Arquiteta idealiza estação subterrânea no Centro (reedição de post, de 2009)

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REEDIÇÃO DE POST DO DIA 12/09/2009

 

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Antes de Porto Alegre ser escolhida como uma das cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014, a arquiteta gaúcha Carla Deboni idealizou uma estação subterrânea do anel metroviário com 34,4 quilômetros de extensão que deverá ser implantada no município. A proposta, ainda não apresentada à Superintendência de Desenvolvimento e Expansão da Trensurb, já conquistou um prêmio nacional.

A arquiteta foi agraciada com a distinção Ópera Prima 2009 por conta do pioneirismo e da ousadia da sua iniciativa.

‘A proposta é melhorar a acessibilidade ao local’, explicou. A arquiteta também idealizou um estacionamento e pontos comerciais subterrâneos integrados ao complexo da estação.

A intenção de Carla é remanejar os pontos de embarque e desembarque de passageiros existentes na praça Parobé para espaços alternativos próximos ao Shopping do Porto (Camelódromo) e junto ao edifício-sede do INSS.

De acordo com o sentido da Linha Copa, primeiramente a estação foi posicionada sob o Largo Glênio Peres. Para facilitar o acesso de um ponto ao outro foi criado um circuito subterrâneo por meio de um túnel, possibilitando o acesso a todas atividades disponíveis (estações, estacionamento, lojas e Mercado Público). ‘Pela proposta, essa passagem teria iluminação especial, dando mais noção de espaço aos pedestres’, frisa ela, que também projetou a instalação de uma praça descoberta, dotada de sistemas que possibilitem o acesso ao subsolo.

projeto-carla-deboniAo projetar a estação da Trensurb, no Centro de Porto Alegre, a arquiteta Carla Deboni ainda idealizou a revitalização do entorno, em locais como Mercado Público, Largo Glênio Peres e praças XV de Novembro e Parobé, por onde circulam milhares de pessoas diariamente.

A intenção da profissional com o projeto é valorizar o Centro da Capital a partir da criação de espaços de lazer alternativos para a população e com acesso facilitado.

Correio do Povo

VEJA MAIS IMAGENS – EXCLUSIVAS – DO PROJETO DE CARLA:

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CRÉDITOS

Projeto Arquitetônico: Carla Deboni
Maquetes Eletrônicas: João Pedro Oliveira



Categorias:Arquitetura | Urbanismo

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34 respostas

  1. Muito bonito este projeto, com certeza seria um ótimo atrativo turístico para a cidade. Estamos precisando de que projetos assim saiam do papel. Precisamos que as mentes mais brilhantes tenham condições de participar da elaboração dos projetos mais relevantes da cidade e para isso só tem um geito, concursos públicos!

  2. Pergunta aos especialistas: sendo Porto Alegre um pântano, não é provável que um metrô subterrâneo não saia do papel, com alegação que o custo seria muito alto – tal qual o projeto de estacionamento subterrâneo na Redenção?

  3. Maravilhoso. É deste tipo de projeto que une talento com profissionalismo que esta cidade urgentemente necessita, para voltar a brilhar.

  4. Cara, que projeto lindo. Sensacional. Sem palavras!!

  5. É impressionante a discussão sobre o sexo dos anjos neste Blog. Achei horrivel e vou dizer porque. Quem vai manter, vocês já esqueceram que nesta cidade não existe manutenção de nada. A frente da Prefeitura é uma vergonha, uma sujeira. O largo Glênio Peres da vergonha de passar ali.
    Quando eu ficar sabendo que a Prefeitura de Porto Alegre, tem um quadro de funcionários para cuidar da limpeza, como tinha há muitos anos atras, ao menos do centro, vou achar este projeto lindo, enquanto isto não acontecer acho o fim…
    Deem uma caminhada pelo centro, é de chorar, eu já vivi numa cidade linda agora eu moro num lixão….

  6. Lindo, mas é uma pena que seja incompatível com o tacanho projeto atual do metrô linha dois, já que este prevê uma curva de 90 graus sob o Largo Glênio Peres e uma estação-término sob a Esquina Democrática. Os projetistas, que provavelmente nunca pegaram um metrô na vida, ignoram o de que a Esquina Democrática é um lugar extremamente apertado, e que estações-término de sistemas de transporte requerem espaço e tem layouts razoavelmente complicados – principalmente se se pretende ter algo que se pareça com integração a outras linhas/outros modais.

    Justificam esta opção de projeto em função de um trajeto circular maluco que sabe-se-lá quando será levado a cabo. Esquecem-se que as grandes redes de transporte coletivo mundo afora não são baseadas em poucas linhas compridas, e sim na conexão de linhas de várias de comprimento médio. A mágica acontece justamente nessas conexões, que dão muito mais agilidade ao passageiro do que ficar dando “toda a volta” para chegar ao seu destino. O futuro metrô em anel, na forma completa e final proposta pelos projetistas oficiais, será precisamente uma antítese disso! Existem pelo menos dois erros grosseiros:

    1) um passageiro indo da PUC para o Obirici, se quisesse usar o metrô, usaria a linha 2 fazendo toda volta pelo Centro – uma baita duma volta.

    2) um passageiro indo de Canoas para o Obirici, se quisesse usar o metrô, seria obrigado a fazer a conexão no centro de Porto Alegre, apesar de ter percorrido um formidável trecho do trensurb a menos de um quilômetro da linha dois.

    Vocês acham que esses dois passageiros vão optar pelo metrô? Eles vão continuar penando no ônibus, porque apesar dos pesares, a viagem seria mais rápida e mais curta. Mesmo que eles optassem pelo metrô, essa escolha seria fundamentalmente ineficiente. Ao mesmo tempo, pela falta de opções de conexão (teríamos apenas uma), faltaria a “mágica” da conectividade do sistema, e muita gente que está disposta a usar o metrô vai ficar chupando o dedo. Não é à toa que NENHUMA cidade do mundo constrói a primeira linha como anel. O padrão é atravessar as linhas o quanto possível, em vários lugares diferentes. Existem inclusive pesquisas científicas que essa forma é a mais espontânea e mais responsiva ao crescimento caótico das cidades

    Como sou construtivo, passo o seguinte exercício de imaginação:

    Utilizando os padrões de linhas de comprimento médio que propus mais acima, estamos livres de dobrar a linha dois ao Sul. O atendimento ao Sul e Sudeste poderia ser repensado como outras linhas ou outros modais. Enquanto isso, imediatamente, a linha dois continuaria para Oeste, em direção ao Gasômetro. Eu acho que ninguém vai discordar que isso seria fantástico do ponto de vista da demanda, uma vez que a região concentra vários locais geradores de viagens: comércios, órgãos públicos, restaurantes, espaços culturais, residências. Assim, a região central poderia comportar muito bem cinco estações para a linha dois:

    * uma na esquina da Barros Cassal, atendendo rodoviária;
    * uma sob o Camelódromo, cooperando com a revalorização da região;
    * uma sob a Largo Glênio Peres, servindo como ponto focal do transporte da cidade;
    * uma sob a Praça da Alfândega, atraindo usuários com mais poder aquisitivo;
    * uma próxima ao Gasômetro, aproximando a orla

    Claro, os projetistas tacanhos diriam que não se pode ter estações tão próximas, por questões de eficiência e custo. Aponto-lhes então o metrô de Paris, que tem estações super próximas nas áreas mais densas da cidade, e nem por isso engasga sob demanda – muito pelo contrário.

    • Fantástica análise! Parabéns! Curva de 90 graus com metrô ou trem é algo totalmente bizarro! Isso não existe! Isso forçaria uma redução de velocidade…

    • Mobus, sugiro fazermos um post específico sobre isso e tu colocar este mesmo raciocínio. Muito bom tudo que tu escreveu ai.

    • Muito bom Mobus, seria um trajeto muito mais racional, o que não impediria outra linha de seguir do Largo Glenio Peres subindo pela Borges e seguindo adiante, até porque do Largo até a esquina democrática (onde estão considerando a estação terminal) é só um pulinho a pé.

    • O largo glênio peres e o camelódromo distam 200m um do outro. O largo e a praça da alfândega, então, 220m. Fora de questão uma estação pra cada um, qualquer um diria isso. Acho que uma estação na rodoviária, outra no mercado e outra no gasômetro já supriria a demanda (já com uma certa redundância).

      • Lucas, não concordo com as medidas que fizestes da minha ideia, nem tampouco com a tua alternativa.

        Os pontos de referência que eu citei não são duros, isto é, claramente poderiam as estações serem um pouquinho mais pra lá ou mais pra cá. Na verdade, foi justamente por isso que sugeri deslocar a estação da rodoviária para a esquina com a Barros Cassal[1]. Se medirmos a distância desde esta esquina até onde poderia ser a estação do Gasômetro, obtemos uma distância de 2330 metros. Ora, se estou propondo 5 estações, a distância entre os pontos médios seria de 580 metros, que é uma distância plenamente realizável em transportes de alta capacidade.

        Se usarmos essa distância, teríamos uma estação na esquina com a Barros Cassal, uma na esquina com a Chaves Barcelos, uma exatamente sob a Borges, outra passando a Alfândega (sob a João Manoel) e finalmente uma na praça em frente ao Gasômetro. Do ponto de vista de um pedestre, é uma cobertura muito boa, mantendo um número formidável de destinos a uma distância caminhável.

        Na tua solução, a distância entre as estações seria bem maior, e vários destinos ficariam bem longe das estações

        [1] até porque isso já permitiria renovar uma quadra gigante que tem ali, com muito potencial, e ainda assim manter a proximidade com a rodoviária.

  7. Muito legal! Aquele lugar merece mesmo uma intervenção. O que é aquele terminal de ônibus? Uma das coisas mais feias e jogadas da cidade. E olha que a concorrência não é fraca!

  8. Esse projeto é meu sonho pra porto alegre, logo depois de um ponto turistico de verdade.

  9. O centro so vai ser bom de morar quando:
    A) revitalizar e tuver construcoes mistas (vida durante a noite tambem)
    B) eliminarem aquela cracolandia e boates bagaceiras de la
    C) quando eliminarem aquela porquisse que se tornaram as ruas abaixo da andradas, muito comercio, muito onibus suburbano, muita gente que nao joga lixo nas lixeiras.
    É so ver a diferenca entre a duque e a voluntarios. E ambas se encontram no mesmo bairro.

  10. O projeto, visualmente, é muito belo.

    Mas quanto a engenharia, é um peido. Tudo porque essas estacoes ficariam abaixo do nivel do guaíba, ou seja, bombas drenando all day, all night… All day, all night.
    Isso me lembra o metro de nyc, que tambem possui esse sistema funcionando o dia inteiro para nao alagar. (ver historia sobre o subsolo do predio da caixa, que vive alagando)

    • Isso eu digo vendo pela foto, mas se nao for no nível nao vejo problema. Alias, ficaria perfeito.

    • Em São Petersburgo tem estações centenárias que ficam a mais de 150m abaixo do nível do mar, passando por baixo do delta do rio Neva, que congela durante o inverno.

      O metrô de Buenos Aires inaugurado a cem anos atrás tem vãos nas ruas e dá até para ver os carros passando por cima, logicamente entra água quando chove.

      Será tão difícil assim?

      • Impossivel nao é, mas como se trata de BR…

        É um custo mensal ne

        • Não quis comparar com Europa ou Japão… por isso citei Argentina e Rússia.

          Acho que o custo de algumas bombas que funcionarão apenas quando chove forte é muito menor que o desperdício de deixar centenas ou quem sabe milhares presas no trânsito.

          Já imaginou quanto tempo se perde e que poderia ser usado para produzir, consumir, se divertir ou descansar? Já imaginou a produtividade que se perde ao deixar a pessoa estressada no trânsito ou cansada em um ônibus lotado?

      • O eurotunel tambem fica abaixo do mar, se for pensar assim, nenhuma cidade pode construir metrôs, o problema que se fala e um lençol freatico que existe por ali, ou seja, um rio subterraneo, fica mais caro, mas e perfeitamente possivel. Quanto ao projeto, ficou bom, mas acho que faltou o elemento agua, algumas fontes, algumas arvores, mais verde. Tambem nao gosto das pedras de basalto! Falando dos onibus, acho que tinha que fazer uma campanha para retira-los do centro, nao ha predio que resista a tanta fuligem, outra, onde ha muita estaçao de onibus vem a bagaceirada junto, principalmente quando e gratuito

        • Eu nao vou gastar joules comparando poa e a europa. Tanto nas iniciativas, inercia política e questao financeira.
          Mostra que é possivel, mas ne…

  11. Veja que não há ônibus… Talvez já seja possível fazer isso agora em PoA. Com a passagem integrada de verdade, sem ter que pagar de novo quando troca de ônibus, poderia haver linhas circulares, assim as pessoas não precisam ir até o centro para trocar de ônibus. desafogando o centro e evitando aquelas filas intermináveis de ônibus junto à rodoviária ou próximo ao Mercado.

    Imaginem conexões Osvaldo / Independência / Farrapos / João Pessoa / Borges, por exemplo. Ou em círculos maiores?

  12. Fantástico!! Tem até uma entradinha que parece pra estacionamento subterrâneo ali na esquerda da quarta foto, pros viciados em carro (o que não faz sentido, porque estacionamentos em estações normalmente são úteis próximo às casas das pessoas, não no destino). Mas ficou muito legal, conseguiu modernizar bastante a região. Também não parece um projeto extremamente caro. A minha parte favorita foi a remoção do terminal de ônibus de embarque elevado.

  13. Fantástico! Muito bom!

    Gosto de árvores, mas aquele espaço aberto sem nada ficou muito bom!

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