Enquanto motoristas sofrem com o trânsito lento, jovens aproveitam corredor ocioso em Porto Alegre
Aos finais de tarde, enquanto a fila de veículos abarrota as vias laterais da Terceira Perimetral e testa a paciência dos motoristas, no miolo, skatistas e ciclistas rodam livremente. Aproveitam a calmaria do corredor de ônibus.
Registrado entre as avenidas Benjamin Constant e Cristóvão Colombo, na Rua Dom Pedro II, o contraste tira do sério condutores, usuários da via que, em tese, deveria ser uma ligação ágil entre as zonas sul e norte da Capital. No entanto, observa-se o contrário. Com a reduzida circulação de ônibus, jovens em skates passam tranquilos ao lado de carros com dificuldade em superar a segunda marcha.
Enquanto padecem na tranqueira, rotina das 17h30min às 19h30min, motoristas clamam por solução. Sugerem o exemplo da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) na Avenida Sertório, onde o corredor é liberado a veículos em horários de pico e com orientação de agentes.
Para a EPTC, a solução não é o uso compartilhado. Diferentemente da Sertório, separada por tachões, a Terceira Perimetral tem canteiro, que demarca o espaço dos ônibus e o dos veículos de passeio.
– É uma questão de segurança, pois o canteiro dificulta o acesso e a saída do corredor – avalia Vanderlei Cappellari, diretor-presidente da EPTC.
A empresa cogitou liberar o corredor para taxistas, com ultrapassagem proibida e local determinado de entrada e saída, porém concluiu que o ganho de tempo é pequeno. A EPTC pretende aumentar o número de linhas de ônibus para desafogar o Centro, e aproveitar melhor a Terceira Perimetral.
Corredor deve ser reavaliado
Professor de Trânsito e Transporte da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), João Hermes Junqueira concorda que a presença de canteiro dificulta a liberação do corredor da Dom Pedro II, mas acredita ser necessário rever o espaço.
– É temerário simplesmente abrir o corredor. Mas, se ele é ocioso, é preciso reavaliar o uso. Em último caso, acaba-se com o corredor e o tráfego ganha mais vias para escoar – opina Junqueira, que evita usar a via.
O diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, espera ter em mãos, em junho, o resultado de um estudo com soluções de curto prazo para o contraste de trânsito na Terceira Perimetral.
Doutor em transportes e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), João Fortini Albano é contrário ao uso compartilhado dos corredores na Capital – ambulâncias e viaturas já os utilizam em emergências:
– A Sertório é um exemplo a não ser seguido. Descaracteriza o corredor de ônibus. Mesmo sendo pouco usado, serve de reserva para o futuro, quando mais coletivos estiverem nas ruas.
Para o especialista, se os porto-alegrenses usassem mais ônibus, a lentidão diminuiria. Outra alternativa seria a retirada das sinaleiras da via, mediante a construção de passarelas.
Alerta da EPTC |
Apesar da circulação de ônibus ser pequena, por questão de segurança a EPTC orienta que os skatistas evitem usar o corredor de ônibus da Terceira Perimetral, exceto nos domingos e feriados, quando a área é liberada para atividades de lazer. |
Categorias:Meios de Transporte / Trânsito
Adoramos nos espelhar em paises de primeiro mundo, de comparar que na europa, nos eua…. é melhor isso aquilo.
na europa me lembro de governos oferencendo benefício para pessoas e famílias que deixassem de ter um carro, e com isso tinha direito a uso de transporte público de graça.
nos estados unidos em são francisco nasceu o car sharing (compartilhamento de caronas)
E aqui, querem 1.409.939 carros nas ruas, ou seja, um para cada habitante, hoje já temos 700mil, fora os que vem de outras cidades.
Lastimável que o Brasil não tem visão.
Em tempo, em países da europa algumas áreas do centros das cidades foram fechadas para carros.
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Fontes:
Car Sharing: http://www.citycarshare.org/
Em Los Angeles, avenidas com dez faixas estão entupidas. As ruas de algumas cidades européias chegaram ao limite de circulação.
http://www.cicloviavel.org/Artigos/Super.html
UNIÃO EUROPEIA
UE quer eliminar carros a gasolina e a diesel de suas cidades até 2050
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/03/110328_transportes_ue_pai.shtml
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Querer 1 carro por pessoa ou 2 carros por família ninguém quer, mas a escolha entre o transporte individual, o coletivo e os alternativos é sempre de cada pessoa, conforme suas necessidades e objetivos. Portanto, antes de querer que as pessoas deixem os carros de lado é preciso oferecer condições adequadas, principalmente investindo nos modais públicos de transporte. Outra opção seria restringir o uso ou a compra de carros através pedágios e aumento de impostos, obrigando que mais pessoas migrem para o sistema público, mas, da mesma forma, seria algo ilegítimo, se a opção do transporte coletivo não fosse no padrão adequado.
Como eu digo sempre desde o Forum Social Mundial, “um outro mundo é possível”, mas antes de querer viver nesse mundo dos sonhos é preciso criá-lo, adaptando o atual pouco a pouco. Viver num mundo que não existe é coisa de alienado.
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“Lembrem-se: “Quanto mais estrutura viária para carros, mais carros aparecem, e maior será o inferno para todos na cidade!”
Por esse raciocínio exdrúxulo, quanto menos vias, menos carros. Fantástica conclusão!
Façamos o seguinte, seguindo a tua linha de raciocínio; Quanto mais helipontos, mais teremos helicópteros, que são bem mais rápidos para se chegar do ponto A ao ponto B.
O inferno da mobilidade urbana é quando essa cidade não possui estrutura para suportar os meios de transporte que seus cidadãos usam…notadamente o meio de transporte que a maioria usa.
A prioridade tem que ser a tendência do consumo. Se a população está cada vez mais uisando os carros, tem que ser as vias para veículos. se a população está usando cada vez mais o transporte público, tem que ser no transporte coletivo.
No caso de Porto Alegre..assim como em todo o Brasil…todos sabem que é NÍTIDA e INSOFISMÁVELMENTE os automóveis.
Quanto mais carros forem despejados nas ruas, mais ruas tem-se que ter para que o trânsito escoe a contento. Tudo o que não for isso, é INVENCIONICE e ALQUIMIA SOCIOLÓGICA.
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Por sorte helicópteros não custam apenas R$10.000 e podem ser parcelados em 60x 😉
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