Sobre largura mínima para ciclofaixas e ciclovias


Essa tabela está na penúltima página do relatório final do Plano Cicloviário de Porto Alegre.[baixar]

Qual é a largura das ciclofaixas da Icaraí e Nilo Wulff mesmo…? Beira em 1,5 metros de largura total. Levando em conta que o tachão e mais duas faixas brancas (área não-ciclável) ocupam 45cm, isso significa que o ciclista fica com espaço de menos de um metro para se equilibrar (excluí 10cm da conta porque tem que haver uma distância entre o pneu e o cordão por motivos óbvios). Ou seja, a EPTC não faz juz à largura mínima ciclável de 1,20 metros e nem o afastamento total necessário (60cm) somando o dos automóveis e do cordão.

Pesquisando em textos acadêmicos, encontrei nessa monografia (páginas 33 e 34) de Engenharia Civil a seguinte ilustração que confirma a tabela acima:

E agora, será que a EPTC vai cair na real e fazer ciclofaixas de verdade ou inventar outras desculpas? Divulguem para que isso fique no conhecimento de todos.

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26 respostas

  1. Olha, mesmo que haja muito empenho do governo, dificelmente Porto Alegre vai ter tanta adesão à bicicleta como Amsterdã ou Rio de Janeiro.

    Porque? Porque cada cidade tem sas particularidades, e no caso de Poa, são as extensas e fortes lombas. Tá, a maioria das avenidas radiais são planas. Mas quem quiser ir do sul para o norte vai subir toda a imensa subida Salvador França e Tarso Dutra?
    Vão subir a Plínio? Vão subir a 24 ? Vão subir toda a Dom Pedro II ?

    Mais: eu sou ciclista desde pía, e adoro bicileta. Mesmo assim não optaria em ir trabalhar de bicicleta, não só por ser muito longe e ter que sair duas horas antes, mas porque isso implicaria em ter que levar uma mochila com outra muda de roupa, chegar ao trabalho, tomar banho…

    O que quero dizer com tudo isso? Se tirar uma faixa da Ipiranga pra fazer uma ciclovia é “não dar prioridade a blicicleta”, então, me desculpe, então em algumas ocasiões não dá pra botar a bicicleta acima de tudo. Certo tá o governo. Seria uma escolha totalmente estúpida fazer isso, prejudicando toda a cidade em função de poucos ciclistas. Poucos, sim, porque mesmo que muita gente ande de biclicleta como na Holanda, mesmo assim, quem tem que ir ao trabalho longe não andaria de bici, minha mãe com mais idade não andaria de bicicleta, as pessoas não andariam em dia de chuva de inverno… Isso significa que a bicicleta é importantíssima sim, mas NÃO é uma solução tão grande assim para o trânsito. A biclicleta é uma solução complementar.
    Solução vital para o trânsito, mesmo, é melhorar muito, muito, muito, o transporte público!!!
    Com ônibus mais frequentes nas paradas (o T4 se espera 20 minutos ou mais, e é lotado até em domingo… mesma coisa pro T2, e vários outros T), paradas bem melhores, mais linhas de onibus, lotações com linhas “T”, etc, etc, etc. A solução definitiva é essa. Não é deixando a já congestionada Ipiranga com apenas duas mãos para dar uma bela faixa para as bicicletas.

    • Georgeano,

      Pega o exemplo de Amsterdã, como se sabe lá só se vê bicicleta. Mas a média por viagem é de somente 3km. Isto é, só pra distancia do proprio bairro ou até as estações do transporte público. Esse que é o futuro.

      O sistema de tranporte público atual ta falido. Sempre vai ficar lotado, sempre vai perder passageiros pros carros. Quanto mais congestionado ficar, mais tempo levará pra chegar o onibus no destino, aumentando a passagem. E cada 100 metros tem que parar nas paradas, então o fator tempo sempre será pior do que ir de carro.

      Já colocando a prioridade pro transporte público e para tranporte não motorizado (bicicleta por exemplo) tu inverte essa lógica. Alias, agora até lei já está valendo pra mobilidade urbana. E um dos pontos de melhorar é a questão do tempo. Se conseguir colocar as paradas mais longes, ter mais onibus diretos, que seja rápido (não perdendo transito parado por causa do excesso de carros) vai melhorar. Mas pra isso só colocando a população indo de bicicleta ate a parada de onibus (que tem que ter bicicletario, obvio). Se tua mãe tem condição de ir de onibus, entao ela tb tem de ir de bike (pode usar até aqueles triciclos pra nao cair) até a estacao mais perto. Claro, o mais prático é alguem levar de carro (mas aí o ciclo continua, mais carros mais engarrafamentos). Alias, que bom se todos tivessem $ pra comprar carro, mas não precisaria ter mais vantagens só porque tem carro.

      Todos podem ter carro, se quiser atravessar de carro toda cidade tem todo o direito. Mas não vejo a lógica de reservar o espaco so pra carro. Pega o proprio caso da Ipiranga. Se for do centro até a puc de onibus quanto tempo e $ eu gasto ? e de carro ? pq é mais rapido (e as vezes mais “barato”) ir de carro ? qual a logica disso ? pq a PUC tem que ter milhares de vagas para estacionamento ? e qual o retorno que ela da pra sociedade ? so aumentar os engarrafamentos ? eu me formei la, e sempre fui de onibus (ate mesmo pq na minha época tinha muito problema de estacionamento, e estudante geralmente não tinha carro).

      Qual a lógica de facilitar somente a vida de quem engarrafa a cidade ? Na Ipiranga não seria muito mais facil pegar 1 das 4 vias e deixar pros onibus ? e pq nao colocar mais 1 faixa pra bicicleta ? será que 2 faixas de carro não basta ? bem, vai engarrafar, vai trancar, mas será que nao vai ser por esse motivo (do tempo perdido) que o pessoal vai ter que ir de onibus pra puc ? mais linhas, mais gente, menor tarifa. Menos carros. Ai a roda gira.

      Pq a situação atual tá ruim. Já somos a 2ª cidade mais poluída (só perdemos para SP). E ainda não estamos como SP pq ainda temos poder aquisitivo menor do que lá. Pq a nossa cidade é mais espraiada. O pessoal mora mais na periferia, não tem tanta concentração em um local, as distâncias percorridas geralmente são menores (pq o pessoal da restinga vem sempre de onibus pro centro, mas ate a zona sul ta mudando, o pessoal com mais $ ta indo pra lá e não vao ir de onibus pro outro lado da cidade). Quando essa parte da população ter renda pra comprar carro, vai comprar. Ninguem merece perder tempo num transporte publico caro de pessima qualidade.

      O ruim que não vejo solução para isso. Os políticos atuais se tirarem 1 faixa dos carros o “prefeito não se reelege” (frase da EPTC). E os próximos candidatos se colocarem na propaganda se vai tirar faixa dos carros então não vão se eleger. Ai o ciclo mais carros mais engarrafamento se repete.

  2. O Brasil é um país interessante, em Nova York as ciclovias que estão sendo implantadas na cidade tem 5 a 6 pés de largura (1,52m 1,80m) mais a sinalização, aqui já se lança um plano com ciclovias com 2,00m a 6,00m de largura, ou seja, no lugar de criar ciclovias para criar o hábito com valores mínimos, se estabelecem valores ótimos para uma cidade em que há poucos recursos e poucos ciclistas. Quando se construir uma com 6,00 m de largura vai ficar algo sub-utilizado e o resto da população vai reclamar.

    • Rogerio, olhe na tabela de novo. Ciclovias de 6m só poderiam ser implantadas se chegasse ao ponto de passar 6 mil bicicletas por hora, e não no início da implementação de estruturas cicloviárias.

  3. Tenho uma amiga de Balneário Camboriú que, mesmo com ciclofaixas maiores que essa, levou uma portada de carona e fraturou vários ossos. E é atleta e ficou vários meses sem correr.

  4. Se o lugar é usado pelos carros, não tem lugar.
    Mas na Ipiranga tem as bordas do Arroio, da pra usar tranquilo… só vejo neguinho fumando crack la, mais nada…

    É muito chororo, Porto Alegre é uma cidade de 1.400.000 pessoas, dessas pessoas, nem 5 mil usam bicicleta como meio de transporte.

    Não precisa de toda essa frescura numa ciclovia…

    Quando tiver um numero de ciclistas sufuciente pra isso, que se façam as obras.

    • É justamente esse tipo de atitude que freia a expansão dos sistemas cicloviários no Brasil “ah ninguém anda de bicicleta, deixa pra lá”. Você acha que Copenhague ou Amsterdã sempre tiveram ciclistas?

    • Infelizmente o número só não é maior por falta de infraestrutura e incentivo. (não tenho informações sobre este número de pessoas que usam bicicleta como meio de transporte, mas acredito que vai além de 5.000, não quero afirmar nada sem um dado de uma fonte confiável)

      Infraestrutura esta que esta sendo criada com muita luta e batalha de uma minoria consciente que do jeito que esta não dá mais.

      Por isso todos os dias vemos diversos pontos de Porto Alegre, São Paulo engarrafados, porque muitas pessoas acham que podem ter e usar o seu veículo sem se preocupar com a rede já saturada, e se não mudar o pensamento e hábito, pode-se fazer milhares e milhares de obras que sempre vai saturar. o sistema viário de qualquer cidade.

    • É por isso que existe planejamento de trânsito, Guilherme. Uma pequena porcentagem da população utiliza a bicicleta como meio de transporte porque a maioria tem medo (com razão). Em todas as cidades que começaram a implantar infraestrutura cicloviária, cresceu o número de tráfego de bicicletas. Copenhagen, Bogotá, Santos, NYC, Portland, Londres, Buenos Aires e por aí vai, são exemplos.

      “Quando tiver um número de ciclistas suficiente”, isso só vai acontecer com as tais obras acompanhas de campanhas de educação.

  5. Falei que era estreita demais… só de botar o olho dá para ver.

  6. Alias, nem tem espaco pra se exigir tamanho de ciclovia. Em NYC que o trafego de bicicletas e bem maior, elas sao desse mesmo tamanho, nao sao gigantes, e funcionam.

    • As ciclofaixas de NYC são mais largas do que esta sim. Não achei a largura específica, mas dá pra notar pelas fotos.

      Ciclofaixa com distância do estacionamento pra ninguém levar portada e o carona poder parar ao lado do carro, sem se preocupar com os ciclistas:

      Ciclofaixa com boa largura:

      • Sim, sao desse tamanho. Mas nao tem nem a pau esses 2 m mínimos.

        • As imagens que eu passei são ciclofaixas. As ciclovias que precisam ter 2m de largura. Essas ciclofaixas das fotos devem ter cerca de 1,80… não sei a medida exata, mas sem dúvida são mais largas que essa estreita da Icaraí.

      • alguem já mediu mesmo para ver certo quanto tem a ciclofaixa?
        nas fotos olhando não me parecem tão pequeno assim o espaço não cheguei a passar por la para ver ao vivo.
        e comparando com essas fotos que colocaram para mim parece ter o mesmo tamanho pelo menos nessa primeira foto o caminho verde ta bem estreito.

        • Julio, eu já passei por lá. Ela tem uns 1,5m de largura. O problema é que 45cm disso é área não-ciclável (futuro tachão e faixas brancas). O espaço que sobra para pedalar tecnicamente não chega a 1 metro, porque não se pode pedalar com o pneu muito próximo do meio-fio, com o risco do pedal pegar no cordão e plaft. Com essa pequena área ciclável que sobra, mal dá pra ultrapassar algum ciclistas mais lento. Pode parecer exagero pra quem não pedalou por lá, mas façam o teste.

      • Dá pra fazer algo bem maior que o que vi na foto da prefeitura, lá foi feio, tem espaço sobrando. Agora, numa Ipiranga ou região saturada é bem difícil arrumar espaço.

        • Na Ipiranga tem espaço. É só usar o espaço que hoje os carros estacionados ocupam.

        • Sim, mas não é em toda Ipiranga que os carros podem estacionar, certo?

          Eu sou a favor de antes de criar uma ciclovia na Ipiranga, que façam uma outra pista, no lugar onde estão estacionados.

          Ipiranga não é lugar pra ciclovia, digo isso pelo perigo e “respeito” dos motoristas daqui, muitas vias com grande movimento na transversal, isso é um problema. A conversão permitida ficaria em conflito com os ciclistas. Criar um sinal extra para tal? Talvez sim, mas acho que como o povo aqui não costuma muito respeitar seja um empecílho.

          Creio que existam outras vias que merecessem espaço para os ciclistas, como: Primeira Perimetral, Nilo Peçanha, Getúlio Vargas, José de Alencar, Goethe…

          • Praticamente toda a extensão da Ipiranga tem estacionamento permitido em determinados horários. Graças à falta de fiscalização, praticamente todo santo dia tem carro estacionado nos horários proibidos. Adicionalmente, por descuido histórico da prefeitura, existem VÁRIAS árvores avançando sobre a via, inviabilizando a circulação segura de veículos na pista mais à direita.

            Quanto ao “conflito” nas conversões: não é necessário criar uma fase semafórica extra. O código de trânsito estabelece claramente que a preferência é do ciclista. Que se fiscalize e se cumpra isso.

        • Concordo plenamente. Só disse da criação desse sinal extra porque, se não respeitam pedestres na faixa, quiçá respeitarão ciclistas. Infelizmente.

          Acho que essa mentalidade só vai mudar a partir do momento que doer o bolso. Se pára em cima da faixa, por exemplo, multa. Sem tolerância.

      • No lugar de ficarem discutindo qual é a largura da ciclovias em Nova York podiam simplesmente ler no Design Guidelines http://www.nyc.gov/html/dcp/pdf/bike/design.pdf o projeto inteiro para a cidade de Nova York é visto em New York City Bicycle Master Plan
        Mas posso adiantar a largura sem a sinalização é na maioria 5 pés (mais ou menos 1,5m) algumas 6 pés excetuando nos parques onde são maiores.
        Agora o mais interessante é que eles tem muito menos legislação e muito mais ciclovias.

  7. Porto Alegre não receberá mais do que 1000 bicicletas/hora. Ao menos de início.

  8. Caros Amigos

    Se a Prefeitura tem a cara de pau de diminuir a largura de faixas de circulação de veículos para “aumentar” a capacidade das vias, deixando faixas da mesma largura que um ônibus, vocês acham sinceramente que ela vai respeitar a largura da ciclovias?

    Olhem o cuidado com que se conserva a “ciclovia dos parques”! Dá para ter uma ideia como será a implantação do plano cicloviário da cidade!

  9. Está bem claro a eficiência ineficaz da prefeitura. Eficiente pois fez a ciclovia em tempo recorde, e ineficaz porque fez fora das normas.

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