Lençol freático dificulta projeto de estacionamento subterrâneo na Redenção

Modelagem econômica da área no parque Ramiro Souto deve ser entregue nesta semana. JOÃO MATTOS/JC

Até o final desta semana, a comissão responsável por analisar os possíveis locais de instalação de estacionamentos subterrâneos em Porto Alegre deve apresentar o resultado dos levantamentos feitos nos últimos meses. O primeiro estudo a ser entregue ao prefeito José Fortunati é referente à possível garagem no parque Ramiro Souto, localizado na Redenção. O outro estacionamento, que deve ser instalado na praça Parobé, no Centro da Capital, deve ficar para um segundo momento.

A prefeitura da Capital lançou o edital de manifestação de interesse público para oferecer estudos sobre a criação de vagas de estacionamento no subsolo da cidade em agosto do ano passado. De acordo com o coordenador do Gabinete de Assuntos Especiais (GAE), Edemar Tutikian, o atraso na apresentação dos estudos finais ocorreu porque foram necessários estudos mais aprofundados sobre as áreas. No espaço, ao lado do Mercado Público, há uma grande concentração de redes subterrâneas.

“No Centro, a manifestação de interesse identificou uma complexidade, que é o excesso de peso dos veículos que transitam pela região, somado à enorme quantia de redes de telefone, tubulações e encanamentos que estão localizadas no subsolo”, informa. Tutikian afirma que a obra só será executada se for sustentável.

Já no Ramiro Souto foi identificado um lençol freático muito forte. De acordo com o grupo técnico da prefeitura, existe tecnologia para trabalhar na água, mas isso encarece demais a obra. “Nesta semana, fica pronta a modelagem econômica que irá avaliar se o novo sistema adotado para a execução dos trabalhos é viável financeiramente”, analisa o coordenador. Ele informa também que o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) irá realizar um sistema de drenagem perto do auditório Araújo Viana, o que deve diminuir a água armazenada no lençol freático.

Através de uma parceria público-privada, o Executivo cede o terreno e a empresa vencedora da licitação adquire os direitos de exploração do estacionamento por 30 anos. O número de vagas para cada projeto será conhecido assim que o estudo final estiver concluído. Além da geração de mais vagas para estacionamento, a ideia da prefeitura é desafogar as ruas centrais.

Jornal do Comércio



Categorias:Estacionamentos Subterrâneos

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37 respostas

  1. Agora o seguinte, se a redenção era um banhado, dependendo da granulometria do material que depositou neste banhado, a percolação da água é baixa e, por consequência a permeabilidade é baixa.
    Logo, dizer que o lençol freático é quase aflorante NÃO QUER DIZER QUE A ESCAVAÇÃO SE TORNE CARA!
    Isto se chama hidráulica dos meios porosos.

  2. Só agora descobriram que a VÁRZEA DA REDENÇÃO tem lençol freático superficial?
    Impressionante.

  3. Fomos salvos, ao menos momentaneamente, pelo lençol freático!!!
    ta aí hein Enrico Canali!! Gera-se então, uma demanda auto-induzida, num círculo vicioso. Quanto mais espaços para carros, mais gente optará por ir de carro, num movimento sem fim. (Ou, com o perdão da ironia, num “engarrafamento” sem fim.)
    como mudar as coisas se só se faz mais do mesmo, e mais mal feito e paliativo!?

  4. Ciclistas e suas teorias estupidas. Agora sao contra estacionamentos tambem. O mundo inteiro esta’ errado, so’ esses genios que andam de bicicleta e’ que estao certos.

    • Eu nem deveria me dar ao trabalho de responder a quem parte para a ignorância. Mas como tem outras pessoas lendo isso aqui, pode ser uma boa oportunidade para esclarecermos algumas coisas:

      Boa parte dos problemas do trânsito existentes hoje (congestionamentos, acidentes…) existem exatamente porque cada vez mais se abre espaços para os carros. Quando uma prefeitura resolve alargar uma avenida, construir um viaduto ou um estacionamento, ou aumentar a velocidade permitida numa via, ela não só está tentando facilitar a vida de quem está de carro como também –e isso é muito importante– está dificultando a vida de quem está fora dele. Assim, muitas pessoas que optariam por andar a pé, por exemplo, ficam tão desencorajadas para isso que acabam preferindo o carro. É o caso, por exemplo, de quem mora de cara para uma via de alta velocidade ou um viaduto. Simplesmente não é convidativo caminhar ali. Gera-se então, uma demanda auto-induzida, num círculo vicioso. Quanto mais espaços para carros, mais gente optará por ir de carro, num movimento sem fim. (Ou, com o perdão da ironia, num “engarrafamento” sem fim.)

      Quando falas que “o mundo todo está errado”, RicardoUK, demonstras desconhecimento de várias iniciativas que vêm sendo tomadas no mundo inteiro justamente no sentido de desestimular o uso dos carros. Eis alguns exemplos:

      – Em Nova York, várias ruas tiveram redução de faixas para carros e aumento de calçadas e ciclovias, bem como a implantação das chamadas “pedestrian plazas”, praças espalhadas pela cidade simplesmente para pessoas sentarem e voltarem a ocupar o espaço público. Fora uma compreensível esperneada prévia de pessoas que achavam que o caos estaria se instalando, hoje a aprovação da medida é unânime.

      – Em Londres, a “Congestion Charge” é um pedágio urbano salgadíssimo, que desestimula as pessoas a usarem veículos particulares na região central da cidade. Resultado: mais gente caminhando, menos obesidade (estudos já comprovaram isso), menos atropelamentos e até o comércio sendo revitalizado, já que ninguém faz compras andando dentro de um carro.

      – Em Munique, novos empreendimentos imobiliários residenciais têm limite de vagas de garagem por apartamento, de modo a desestimular o uso de automóveis, forçando as pessoas a deslocamentos a pé, em bicicleta ou em transporte público.

      Eu poderia citar mais uns 20 exemplos, mas acho que a ideia já foi passada. Não acho, francamente, que essas ideias sejam “geniais” como você falou. Mas construir estacionamentos esperando que isso vá aliviar o tráfego de carros, isso sim está longe de ser uma boa ideia.

      • agora comparem Recife e Porto Alegre, ou melhor associem as duas nesse interim de privatizar espaços públicos e vejam no que vai dar…
        são só 15 minutinhos imensamente esclarecedores por um lado, e apavorantes por outro!
        o que estão, e estamos fazendo com nossas cidades!?

      • Nao e’ estupidez achar que para promover outros meios alternativos de transporte e’ necessario complicar a vida dos motoristas (nao construindo novas avenidas, estacionamentos, melhorando a circulacao etc)? E tambem nao e’ estupidez achar que quando se faz melhorias para a circulacao de veiculos, esta’-se incentivando que mais motoristas andem de carro? E’ a teoria mais cretina ja’ criada. A proposito, quando se melhora o transito de veiculos, automaticamente melhoram as condicoes para o transito de bicicletas, com maior seguranca. Por fim, a Congestion Charge Zone em Londres e’ meramente uma taxa fiscal, de arrecadacao, tendo pouca influencia na circulacao de carros no Centro da cidade. As pessoas usariam mais metro de qualquer jeito, com ou sem taxa, simplesmente porque e’ mais rapido e mais barato que ir pro Centro de carro. No Brasil, nao ha’ essa opcao. Alias, muitos ciclistas sao contra o metro, achando que o dinheiro deveria ser empregado em ciclovias, o que e’ outra estupidez.

        • Na verdade em Porto Alegre para distâncias de 1 a 4km é mais rápido, fácil e barato ir de bicicleta!

          E de onde saiu essa que quem anda e bicicleta é contra metrô e tudo mais!?

          “Ninguém está obrigando ninguém a usar um meio de transporte específico. Você quer menos trânsito? Permita que as pessoas que querem usar a bicicleta, usem a bicicleta. Permita que as pessoas que querem usar o transporte público, usem o transporte público. Já está provado que obrigar todos a usar carros não funciona. Em São Paulo a velocidade média no horário de pico é 7km/h, caminhando é em torno de 6km/h, me parece um preço muito alto para ficar sentado, respirando fumaça e pagando IPVA para ganhar 1km em uma hora.”

        • De onde tiraste que ciclista é contra metrô??? Não sou ciclista e nunca vi isso.

          E o problema que não estás entendendo é que ali naquela região vão botar estacionamentos, o que dá mais vagas para carros. Estas vagas hoje são raras e portanto isso será um estímulo ao uso dos mesmos. Enquanto isso, onde está a ciclovia que passa na redenção? Onde está o bicicletário? Por que não há metrô ou vlt na região?

  5. Isso eles resolvem logo.

    Essa região precisa muito de vagas de estacionamento, minha mãe trabalha no HPS, o hospital tem um estacionamento, que fica praticamente dentro da redenção, é um lixo, ela paga pra deixar em outro estacionamento, até por que depois de ela denunciar um cara no hps, ele arranhou todo o carro dela.

    Antes de alguem criticar e comentar alguma me*d*, se for pra ir de bus por que é maldade ir de carro contra a sociedade bla bla bla bla bla, façam a segurança dela entre o local onde mora, e a av Ipiranga, por que tem umas vilas canalhas ali, bastante viciados em crack entre outros problemas.

    • Então o problema não é a falta de estacionamento, o problema é a falta de segurança.

      No Jd. Botânico vem acontecendo assaltos a pessoas de carro no momento que chegam em casa. Esses assaltos são feitos por um adolescente de 16 anos que já foi pego pela polícia mas não fica preso.

      No ClickRBS saiu outra notícia de um sequestro relâmpago na Azenha, quando fecharam um advogado que estava dirigindo um Polo.

      É uma pena que nesse blog não tenha nada sobre a segurança. Sei que os assassinatos aumentaram muito em PoA e na região metropolitana. Parece que o aumento da frota de automóveis não diminuiu os assassinatos.

    • Então o problema é a falta de segurança, não a falta de estacionamentos.

      No Jd. Botânico vem acontecendo assaltos a motoristas quando chegam em casa. O assaltante é um adolescente de 16 anos que já foi preso pela polícia, mas não fica preso.

      Hoje no ClickRBS mostra um caso de sequestro relâmpago de um advogado que estava dirigindo um Polo.

      Parece que o aumento da frota de automóveis em PoA e na região metropolitana não diminuiu o número de assassinatos, que aumentou consideravelmente.

      É uma pena que esse blog não faça referência nenhuma ao problema da segurança… Eu mesmo quando decido deixar o carro em casa para ir de ônibus, só levo a identidade, o cartão de crédito e o dinheiro contado, pois tenho medo de assaltos nos ônibus e nas ruas.

    • Então o problema é falta de segurança e não falta de estacionamento. Afinal o carro não protege contra assaltos, aliás, até atrai os assaltantes dependendo do carro!

      • Sair da garagem de casa e ir até o estacionamento onde ela guarda o carro dela nunca deu problemas.
        Vidros fechados e ar ligado, nunca tentaram roubar ela assim.
        Ja ir a pé sozinha até o ponto de onibus, ja rendeu uma bolsa roubada…

        O Punto não é um carro muito visado.. alias, é um carro ruim…

        • Também tenho medo de andar de ônibus. Acredito que a falta de segurança é um dos maiores problemas do transporte público. Quando ando de ônibus levo só a identidade o cartão de crédito e um pouco de dinheiro.

          A frota de veículos em PoA na região metropolitana aumentaram bastante nos últimos anos e o número de assassinatos também. Não estou afirmando que aumentar a frota de veículos aumenta a violência, mas o oposto certamente ocorre: quanto mais violência, mais pessoas evitam andar de ônibus.

      • Eu acho engraçada essa lógica que o vidro do carro evita assaltos… realmente não entendo.

        • Tenho lido a tua postura em relação ao trânsito e concordo contigo, sou a favor de ciclovias, mais transporte público e espaços mais convidativos para caminhas, mas quanto a segurança, isso é um problema grave em PoA e não se fala muito aqui no blog.

          Eu também tenho família e durante a noite eu me sinto mais seguro andando de carro pelas ruas de PoA do que parado em uma parada esperando o ônibus.

          De fato, o vidro do carro não evita assaltos e dependendo do carro até atrai, como escrevi mais para cima, mas temos que concordar que durante a noite espera-se muito pelo ônibus e acaba ficando perigoso esperar na rua.

          Ando muito de ônibus em PoA, mas sempre com roupa velha e uma mochila que não chame a atenção, caso contrário é pedir para ser assaltado.

        • Bem, claro que não tarde da noite, mas trabalho de traje social, vou todos dias de ônibus e nunca fui assaltado. Sabes quando fui assaltado? Por que fiquei 1 minuto dentro de um carro parado, me renderam a mão armada e levaram tudo que eu e um amigo tinham e levaram o carro dele.

          Uma amiga foi abordada dentro do carro em pleno Moinhos de Vento, com direito a sequestro relâmpago com sua filha nenê junto. Eu poderia citar outros

          Em geral, temos uma sensação de segurança por estar dentro de um ambiente fechado, individual e isolado, mas nem sempre isso quer dizer que estamos.

        • gente não generalizemos: “azares” acontecem em qlqr lugar e hora!

        • Luiz Felipe, o problema é que os azares não são apurados e os culpados pelos azares continuam ‘azarando’ outras pessoas. No ClicRBS da semana passada mostrou que 2/3 dos crimes não é nem se quer investigado. Você vai na delegacia, faz o BO, esse papel vai para uma caixa e de lá não sai mais.

  6. Nada que com as modernas técnicas de engenharia não possa ser solucionado, em qualquer dos casos. Se fosse assim, não seria possível construir um metrô. Quanto ao tempo da parceria, acho um pouco exagerado. 20 anos já estaria de ótimo tamanho, e depois deste prazo a renda seria toda da Prefeitura e de preferência para aplicação em projetos de mobilidade urbana.

    • É esse o ponto, vamos comparar o metrô com o estacionamento subterrâneo… Por muitos anos diziam que o metrô era inviável em PoA por causa do lençol freático, estar próximo ao nível do mar e blá, blá, blá.

      Agora se construírem um estacionamento subterrâneo na Redenção qual será a desculpa para barrarem o metrô?

      • Não seriam loucos de parar uma obra que ja começou por causa de um estacionamento..
        haha

        Sem contar que tem outros caminhos para o metrô passar…

    • Gostaria até ter acesso a este parecer técnico da Prefeitura, falar que há um lençol freático na Redenção é uma piada, certamente o nível do lençol freático está no máximo a dois a três metros de profundidade, porém isto nunca foi empecilho de qualquer obra, e não custa muito evitar este problema.

      Gostaria de saber se a prefeitura fez ensaios de bombeamento para definir a intensidade deste lençol, que só seria um pouco problemático se o solo fosse arenoso e não argiloso como deve ser na região.

      Faz-se obras todos os dias passando por debaixo de rios e até do mar, e soluções são encontradas. As técnicas de construção abaixo do nível do lençol freático são conhecidas e tem um custo muitas vezes inferior as cortinas de contenção das laterais de escavação, para mim estão aplicando de novo para o Prefeito chegar com aquela cara de esperto e dizer:

      – Temos que aumentar o tempo de concessão para 30 anos!

      Outra coisa, obras do DEP em torno do estacionamento, não vão aliviar coisa nenhuma, pois se a drenagem superficial que o DEP faz só corta a parte que está acima do nível das bocas de lobo, a menos que os canos estejam quebrados e a água percole para dentro dos pluviais.

      Estão aplicando de novo.

      • Quando usavam esse problema do lençol freático para questionar o metrô em PoA eu sempre me perguntei:

        E nos Países Baixos que está todo abaixo do nível do mar?

        E nos países nórdicos ou Rússia que o metrô passa por baixo de lagos e rios que congelam no inverno?

        E em lugares frios onde não há terra, há uma mistura de gelo com terra?

  7. E se tivesse um aeromóvel contornando o Redenção? Daí deixa-se a construção dos estacionamentos para a livre iniciativa.

    • É necessário criar opções alternativas para chegar na redenção, um aeromóvel contornando ela não tiraria um único carro da rua.

  8. Um prédio garagem não seria mais barato e prático? Poderia ser erguido onde já há um estacionamento, na frente do Mercado Bom Fim

  9. Desafogar as ruas centrais criando mais vagas de estacionamento é o mesmo que combater a obesidade afrouxando o cinto.

  10. Eu seria a favor da criação deles se houvesse algum tipo de compensação. Por exemplo: para cada duas vagas criadas no subterrâneo, uma fosse transformada em pista de ônibus/ciclovia na mesma região.

    E este estacionamento, será pago eu espero? Sendo PPP deve ser.

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