Custos de duas obras para a Copa sobem 200% em Porto Alegre

Projetos da Matriz de Responsabilidades para o Mundial tiveram reajuste total de 65%

Estimadas há dois anos em R$ 515,7 milhões, as obras da Copa do Mundo de 2014 em Porto Alegre agora têm projeção de custo de R$ 851,5 milhões – 65% a mais do que o previsto. As informações foram publicadas nesta segunda-feira, no Diário Oficial da União pelo governo federal, que atualizou a Matriz de Responsabilidade para a Copa, documento que define as obras para o Mundial. Oito dos dez projetos de mobilidade urbana tiveram reajuste e dois deles devem subir mais de 200%. A diferença em cada projeto vai ser bancada pelo município.

Os maiores acréscimos em relação ao projeto original envolvem o prolongamento da avenida Severo Dullius, com aumento de 245,83%, e a duplicação da Voluntários da Pátria, com alta de 216,67%. Ambas as obras, por sua vez, ainda não começaram.

O secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Urbano Schmitt, explica que os reajustes se devem à readequação dos projetos, que conforme ele, ficaram mais completos. De acordo com o secretário, a prefeitura decidiu ampliar as obras em cada projeto após o governo federal criar uma linha de financiamento com juros baixos, a fim de qualificar o legado da Copa à população.

A auditora pública externa do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Andrea Malmann, responsável pelo acompanhamento das obras, disse que ficou sabendo pela imprensa da publicação e só deve se pronunciar nesta terça-feira, depois de tomar conhecimento dos números. O documento do governo federal informou, ainda, que o prazo de conclusão é maio de 2014, um mês antes do início do Mundial.

Oito projetos com valores acima do estimado em 2010:

  • Prolongamento da avenida Severo Dullius, na zona Norte: de R$ 24 milhões para R$ 83 milhões (reajuste de 254,83%)
  • Duplicação da Voluntários da Pátria, no Centro: de R$ 30 milhões para R$ 95 milhões (reajuste de 216,67%)
  • Ônibus BRT Bento Gonçalves: de R$ 23 milhões para R$ 52,7 milhões (reajuste de 129,13%)
  • Ônibus BRT João Pessoa: de R$ 32,5 milhões para R$ 64,5 milhões (reajuste de 98,46%)
  • Cinco obras em cruzamentos da Terceira Perimetral: de R$ 120,4 milhões para R$ 194,1 milhões (reajuste de 61,21%)
  • Duplicação da avenida Beira-Rio e corredor Padre Cacique: de R$ 78,2 milhões para 119,2 milhões (reajuste de 52,43%)
  • Complexo da Rodoviária: de R$ 21 milhões para 31,5 milhões (reajuste de 50%)
  • Ônibus BRT Protásio Alves: de R$ 53 milhões para 77,9 milhões (reajuste de 46,98%)

Correio do Povo



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10 respostas

  1. Eh, eh, eh!! É a tal roubalheira que o baixinho referia-se, mas esta eu já sabia antes dele!

    Brasil, o país que não é nunca foi sério, o crime aqui? COMPENSA! Os nossos políticos estão mamando, os laranjas, ou melhor, Cachoeiras que os digam!

    Se tivesse dinheiro iria embora daqui, país que obra os impostos mais altos do palneta para enriquecer estas máfias, e tem gente da justiça no meio, para legalizar as coisas é claro! Não perguntem-me como, mas como diz o ditado, “Yo no creo en las brujas, pero que están ahí! Ellos son de color rojo en Rio Grande do Sul!

  2. Voltando de uma ausência continuo batendo na mesma tecla. O que há é a ausência de projetos ou mesmo anteprojetos decentes antes das licitações.
    O mecanismo é sempre o mesmo:
    .
    1 – Faz-se um estudo de viabilidade.
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    2 – Faz-se uma pequena maquiagem no estudo de viabilidade.
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    3 – Dá-se o nome de anteprojeto a este estudo de viabilidade maquiado.
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    4 – Lança-se a concorrência.
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    5 – Uma ou outra empreiteira já sabe que será necessário uns “extrinhas” (previamente combinado com o contratante), e ganha a concorrência com o preço mais baixo.
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    6 – Como já sabiam que os extras eram necessários (e os são), fora agora da concorrência, se acerta quanto é o valor destes extras através dos valores unitários de determinados itens que estavam inchados.
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    7 – A obra é feita por um custo maior do que o previsto inicialmente, e que os outros “concorrentes” (que não tinham acesso ao acerto dos extras) não previam.
    .
    8 – “Et voilá”, a campanha eleitoral já tem mais recursos.

    Insisto, mesmo ficando chato, o problema está na origem, enquanto a lei de licitações não proibir o lançamento de concorrências sem um projeto executivo claro, estes “superfaturamentos” estarão perfeitamente dentro da lei, ou seja, não poderão ser considerados como ilegais.
    .
    .
    E “nóis” aqui pagando tudo.

  3. Oba… parece os Sessenta, Setenta… Alguém vai enricar… Já vi esta estória!

  4. Tem político e empreiteiras rindo muito agora com obras superfaturadas… Natal gordo e garantido em Aruba ou Côte d’Azur.

  5. Falam em transparência enquanto surpreendem a todos com um reajuste de 65% nas obras. E os projetos nunca foram mostrados e muito menos debatidos com a população, como se só os empreiteiros fossem parte interessada.

  6. Pensei o mesmo, praticamente dizem que vão “aproveitar um crédito barato” e se endividam mais, mas o que a população vai ganhar com esse gasto a mais??

  7. Pra verem como é baixa a capacidade de investimentos dos Poderes Públicos brasileiros, tanto que praticamente só conseguem investir a base de endividamento. E, quando aparece crédito a juros mais baixos, então, é a festa. Depois pagaremos essa conta por décadas. Claro, se o país continuar crescendo, aumentando junto as arrecadações, tudo bem, caso contrário passaremos muitos anos sem novos investimentos.

    Mesmo o governo federal, o ente federativo mais rico da União (que toma para si 2/3 das receitas públicas), investe muito pouco, cerca de 2% do PIB, mas se considerarmos que todo ano deixa de pagar parte dos juros da dívida pública, então o investimento com recursos próprios é quase nulo.

    Apesar de arrecadarem 1,5 trilhão de reais ao ano (previsão para 2012), quase tudo se perde na burocracia estatal, ineficiência de recursos, folha de pagamentos de servidores, etc.

  8. Será que houve na história alguma obra que ficou mais barata?

  9. Bom é que falam que vão ficar mais caras, mas não explicam o que muda….

    Se ao menos o dinheiro desviado nas obras publicas fosse usado para novas obras publicas..=/

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