela administração anterior, a possibilidade de concessão de novos terminais, mantendo os atuais espaços já administrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), acaba de ser confirmada pelo governo Dilma Rousseff. A decisão demonstra que, diante da impossibilidade de reunir os recursos necessários para evitar um fiasco no setor aéreo, às vésperas da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, o governo resolveu ser pragmático. Atacada por integrantes do PT durante as três últimas campanhas presidenciais, a alternativa tornou-se inevitável diante do gargalo que se incorporou ao cotidiano dos aeroportos nos últimos tempos, em grande parte devido ao fortalecimento da classe média. Se bem executada, a nova política pode contribuir para atenuar a difícil situação enfrentada hoje por usuários em diferentes capitais brasileiras.
Dos 67 principais terminais administrados pela Infraero, a intenção é de que apenas 34 sigam sob as regras atuais. Os demais ficariam submetidos a um modelo híbrido de administração. Já em maio, seriam lançados os editais propondo a concessão dos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, e Brasília. Depois, seria a vez de Campinas e, por último, de Confins, em Belo Horizonte, e Galeão, no Rio de Janeiro. Com exceção do Rio, onde as obras já estão em andamento, nos demais casos os planos envolvem a construção ou a ampliação de terminais. As concessões seriam exclusivas para espaços a serem criados, ficando preservados os já administrados hoje pela Infraero. De acordo com esse modelo, a empresa vencedora da licitação executa os serviços necessários e, em contrapartida, tem o direito de explorar comercialmente o local, com o aluguel de lojas. O modelo não significa a garantia de que todos os problemas serão resolvidos, mas se constitui num avanço importante.
Sem os recursos necessários para expandir o setor aeroviário, o governo federal age com sensatez ao decidir buscá-los na iniciativa privada, mesmo enfrentando restrições de ordem ideo- lógica entre integrantes de sua base de apoio. Hoje, a exploração do setor aeroportuário é a única área da infraestrutura nacional que se mantém sob comando exclusivo do Estado. Ao optar por dividir o gerenciamento de grandes terminais entre a Infraero e o setor privado, o governo tem o triplo objetivo de captar mais recursos, acelerar as obras e introduzir a competição no sistema.
É essa visão, de fato, e não restrições conceituais às concessões e à privatização, que pode acenar com uma perspectiva menos caótica como a que ameaça o setor aéreo. O Brasil, com dimensões continentais, sem opções como a de trens de alta velocidade, não tem o direito de se descuidar de seus aeroportos, muito menos o de dar margem à possibilidade de a situação se agravar mais ainda.
Categorias:aeroportos brasileiros
Obrigado pelo esclarescimento portofan. De fato segundo a licitação serão apenas 13 pontes de embarque depois da ampliação. Lamentavel.
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Márcio, até havia pensado nisso também, mas o documento licitatório da Infraero fala que atualmente são 10 (dez) pontes de embarque, ou seja, considera cada uma das cinco pontes “duplas” como duas unidades em separado, por tanto, da mesma forma serão as três novas pontes. Aquela base em comum entre cada “dupla” de pontes chama-se conector.
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Portofan, será que tu não estás cometendo um erro de interpretação?
Afinal, hoje o aeroporto tem 5 pontes de embarque duplas, o que acaba por totalizar 10…
Não seriam estas outras 3 do projeto de ampliação igualmente duplas como as atuais?
Sendo assim, teriamos mais 6…e não 3.
Mas concordo que são poucas, mesmo sendo 6 à mais…
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porto, acabei de enviar uma mensagem para a arquiteta do projeto, formada pela UFRGS em arquitetura e urbanismo (só podia).. aqui facebook da terrorista,
http://pt-br.facebook.com/people/Tais-Scherer/100002117461142
perguntei o porquê da mediocridade de projeto e falta de visão, e por quê não estão pensando no futuro da cidade e do aeroporto.. 13 terminais era pra 2008.. 2014… e ainda com Copa..pelo amor de Deus.. NO MÍNIMO 20 gates são necessários.
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Pois é Jake, infelizmente serão apenas mais 3 (três) pontes de embarque meu amigo, está lá ni site de licitações da Infraero para quem quiser ver. Nosso salgado filho merecia no mínimo mais 10 (dez) pontes de embarque, mas creio que o dideal mesmo seria que tivéssemos mais umas 15 (quinze) ou 20 (vinte), totalizando se somadas às atuais a quantidade de 25 ou 30, pois assim teríamos conforto e adequação por pelo menos mais uns vinte anos.
Como eu queria ver o nosso salgado filho como os gigantes americanos, com longos halls e salões acarpetados, ou como nos modernos terminais europeus e asiáticos, amplos, espaçosos, cheios de tecnologia.
Nossa única inivação será mesmo o aeromóvel e mesmo assim quem utilizar o terminal 2 ou o futuro novo terminal terá que pegar uma van da infrearo até o terminal 1 para só então pegar o aeomóvel até o trem. Não sei porque já não incluir os outros terminais (o 2 e o futuro) nessa linha, já que qualquer aeroporto do mundo que tem trem ou monorail nas suas dependências oferta a interligação entre seus terminais.
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Gilberto, seria ótimo mesmo que ao menos o terminal fosse ampliado, para não estragar a estética do aeroporto, que é lindo.
Lendo o quê o portofan escreveu sobre as intenções no Salgado Filho, é dificil ter alguma esperança. Três portões de embarque ? mas que coisa é essa ? Vão gastar meio bilhão de reais para construir mais 3 portões ? Inacreditável. Essas intenções criminais mais uma vez priorizam interesses pessoais e quem sofre é a população que não interfere.. 3 portões.. ?
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Pois é, e mesmo após a conclusão das obras (se e quando isso acontecer), ainda assim o Salgado Filho e os demais aeroportos brasileiros continuarão saturados, pois o planejamento é sempre a curto prazo e, como aqui é Brasil, a execução das obras não é à curto prazo como é a visão curta da administração, então quando são concluídas elas servirão no máximo para manter os aeroportos nos níveis de saturamento de quando não haviam sido iniciadas e o movimento era menor.
Dever-se-ia pensar à longo prazo, pensando em 30 anos pra frente. E se o governo não tem dinheiro, então que se privatize. Não privatizam porque daí não há como desviar verbas, já que a execução ficaria à cargo da iniciativa privada, daria no máximo para cobrar “comissão”, mas daí ficaria algo descarado e escancarado demais.
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Gilberto, mas a Dilma tá com tanta pressa para que o nosso Salgado Filho fique pronto que nem o incluiu na 1ª leva nem na 2ª leva de privatizações, nem fixou um prazo para tanto.
Além disso, não chamo o que farão em POA de duplicação, considerando que depois de 350 milhões gastos já apenas na próxima ampliação e que ainda haverá supostamente mais uma ampliação depois desta, conforme está lá no site de licitações da Infraero, após tudo isso o aeroporto terá apenas mais três pontes de embarque. Considerando que hoje já existem 10 (dez) pontes de embraque, diria eu que será uma ampliação de apenas 30% da capacidade, e isso considerando as duas ampliações que serão realizadas. Ok, as ampliações terão enfoque maior nas demais dependências do aeroporto, mas vai ficar aquele gargalo na hora de escoar o fluxo de passageiros até os aviões, já que 3 pontes de mebraque não comportarão a movimentação de 10 milhões de passageiros até a copa. Vejo que a gente vai usar muito ônibus da infraero até os aviões nas posições remotas. Porque será que não teremos mais pontes de embarque? Seria algum interesse entre a administração e as empresas que venceram a licitação para operar os ônibus que levam os passageiros até as posições remotas, como a empresa pássaro marrom nos pátios de aeronaves de CGH e GRU?
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que tipo de gestão é essa que prioriza apenas alguns aeroportos?
aposto que eles estão pensando em centralizar a copa em brasília, BH, rio e são paulo, APOSTO.
de 12 sedes, serão 4 ou 5.
e sobre o salgado filho, já deixaram claro que mesmo se houver investimento, vai ser a moda petista, vai ser um puxadinho.. e todos sabem que esse será o ‘investimento’ para os próximos 20 anos.
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Jake, não vai ser só o puxadinho. Vai sair a ampliação (quase duplicação) do Terminal 1. O problema é que ficará pronta em 2016…. mas vai sair. A licitação está sendo preparada para o mês de maio proximo. E segundo a Dilma, tem que ficar pronto em 2013. Aguardemos. Tudo pode mudar ….
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Engraçado que o Salgado Filho terá a sua concessão à iniciativa privada deixada para outro momento, incerto e não sabido. Vai ver que é porque atualmente anda uma maravilha, não sendo um dos aeroportos mais saturados do país. A cada dia vejo que temos piadistas na nossa administração. Esperar o quê? Se o aeroporto é um dos mais taurados do país, porque já não fazer um edital com todos os que estão satudaros de uma vez? Esperar pelo que? Vai ver que é porque está sobrando muito tempo até a copa do mundo. Quanta eficiência.
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Essa decisão do governo federal de repassar para a iniciativa privada a “bomba” dos aeroportos superlotados já estava tomada há mais de um ano atrás. Mas, como havia uma eleição no meio do caminho e o principal mote do partido do governo sempre foi: “não fazemos privatizações e eles sim”, essa ideia só pode ser colocada em prática agora, colocando em risco o transporte aéreo do país durante a Copa de 2014.
Claro, se na Copa vierem a ocorrer problemas aéreos e eles fatalmente ocorrerão, os culpados serão os investidores da iniciativa privada, por não terem feito as obras de atualizações do aeroportos a tempo, afinal eles tinham 3 anos para isso. Imagina, que incompetência e falta de agilidade, dirão.
Se fosse empresário, ficaria fora dessa armadilha, até porque só concedererão parte dos aeroportos e não o negócio todo.
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