Consórcio pede prazo para apresentar projetos do Cais

Patrícia Comunello

Início das obras vai acontecer somente no próximo ano, mas inauguração deve ocorrer até a Copa. Foto: Gilberto Simon. Arquivo Porto Imagem

Mais um mês foi o pedido feito ontem pelo representante do consórcio responsável pela revitalização do Cais Mauá no último dia do prazo dado pelo governo estadual para ter explicações sobre o andamento do negócio. O grupo formado por empresas espanholas e a companhia Bertin, do ramo brasileiro de construções, foi notificado em fim de junho para comprovar o cumprimento de exigências do contrato, que teve os ajustes finais em março passado. A Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), que monitora a execução do contrato de ocupação da área pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), cobrou o detalhamento das intervenções, cuja especificação já deveria ter sido feita, conforme o contrato de parceria público-privada firmado com o governo.

O diretor-executivo da empresa Porto Cais Mauá do Brasil, Mário Freitas, entregou pessoalmente à direção da SPH, no começo da tarde, o documento em que solicita mais tempo. “São detalhes técnicos, quase um projeto executivo. Mas a complexidade atrasou a entrega”, alegou Freitas. “A área é deles (SPH). É razoável que queiram informações para garantir a obra pronta”, reagiu o executivo. O contrato estipula 25 anos de arrendamento, cujo projeto global prevê investimento de mais de R$ 500 milhões. Uma das cláusulas diz que em até três anos após a assinatura do acordo, 70% das obras devem estar prontas.

Na semana passada, a direção da superintendência repassou ao Jornal do Comércio informações sobre o monitoramento, além do pedido de esclarecimento. Desde ontem, a Casa Civil do governo estadual passou a concentrar explicações sobre o caso. O assessor de gabinete da pasta, Walter Souza, disse que o Estado cumpriu suas atribuições, como a retirada de navios antigos atracados no berço, e que o consórcio deveria mostrar os projetos em quatro meses. “A notificação é um ato administrativo. Esperamos que a empresa apresente os estudos e faça a obra”, adiantou Souza. O pedido feito pelo consórcio será avaliado pela pasta. Um dos esclarecimentos a ser feito pela Casa Civil é se está mantida a meta de concluir a restauração dos armazéns até a Copa de 2014. “Está mantido ou não?”, indagou Souza.

Até o fim de agosto, o governo deve se reunir com os acionistas do consórcio em Porto Alegre. Freitas confirmou que os diretores das empresas espanholas estarão na Capital. O diretor evitou novamente comentar sobre supostas dificuldades de obter investidores para custear o empreendimento. A informação, segundo Freitas, cabe aos empreendedores. Walter Souza citou que em nenhum momento das tratativas com a Casa Civil, que atuou para destravar o contrato, herdado do fim do governo de Yeda Crusius, os vencedores da disputa alegaram problemas com recursos.

Autor do plano de negócios que deu origem à disputa, o presidente do Business Consulting Group, Maurênio Stortti, não acredita em limitações para os aportes e disse que a razão da demora está ligada à elaboração de projetos. “Qualquer grupo sério de investidores precisa ter o projeto bem definido”, condicionou o consultor que atua na atração de ocupantes para as áreas previstas do cais revitalizado. Segundo Stortti, o consórcio tem várias cartas de intenção firmadas e que estão todas mantidas.

Na prefeitura, o Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU), que antecede a tramitação de licenciamentos e de projetos para fazer as obras, é aguardado. O termo de referência para orientar o perfil das intervenções, foi entregue em outubro de 2011 aos empreendedores. A presidente da Comissão de Análise Urbanística e Gerenciamento (Cauge), Rosane Zottis, lembrou que o EVU elaborado, que poderá sofrer ajustes da comissão, será submetido à consulta pública. Freitas não fala em prazo para a conclusão do estudo, mas mantém a meta de inaugurar a reforma dos armazéns no Mundial de 2014. Até o fim do ano, o gestor espera finalizar as aprovações nas secretarias do município. Obra mesmo somente em 2013.

Jornal do Comércio



Categorias:Projeto de Revitalização do Cais Mauá

Tags:, , ,

23 respostas

  1. É incrivel, a politicagem é na cara e ainda se fazem… ai complica a vida..

    Esqueceram do sr Tarso e do tio Pont falando que o Cais não iria sair, criando varios problemas pra obra… e agora querem pagar de bonzinhos metendo essa prensa.. haha

  2. Imagina como vai ser com a revitalização da orla, aquela do Jaime Lerner.

    Acho bem provável ela não acontecer.

  3. Ta parecendo a novela Andrade Gutierrez…

  4. Voces leram uma uma das ultimas sentencas??
    “…A presidente da Comissão de Análise Urbanística e Gerenciamento (Cauge), Rosane Zottis, lembrou que o EVU elaborado, que poderá sofrer ajustes da comissão, será submetido à consulta pública…”.

    Consulta popular??? Aiiii Jesus!!!

    • E isso que eu me lembro que o Fortunati falou que ia criar uma comissão pra agilizar em no máximo 3 meses estes relatórios todos. 3 meses na qual potência será ???
      Agora é só o que falta ! Consulta Pública?????? Pra que consulta pública? Alguém tem dúvida do que é o projeto ? Se querem ou não ainda ? Que enrolação tche!

      • Pois é, e quem falou nisso (audiência pública) foi a prefeitura de Porto Alegre que, é público e notório, não possui petistas … Por favor, reitero que não sou petista,e que a maioria deles não gosta nem um pouco de mim, mas demonizar os petistas apenas baixa o nível da discussão, não agrega nada porque foge do assunto. A matéria do JC está muito boa, séria (apartidária), e mostra que realmente existem problemas no setor empresarial. Não sei se serão resolvidos, mas os empresários estrangeiros mandaram seu gerente local (nativo) silenciar quanto às finanças …

  5. Esses aspones petistas que aparecem na midia falando que o consorcio nao tem fundos para o investimento perderao totalmente a credibilidade de que pouco dispunham caso o negocio venha a ser confirmado, que e’ o que se espera.

    • Aspone petista é que mais tem por aí, é só ver a quantidade de sindicatos e servidores públicos (a base do partido do atraso) que existem por aí sem ter nada para fazer.

  6. essa obra é outra que vai sair o triplo, o dobro do valor inicial, é incrivel como acham que as coisas vão ficar prontas de um dia para o outro, sendo que eu duvido que as obras aconteceram como no Arena , de dia e noite.. SE ela começar acho que ficara pronta dias antes do mundial haha

    • Não esquece que é uma obra da iniciativa privada…

    • A Arena gremista saiu nessa velocidade e agilidade porque havia uma verdadeira PARCERIA entre a OAS e o Grêmio. Por exemplo: depois da crise de crédito de 2009, mesmo com contrato já assinado, foram feitas alterações contratuais reajustando participações e na forma de financiamento, e NÃO chantagem, pressão, ultimato…, porque o Grêmio sabia dos prejuizos de perder essa oportunidade.

      • É como no outro post que estava aqui. O governo do estado pediu para que as cláusulas do contrato sejam obedecidas e o Políbio veio com essa de chantagem, minando o projeto e blá-blá-blá… É por isso que as coisas não acontecem nesse estado! Sempre tem os do outra ala política que minam os outros. Não é a toa que dizem que “caranguejo gaúcho não sai do balde, porque os outros o puxam para baixo”

  7. Não, a gauchada que aplicou nos espanhois.. haha

  8. Espanhóis aplicaram na gauchada…

Faça seu comentário aqui: