Política industrial para o Rio Grande do Sul será apresentada nesta quarta-feira

Com a meta de recolocar o Rio Grande do Sul na rota do crescimento acelerado, recuperando as posições perdidas no Produto Interno Bruno (PIB) nacional nos últimos anos, o governador Tarso Genro apresenta hoje sua nova política industrial.

O anúncio coloca em prática um trabalho que já está sendo construído há alguns meses, resultado de mais de 170 reuniões. “Nunca houve um movimento planejado e estruturado como esse no Estado para a criação de um ambiente propício para avançarmos. Isso terá grande reflexo na economia gaúcha nos próximos anos”, aposta o presidente do Badesul, Marcelo Lopes.

Serão 22 setores contemplados com ações específicas e mais 50 ações transversais, que perpassam diversos segmentos. Os programas setoriais se dividem entre os da nova economia – como indústria oceânica e polo naval, energia eólica e semicondutores – e economia tradicional, como agroindústria, automotivo e moveleiro. Na área calçadista, por exemplo, o foco é criação de medidas para estimular o desenvolvimento regional.

A estratégia está alicerçada em cinco eixos. O primeiro deles é o da Política Industrial, que inclui a realização de programas setoriais para cada um dos 22 setores e ações internacionais de atração de investimentos e promoção das exportações. A missão governamental para a África, que deve acontecer em julho, é um dos resultados práticos disso.

O segundo eixo é o da Política da Economia da Cooperação, que inclui os Arranjos Produtivos Locais (APLs), programas de redes de cooperação, polos de modernização tecnológica e programa de cooperativismo. “Existem mais de 5 mil empresas gaúchas organizadas em redes, como as voltadas para o setor de construção de móveis”, exemplifica Lopes.

Projetos como Sala do Investidor, que já está operando desde setembro de 2011, fazem parte do terceiro eixo da política industrial gaúcha. A lógica é criar atalhos para a burocracia, minimizando o tempo que os empresários interessados em investir no Estado perdem indo a diversos órgãos públicos para discutir questões como financiamento e licenças ambientais.

Desde que o iniciou o projeto, já foram realizadas cerca de 50 reuniões com diferentes empresas. O total de investimentos que estão em negociação atualmente no Rio Grande do Sul é de R$ 15 bilhões. Os programas de apoio à captação de recursos para empresas inovadoras também fazem parte das iniciativas previstas. “É importante gerar inovação também no Interior do Estado”, alerta a diretora-adjunta da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Moema Pereira Nunes.

Chamados de Instrumentos Transversais, iniciativas como Fundopem, Distritos Industriais, Pro-Inovação, Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos e Sistema financeiro do Estado (Badesul, Brde e Banrisul) estão dentro do quarto eixo de trabalho da política. O último tópico envolve os projetos de infraestrutura para suportar todo o crescimento esperado a partir dessas ações, como nas áreas de logística, energia e comunicação.

Lopes admite que um dos grandes desafios é fazer com que a política industrial gaúcha seja uma política de Estado e não apenas de governo. “Para que isso aconteça, a melhor receita é reunirmos toda sociedade nesse projeto. E foi o que fizemos, chamando as universidades e as empresas para essa construção”, diz.

Jornal do Comércio



Categorias:Economia, Economia Estadual

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9 respostas

  1. é, mas dispender metade do orçamento com dívida e previdencia é um absurdo dos maiores… uma “herança maldita” dos governos populistas q acham q o estado deve ser uma mãe pros funcionários

  2. e o rombo na previdencia??? 1/4 do orçamento escorrendo em rombo de previdencia e 1/6 em juros da dívida… como se baixa impostos assim???

    • Cortando pessoal, aonde puder, cortando despezas de gabinetes, reduzindo as aposentadorias milhonarias. Alem do que, cortar impostos aumenta a arrecadacao do estado.

  3. É Rogeriomaestri tens toda razão, os concursos previlegiam conhecimentos de ‘português e legislação” em detrimento dos conhecimentos técnicos, como tu mesmo diz “Não adianta administradores, economistas, sociólogos, psicólogos, advogados e outros, definiram quais os rumos da política industrial que deve ser tomada” semana passada em um post eu escrevi que a pasta da Infra-estrutura e Logística no nosso estado está sob o comando de um advogado. De nada adianta este monte de reuniões feitas com “decisões” a serem tomadas, se estas pessoas não tem a qualificação necessária para saber de verdade o que a indústria gaúcha precisa para ser competitiva, diminuição drástica da carga de impostos que incidem sobre a produção, desoneração da folha de pagamento, e agilidade nas licenças ambientais.

    • Jorge

      Devemos denunciar isto, pois deixar na mão de setores eminentemente técnicos pessoas não qualificadas para tanto é um crime. Será que o partido que está no poder não tem engenheiros nos seus quadros políticos para ocupar os cargos.

      Enfim, outro problema é que estamos muito mal representados, pois vejam quais os entes públicos que nos deveriam representar com suas principais atividades:

      Sociedade de Engenharia: Tem uma excelente sede campestre que serve para churrascos e eventos diversos, a piscina também é boa, e uma vez por ano se reúne para eleger o engenheiro do ano, um empresário da construção civil (setor privado) e um diretor de um órgão público. Ah, tinha me esquecido, tem uma revista (que não recebo mais) que até há alguns anos atras tinha uma foto do presidente a cada página (não sei se melhorou), na Europa, Japão e Estados Unidos estas sociedades publicam artigos técnicos.

      CREA: Grupo de profissionais que se reúnem para ver quanto vão cobrar a ART para os engenheiros trabalharem (o único conselho que para cada atividade o profissional deve pagar).

      Sindicato dos Engenheiros: Tem por luta garantir o salário mínimo profissional, apesar de hoje em dia todas as empresas estarem pagando mais do que isto.

      Deste jeito as coisas não vão para frente.

  4. Olha, vamos falar sério. Política industrial se faz na base de ENGENHEIROS, GEÓLOGOS, ARQUITETOS, AGRÔNOMOS E OUTROS TÉCNICOS tanto de nível superior como nível médio. Não adianta administradores, economistas, sociólogos, psicólogos, advogados e outros, definiram quais os rumos da política industrial que deve ser tomada, e quando chega a hora de colocar o “guizo no gato” simplesmente ou foi decidida errada a política ou simplesmente não tem quem executá-la!

    O serviço público está simplesmente SUCATEADO em termos de profissionais da área, e os concursos públicos quando são executados favorecem quem sabe mais PORTUGUÊS (eu não passaria, exceto na Universidade!) e LEGISLAÇÃO do que conhecimentos específicos.

    Os profissionais da área técnica-científica são desprestigiados em relação a outras áreas, tanto na questão de respeito (secretários de saúde sempre são médicos, secretários da justiça sempre são Advogados ou Juízes, secretários das Obras Públicas da Irrigação e da Agricultura são quaisquer Zés).

    Outro exemplo, no caso da Copa setores inteiros da Prefeitura (técnicos do SMOV e outros) estão sendo deixados de lado e concentradas as ações em gabinetes especiais com membros escolhidos diretamente pelo Prefeito).

    O Estado Brasileiro, se quer desenvolvimento deveria valorizar as profissões técnicas e não ficar em pirotecnia do tipo que estão fazendo.

    Consultar empresas existentes para ver as suas necessidades é importante, porém essas empresas são completamente destituídas de quadros técnicos fora dos setores essenciais de produção.

    Posso dar um depoimento pessoal, há mais de vinte anos fui contratado por um dos maires grupos industriais do estado do Rio Grande do Sul (se não é o maior), por um jovem engenheiro que fazia parte do chamado setor de pesquisa e desenvolvimento desta indústria, quando perguntei qual era o quadro técnico que a indústria dispunha ele simplesmente me nomeou 3 (três) técnicos da área, surpreso perguntei por que de um número tão pequeno, ele me revelou que quando há um período de crise, o primeiro setor que sofre cortes no orçamento e demissões era este setor. Como na época conhecia um quadro superior desta empresa que perguntei porque tão pouco investimento em tecnologia, ele disse que isto não era verdade, que só naquele ano eles tinham comprado não sei quantos milhões em desenvolvimento (ou seja a visão, é comprar pacotes prontos, e não desenvolvê-los).

    Pode-se perguntar qual é o papel das Universidades nisto tudo, simples os professores das Universidades privadas (hoje em dia com alta qualificação) são contratados para dar aulas, e quando recebem dinheiro para a pesquisa há verdadeiros SAQUES em suas verbas para cobrir despesas corrente, os professores das Universidades Públicas cada dia perdem mais o tempo disponível para a pesquisa devido as expansões de vagas para os alunos (coisa que deve ser feita) sem o aporte de novos docentes para cobrir a carga horária.

    Fala-se muito do que não se sabe, e não adianta ter grandes planejadores (mesmo que sejam altamente capazes) se não houver massa crítica para elaborar o que foi planejado.

    Vou dar alguns dados da educação no Brasil e no mundo:

    Percentual de formados em função das áreas.
    Ciências Sociais e Direito 27,3%
    Educação 21,1%
    Saúde e Bem-Estar Social 16%
    Economia e Administração 13,7%
    Ciências e Matemática 5,9%
    Engenharias 5,1%

    Formamos 35.000 engenheiros por ano para demanda ATUAL precisaríamos mais 70.000
    Enquanto a 100 profissionais formados por ano 5 são engenheiros e nos USA que este número, que já está ficando abaixo do ideal (importa profissionais) são 25.
    A Coréia do Sul forma 140.000, a China nem vou falar.

    • Educação é a fundação de um grande país.
      Por isso enfrentamos o paradoxo de ser a sexta economia do mundo e a 84ª em índice de desenvolvimento humano.
      E nada sério é feito para corrigir essa defasagem.
      Onde está um projeto de Brasil?

  5. Excelente notícia para o RS! Esse é um investimento de longo prazo com resultados diretos na quantidade e qualidade dos empregos e um incentivo importantíssimo para a qualificação. Todos nos sabemos que a indústria exige qualificação!

    Espero que nosso estado deixe de ser um estado agrário/pecuarista para ser desenvolvedore de tecnologia! Chega de ficar exportando mão de obra!

  6. Se nao ouver reducao drastica de TODOS os IMPOSTOS ESTADUAIS, reducao brutal da BUROCRACIA e REGULAMENTACOES NAO TERA SUCESSO. Nenhum destes cabides de emprego que irao criar ajudara em nada se nao reduzirem, em muito, os impostos estaduais.

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