Projeto que entrega casas a moradores da Chocolatão é exemplo para o mundo, afirma ONU

Mais de 180 famílias removidas da vila receberão novas residências

Remoção das primeiras famílias da antiga vila para o loteamento Residencial Nova Chocolatão. Foto: Ivo Gonçalves/PMPA

A Prefeitura de Porto Alegre entregou oficialmente, nesta sexta-feira (13), o Residencial Chocolatão para 181 famílias que residiam na Vila Chocolatão. A transferência das famílas, que começou nessa quinta-feira (12), será concluída em dez dias. São mais de 700 pessoas que passarão a viver no Loteamento Residencial Nova Chocolatão, construído pelo Departamento Municipal de Habitação (Demhab) na avenida Protásio Alves, 9.099, bairro Morro Santana, na zona Leste de Porto Alegre. Outras 15 famílias, que não constavam no cadastro utilizado para dimensionar a quantidade de imóveis necessária, passarão a residir no Loteamento Jardim Paraíso, na Estrada do Barro Vermelho, 971, bairro Restinga, na zona Sul.

Mãe de três filhos, a dona de casa Elenice Carvalho, de 36 anos, se mudará para uma das novas casas com seus três filhos. Separada do marido desde a época em que morava no bairro Nonoai, ela teve que sair de casa em 2007 sem lugar para morar. Elenice encontrou na Vila Chocolatão um nova chance de seguir a vida, mas em uma casa de madeira precária, com muita sujeira e violência. “Estou muito feliz com minha nova casa. Vou ser isenta do aluguel pelos primeiros três meses, o que irá auxiliar em toda minha mudança. Agora é recomeçar novamente”, ressaltou a moradora.

No novo loteamento foi instalada uma unidade industrial de reciclagem de resíduos, furto de parcerias públicas e privadas comprometidas com a comunidade. Oitenta trabalhadores trabalharão de forma autônoma, através de uma cooperativa criada pelos moradores. A representante do Escritório da Organização das Nações Unidas(ONU) na Austrália, Elisabeth Ryan, esteve presente na cerimônia de entrega das novas residências. A ONU irá levar a iniciativa ao resto do mundo através do Projeto Cidades Sustentáveis. O interesse veio através das parcerias realizadas para a contrução do loteamento, que envolveu prefeitura, ONG Parceiros Voluntários, Tribunal Regional Federal da 4° Região(TRF4), Programa Fome Zero, IBGE, entre outros parceiros.

Rádio Guaíba – R7

Para se lembrar de como é a atual Favela Chocolatão (Vila Chocolatão)

Foto: Bruno Alencastro

A Chocolatão durante um dos vários incêndios que a atingiram



Categorias:Habitação

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46 respostas

  1. “Não li em nenhum lugar que essas casas serão pagas. ”

    Claro que serão pagas, Julião. Com o nosso dinheiro.

  2. “O erro foi cometido quando foi permitido que os primeiros moradores construíssem seus casebres na Vila Chocolatão”

    Sim, claro, quando assaltam minha casa a culpa é minha, quem mandou ter casa; quando sequestram minha mulher para levar seu carro a culpa é dela, quem mandou ter carro; quando meu time perde a culpa é minha, quem mandou ter time…

    Não li em nenhum lugar que essas casas serão pagas. Se serão pagar, tudo bem; mas, mesmo assim, deveria ter uma ordem de preferência: primeiro que se esforçar para ter uma casa e não quem invadiu um terreno público.

  3. Julião, não foi de graça. Será pago com o trabalho deles na cooperativa. Eles pagarão aluguel. Os 3 primeiros meses é que são de graça.
    O que tu sugere então, que simplesmente expulsem eles de lá?
    O erro foi cometido quando foi permitido que os primeiros moradores construíssem seus casebres na Vila Chocolatão. E é vila mesmo. Aqui se chama favela de vila, como se chama pão francês de cacetinho, como merda de cachorro é sorete na fronteira e assim por diante. Agora não vou poder mais chamar pãozinho de cacetinho porque alguém vai no wikipedia e vir aqui cantar regras? Se aqui chamássemos de Brugunzumba, seria Brugunzumba do Chocolatão e TODO MUNDO ia entender que era uma favela.
    O erro foi cometido no início, mas é obrigação do governo SIM criar soluções e não simplesmente expulsar ou matar, como está na capa da globo.com de hj e que tentaram fazer com os mendigos de BH.
    A minha crítica é para os que não querem aceitar as condições do governo, aos que não querem ir para abrigos, aos que preferem ficar nas ruas e sem trabalho. Esse sim merecem toda a crítica do mundo.
    No entanto os outros são cidadãos como a gente. Tem famílias. Não tem empregos mas correm atrás. Não é verdade que todo mundo lá é vagabundo e aproveitador.
    E a solução foi perfeita ao meu ver. Eles ganharam uma oportunidade e vão pagar pelas casas. Foram inclusos na sociedade. Fazem parte dela agora. E o centro tem casebres a menos, pontos de tráfico a menos, incêndios a menos e os moradores da “brugunzumba”, dignidade a mais.

  4. Nada deveria ser dado de graça para ninguém.

    Tudo que vem sem o esforço do trabalho não é valorizado e pior, se não podem dar para todo mundo, não deem para ninguém, senão estarão desestimulando outras pessoas a se esforçarem para conseguir o que querem.

    É batido, mas não existe expressão mais correta: parem de dar o peixe e comecem a ensinar a pescar. E uma casa é um peixão. Dessa forma estão criando uma geração mau-caráter e nossos filhos pagarão o preço por essa opção de resolver os problemas sociais brasileiros.

    Existem opções mais racionais e efetivas de resolver a questão social brasileira. Mas é claro, para praticar medidas menos paternalistas é preciso que os governos não sejam populistas e demagogos.

  5. Não estou falando bobagem, RicardoUK.

    As casas que estão bem à esquerda da foto (junto à divisa com a área da arena que fica junto à free-way) são, sim, parte das casas que a prefeitura deu. Já as demais, tudo bem, não o são, mas todas, tanto as que a prefeitura deu, quanto as demais daquela região, estão todas com o mesmo aspecto que falei, avacalhado.

    E observe na foto do complexo da maré (rj) para ver que as casas lá eram também bonitinhas e foram dadas pela prefeitura, mas pouca coisa sobrou do projeto original (veja a avacalhação que fizeram para cima e para os lados). É claro, como eu mesmo já havia afirmado naquele comentário, que ainda é em menores proporções do que no Rio, mas é uma forma bem parecida de avacalhação o que ocorreu ali na entrada da cidade junto à arena.

  6. Nao fala bobagem Portofan, naquela foto da Arena nem aparecem as favelas ou casas que a prefeitura deu. O que aparece ali sao casas humildes de classe media baixa que ja’ estao la’ ha’ muito tempo, procure se informar.

  7. “As casas bonitinhas que a prefeitura deu viraram isso que está na foto acima. ”

    Inevitável. É o famoso conto do elefante numa loja de cristais.

  8. Se vão pagar pelas residências já é uma boa medida.

  9. Chega de dar casas, se é para dar algo, que sejam então pequenos apartamentos, em prédios de no mínimo 3 andares (a experiência com 2 andares mostra que vira avacalhação) e no máximo 4 andares (a prefeitura escapa de gastos altos com a aquisição e manutenção de elevadores)!

  10. Olhem a entrada da nossa cidade (região da futura arena):

    As casas bonitinhas que a prefeitura deu viraram isso que está na foto acima.

    Já vejo muita semelhança nessa foto aérea aí de cima da região e nessa abaixo do complexo da maré, na entrada da cidade do Rio de Janeiro, só que em menor escala:

    Eu não compraria um apartamento no futuro condomínio residencial da arena, mesmo sendo gremista. Já pensou ter que passar todo o dia pela voluntários ou pela a.j. renner? Que vizinhança complicada, hein. Sei que tem gente trabalhadora lá, mas o aspecto visual é terrível. De certa forma, se não houver acesso direto da free-way à arena, torço para que ela (arena) não sedie mesmo nada na copa, pois os turistas circulando por aquele trecho da volunta e pela A.J. Renner não seria muito benéfico para o turismo da cidade.

  11. Praças largadas ja tem de mais por la, pra que mais uma?
    Voto num prédio de uns 30/40 andares.

  12. “””Todo mundo ganhou com isso. O centro da cidade ficará mais seguro, mais limpo, os moradores da Vila Chocolatão agora morarão num bairro, em casas de material, com luz e água própria, terão um trabalho na cooperativa. Com a organização, a cooperativa não será cada um por si vivendo do lixo e sim a população ajudando a limpar a cidade.
    Ontem passei por ali. Ia fotografar. E digo que o que eu vi foi emocionante… Crianças com brinquedos velhos, bonecas surradas, aguardando os pais embarcarem nos caminhões.
    Se isso não é exemplo. Pôooooooouuuhhhaaa… o que é exemplo então?”””

    Se essa estoria tivesse comecado ai e terminado ai, tu estarias certo andervaz!!!
    Mas o problema e’ que isso comeca antes do final feliz….eles invadiram um terreno, vivem de forma irregular, criancas deveriam terem sido removidas dessa area a muito tempo, fazem chantegem para ganharem algo pelo qual nao lutaram nem trabalharam para conquistar….ou seja”ELES CALADOS ESTAO ERRADOS”” imagina reclamando!! Esse tipo de atitude desmoraliza o resto da populacao e as leis….uma lei, duas interpretacoes???? Como e’ isso???Nao deveria ser assim!!! E volto a dizer, isso estimula esse comportamento da mesma forma que a impunidade estimula o crime!!!!

  13. Entendo seu trabalho Gilberto e entendo oque tu queres fazer. Mas!!!! So’ que eu acredito que palavras tem poder. Eu sempre penso muito bem em quais palavras usar, quando e aonde (apesar de meu portugues ser horrivel) . Nao as uso aleatoriamente. E para falar a verdade numca vi nada de mais nas que ja usei. E e’ minha esperiencia quando tratando de assuntos com conteudo ideologico, que usar palavras do tipo que uso, para descrever selviculas como Tarso, Olivio, Pont por exemplo, sempre surtem melhores efeitos. Vou tentar usar outras menos agressivas no futuro.

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