Em reunião ordinária, a Comissão Especial de Acompanhamento e Apoio à Copa do Mundo de 2014, realizada na Câmara Municipal, os arquitetos Augusto Portugal e Fernando Brantano apresentaram a concepção urbanística para a construção de uma marina pública em Porto Alegre. De acordo com presidente da Comissão, vereador Airto Ferronato, há algumas décadas já se fala em marina pública em Porto Alegre, e até existem leis e ações prevendo a tal construção.
O projeto, assinado por dois escritórios de arquitetura da Espanha, é resultante de um debate ocorrido, durante a jornada de arquitetura, em Porto Alegre – em 2009. No evento, os palestrantes conversaram sobre o Guaíba e a utilização mínima que se faz dele. “Esse é um pensamento também meu”, afirma Ferronato.
Para o vereador, o Guaíba é importantíssimo, pois, exatamente em Porto Alegre, unem-se os cinco maiores rios do Estado. Assim, “além da beleza física desse visual geográfico todo, nós temos o rio como um recebedouro destas águas.” No entanto, afirma que a orla do Guaíba, vem sendo bastante maltratada há diversas décadas, inclusive fazendo do rio um velho desaguadouro do esgoto da cidade.
O projeto, apresentado pelos arquitetos, prevê a construção de uma marina pública que percorreria a orla do Guaíba a partir da Usina do Gasômetro até o Arroio Dilúvio. Segundo a proposta, seriam instalados atracadouros para barcos a motor e a vela, oficinas de embarcações e escola náutica. Além disso, a construção de parques, praças e calçadões. E ainda uma grande arquibancada projetada para dentro do rio, que seria capaz de permitir que se pudesse visualizar a cidade da mesma perspectiva de quem a vê a bordo de um barco, dentro do Guaíba.
Durante o encontro na Câmara, o arquiteto Augusto Portugal disse que a vantagem desse projeto é que ele está interligado a investidores privados que já o conhecem e tem interesse em implantá-lo em curto prazo. No entanto, Ferronato explica que deverá haver uma concorrência e esta é uma sugestão de projeto, que poderá ou não ser a vencedora, contudo é a iniciadora do processo.
Para o presidente da Comissão Especial de Acompanhamento e Apoio à Copa do Mundo de 2014, “a obra marina pública vai ser pacificamente aceita, mas deverão ter obras também para a sustentabilidade, o que o grupo vai querer construir para obter retorno financeiro.” Em função disso, deve ser feito um projeto de lei.
Ferronato afirma que isso deve gerar uma discussão bastante grande, “pois em qualquer equipamento público privado, inexoravelmente há a questão da sustentabilidade do projeto, nenhuma empresa vai construir uma obra desta envergadura, se não tiver uma perspectiva de retorno.” No entanto, frisa que “necessariamente, vai ter que se discutir na Câmara, o que será a Marina Pública e que equipamento de sustentabilidade será autorizado.”
A discussão já começou no executivo e deve seguir para Câmara. “Se sair rápido fica pronto para a Copa do Mundo, para isso os projetistas têm que convencer o executivo. Então, é possível que não esteja pronta durante a Copa, mas já em andamento”, reflete Ferronato.
Para o vereador a construção da marina é importante para tornar a cidade mais interessante e atrativa “para o turista chegar e dizer gostei de Porto Alegre”. Ele questiona: “Tu tiras a hospitalidade do povo gaúcho, tira o gaúcho e suas tradições e o chimarrão, eu confesso que não enxergo nada ou muito pouco.” E prossegue: “Se nós olharmos a orla do Guaíba, o que é que temos hoje? Algumas mansões que se adonaram da orla, e onde nós não temos mansões adornando a orla, nós não temos mais nada.”
Segundo o presidente da Comissão Especial de Acompanhamento e Apoio à Copa do Mundo de 2014, a construção faria parte de uma cadeia de atrativos que começa no Aeroporto, com sua modernização, passa pela ponte do Guaíba, logo após vem o Cais Navegantes, seguido do Cais Mauá, ao lado do Gasômetro, “a grande imagem de Porto Alegre. Depois nós temos este espaço belíssimo de praças e parques que vai do Gasômetro até um pouco além do Beira Rio, que também vai ficar muito bonito para a Copa”.
Por isso o vereador argumenta que “Se nós fizermos ali nesta volta, nós vamos ter um outro equipamento moderno e atraente com um investimento de vulto que fica como legado histórico da cidade de Porto Alegre.” E afirma: “Por isso que eu entendo como altamente relevante a questão da Marina Pública.”
Enquanto o arquiteto Augusto Portugal, durante o encontro na Câmara, explicou que, ao pesquisar os desenhos do processo de urbanização de Porto Alegre, aprendeu que desde 1908 a cidade vem sendo desenhada em formas geométricas retangulares, sempre levando em conta a presença do rio. Em uma dessas pesquisas, o arquiteto encontrou o esboço de uma marina, justamente na área da antiga Ponta da Cadeia, entre a Usina e o Dilúvio. “Pelo que se percebe, quando se pensa uma marina pública em Porto Alegre, esse ponto se mostra como o ideal, pois com o passar dos anos, os planos diretores que vieram sempre mostraram uma marina desenhada ali”,afirmou.
Ainda, de acordo com Portugal, devido ao crescimento da cidade, em qualquer zoneamento que se faça, o ponto equidistante entre o Gasômetro e o começo da Avenida Ipiranga, será apresentado como a área ideal para esse tipo de equipamento.
O arquiteto argumenta que “Todas as cidades que podem construir instalações para barcos o fazem porque barcos a vela vistos de qualquer ângulo formam um visual de função plástica inestimável”. Portugal afirma que o projeto apresentado não é algo finalizado. É apenas uma ideia inicial que deve ser discutida com o poder público e com a sociedade, levando-se em conta aspectos ambientais e paisagísticos. Mas, salienta que um dos méritos do projeto está em apresentar propostas de sustentabilidade como aproveitamento da energia dos ventos e fotovoltaica.
Outro ponto do projeto é uma escola de vela. Segundo Ferronato, “uma das características destes equipamentos implantados nas águas é ter junto deles uma escola, porque de nada adiantaria ter um equipamento moderno e não ter adeptos e atuantes neste equipamento. Por isso que a escola náutica vem muito ligada a isso.” Em sua concepção “deveria ser uma escola de equipamento econômico, mas como um viés também social.” Ou seja, a maior parcela de alunos pagando mensalidade, para a sustentação econômica da escola, “mas que também fossem cedidas vagas para os menos aquinhoados.”
Leia mais no site do Ver. Airto Ferronato
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Copa começa essa semana em Porto Alegre. Cadê a Marina? Procurando…
Nós tínhamos uma Marina Pública ao lado da Usina do Gazometro, meio pública-meio privada, mas tinha, e o governo tirou! Acabaram tbém com o parque naútico da cidade que era ao lado da ponte móvel, e deram a área para a Polícia Federal, estão tirando todos os acessos da população ao rio!
Porque não copiam a Marina da Glória??? Ela funciona muito bem a pelo menos 30 anos…
Hoje, na calada da noite, algum ecoxi*ta vai colocar um ninho de coruja buraqueira no local….e o projeto vai ser esquecido por mais 50 anos.
Aí vamos nós de novo.
Em Porto Alegre, sonhar é preciso; “viver não é preciso”.
Pronto ate’ a Copa??…………hummmm, prefiro acreditar em Papai Noel.
Marina PÚBLICA… WTF!!!??
É aquilo que eu falo: acabam com todos os projetos privados e depois temos que ficar depentes destes projetos públicos que quase nunca saem do papel, quando sai 80% em nada lembra o projeto original, e depois de pronto 100% das vezes fica jogado as traças.
O portal do estaleiro tinha um projeto de uma marina privada e a prefeitura praticamente sabotou o projeto dos caras.
falou tudo…brabo é aguentar os ecoxitas defendendo essas ideologias retrogradas…
Não entendi o modelo de negócio proposto, alguém sabe dizer? Agora, pronto para copa… tá bom.
imagino que a ideia seja alugar o espaço para atracar os barcos