
Guarda-corpos desta ponte: simples peças de concreto colocadas em cima de apoios. Foto: Matheus Simon
Um dia comecei a refletir o porquê das cidades brasileiras estarem se tornando mais feias. Me vi pensando que devemos ter arquitetos ruins e prédios com falta de apelo estético. Não que seja inteiramente uma mentira, mas acredito que este não seja o maior problema.
Olhando mais apuradamente, pude perceber que o problema não vem das cidades em si, mas sim do planejamento urbano feito pelas prefeituras, ou seja, pelos projetos que a prefeitura contrata. Projetos estes feitos através de licitações.
Licitações nada mais são do que projetos contratados pelo menor valor e construídos também pelo menor valor. Isso implica em pagar projetistas e executores com valores baixos ….
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Por Matheus Simon.
Categorias:Arquitetura | Urbanismo, Artigos
Eu gosto das pontes com guarda-corpos de concreto, ao menos é melhor do que a de ferro da cristiano fischer. Mas acho que ficaria melhor se ao menos houvesse uma padronização, e não este carnaval que é.
Ema vez vendo Mega Construções na Discovery, ouvi o apresentador falando que nos EUA não eles não costumam pintar o concreto pq uma vez pintado tem que repintar sempre e isto sai caro, por isto eles preferem deixar na cor natural que é relativamente agradável esteticamente e muito mais barato.
Aqui no Brasil nós costumamos pintar quase sempre… e depois nunca mais fazer manutenção.
Acho que seria uma boa dica para a prefeitura não pintar as pontes de concreto, exceto um ou outro detalhe.
Mas uma tinta boa (coisa difícil de se usar em obras públicas na República das Bananas) até acaba sendo útil para proteger da ação do tempo. Uma vez eu e o meu pai estávamos passando perto de um viaduto cheio de grafites perto da sede da OAB-RS e eu comentei com ele que acho aquilo de um extremo mau gosto, tanto por ser uma subcultura de periferia que fica meio deslocada num ponto mais central (teoricamente os centros seriam mais cuidados que as periferias, mas por aqui só se vê bagunça mesmo) quanto por ser feio aquele carnaval de cores, e o meu pai disse que pelo menos aquela camada de tinta que os “artistas” deixam lá acaba sendo uma a mais para proteger da ação do tempo (ironicamente a quase totalidade faz os tais grafites com intuito de vandalizar).
NOTICIA de ULTIMA HORA……GATO NO TELHADO: — Prefeito José Fortunati admite que Porto Alegre corre risco de não sediar a Copa das Confederações, em 2013.
O titulo, talvez, poderia ser “Licitacoes – o mal necessario do Brasil”.
Técnica esta que 90% das vezes é subjetiva e não tem como avaliar.
Ex.:
Eu sei que cadeado Papaiz, a pesar de mais caro, é melhor do que qualquer outra marca e que no longo prazo sai MUITO mais barato. Só o preço de 1 cópia já paga a diferença de preço. No entanto, nos orgãos públicos eu só vejo cadeado marca diabo!
Eles podem até colocar na licitação que o cadeado deve resistir a ferrugem e tal, só que TODOS os concorrentes dirão que o deles resiste, só que enquando o marca diabo dura 1 semana, o cadeado Papaiz dura vários anos. Tenho vários exemplos disto no meu trabalho.
Adriel
Há outro problema, a falta de normalização. Se o cadeado tivesse que passar por determinados testes (inclusive de resistência a ferrugem) e devesse ter selo de conformidade pelo IMETRO estava resolvido, mas isto só na Alemanha!
Falta informação ao articulista. Licitação pode se feita na modalidade melhor técnica e preço .
Resposta no post meu abaixo.
André
Não é tão simples assim, tens o TCE e TCU que por um motivo ou outro, cinco anos depois podem achar que estavas favorecendo alguém, e aí tens que provar que nariz de porco não é tomada.
Há muitos anos atrás um laboratório especializado da escola de engenharia foi contratado por saber notório para fazer determinado serviço, havia um engenheiro que não era especializado no assunto, mas estava de olho no serviço que fez um enorme caso usando inclusive a imprensa. O trabalho atrasou quase um ano, a prefeitura provou o saber notório e ficou tudo bem, mas foi uma encheção que praticamente não fizeram serviços semelhantes na época para anos depois retomarem a custo muito mais alto devido a deteorização do equipamento urbano.
Tudo isto causou dano à população em geral!
MODALIDADES
• CONCORRÊNCIA
– Acima de R$ 1.500.000,00 e UNIVERSALIDADE
• TOMADA DE PREÇOS
– Até R$ 1.500.000,00para CADASTRADOS
• CONVITE
– Até R$ 150.000,00 ESCOLHIDOS E CONVIDADOS
• CONCURSO
– PROJETOS, INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO,
ESCOLAS PÚBLICAS
• LEILÃO
– QUANDO O GOVERNO QUER VENDER SEUS
ATIVOS OU BENS RESGATADOS
– TIPOS (critério de julgamento)
• MENOR PREÇO
• MELHOR TÉCNICA
• TÉCNICA E PREÇO
• MAIOR LANCE OU OFERTA
– PROPOSTAS INEXEQUÍVEIS
• 70% DO MENOR VALOR ENTRE (MV)
– Média Aritmétrica das propostas maiores que 50% do PO
– Valor orçado pelo governo (PO)
• Dos classificados conforme acima, se a proposta
ainda for 80% de MV será exigida GARANTIA
ADICIONAL
Fonte: material de faculdade (PUCRS)
Tem erro também por aí
Tomada de Preços não é só para cadastrados, e esqueceste os leilões eletrônicos.
Outra coisa, estes valores são para obras, para outros materiais é bem menor.
Hecha la ley hecha la trampa.
Caro Matheus, li com cuidado o teu artigo e no diagnóstico concordo contigo. O emprego da lei de licitações a varrer para projetos de arquitetura é extremamente danoso para o estado, primeiro pela pobreza arquitetônica que resultam estes projetos como também pelo aumento do custo que os mesmos levam. E há outros aspectos que devem ser lembrados, principalmente no uso de pregão eletrônico para a contratação desses e de projetos complementares. O emprego deste instrumento legal, fantástico para comprar lápis, caneta esferográfica e outros materiais correntes, esbarra num quesito que nunca é levado em conta nas licitações, a qualidade. Desde o papel higiênico, aos projetos de engenharia e arquitetura há uma série de irregularidades que não são sanadas. Para não ficar na teoria vou relatar alguns casos práticos.
O leilão eletrônico permite que alguém de Manaus venda para o Rio Grande do Sul, se fosse guaraná em pó ou castanha do Pará (motos também), realmente o Estado sairia no lucro, porém quando é o caso de diversos produtos ou de serviço, resulta na contratação de lojas virtuais e escritórios inexistentes. O problema dessas lojas virtuais, que vivem de vender para leilões, muitas delas vendem o que não tem, baseadas na promessa de atacadistas locais entregar o produto. Esta promessa muitas vezes não é cumprida e o vencedor do leilão não tem como entregar alguns itens. Com isto começa o inferno, ele entrega 80% do comprado e tens que aguardar os 20% restantes ou denunciar a licitação e começar tudo de novo.
Licitações são verdadeiros jogos do tipo: Pule três casas, saiu o resultado da licitação. Caminhe 2 para trás, o segundo lugar era micro empresa e aceitou vender pelo mesmo preço. Pule mais duas para frente, o primeiro lugar não recorreu. Aguarde duas voltas, o ganhador pediu mais tempo para entregar o produto……..
É um inferno, e o pior que toda esta lei foi imaginada por um proeminente empresário da construção. Ela ainda funciona quando queres construir uma estrada e não há corrupção (vamos raciocinar pelo melhor). Porém a mesma lei serve para uma obra que dura quatro anos ou para a compra de papel higiênico para o seguinte mês.
Agora os serviços, imagine que tenhas um ótimo projeto arquitetônico, porém os projetos complementares foram ganhos por alguém que mora há dois mil quilômetros de distância do arquiteto e os dois moram também a dois mil quilômetros do local da construção!
Deveríamos ter leis específicas para diferentes materiais e leis específicas para projetos de Engenharia e Arquitetura. Porém essas leis tem que ser muito bem estudadas para não dar se basear somente em currículo, pois desta forma alguns escritórios ou firmas de projeto (como há em muitos casos) dominariam o mercado não permitindo que jovens arquitetos e engenheiros entrassem neste mercado. Também não podemos terceirizar a escolha para órgãos de classe como IAB e Sociedade de Engenharia, pois de novo o lobby pode ser formado, em resumo temos que fazer uma lei que permita a melhor escolha, com preço razoável e sem a formação de cartéis, pois se não “Hecha la ley hecha la trampa”.
Eu tô rindo desse post por ser engenheiro e saber que não é assim, pelo menos os últimos projetos daqui foram os escritórios que mais cobram que estão com eles.
– Essas pontes na Av. Ipiranga, são muito antigas;
– Os puxadinhos nas paradas de ônibus não tem projetos;
Se fosse assim, não contratariam espanhóis para o projeto do cais, seria mais simples pegar o arquiteto X que tem seu escritório no fundo do quintal aqui mesmo.
Vi seu post, e quanto a ponte na terceira perimetral, não havia motivo por terem a feito bonita:
1) porque se trata de uma região onde as pessoas não param
2) pelo vandalismo
3) porque já estava previsto um futuro viaduto sobre a Ipiranga, ou seja, seria dinheiro em vão.
Não me diga que alguem pararia nesse cruzamento por ter praças, já que tem um trânsito infernal