A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apresentou, ontem, em Porto Alegre uma série de estudos sobre a possibilidade da construção de um novo acesso na altura do km 80 para a BR 290, em Gravataí. Para ser executada pela Concepa, a obra dependeria de um aumento nas tarifas de pedágio nos polos – Eldorado do Sul, Gravataí e Santo Antônio da Patrulha – ou uma nova praça de pedágio.
O superintendente de Exploração de Infraestrutura Rodoviária da ANTT, Mario Mondolfo, acredita que em duas semanas será finalizado um relatório com sugestões sobre a obra. Vereadores e representantes de Gravataí e Cachoeirinha foram à reunião.
Correio do Povo
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Uma auto-estrada como a nossa Free-way comporta uma série de entradas e saídas, porém a tarifa em todo o mundo depende do trajeto percorrido, se começarmos a colocar novos acessos tem três problemas: Primeiro, as tarifas deverão ser readequadas, não é justo que quem ande 20km pague o mesmo do que quem ande 90km. O segundo problema, a estrada já está apresentando sinais de saturação, não adianta encher de acessos para todos ficarem parados. Terceiro, se é Gravataí que está demandando este acesso que a Prefeitura de Gravataí que pague, pois sempre com o bonus vem o onus (ou vice-versa), a prefeitura de Gravataí ganha pela presença da GM todo o retorno do ICMS que a GM não paga, e quem paga isto, são todos os outros municípios do estado, ou seja, eles aumentam o ICMS pela presença de uma fábrica, nós pagamos para eles terem este “plus” e quando chega a hora deles investirem, de novo, nós é que pagamos.
como eu disse acima (postamos com um minuto de diferença O.o), esse modelo de cobrança é impossível com praças de pedágios tradicionais.
Veja, fmobus se é consenso para dois leitores amadores como somos, se não for consenso para os especialistas algo estará errado.
Pois é, eu até imagino que já seja consenso entre especialistas das áreas de transporte. O problema é que, em última análise, não são eles que tomam as decisões, e sim as concessionárias das rodovias e os politiqueiros que estiverem no comando do governo. Uma cobrança justa de pedágio é contrária ao interesse da concessionária, enquanto que a instalação dos chips (em todos os veículos) é politicamente desgastante.
Com certeza, quem deveria pagar o acesso seria Gravataí, e não a Concepa.
Só que, Cachoeirinha está pedindo um acesso, e Cachoeirinha quer pagar pra fazer! (já tem até o viaduto pronto, só faltaria fazer um pedaço e nada mais) Mas a ANTT e a Concepa alegam que o tráfego que vai gerar com esse acesso iria aumentar os custos operacionais da rodovia…..
Daí já não sei mais……
Alex
Se formos aceitando todas as demandas dos municípios, daqui a pouco a estrada vira uma peneira, entrando e saindo em qualquer lugar.
O meu medo é que venha um engenheiro de transportes de Porto Alegre e comece a botar sinaleiras! 🙂
Exato Rogério, perfeito. E ainda vai contra o próprio conceito da estrada, que é uma “auto-estrada” – freeway. Ela foi concebida pra passar ao longo das cidades, sem sinaleiras, sem muitos acessos.
Só eu que acho um atraso a necessidade da existência de praças de pedágio? Já existe tecnologia de pedágio free-flow, e nem estou falando dos autoexpresso da vida, hoje restritos às praças de pedágio tradicionais – estou falando de instalar, em pontos arbitrários da rodovia, portais que leem chips RFID instalados nos veículos, a exemplo do que existe nas autovias urbanas em Santiago do Chile.
O uso dessa tecnologia permite aquilo que eu sempre achei que a forma mais justa de cobrar pedágio numa autoestrada como a Freeway: cobrança mais frequente de valores menores. Em outras palavras, teríamos um portal desses a cada dez ou vinte quilômetros cobrando a fração pertinente da distância coberta por quem passa por aquele portal.
Isso resolveria distorções como aquela sofrida pelos usuários de Gravataí: hoje, para acessarem a Free-Way, pagam um pedágio de R$ 3,50 por sentido, enquanto que o caminho por dentro de Cachoeirinha é gratuito (e congestionado). Se o usuário está indo para o Centro de Porto Alegre, até lhe vale a pena pagar, mas o mesmo não pode ser dito se seu destino for, por exemplo, a FIERGS.
No meu modelo, teríamos um pedágio free-flow em cada “trecho” da Freeway: saindo de Porto Alegre, teríamos uma cobrança antes do entroncamento com a BR-116, outra antes do entroncamento com a Assis Brasil, outra antes do entroncamento com a RS-118, e as demais distribuídas no resto do caminho até Osório conforme necessário. Cada uma dessas cobranças poderia tranquilamente ser de R$ 1,00 ou até menos, e ainda assim a receita seria mantida, pelo simples fato de que os usuários que antes não pagavam passariam a pagar.