Com o propósito de iniciar um diálogo entre a Empresa Pública de Transporte e Circulação e o grupo de ciclistas intitulado “Massa Crítica” na busca de consensos com relação ao trânsito de bicicletas em Porto Alegre, o promotor de Justiça de Habitação e Defesa da Ordem Urbanística Luciano de Faria Brasil reuniu, na tarde desta quinta-feira, 20, representantes das partes interessadas.
“Pretendemos que este seja o primeiro de diversos encontros para alcançar um alinhamento que agrade aos dois lados”, iniciou o Promotor, destacando que o Ministério Público não defende nem EPTC, nem ciclistas. “Estamos preocupados com a coletividade e com o interesse público”.
Em relação ao trajeto prévio, principal divergência entre as partes, ficou acertado que no próximo evento da Massa Crítica, que acontece nesta sexta-feira, às 19h, um agente da EPTC acompanhará o início da atividade com a finalidade de conhecer o caminho a ser percorrido.
Por sugestão de Luciano Brasil, será criado um Fórum Permanente de Discussão sobre Mobilidade Urbana, com objetivo de, incialmente, debater a questão dos ciclistas e, posteriormente, ampliar para outros temas.
O Promotor sugeriu, ainda, que os integrantes do movimento divulguem, através de blogs e redes sociais, os temas debatidos na reunião. O objetivo é que, no próximo encontro, marcado para 12 de janeiro, às 14h30min, sejam levadas sugestões e encaminhamentos dos participante do Massa Crítica, “principalmente no que se refere a questão da antecipação do trajeto”, destacou Brasil.
Participaram da reunião o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Luis Cappellari, acompanhado de servidores da empresa; o comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronal Stocker; e um grupo de aproximadamente 12 representantes do Massa Crítica, entre eles Aires Frederico Becker e Marcelo Sgarbossa, que se manifestaram em nome do grupo.
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Se houvesse uma divulgação prévia do itinerário, dando tempo à EPTC para preparar desvios com mais agilidade e orientar os motoristas, poderia ter sido evitado o caso do Golf preto, por exemplo. Mas o negócio da “massa crítica” acaba passando a impressão de ser mais para tumultuar e procurar confronto com os motoristas do que realmente apresentar a bicicleta como um meio de transporte a ser levado a sério. E insistem em dizer que a “massa crítica” não tem líderes, mas na prática quem introduziu esse evento para Porto Alegre acaba exercendo uma espécie de liderança.
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Argumentar que ciclistas tiveram qualquer efeito de causa quando foram atropelados por Ricardo Neis é como dizer que sais curtas causam estupros. Não, o atropelamento foi causado por um criminoso desequilibrado, e poderia ter ocorrido apesar de qualquer precaução.
Quem acredita que a Massa Crítica causa tumulto ou procura algum conflito é porque nunca participou de uma, ou sequer viu uma de perto. A manifestação é pacífica, e todo mundo sempre tenta angariar a compreensão e aceitação de todos no trânsito. Os participantes da massa crítica se manifestam para pedir respeito no trânsito; para poder trafegar pelas ruas com segurança.
Tenho certeza que essa é uma causa pela qual vale a pena lutar, mesmo que para ter sua voz ouvida, tenha que interromper o trânsito por 5 minutos uma vez por mês. Sei que este tempo é de valor inestimável para muitos, mas pedimos desculpas — essa parece ser a única forma para que a bicicleta seja vista no trânsito.
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Tudo bem que ninguém mandou o Neis partir para cima, mas depois daquele episódio não tem quem me convença que uma melhor articulação junto à EPTC para dar condições de fazerem as alterações necessárias no fluxo viário para evitar confrontos seja uma má idéia.
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*Fazer as alterações com uma maior agilidade sem dar margem a desentendimentos entre ciclistas e motoristas.
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Diversas reuniões já ocorreram com a EPTC e demais orgãos da PMPA. Basta se manter informado para saber o que esta acontecendo. Julgar sem conhecer é fácil.
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A questão pra mim é bem simples:
1) se é uma PASSEATA, do tipo movimento–unido-organizado-em-prol-do-uso-da-bicicleta, tem que ter trajeto divulgado e negociado com a presença da EPTC e bloqueio da via inteira para as bicicletas.
2) se é uma BICICLETADA, do tipo espontâneo ando-onde-eu-quero-como-eu-quero, não tem o porquê e o quê ser divulgado e negociado, uma vez que as bicicletas estariam utilizando seu espaço por direito, que é UMA FAIXA apenas da via pública, compartilhando o espaço com outros meios de transporte (ônibus, motos, carros a afins), sem necessidade do acompanhamento da EPTC.
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concordo em tudo com o Caue.
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A não divulgação do itinerário não se dá por falta de vontade ou birra. A MC não divulga o seu trajeto simplesmente porque ninguém sabe por onde a massa vai passar. Não há responsáveis ou organizadores, e o caminho é sempre decidido na hora, geralmente por quem está na frente — e essas pessoas vão mudando durante todo o percurso.
Na última sexta-feira a EPTC soube trabalhar muito bem com os ciclistas, apesar desta limitação. Agentes seguiram pedalando à frente e no meio dos participantes, prestando atenção nos sinais de que o grupo iria para uma ou outra via, e comunicando os achados via rádio a outros membros do órgão.
O resultado não podia ter sido melhor: a passeata ocorreu de forma pacífica, com apoio e legitimidade da EPTC para controlar o trânsito durante os 15 quilômetros do percurso, e uma ocasional intervençao da Brigada Militar para acalmar um ou dois motoristas mais nervosos.
Dá pra todo mundo agir junto, respeitando o direito de manifestação do coletivo sem agravo ao resto da população. Basta querer, e na sexta-feira o EPTC e a Brigada mostraram que estão dispostos a dialogar.
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