O volume de chuva que atingiu Porto Alegre nesta quarta-feira, 14, foi um dos mais altos dos últimos anos, segundo os meteorologistas do Sistema Metroclima da prefeitura. Em apenas 12 horas, a precipitação praticamente atingiu a média histórica (série 1961-1990) de todo o mês de março, de 104,4 milímetros. O meteorologista Luiz Fernando Nachtigall diz que a precipitação foi extraordinária não somente porque os volumes foram muito altos, mas também porque o grande acumulado de chuva se deu em período muito curto.
Quanto choveu – As estações automáticas do Sistema Metroclima registraram, até o começo da tarde desta quarta-feira, volumes de 89,7mm no Moinhos de Vento, 86,5mm no Menino Deus, 81,3mm na Lomba do Pinheiro, 62,2 na avenida Sertório e 61,4mm no bairro Lami. Estação automática particular de apoio ao Sistema Metroclima na Chácara das Pedras indicou 74,8mm. No Jardim Botânico, a estação do Instituto Nacional de Meteorologia acusou um volume de 76,8mm. De acordo com os técnicos do Sistema Metroclima, é provável que em alguns pontos a precipitação tenha ficado ao redor de 100mm.
Dois aguaceiros – A maior parte dos volumes de chuva em Porto Alegre ocorreu durante dois intensos aguaceiros. Na madrugada, a cidade já tinha registrado ao redor de 15mm. No começo da manhã, quando se deu a primeira ocorrência de chuva intensa, a Capital teve ao redor de 50mm, metade da média mensal, em cerca de apenas uma hora. Quando o sistema de drenagem começava a dar conta do grande volume de água ocorrido, no fim da manhã um novo aguaceiro trouxe mais 20mm a 30mm de chuva para a maioria dos bairros.
Causas da chuva – O motivo principal para a chuva intensa foi o avanço de uma frente fria pelo Rio Grande do Sul. Com o avanço de ar seco e frio do Sul, a instabilidade se intensificou do Centro para o Norte do Estado, onde predominava ainda a atmosfera quente e úmida que favoreceu temporais com chuva intensa na véspera na região do Vale do Sinos. Nuvens muito carregadas se formaram entre 7h e 8h sobre Porto Alegre, despejando grande volume de água. Na área metropolitana e em quase todo o interior do Estado, as precipitações não foram significativas. A ocorrência de chuva extrema na Capital foi um fenômeno muito localizado.
Histórico – O maior volume de chuva em 24 horas (entre 9h de um dia e 9h do outro) em Porto Alegre, em março, na série histórica 1931-1960 foi de 63,8mm, em 30 de março de 1942, quando a medição ainda era feita no Centro da Capital. Já na série 1961-1990, a altura máxima em 24 horas atingiu 92,9mm, marca esta registrada na estação do Instituto Nacional de Meteorologia do Jardim Botânico em 8 de março de 1983. Em 1914, março teve um dia em que caíram no Centro de Porto Alegre 38,1mm em somente 40 minutos, volume semelhante ao registrado no primeiro aguaceiro da manhã desta quarta-feira. O maior volume de chuva ocorrido em Porto Alegre na história recente da cidade se deu em maio de 2008, quando um ciclone extratropical trouxe mais de 200mm de chuva para a Zona Sul em pouco mais de 24 horas, segundo dados do Sistema Metroclima, que já operava à época.
Previsão – Uma massa de ar seco e frio gradualmente ingressa na área de Porto Alegre nesta quinta-feira, 15. O sol deve aparecer, mas ainda são esperadas nuvens. Não se descarta chuva ou garoa passageira, sobretudo na primeira metade do dia. O dia vai ser ameno e agradável. As mínimas ficam ao redor de 19ºC no final do período, e durante a tarde deve fazer entre 25ºC e 27ºC. Na sexta-feira, 16, o sol predomina com possibilidade de nevoeiro isolado ao amanhecer na região. A madrugada será amena, com mínimas entre 15ºC e 17ºC, mas aquece rapidamente durante o dia com o sol e o ar seco. À tarde, as máximas ficam ao redor de 30ºC. Segundo os meteorologistas do Metroclima, o tempo segue ensolarado no fim de semana, com noites amenas e tardes de calor. No domingo, 18, as máximas podem ficar entre 33ºC e 35ºC.
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Porto Alegre tem uma natureza de morros, várzeas, arroios e banhados.
Av Erico Veríssimo – abaixo dela, há o arroio Cascatinha
Av Padre Cacique – exatamente na parte alagada passam dois riachos do Morro Sta Teresa em direção ao Guaíba
Alagamentos tradicionais da ZN: Uma das áreas, dentre tantas outras, que possui pequenas elevações. O suficiente para alagar facilmente regiões mais baixas. Há muito atrás, havia um arroio chamado Almirante Tamandaré, que levava as águas da ZN ao Guaíba. Mas esse arroio não existe mais, virou canal de concreto e hoje é insuficiente pra carga de água da pluvial da Zona Norte, tornando necessária a construção e expansão do Conduto Álvaro Chaves. A impermeabilização dessa área tão urbanizada é o que dificulta tudo.
É claro que a engenharia supera esse tipo de problema. Mas não é fácil bater de frente com um problema natural.
E o Muro da Mauá, serviu pra alguma coisa?