A Alstom vai construir em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre (RS), uma fábrica de equipamentos eólicos, com investimentos de R$ 30 milhões. A companhia francesa assina hoje protocolo de intenções com o governo do Rio Grande do Sul para a implantação do empreendimento, que vai produzir torres metálicas para aerogeradores. Marcos Costa, presidente da Alstom no Brasil, afirmou que a unidade deve entrar em operação no início de 2013.
Os próximos passos agora serão o treinamento de mão de obra junto ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a obtenção das licenças restantes para a implantação do projeto. A fábrica vai contar com 90 funcionários trabalhando em turno único e terá capacidade para produzir 120 torres por ano. Considerando o porte de cada aerogerador, superior a 2 megawatts (MW) de potência, a estimativa é que a unidade tenha potencial para entregar 350 MW em equipamentos por ano.
A unidade ocupará uma área de 11 mil metros quadrados dentro do complexo industrial da própria Alstom em Canoas. A companhia já fabrica transformadores de potência na região. “O nosso principal foco com o projeto é atender a demanda por equipamentos no Sul do país e no Conesul. Pretendemos atender os mercados de Uruguai, Chile e Argentina, por exemplo”, afirmou Costa ao Valor.
O diretor da área de infraestrutura e energia da Agência Gaúcha do Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marco Franceschi, afirmou que o governo estadual vinha negociando a ampliação da Alstom há seis meses. De acordo com ele, a chegada da companhia francesa já trouxe novos investimentos para o Estado. “Vamos receber também o investimento de mais uma fábrica, que irá fornecer partes e equipamentos para a Alstom”, disse o diretor da AGDI, que não pode revelar o nome da por questões contratuais.
Segundo Franceschi, o governo estadual está trabalhando para desenvolver o segmento eólico. “O Estado tem 11% de todo o potencial eólico do país”, disse Franceschi. Ele destacou ainda que o Rio Grande do Sul já tem 364 MW instalados e mais de 1 mil MW contratados. “Para o próximo leilão estão cadastrados cerca de 4 mil MW”, ressaltou.
Esta é a segunda unidade de produção de equipamentos eólicos da Alstom no país. A primeira está em Camaçari, na Bahia, com capacidade para produzir 300 MW de aerogeradores por ano. Em 2013, a Alstom vai dobrar a capacidade da fábrica, com a implantação de mais um turno de trabalho. Hoje 150 pessoas trabalham no local. Essa fábrica foi a primeira de equipamentos eólicos da Alstom fora da Europa.
O primeiro contrato da Alstom que será atendido pela nova fábrica é o complexo eólico Corredor do Senandes, localizado no município de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. O empreendimento, que pertence a Odebrecht Energia, terá 40 aerogeradores da Alstom. O contrato é de € 130 milhões.
A Alstom possui outros três contratos de fornecimento de aerogeradores em andamento. Um deles foi fechado na semana passada com a Queiroz Galvão, de € 270 milhões, para fabricar, instalar, operar e realizar a manutenção de turbinas eólicas. Outro, de € 200 milhões, foi fechado com a Brasventos, em 2011, para a construção e manutenção de três usinas eólicas no Rio Grande do Sul. E o terceiro com Desenvix, de € 100 milhões, assinado em julho de 2010.
Fonte: Valor / Rodrigo Polito e Marta Nogueira
Categorias:Economia, Economia Estadual, Energia, Energia Eólica
A fabrica produzirá torres e aerogeradores.
A Alstom poderia ter investido em outra cidade do sul do estado, seria ótimo. Mas pesou a comodidade de já ter uma planta em Canoas.
De novo na grande Porto Alegre (não em Porto Alegre).
De novo na grande Porto Alegre (não em Pelotas, Rio Grande, etc.). No Sul, só a parte “ruim”.
Nesse caso é a ampliação de uma fábrica que já é em Canoas.
Mas de fato o governo podia pensar, ao buscar outras fábricas do ramo, em dar incentivos e estruturas pra que se instalem em Rio Grande-Pelotas, até porque é naquela região que tem mais potencial de geração de energia eólica, então pode gerar toda uma cadeia produtiva ali.
A Alstom já é em Canoas…
Quem sabe com o tempo a Alstom passa a fabricar outras coisas, incluindo as pás ou o o sistema de controle para interligação com o Grid. Fabricar somente torres não é das coisas mais interessantes.
De qualquer forma, a Alstom é empresa muito importante, merece total apoios.