O arquiteto Ian Simon nos envia este texto, que mostra um comparativo, motivado por uma publicação no facebook que tratava sobre a construção dos viadutos em Porto Alegre.
A Prefeitura de Porto Alegre e muitos de seus moradores estão comemorando a construção de muitos viadutos em nossa cidade, com objetivo de minimizar o impacto em alguns dos principais cruzamentos das grandes vias da cidade.
É fato que algo deve ser feito, e agora, mas acredito que sempre é tempo de questionamentos e reflexão. Será que estamos realmente indo pelo caminho certo? Não, não é para acabar com o automóvel, não sejamos ingênuos, não andaremos todos de bicicletas, nem devemos nos conformar com a situação atual, porém, viaduto desvaloriza, polui visualmente, traz espaços sem vida. Existem outras alternativas, túnel, trincheira, desvios, engenharia de tráfego… Custa mais? Ok, mas pensemos no impacto ao longo de 20/30/40 anos de “vida” de uma obra dessas! Tem de haver outras alternativas!
Cidades ao redor do mundo estão desmontando esses enormes problemas, mesmo no Brasil, cidades como Rio de Janeiro (Perimetral) e São Paulo (Minhocão) já estudam a retirada desses espaços sem vida, que concentram escuridão, sujeira, pobreza, drogas.
Segue alguns exemplos de muitas cidades que já estão trabalhando neste caminho, enquanto Porto Alegre vai, mais uma vez, contra a maré.
MADRID, ESPANHA
NEW YORK, EUA
SEUL, CORÉIA DO SUL
BOSTON, EUA
Montagem retirada do Facebook de Gus Bozzetti
Arquiteto Ian Simon
Consultor em Arquitetura e Planejamento Urbano
iansimonarq@gmail.com
Categorias:Arquitetura | Urbanismo, Artigos
Aqui em Porto Alegre a situação está crítica: viadutos e mais viadutos. Nossas árvores estão sendo cortadas… Como é bom ler um texto esclarecido sobre viadutos. Bela iniciativa! Muito obrigada!
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Ian Simon, desculpe discordar de você. Porto Alegre com esses novos projetos de mobilidade, não está nadando tanto contra a maré.
São 3 trincheiras: Ceará – Anita – Cristovão e 2 passagem de nivel – Plinio – Pinheiro Borda.
E 2 viadutos: Julio – Bento
Sendo que a passagem de nivel da Plinio foi a melhor solução para uma esquina que conta com 4 niveis distintos.
Sobre o viaduto da Julio também acredito que seja a melhor solução, pelo fato de que toda área que percorre do gasômetro e vai além do complexo da rodoviária e de largura da rua praia/otavio rocha a ponta dos cais Mauá/Marcílio Dias É UMA ÁREA ATERRADA dos primordios de PoA, então uma escavação, por baixo do viaduto existente, que já teria um custo elevado em um solo normal com um solo como o da região mencionada teria um custo babilônico e sem falar que o viaduto que será construído agora em 2013 já fazia parte do projeto original do década 60 (projeto está no arquivo municipal), claro com uma técnica e desenho diferente do original, mas já era previsto.
Resumindo 5 soluções integradas contra 1 uma solução ultrapassada, que é o da Bento e 1 solução discutivél, que é o da Julio. Por isso acredito que hoje Porto Alegre não está nadando tanto contra a maré, mas se você quer falar sobre viadutos construidos nas décadas passadas onde havia um outro pensamento sobre solucionar os ‘nós’ da cidade e as obras de arte 3 perimetral (Benjamin/Protásio).onde todo muito sabe como foi a execução e o desenvolvimento dessas obras, sabiamos que ocasionaria esse erro de falta de integração com a paisagem urbana.
Outra coisa que vale a pena ressaltar é a questão da técnica de projeto e a relação da ténica vs vontade politíca, não a como comparar Boston/USA com Porto Alegre/Brazil.
Abraço. Espero ter contribuido.
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