Dilma defende energia hidrelétrica e afirma que eólica não é viável

Durante encontro do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, no Palácio do Planalto, ontem, a presidente Dilma Rousseff defendeu a produção de energia hidrelétrica e considerou inviável a eólica.

Dilma disse que fica difícil garantir energia renovável que não seja hídrica. “Só energia eólica não segura, né?. E todo mundo sabe disso. Eu não posso dizer que só com eólica é possível iluminar o planeta”, afirmou.

A presidente lembrou-se da época em que era secretária de Energia, Minas e Comunicações do Rio Grande do Sul e disse que conhece o assunto porque já “mediu vento”.

– Não tem como estocar vento, não tem. Não sei se vocês sabem, mas não venta 24 horas por dia nem 365 dias por ano. Eu testou falando isso porque eu já medi vento em Porto Alegre.

Parque eólico é inaugurado em Tramandaí

A EDP Renováveis Brasil inaugurou nesta quinta-feira o Parque Eólico Cidreira I, que apesar do nome fica localizado no município de Tramandaí, no Litoral gaúcho. O complexo, que já está em operação comercial desde maio do ano passado, tem capacidade instalada de 70 MW e produção de energia suficiente para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes. O Parque ocupa uma área de 832 hectares e é composta por 31 aerogeradores (de 1,9 a 2,3 MW), com torres de 98 metros de altura e pás de 40 metros .

A presidente da EDP no Brasil, Ana Maria Fernandes, disse que o empreendimento em Tramandaí é um exemplo do bom período que atravessa o segmento eólico no Brasil.

O coordenador do grupo temático de energia da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Carlos Faria, concorda que há espaço para o setor eólico crescer ainda mais no País e afirma que o sistema de transmissão de energia gaúcho terá que ser fortalecido para escoar a produção dos novos parques que virão.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) sustenta que o ideal é a incorporação média de pelo menos 2 mil MW eólicos anuais na matriz energética brasileira. Se essa meta for alcançada, a energia eólica passará da atual participação de 1,3% na matriz para 5,3% em 2014 e 12% em 2020.

Políbio Braga



Categorias:Economia Estadual, Energia, Energia Eólica

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59 respostas

  1. A Dilma não tem formação acadêmica para falar mal da energia eólica, concordo nosso país é privilegiado em cursos d’água….não tem como vencer as hidrelétricas no Brasil, mas quando a Dilma fez este estudo em Porto Alegre a energia eólica não era tão competitiva, hoje ela melhorou muito em peso do material, no tamanho das hélices, na aerodinâmica, no motor enfim ela está muito competitiva, hoje é a energia que mais cresce no mundo. Não devemos esquecer que o nosso país também é privilegiado em ventos, em certas regiões como o Nordeste e o Rio Grande do Sul. Nossos ventos são quase constantes, superiores aos que ocorrem na Europa ou EUA, às vezes, falta vento, mas e a chuva que abastece as hidrelétricas também falta, como engenheiro torço muito pela energia eólica, acredito que no futuro só será derrotada pela fusão nuclear.

    • Concordo com você, além disto não devemos esquecer que o nosso país é muito diferente dos países europeus e EUA. O vento deles não é tão bom quanto o nosso..lá o custo do Kwatts da energia eólica é alto….aliás eles subsidiam para poder enfrentar a energia nuclear e o carvão…lá eles evitam o máximo a energia de hidroelétricas porque a terra é cara e eles temem que as barragens ocasione problemas ecológicos e como tem falta de terras eles acham um absurdo perder 1, 2 3 ou 4 mil km2 de terras férteis em barragens como ocorre no Brasil. O nosso país é privilegiado temos alto potencial em energia da água, dos ventos e no futuro a do sol (ainda está cara), já os europeus não tem nada disto eles tem que usar a perigosa energia nuclear que no Brasil é no mínimo 50% mais cara que a energia da água e dos ventos…lá está energia (nuclear) é a mais barata, mas com o desastre do Japão caiu em desgraça no mundo todo…ninguém quer esta energia apesar do bom preço.

  2. Energia é assunto técnico e não politíco. A Dilma foi ministra das energias, mas não endente nada de energia, pois está nas mãos do estado. Quero a quebra do monopólio das energias e redução carga tributária, aí quero como fica o esquema $$$$$ enegético.

    • Caro José Luiz
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      Não há a mais de vinte anos monopólio público na produção, transporte e distribuição de energia, se há algum problema no sistema energético é exatamente causado pela falta de controle público nas geradoras e distribuidoras de energia. A ANAEL, agência responsável pela regulação (não pela produção, transporte e distribuição de energia) deixou frouxos os contratos que ela deveria fiscalizar e uma série de operadoras PRIVADAS não estão respondendo a altura do que se comprometeram.
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      Não sei da onde tiraste que há monopólio, e mais atualmente os impostos federais serão reduzidos a um nível mínimo, restando os impostos estaduais. No Rio Grande do Sul quem aumentou a carga tributária sobre a energia foi exatamente a Srª Governadora Yeda Crussis, passando de 25% para 30% o ICMS da energia.
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      Os tributos médios no Brasil são distribuídos da seguinte forma (dados da PricewaterhouseCoopers) 31% são tributos federais, 47% são tributos estaduais, 19% são encargos setoriais e 3% são encargos trabalhistas
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      Pelo visto também não acompanhas o que se está passando no setor elétrico, o governo Federal passará para o tesouro parte dos encargos federais reduzindo em 20% (em média) o custo da energia elétrica, como se fará isto, atualmente os principais encargos federais e setoriais são:
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      PIS (em torno de 1% a 2%)
      Confins (em torno de 5% a 6%)
      Conta de Consumo de Combustíveis (Subsídio cruzado para a região norte onde maior parte da energia é ainda gerada por sistemas a diesel que são 3 vezes mais caros que as hidrelétricas fundo criado em 1973 )
      Reserva geral de reversão (RGR Indenizar ativos vinculados à concessão e fomentar a expansão do setor elétrico)
      Conta de Desenvolvimento Energético (CDE : Propiciar o desenvolvimento energético a partir das fontes alternativas; promover a universalização do serviço de energia, e subsidiar as tarifas da subclasse residencial Baixa Renda)
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      Destes tributos federais a Medida Provisória 579, que trata da renovação das concessões que vencem entre 2015 e 2017, determina a extinção da Reserva Geral de Reversão (RGR), o fim da arrecadação para a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e a redução da cobrança da Conta de Desenvolvimento Econômico (CDE) para 25% do valor atual, ou seja restarão o PIS.
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      Ou seja, a Senhora Presidente, diferentemente da antiga senhora Governadora do Estado do RGS, vai reduzir significativamente os impostos federais, restando além do que é dividido com a produção (31% do custo geral) a transmissão (4,5%) e a distribuição (27%) somente poucos tributos federais (menos do que 8%) os tributos estaduais.

      • Sr.Rogério, muito bom seus conhecimentos. Quanto aos operadores privados, pesquise quem são os sócios??? Quem financia os capitais$$$??? O Bndes está finaciando uma elétrica e a Caixa Federal comprou uma empresa na área de energia elétrica.

  3. Obviamente apenas a energia eólica não seria capaz de abastecer o brasil todo,mas isso não significa que ele não é viável, a energia hidrelétrica também não é capaz de abastecer o brasil todo e outra que a hidrelétrica teria mais gastos.O certo seria se colocasse todos os tipos de energias renováveis, assim geraria energia suficiente para abastecer pelo menos mais de 60% da energia do brasil todo. Mas em fim, é expressando ideias que no futuro conseguiremos tornar não só o brasil um país totalmente composto de energia renovável mas também o mundo todo.

    • Samuel

      Se olhares qualquer publicação técnica no MUNDO INTEIRO, verás que a geração por hidrelétrica é considerada ENERGIA RENOVÁVEL, inclusive quando se fala de matris de geração elétrica o Brasil é elogiado por possuir um dos maiores parques de geração renovável do mundo (só perde para a Noruega).
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      A energia hidrelétrica é capaz de abastecer todo o Brasil no mínimo até 2030. Os inventários que foram feitos há mais de 40 anos (e não foram refeitos até agora) consideravam devido a tecnnologia da época somente os grandes aproveitamentos, as PCHs não eram consideradas, muito menos as mini e micro-usinas.
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      Se quiseres mais informações posso descer ao detalhe.

      • É isto aí Rogério vamos torcer pelas Hidrelétricas, elas acabaram com centenas de espécie de animais, principalmente anfíbios…e peixes. Parabéns.

  4. Daniel.

    Estás redondamente enganado, comemos energia! Só vou te dar uma dado para comparação (http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-69162009000400005&script=sci_arttext) transformando o trabalho humano em energia, numa criação de porcos (valor quantificado e verificável), o gasto humano de energia corresponde percentualmente a 0,75% do gasto total, ou seja, se não dispuséssemos de energia para criar porcos necessitaríamos de 100 vezes mais pessoas do que com a criação atual.
    Como fizeram os autores da entrada acima citada, poderíamos verificar quanto que se consome de energia nas oleaginosas, e daí por diante.
    Com a ausência de energia teríamos que ter no mínimo 90% da população nos campos.
    Podemos dizer que as pessoas não ligam na tomada para se alimentar, elas já estão ligadas.

  5. Caro Daniel

    Dentro de uma noção de racionalismo político, podes não gostar da atual presidente por vários motivos, que a mim não compete julgá-los, entretanto neste caso temos no executivo brasileiro talvez o primeiro presidente que conhece energia. Logo se ela é uma bruxa de qualquer tipo (não diria Halloween porque não sou suficientemente colonizado por fantasias anglo-saxãs) pode criticá-la por vários motivos, mas devido aquilo que ela disse posso te confirmar, ela é apoiada pela imensa maioria de técnicos na área (os comprometidos e não comprometidos com o setor hidrelétrico) e pale academia em geral que não orbita em torno de bolsas e pesquisas para o estudo (e conclusão de acordo com o IPCC) do Aquecimento Global Antropogênico.

    • Ela pode até conhecer de energia, mas não vem pondo em prática o que desagrade ao partido e aos doadores da campanha. Diga-se de passagem, nem só de energia elétrica vive um país, ou as pessoas se ligam na tomada para se alimentar??? Devem ser incentivadas formas de gerar energia com menos impacto na disponibilidade de terra agricultável, como é o caso da energia eólica.

  6. Isso é o que acontece quando se elege a bruxa no Halloween…

    Se não tivesse a classe política que tem, o Brasil seria um país abençoado. Por exemplo, há vários pilares no qual a matriz energética poderia estar apoiada, e ainda poderia alçar o país à condição de desenvolvedor (e por conseguinte exportador) de tecnologia ao invés de ficar só “macaqueando” como dizem alguns. Hoje, infelizmente, num primeiro momento só nos restaria copiar avanços estrangeiros no campo da energia sustentável, ao menos até que o lixo político seja devidamente “reciclado”.

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