Massa Crítica é alvo de inquérito do MP; audiência é na quinta-feira

Ciclistas da Massa Crítica defendem o uso da bicicleta | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Há um pouco mais de um mês, no dia 22 de novembro, o evento ciclístico Massa Crítica – que procura promover a bicicleta como meio de transporte em alternativa aos veículos automotores, e que ocorre toda a última sexta-feira de cada mês – recebeu da Promotoria de Justiça de habitação e Defesa da Ordem Urbanística do Ministério Público um ofício que informava que um Inquérito Civil estaria sendo instaurado, com o intuito de “investigar potencial infração a ordem urbanística em razão de irregularidades nos eventos organizados pelo grupo”. Na próxima quinta-feira (29), às 14h30min, ocorrerá uma audiência pública no Ministério Público para discutir as ações dos participantes da Massa Crítica para que se possa chegar a um acordo entre o grupo e as autoridades.

Dando um prazo de 30 dias, já extrapolados na última quinta-feira (22), o documento solicitava que fosse informado o nome de todos os participantes e indique de que maneira o “grupo” atua. Além disso, pedia que fosse realizada prévia informação às autoridades indicando os trajetos percorridos, para possibilitar a organização do trânsito na cidade.

O pedido foi realizado pela diretoria da EPTC após reclamar do evento ocorrido no dia 22 de setembro, que estava sendo acompanhado pela própria EPTC e pela Brigada Militar. Porém, os participantes alegaram não existir necessidade da presença das autoridades, pois eles “se responsabilizariam por seus atos”. Segundo o documento ainda, “uma pequena minoria consumia bebida alcoólica e confrontavam os motoristas agressivamente”.

Curiosamente, foi anexado nos autos, um e-mail de um cidadão que exige que o Ministério Público cobre da EPTC e da Brigada Militar melhor fiscalização quando houver o evento ciclístico. Ele acrescenta ainda que a Massa Crítica é um grande evento de mobilidade urbana em prol da bicicleta e por tanto, merece mais atenção por parte das autoridades.

Audiência pública reunirá ciclistas, Brigada Militar, MP e EPTC

De acordo com o secretário municipal de mobilidade urbana e diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, os ciclistas do Massa Crítica costumam trancar as vias públicas para que os integrantes da pedalada possam passar. “Eles não têm legitimidade para isso”, afirma Cappellari. “O problema maior está no bloqueio das vias, quando uma pessoa sem autoridade para o trânsito, podendo gerar um conflito entre motoristas e ciclistas. E é isso que queremos evitar”.

Além disso, ele destaca que a empresa nunca é informada sobre os passeios, motivo pelo qual ele justifica as ausências das autoridades nos eventos. “Se fossemos informados poderíamos proteger os ciclistas de qualquer conflito”.

Por outro lado, Marcelo Sgarbossa, cicloativista e participante ativo da Massa Crítica, argumenta que foram poucas as vezes em que a EPTC e a Brigada Militar participaram das pedaladas. Nessas ocasiões, as motos usadas pelos dois órgãos colocam, segundo ela, os ciclistas em risco, devido à alta velocidade usada pelos veículos de fiscalização. “Em certa ocasião, alguns brigadianos chegaram a subir na calçada para desviar dos participantes, causando transtorno aos pedestres”, afirma Sgarbossa.

Sobre o funcionamento do bloqueio das ruas realizado pelos próprios ciclistas, Marcelo Sgarbossa diz: “Nós não ultrapassamos o sinal vermelho. Mas quando o sinal fecha enquanto a Massa está passando, não há como parar, ou os carros vão ser forçados a entrar no meio e colocarão em risco a vida dos participantes. Por isso a gente diz ‘a Massa não tranca, a Massa passa’, só que esse passar é em baixa velocidade”.

Outra questão fundamental levantada por Cappellari é que seja divulgada a rota por onde os ciclistas pretendem passar. “Na audiência iremos propor um acordo de que seja divulgado o percurso com antecedência, para que possamos informar os motoristas sobre as vias que estarão fechadas no dia, e assim, facilitar o trânsito tanto para os motoristas quanto para os ciclistas”.

Contudo, Sgarbossa afirma que definir o percurso previamente pode ser um problema para os ciclistas. “Primeiro que, como não há uma direção, eu posso enviar a rota para a brigada, mas outro participante pode romper, e o grupo acabar seguindo-o. Segundo, caso seja divulgado o trajeto, precisamos ter a liberdade de escolher por onde iremos transitar. Temos medo de que daqui a pouco, a Brigada ou a EPTC diga ‘por essa rua vocês não podem passar’”, destacou.

André Carvalho – SUL 21



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66 respostas

  1. Como pedestre faço esses ciclistas pararem nas faixas sempre que atravesso, nem que seja empurrando, afinal, a prioridade não é sempre do pedestre?. Fecha o sinal, onibus, carro moto param e la vem eles, ja que não tem placa, não da para ser punidoe passam tirando fino de idosos, crianças, mulheres gravidas. No transito querem todos os diretos, mas dever que é bom nada. Esquecem que pelo egoismo, podem matar um doente em uma ambulancia, ou atrasar mais de 60 pessoas em um coletivo, pq o “bonzão” resolveu ocupar uma faixa de rolamento, afunilando o transito. Sou a favor de habilitação e placa para as bicicletas. Alias, bicicleta é para lazer, ja que para mobilidade existe um veiculo chamado moto, esses sim defendo , pois andam no ritmo do transito.

    • É isso Rubens, para mim estas pessoas se acham mais importantes que qualquer outro cidadão não respeitam faixa de segurança não respeitam nada, e agora se liberarem a maconha ai….

  2. Sem contar o cheiro de maconha desses “encontros”.

  3. Nos pretendiamos eu e meu filho, sairmos de bicicleta com este grupo, após o evento do atropelamento, resolvi ler alguns artigos sobre o grupo, e ainda vi a reportagem feita pelo reporter da RBS que participou do evento aquele em que houve o atropelamento, não gostei do que li nos artigos, e a reportagem do jornalista da RBS, que foi muito politico na explanação mas deixou algo no ar …. resolvemos passear de bike sozinhos…

    • Eliseu,
      Eu vi muito absurdo sobre a MC na imprensa durante esse ano, muita desinformação.

      Te peço que não tire conclusões sobre os fatos baseando-se somente na imprensa. Não conheço uma pessoa que tenha ido à Massa Crítica e não tenha gostado.

      Segue vídeo sem cortes da Massa Crítica de maio deste ano:

    • Eu não sabia de nenhum repórter da RBS que participou da Massa Crítica no dia do atropelamento. Que reportagem é essa?

  4. Marcelo

    Não apareceu a opção de responder la…

    Agora dia 30 não posso, vou pra praia, mas dia 28 de janeiro acho que vou.
    Tenho que ver, vou pedir demissão do meu emprego, tenho que ver como vai ficar o aviso previo, geralmente chego as 18 horas em casa, ir até o largo iria demorar mais tempo, vou tentar levar a bike pro trabalho caso ainda esteja trabalhando, e de la vou pro lugar marcado.
    Mas vamos marcar mesmo, vou me preparando desde ja pra isso..

    • Beleza, o pessoal não costuma sair do largo até umas 19h, e agora no horário de verão até um pouco depois.

      Acho que o Gilberto tem meu e-mail, pede pra ele te passar pois não me sinto muito à vontade colocando ele aqui.

  5. marcelo
    28/12/2011 21:35

    qual parte do Artigo 213 do Código Brasileiro de Trânsito o guilherme não emtendeu

    ________________________

    Estranho, que eu saiba o massa critica não é nenhuma manifestação, movimento nem nada, apenas pessoas passeando pelas ruas… quebrando regras…
    Ao menos é o que falam quando tentam organizar o tal evento, ou sei la o que é, ja que mudam tanto de opinião né?
    Agora isso mudou?
    Estranho…

    Ou tu que não consegue entender que o tal massa critica é apenas um passeio, pessoas andando pelas ruas? É o que falam…

    • Guilherme, uma das coisas bonitas da Massa Crítica é a diversidade, a Massa Crítica é todas essas coisas ao mesmo tempo, mas só vais entender isso indo em uma.

      Se perguntares para um participante, ele vai dizer que é um passeio, se perguntares para outro, vai dizer que é um protesto, ainda outro vai dizer que é uma celebração, e outro, uma manifestação. Pra mim ela é tudo isso junto.

      De qualquer forma o Artigo 213 é não fala somente em manifestações fala em “agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas, desfiles e outros” e ainda “agrupamento de veículos, como cortejos, formações militares e outros”. A Massa Crítica é um agrupamento de pessoas e um agrupamento de veículos. E também é uma bicicletada, que eu creio que se inclua em “outros”.

      Pare de acreditar “no que falam” e vai pedalar na Massa, como fez o repórter do G1, para teres a experiência em primeira mão:
      http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2011/12/mp-do-rs-e-empresa-de-transito-de-porto-alegre-investigam-ciclistas.html

      • Bom, ficar discutindo aqui não vai mudar nem a minha nem a tua opinião.
        Aceitei teu convite de ir no massa critica, respondi um comentario teu mais antigo.. (eu me perco com esse sistema de respostas… mas tudo bem…)

        Ir pedalar com o pessoal pode fazer com que eu mude de opinião mesmo, vamos ver no que da.

  6. PESSOAL, ÚLTIMA VEZ QUE EU VOU AVISAR: OS COMENTÁRIOS DEVEM SER FEITOS SOBRE O ASSUNTO EM QUESTÃO NO POST, NÃO SOBRE CADA UM QUE COMENTA. VOCÊS NÃO CONSEGUEM DESENVOLVER ARGUMENTOS SEM OFENDER O OUTRO ? TO AVISANDO. MANEREM. OU O COMENTÁRIO DE VOCÊS NÃO SERVIRÁ PRA NADA.

    DELETEI CERCA DE 10 COMENTÁRIOS AGORA. CUIDEM POR FAVOR.

    E DESCULPE ESCREVER EM LETRAS MAIÚSCULAS.

  7. Conservadores, marionetes, pessoas que preferem uma cidade poluída, ameaçadora, veloz a uma cidade das pessoas, humanizada e solidária não têm condições de entender o que é a Massa Crítica, pois, antes de qualquer coisa, são “acríticos”, são obedientes, são filhotes do sistema, são curvados pelo pensamento dominante, são dignos de pena, embora se achem muito “espertos”. Vivem no atraso, vivem na época do milagre econômico, acham que ser moderno é ter automóvel e gostam do conceito de “progresso” que está na bandeira e que equivale a “desenvolvimento” a qualquer custo. Criaram-se ouvindo seus pais falarem que o ápice de suas vidas seria o momento de ter seu próprio automóvel. Se um dia se tornarem brochas, vão poder seguir exibindo seu templo, o automóvel. Se ficarem sozinhos, vão ter automóvel. Mesmo que fiquem horas trancados no trânsito todos os dias, acham que estão ganhando em ter um carro. Nasceram e se criaram numa cultura carrocêntrica. Não conseguem sair desta lógica. Para eles, simplesmente é IMPOSSÍVEL. Portanto, nada de discutir, eles nâo têm capacidade para compreender. Não percam tempo aqui falando do inalcançável a mentes rasas. O ídolo desse povo é Davi Coimbra… precisa dizer mais?

    • Eu não estou entendendo…
      Você está rotulando qualquer um que possua um carro? É isso?
      As pessoas são livres para escolherem como querem as suas vidas, e não é impondo esse pensamento por meio de rótulos e ofendendo, diminuindo, de uma maneira discutível (poderia contrapor cada frase tua e te mostrar o outro lado), mas não… Quem não enxerga um palmo à frente é você, quem está cega e alienada é você, quem está até mesmo mentindo por meio deste texto é você.
      Tenho carro, mas ando de ônibus e a pé, não escolho o modal bicicleta porque não quero e pronto. Soraya, negue uma carona de algum amigo seu, ofenda-o bastante e seja feliz (acho isso difícil, pela amargura com que você escreveu). I’m out.

    • Soraya,
      Eu acredito que menosprezar e ofender as pessoas que pensam diferente de ti só afasta ainda mais essas pessoas dos ideais que tu defendes.

    • Isso mesmo soraia! No verão vá a praia de bicicleta! rs, rs. Vá fazer compras no super de bike! Vá levar um seu parente em uma emergência de hospital de bike!

      Movimento para acabar com os carros no mundo! Avante!

      Quanta bobagem…

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