Novas opções de hidrovia

Equipe técnica fez dois trajetos, até a Ilha da Pintada e o Barra Shopping, para verificar possibilidades

Viagem até a Colônia de Pescadores Z5 levaria 10 minutos, partindo do Cais do Porto Crédito: tarsila pereira

Uma equipe técnica da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) analisou os novos trajetos a serem percorridos pelo catamarã, ontem à tarde. O grupo fez o trajeto que deverá ser implantado ainda este ano até a Ilha da Pintada e o outro previsto até o Barra Shopping, na zona Sul.

Este último, no entanto, de acordo com Carlos Bernaud, da CatSul – empresa que opera a linha Porto Alegre-Guaíba -, apresenta um problema para atracar, pois os dutos do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) dificultam as manobras da embarcação. O Dmae projeta resolver o problema no prazo entre quatro e seis meses. A EPTC espera que haja solução em um tempo menor para a linha começar logo a operar.

A CatSul demonstrou intenção de também operar esses dois trajetos. Segundo Bernaud, a ideia é que o itinerário da Ilha da Pintada e do Barra Shopping seja operado em alguns horários. No caso da linha para o Barra, o catamarã pararia em alguns horários, aproveitando o trajeto para Guaíba. Porém, há o empecilho dos dutos do Dmae, fazendo com que o início das operações ainda não tenha data determinada. Para a Ilha da Pintada também seriam alguns horários e, nesse caso, poderia ser implementada em seis meses. O tempo de viagem seria de 10 minutos.

Eram 16h10min quando a equipe da EPTC chegou ao Cais do Porto, na Capital. Após uma rápida conversa com Bernaud, o grupo embarcou em um catamarã, indo em direção à Ilha da Pintada. A intenção era verificar o local onde poderia ser feito o atracadouro. Na ilha, contataram com representantes da Colônia de Pescadores Z5. Apesar de considerar boa a ideia, a comunidade local espera que o projeto seja pensado no sentido de não atrapalhar os profissionais que vivem da pesca. Uma espécie de pier seria feito próximo ao dos pescadores. Da ilha, o grupo seguiu até as proximidades do Barra Shopping. Uma pracinha, situada perto, foi adotada pelo Barra e poderá abrigar o atracadouro. O tempo de viagem até o shopping seria de 15 minutos.

Correio do Povo



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8 respostas

  1. Mandem esta reportagem pra imprensa daqui!

    Ela precisa de mais encorajamento, pois faz uma reportagemzinha ali, outra aqui, mas uma de peso, não vi até agora uma que se embazasse em dados e depoimentos positivos.

    A prefeitura de Floripa é comandada pelos donos da empresas de ônibus, e falar em transporte marítimo aqui em, especificadamente dentro da citada, é um pecado mortal!

    Botam um monte de defeitos, dizem que é “INVIÁVEL”, vê se pode, com todo este mar em volta da Ilha de Santa Catarina, se eu tivesse dinheiro, bancava sozinho este nogócio, se a prefeitura permitisse é claro!

    Engavetam os projetos, ou seja sem a benção dos empresários, sem a participação deles, nos lucros, nem pensar!

    É uma máfia aqui!

    Falando em transportes não poluidores e alternativos Gilberto, como está o tal projeto dos “Bondes Turisticos” no centro de Porto Alegre?

    Abraço!

  2. meus dois centavos:

    Catamarã é um serviço muito legal, muito confortável, muito rápido. Mas…

    Os catamarãs pecam fortemente pela baixa capacidade total do serviço. Atualmente temos apenas dois catamarãs por hora saindo de Guaíba, contabilizando ínfimos 240 passageiros por hora. Para uma cidade de 100 mil habitantes, dificilmente isto está fazendo uma grande diferença para os Guaibenses, que continuam majoritariamente dependendo dos ônibus no seu deslocamento a capital. Para referência, no estado atual, os ônibus que vem de Guaíba devem estar alcançando algo como 8 ou 10 mil passageiros por hora.

    No caso da proposta de serviço entre Barra Shopping e Centro, além do problema da capacidade total, vejo muita dificuldade em tornar esse serviço competitivo. Explico: pouca gente mora perto do Barra Shopping a ponto de poder chegar a pé ao ponto de embarque e, em função disso a maioria dos passageiros teria que fazer baldeação para utilizar o serviço. Em todos os sistemas de transporte integrado, o sucesso prático e comercial do serviço está intimamente ligada ao tempo de espera do passageiro na estação de transbordo. Em outras palavras, é necessário ter uma alta frequência na linha que faz o trajeto troncal (no caso, Barra-Centro), coisa que é inatingível com o atual modelo dos Catamarãs. Como agravante, o embarque em catamarãs é naturalmente lento, obrigando o veículo a permanecer mais tempo no terminal e desperdiçando o tempo dos passageiros. Se levarmos em conta que o trecho entre o Barra e o Centro é relativamente rápido de ônibus, quem vai se dispor a esperar um barco chegar, entrar na fila pra embarcar, aguardar toooda uma manobra de saída para finalmente rumar ao Centro?

    Com a proposta para a Ilha da Pintada, por outro lado, temos um cenário completamente diferente; a competição que existiria ao serviço seria fundamentalmente a dos ônibus, cujo viagem com certeza leva mais do que 10 minutos. Juntemos a isso o fato de que a população da Ilha não é tão grande e também o fato de que a ilha, sendo bastante plana, é convidativa para o uso da bicicleta, podemos ter uma solução muito interessante. Claro, teria de ser adicionado um porém: a existência de um serviço tão rápido ao centro pode tornar as ilhas convidativas à população de baixa renda, o que poderia motivar invasões nas áreas de preservação; não dá pra pensar em qualificar a ilha sem fortalecer os controles sobre o uso da área.

    • Acredito que o terminal seria perto do Barra por que o início do BRT na zona sul seria ali também. Imagino que haverá uma convergência de “fins de linha” na região. Não é o caso? O problema na real é que o BRT é uma caixa preta para nós até agora, vai saber o que vai sair disso.

  3. Bom, agora começa a deslanchar! Que alegria! Será que seria viável viagens mais longas, até Pelotas ou Rio Grande por exemplo? Alguem sabe se já existiu alguma linha assim? Demanda todo mundo sabe que tem!

    • Antes da construção da ponte a navegação era muito forte no Rio Grande do Sul, mas linhas de barco até Pelotas e Rio Grande eu só tinha ouvido falarem em algumas destinadas ao transporte de cargas.

  4. … Barra Shopping, na zona Sul. … apresenta um problema para atracar, pois os dutos do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) dificultam as manobras da embarcação. O Dmae projeta resolver o problema no prazo entre quatro e seis meses. A EPTC espera que haja solução em um tempo menor para a linha começar logo a operar.
    Sem comentários.

    • Hermes, aproveitando tua presença por aqui, e teu conhecimento das condições do Guaíba, pergunto-te:

      Que tipo de desafios de engenharia e operação estariam envolvidos na construção de uma ponte iniciando naquele ponto entre o Gasômetro e os Armazéns e terminando na Ilha da Pintada? Mais especificamente: Qual altura ela deveria ter? Qual deveria ser a distância entre os pilares no vão principal? Qual é a profundidade do canal nessa região?

      O propósito destas perguntas é meramente especulativo; o objetivo não é construir uma ponte rodoviária, e sim uma ponte destinada a mobilidade sustentável, contendo dois trilhos de aeromóvel (um por sentido) e uma passarela para pedestres e ciclistas. Minha proposta é de um aeromóvel iniciando no centro de Porto Alegre que, depois de cruzar esta ponte que citei, atenderia a Ilha da Pintada; após isso, uma nova ponte (mais simples e baixa) seria erguida da Ilha até o Sans Soussi, de onde o serviço seguiria por terra até o centro de Guaíba.

  5. Seria interessante também um terminal ao lado do Beira-rio e da Arena, principalmente para funcionar em dias de jogos. Mas na Arena o investimento seria maior, porque seria preciso construir uma passarela sob a freeway, até o rio Gravataí ou o Guaíba.

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