Intervenção só ocorre no Galeão, no Rio; em Campinas e Porto Alegre, ainda não há projeto escolhido
Diego Salgado – São Paulo
Há pouco mais de 46 meses, o Brasil era anunciado sede da Copa do Mundo. Mas só agora, a 33 meses da competição, as obras dos aeroportos brasileiros começam um voo tímido. Especialistas de diferentes institutos alertam que a maioria dos terminais do país não estará pronta para receber os turistas em junho de 2014.
O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, tem outro prognóstico. Segundo ele, oito aeroportos da Copa estão em obras no momento. Mas o dado positivo esconde uma informação preocupante: dos aeroportos do Mundial, apenas o Galeão, no Rio de Janeiro, passa por reforma nos terminais de passageiros.
Bittencourt também afirmou que Viracopos, em Campinas, já tem uma obra concluída. Mas ela corresponde ao módulo operacional provisório (MOP), instalado no final de agosto, que serve exatamente para lidar com o gargalo gerado pela falta de espaço no terminal permanente. O aeroporto do interior paulista é o mais atrasado em relação à reforma ou ampliação nos terminais da Copa. Assim como em Porto Alegre, a licitação para a escolha dos projetos, que é a fase inicial da obra, ainda não terminou.
“Pelo período médio das obras de infraestrutura, não há tempo hábil para os terminais ficarem prontos”, disse o economista e pesquisador Carlos Campos.
Segundo ele, o prazo médio para a inauguração de um aeroporto (do projeto básico ao acabamento) é de sete anos. A fase de elaboração dos projetos dura, em média, 12 meses. Depois dessa etapa, há ainda a concessão das licenças ambientais (com duração de 38 meses), o processo licitatório (seis meses) e as obras (36 meses).
Os aeroportos de Curitiba, Salvador e Cuiabá, por exemplo, estão na fase de elaboração de projetos. Três cidades já têm previsão para o início da licitação das obras: Brasília, Fortaleza e Guarulhos (Cumbica). Nas duas primeiras, o processo pode começar neste ano (veja tabela).
Mesmo com o cenário negativo, a Infraero, estatal que administra os aeroportos, afirma que todos os terminais de passageiros da Copa estarão prontos em dezembro de 2013. Ou seja, dentro de 27 meses.
“É pouco provável que as obras fiquem prontas até a Copa. Só por milagre”, afirmou Mozart Mascarenhas, engenheiro de infraestrutura aeroportuária do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
A licitação para contratar obras ocorre apenas nos aeroportos Confins (MG) e Eduardo Gomes (AM). No Rio Grande do Norte, segue a construção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que será leiloado à iniciativa privada. No Recife, apenas uma torre de controle será construída.
Saturado
De acordo com Campos, somente três sedes da Copa têm aeroportos adequados no momento: Rio de Janeiro (Galeão), Salvador e Recife, com taxa média de ocupação de até 71,3%. No Afonso Pena, em Curitiba, a situação é preocupante. Os outros oito aeroportos da Copa estão em estado crítico, operando acima da capacidade, com média de 187% de ocupação.
“Mesmo prontos, muitos terminais já estariam acima da capacidade em 2014”, disse Campos. Mascarenhas sustenta que a Copa deixou claros os gargalos da infraestrutura aérea. “Com o evento, ficou evidente a falta de estrutura e de planejamento.”
MOPs
Encarado como solução pela Infraero para lidar com o crescimento da demanda, o módulo operacional provisório será implantado em cinco aeroportos da Copa. Os MOPs já estão em funcionamento em Cumbica, Brasília e Viracopos.
Em Guarulhos, há a previsão de instalação de mais dois. Na capital federal, de mais um. Além deles, Cuiabá e Porto Alegre também devem receber um “puxadinho”.
A medida, no entanto, não deve solucionar o problema da demanda. “Ela alivia, é uma extensão da sala de embarque, mas o desembarque continuará saturado”, disse Mascarenhas.
“Com os módulos, se resolve um problema e cria-se outro, pois é preciso utilizar o pátio de aeronaves para deslocar os passageiros e ele também está cheio”, afirmou Campos.
Portal 2014
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As obras do “puxadinho” do Salgado Filho estão em andamento …
Categorias:aeroportos brasileiros
Vejam Google, o espaço que tem para ampliar o Salgado Filho, mesmo com uma pista pode embarcar 15 milhões/pax/ano e mais carga.
algumas contas vão aparecer com BILHOES porae… politicos do Brasil…
Só espero que esse puxadinho não seja que nem os puxadinhos das paradas da 3 perimetral…
A organização dessa Copa, em termos de obras públicas, é um dos maiores desastres da história da humanidade. Tudo, mas praticamente tudo mesmo, ficou para a última hora, por isso vai ser feito às pressas, com pouco possibilidade de fiscalização, vai custar mais caro por obras de qualidade inferior.
Por que nos brasileiros temos de ser sempre tão brasileiros?