Estiagem muda cara da Capital

Falta de chuva mostra grande quantidade de lixo depositado no arroio Dilúvio e eleva a poluição do ar de Porto Alegre

Nos últimos dias, quem olha a cidade enxerga um cenário encoberto por uma nuvem que modifica a paisagem que lembra época em que as cinzas vulcânicas atingiram o Estado

A falta de chuva tem provocado mudanças na paisagem de Porto Alegre. Uma das mais marcantes é a queda no nível da água no Arroio Dilúvio, que corta a zona Leste pela avenida Ipiranga. Em função disso, é possível notar a grande quantidade de lixo depositado no fundo do arroio, em especial no trecho junto à avenida Antônio de Carvalho. Em alguns pontos, em que há residências mais próximas à passagem de água, a reclamação dos moradores é em relação ao cheiro forte.

Nas proximidades do Guaíba, a reclamação do odor é maior por parte dos motoristas que cruzam a avenida Ipiranga. Também há grande acúmulo de resíduos na margem do arroio próximo ao Anfiteatro Pôr do Sol.

A falta de chuvas também está refletindo no nível do Guaíba, que, mais baixo, deixa à mostra grande volume de lixo.

Outra mudança na paisagem é o aparecimento de uma espécie de fumaça ou nuvem escura, em tom quase marrom, que é possível ver no céu de alguns pontos mais altos da cidade ou, por exemplo, na chegada a Porto Alegre pela BR 116. No início da manhã e no final da tarde fica ainda mais visível, devido à concentração de poluentes que, em função da pouca chuva, não dispersam.

De acordo com o engenheiro químico da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam), Glauber Pinheiro, a falta de chuva por tempo prolongado é um fator que prejudica a qualidade do ar, em função da maior concentração de poluição. Ele lembrou que assim que houver chuvas a tendência é que a poluição se dilua, ficando menos perceptível.

Segundo Pinheiro, o principal fato que provoca a poluição, no caso de Porto Alegre, são os veículos que rodam pela cidade, que representam cerca de 80%, em especial nas áreas de fluxo mais pesado, como na região da Rodoviária.

Na terça-feira, o índice que mede a qualidade do ar (IQAr) era de 61 nas estações localizadas nos municípios de Charqueadas e Canoas, segundo a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Na segunda-feira, os valores medidos nestes locais eram de 51 e 52 respectivamente, conforme anunciado pela coluna Tempo e Clima, do Correio do Povo. Índices entre 0 e 50 indicam uma qualidade boa do ar, enquanto que de 51 a 100 significa uma situação apenas regular. O recorde negativo em Porto Alegre ocorreu no ano passado, quando o índice atingiu 221, devido à presença de cinzas do vulcão chileno.

Correio do Povo



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9 respostas

  1. Dica: Mandem o governo baixar os impostos de algumas peças de carros.
    Ex: Catalizador.

    As pessoas compram um carro, quando o catalizador via pro brejo, vão ver o preço pra trocar e acham melhor ficar sem mesmo… é um absurdo o preço dessa peça que deveria ser uma das mais importantes do carro, junto com acessorios de segurança.

    Mas isso é Brasil, se for multar carros assim, vão julgar o governo por que tão tirando o meio de transporte de quem não tem dinheiro, e se deixa assim, vão julgar por que aceitam a poluição.. haha

  2. Eu gostaria é que a midia parasse de falar obsessivamente sobre cigarro quando se fala sobre rinite e asma na TV e jornais. Em vez de ficar seguindo esta cartilha chata do que os americanos dizem que a gente devia fazer, podiamos pensar um pouco por conta propria.

    Temos que começar a tratar a má qualidade do ar devido a nosso sistema de transporte como um problema de saúde pública!

  3. A poeira fina é o principal causador de doenças respiratórias como elas asma, renite ou câncer de pulmão. Há ainda evidências de problemas cardíacos e má-formação do feto.

    Basta passarmos a mão em alguma parede externa em PoA para vermos essa poeira na forma de fuligem. Algumas fontes de poeira fina são:

    1. Freios e embreagens de automóveis que são construídas com pastilhas que levam em sua composição até amianto.
    2. Atrito do pneu no chão eliminando uma poeira de borracha. Praticamente todo o desgaste do pneu vira pó.
    3. Resíduos sólidos e líquidos de óleo e combustível dos escapamentos dos automóveis.

    Nos carros a emissão de poeira fina é muito pequena comparada aos ônibus e caminhões, que é causada pela queima do diesel e a massa desses veículos.

    Imaginem se não houvesse o trensurb, quanto de poeria fina seria emitida nesses últimos 20 anos?

    Pode-se reduzir consideravelmente a lotação dos hospitais ao adotar-se transporte de baixa emissão como metrô, VLT e Aeromóvel.

  4. Me parece patente que nós não devamos esperar que a chuva caia para melhorar a qualidade do ar que respiramos. Como se a responsabilidade fosse da chuva (não estou dizendo que a reportagem afirma isso).

    Mas é assim que se salientam os graves problemas ambientais da cidade, que outrora era lembrada por aspectos ambientais positivos (arborização). Vivemos em meio ao lixo e aos arroios-esgotos (não é apenas o Dilúvio, mas o Salso, Cavalhada…). E é isso que mostraremos na Copa do Mundo.

    E como os problemas não podem ser apenas individualizados, ainda ouvimos nossos ministros declararem redução de IPI para carros, que, no andar da carruagem, levarão os nossos índices somente a aumentar.
    Hey, Mutley, faça alguma coisa.

    • A venda de carro é o de menos, se ao menos tivesse um combustivel de qualidade…
      Nossos carros 1.0 bebem mais que os v8 americanos, acredite es quiser…

      Isso tudo pela mistureba de agua com etanol e gasolina que fazem pra enfiar dinheiro no rabo dos usineiros.

      Mas tudo bem, diminuir a poluição é complicado, se até na cidade mais verde do Brasil é assim.. haha

      • Mentira absurda… quando falei para um americano a autonomia de nossos carros caiu o queixo dele… pois ele tinha um Focus 2.0 16v automático lá, e para os gringos isso é econômico.

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