‘Uma cidade se expressa, vibra, vive. E só é feita com gente na rua’, diz ex-prefeito de Bogotá
Juliana Sayuri
Notícias de uma guerra “não declarada”: mais de 200 mortos, entre civis (com ou sem ficha criminal) e policiais militares desde o início de outubro. Mas nem adianta passar a régua, pois a conta não fecha aí. Na madrugada seguinte, mais um punhado de gente cai na vala comum das páginas da metrópole e vira estatística. De um lado, o “salve geral” disparado pelo Primeiro Comando da Capital em agosto. De outro, a tropa do governo. No fogo cruzado, a cidade.
Difícil dizer que se trata de um confronto “velado” entre PM e PCC. Nessa semana, observadores da imprensa internacional miraram São Paulo como uma “cidade sangrenta”. Foram reportagens no Clarín, El País, Le Monde, The Economist, The Guardian, The Wall Street Journal. Até a Al Jazeera reportou a onda de violência paulistana, ao passo que The New York Times questionou a garantia de segurança no Brasil durante o mundial de 2014, um provocativo “imagine na Copa…” para gringo ler.
“Mas segurança não é só assunto de polícia. Tem a ver com urbanismo, mobilidade e cultura”, critica Enrique Peñalosa, economista e historiador colombiano formado pela Universidade Duke, na Carolina do Norte, e P.h.D. pela Universidade de Paris. Para Peñalosa, para conter a violência urbana é preciso articular inteligência policial e intervenções nos campos do planejamento urbano e projetos socioculturais.
Prefeito de Bogotá entre 1998 e 2011, o urbanista transformou a capital colombiana com ações focadas em mobilidade e sustentabilidade, reduzindo drasticamente o índice de homicídios na cidade, antes considerada uma das mais violentas da América Latina. Já fez conferências em universidades como USP, PUC-RJ, Princeton, London School of Economics, Harvard, Chicago e Colúmbia, e assessorou governos na Ásia, África, Américas e Europa com estratégias e políticas urbanas. Neste ano, visitou São Paulo e Porto Alegre, onde participou do Fronteiras do Pensamento, em junho.
“Uma cidade se expressa, vibra, vive. É feita de gente na rua”, diz ao Aliás. “O papel do Estado é estar presente, em todos os cantos da cidade. Que não haja rincões que fiquem à margem. Se o Estado não respeita a vida humana, por que os bandidos o fariam?”, questiona. “Devemos mostrar símbolos de igualdade e de democracia. São bibliotecas, ciclovias, colégios, parques, ruas iluminadas. E, principalmente, gente ocupando esses espaços públicos”, destaca. Seguindo as ideias de Enrique Peñalosa, talvez falte mostrar, sem pieguice, que ainda existe amor em SP.
São Paulo está vivendo uma onda de violência que obteve repercussão internacional. Que paralelo podemos traçar com Bogotá, que já foi considerada uma das cidades mais violentas da América Latina?
Posso comentar a experiência de Bogotá, onde a segurança melhorou desde o fim da década de 1990. Essa melhoria ocorreu na capital, antes de ocorrer no país como um todo. Não foi consequência de uma mudança diretamente relacionada às políticas do presidente Álvaro Uribe, mas de uma série de medidas do poder municipal. Não há fórmulas fechadas, mas posso propor teorias: é a cidade. A chave é a própria cidade.
Como assim?
A cidade se expressa, vibra, vive. E uma cidade só se faz com gente na rua. Mas, para isso, as pessoas precisam se sentir seguras nas ruas. Os cidadãos precisam sentir que há legitimidade – o que é muito importante, mas altamente subjetivo. Explico: o Estado precisa ser considerado legítimo pelos cidadãos. É corrupto? É íntegro? Está dedicado a atender às necessidades dos mais vulneráveis para construir, de alguma maneira, uma sociedade mais igualitária? Se há legitimidade, os cidadãos tendem a compreender e cumprir determinadas normas, reportar e pedir punição aos que violam essas normas. Prefiro ilustrar essa história assim: há 15 anos, dizia-se muito a expressão “cójalo, cójalo, suéltelo, suéltelo” em Bogotá. Exemplo: um ladrão roubou a carteira de uma senhora. Aí toda a gente gritava: cójalo, cójalo! Uma vez preso, porém, muita gente começava a dizer: no, suéltelo, suéltelo! Deixe-o ir. Isto é, de alguma maneira, a sociedade sentia que a situação era tão injusta que a polícia não tinha nem autoridade moral nem legitimidade para poder prender e castigar esses delinquentes. Mas a atitude mudou nestes últimos tempos. As pessoas precisam respeitar um governo, e não temê-lo. Nesse sentido, o papel do Estado é estar presente, em todos os cantos da cidade. Que não haja rincões que fiquem à margem. Essa presença não se refere só à polícia, mas a projetos de educação, saúde e demais serviços sociais, atendendo a todas as tarefas que deve atender. Afinal, segurança não é só assunto de polícia.
Que outros campos estão envolvidos?
É muito mais. Tem a ver com urbanismo, mobilidade urbana e cultura. Ao construir uma biblioteca imensa e maravilhosa, queremos dizendo: o conhecimento é mais importante que o dinheiro. É complicado, porém, ver um jovem numa moto, com joias, roupas e tênis caros, talvez vindos do tráfico, entrando com uma gangue em um bairro. Que símbolos são esses? Expressam valores dos narcotraficantes: você pode ostentar riqueza, independentemente da origem do dinheiro. Devemos mostrar outros valores. É preciso ter conhecimento e cultura, como a arte e a música. Então devemos ter bibliotecas lindas e colégios espetaculares nos bairros mais pobres, para que aquelas crianças saibam que elas importam – nas periferias, muitas crianças nem sabem a identidade do pai, então é essencial que saibam que elas importam. Outro exemplo são os ginásios esportivos. Em Bogotá, assim como em São Paulo, imagino, as crianças gostam de futebol. Bogotá e Londres têm 8 milhões de habitantes. Mas os londrinos têm mais de 1.500 campos de futebol públicos. Nós só temos 20. Vi que uma das ações mais eficazes para melhorar a segurança num bairro periférico é um campo de futebol, comunitário e iluminado. Que pode fazer um jovem de 16 anos às 8 horas da noite na periferia? É preciso ter opções de lazer. É preciso ter mais e melhores centros culturais e esportivos comunitários, ciclovias, parques arborizados, ruas iluminadas. Mas também é preciso ter a polícia. Sociedades ricas e avançadas socialmente, como França e Suíça, têm mais policiais por milhão de habitantes que Bogotá e São Paulo. Mas eles são bem treinados e bem pagos. Na Colômbia e no Brasil também há muita impunidade para os delitos considerados “menores”. Isso porque não investimos em policiais, juízes, presídios e leis que se voltem para esses delitos “menores”. Essa sensação de impunidade é terreno fértil para o crime organizado.
Nessa linha, que medidas foram adotadas em Bogotá?
Nas zonas mais marginais da cidade, construímos bibliotecas, colégios de luxo, jardins sociais, programas de nutrição, projetos de infraestrutura. Uma das principais ideias era levar escolas, tão boas quanto os melhores colégios particulares, para os cantos mais pobres da cidade. Queríamos mostrar respeito pela dignidade humana. Se o Estado não respeita a vida humana, por que os bandidos o fariam? É uma questão de igualdade, o que é muito diferente de simplesmente dar esmola aos mais pobres. Uma cidade precisa de símbolos de igualdade e de democracia. Numa sociedade como a nossa, muitos cidadãos não têm carro, mas precisam se deslocar diariamente para trabalhar, por exemplo. Então adotamos o TransMilenio, um sistema de ônibus inspirado no modelo de Curitiba, e construímos centenas de quilômetros de ciclovias.
Por quê?
Para dizer que um cidadão numa bicicleta de US$ 30 é tão importante quanto um cidadão num carro de US$ 30 mil. Outro exemplo: a duas quadras do palácio presidencial, tínhamos 23 hectares da pior degradação humana possível e imaginável, um inferno de casas abandonadas por décadas e dominado pelo tráfico de drogas, com os mais altos índices de homicídio do mundo. A cracolândia de São Paulo? É um paraíso comparado ao que existia ali. Não é nem remotamente parecido. Desapropriamos essa área, demolimos mais de 600 construções, iniciamos um megaprojeto de reabilitação. O inferno virou um imenso parque.
Mas Bogotá não é uma cidade ideal…
Não. Fizemos muito, mas ainda falta muito, muito, muito. Ainda sobre segurança, o índice de homicídios é de 17 para 100 mil habitantes. (Segundo o relatório das Nações Unidas de 2011, São Paulo tem 10 homicídios por 100 mil habitantes). Mas em capitais europeias, são 3 ou 4. Em cidades japonesas, talvez 1 ou 2. Em Bogotá, ainda há muitos delitos, como os assaltos, muitos à mão armada, que continuam com índices altos e se agravaram nos últimos tempos. Segundo as estatísticas, uma em quatro pessoas já foi vítima de um delito no último ano. Há muitas gangues e muita violência entre os jovens. Mas a cidade está aí para ser ocupada. Não dá para viver com medo, sem sair de casa, dentro dos carros e dos shoppings. Infelizmente, os shoppings nas grandes cidades do mundo em desenvolvimento, inclusive Bogotá e São Paulo, foram substituindo o espaço público como lugar de encontro. Isso é gravíssimo, pois os espaços públicos acabam abandonados. Segurança tem a ver com o desenho urbano, com uma melhor integração entre o público e o particular. O interesse público deve prevalecer sobre o particular, para mostrar que há democracia. Uma cidade deve se destinar especialmente aos mais vulneráveis – as crianças, os velhos, os pobres – e não aos carros, aos privilegiados, aos ricos.
No Brasil, cidades de São Paulo e Santa Catarina estão assistindo a ações atribuídas ao PCC. Que espaço tem o crime organizado nas cidades colombianas hoje?
Vivemos uma guerra de muitos anos contra megaorganizações criminosas. Mas a guerrilha não conseguiu penetrar nas cidades – exceto nos tempos de Pablo Escobar com os grandes cartéis de Medellín e Cali. A guerrilha e o crime organizado, apesar de muito poderosos, ficaram na zona rural e na selva. Para estar alerta contra o terrorismo do narcotráfico, os serviços de inteligência do Exército e da polícia colombiana devem ser extremamente sofisticados. Além disso, os cidadãos colaboram com a polícia nos bairros. Há muitos informantes, o que é essencial para os serviços de inteligência: ter olhos em cada bairro, em cada rua. As comunidades dos bairros populares são organizadas, com líderes importantes, que impedem a entrada fácil de líderes delinquentes.
No Brasil, muitos assaltos e crimes são cometidos em motos, tanto que há quem defenda o fim das garupas, como em Bogotá…
Não gosto dessas medidas, pois me parecem preconceituosas. Sim, as motos devem cumprir as normas de trânsito, com sanções drásticas se não o fizerem. Em Bogotá tivemos essa restrição de passageiros nas garupas por um tempo, mas não mais.
Por que a violência urbana é tão forte nas cidades latino-americanas?
A criminalidade e a violência urbana são fenômenos principalmente latino-americanos. Não de toda a América Latina – no Chile, não é assim. Também há cidades africanas muito violentas. Mas na Europa, no Canadá e na Ásia, por exemplo, não há. É óbvio que há crimes, mas jamais na mesma escala. A violência urbana é um reflexo da falta de legitimidade do Estado e da ausência de uma sociedade forte. Em muitos países latino-americanos, a sociedade se resignou a tolerar a criminalidade. Então, a lei praticamente a tolera. Mas há muitas metrópoles mundiais muito seguras: Copenhague, Tóquio, Toronto, Zurique.
Que sugestões o sr. teria para São Paulo?
É preciso olhar para a cidade. Como disse, a cidade precisa priorizar o humano, em todos os sentidos. Parece muito óbvio, eu sei. Mas, infelizmente, isso não é feito. Já visitei São Paulo muitas vezes. É uma cidade com uma energia maravilhosa, mas há muito a melhorar. Aliás, com todo o respeito, não me parece que tantos helicópteros particulares sobrevoando São Paulo sejam úteis para construir legitimidade e coesão social. Em cidades como Londres e Nova York, os ricos usam transporte público e vão aos parques. São Paulo precisa de bibliotecas, ciclovias, parques. Conheci uma iniciativa ótima de vocês: o Sesc, um exemplo de integração comunitária. O Sesc Pompeia é ótimo. Mas um certamente não basta. Em uma cidade do tamanho de São Paulo, é preciso ter mais de 300 Sescs.
* ENRIQUE PEÑALOSA: ECONOMISTA E HISTORIADOR COLOMBIANO, PH.D. PELA UNIVERSIDADE DE PARIS. FOI PREFEITO DE BOGOTÁ (1998-2001)
Fonte: Estadão
Categorias:Arquitetura | Urbanismo, violência
Engraçado que pegaram só o minúsculo trecho dos shoppings e usaram como argumento pra rechaçar algo que não gostam. Que tal ver os demais exemplos citados no artigo? Bibliotecas e escolas de alto nível nas vilas, demolição de partes degradadas da cidade, presença constante de policiais em toda cidade e aumento de salário dos mesmos, punição de crimes menores, melhoria no transporte coletivo. Ou vocês acham que só aumentando as pessoas na rua vai melhorar tudo da água pro vinho? O centro é o bairro mais movimentado, pode até estar longe de ser o mais violento, como o Felipe X disse aí, mas está ainda mais longe de ser um bairro bom. Pessoas nas ruas não resolvem o problema sozinhas… leiam o resto dos exemplos, por favor. É um conjunto gigantesco de fatores.
Concordo em linhas gerais com o que disseste, mas “bairro bom” é subjetivo demais. Ainda mais numa cidade que acha que ao atravessar a Ipiranga automaticamente todos bairros são ruins hahaha.
Tá, mas essa visão aí do “atravessar a Ipiranga é ruim” deve ser de cabeças de ovo, de tão limitada. Bairro bom pra mim seria um bairro limpo, bem frequentado, com ruas arborizadas, prédios conservados, agradável e atrativo pras pessoas. O centro é sujo, mal cuidado, cheio de mendigos, lotado em sua maioria por trabalhadores que o frequentam mais por obrigação ou por pessoas de renda mais baixa que vão em busca das lojinhas populares tipo as da Voluntários (nossa 25 de março ou Saara, comparando com SP e RJ) e arredores, ou em busca de serviços concentrados no centro.
Isso é bem verdade, apesar do título enfatizar o urbanismo, as ações foram em várias áreas. Um detalhe é que em todas ações estava no centro as pessoas.
Podemos olhar com um fatalismo, pensando: temos mais empreendedores interessados em fazer um shopping center do que centros culturais. Por sinal, imagina que BALA que seria se aquele terreno ali do lado da Lancheria do Parque (av. osvaldo aranha) fosse transformado num centro cultural movimentando mais ainda a região? Infelizmente, o dono optou por um prédio comercial, estilo mais-do-mesmo.
A prefeitura e as pessoas não tem poder direto sobre a tomada de decisão dos empreendedores. Se eles querem só construir shoppings, fazer o quê. O que podemos fazer?
Pablo Z os dois exemplos de modernidade citados por ti, Detroit e “minhocão de São Paulo, hoje já são consideradas ruínas arqueológicas da civilização industrial, não podem ser considerados mais exemplos de modernidade. Precisamos de exemplos reais de pós modernidade urbana, uma cidade com bom transporte coletivo, e menos carros, mas aí vamos entrar na cidade utópica. Tem bairros abandonados de Detroit com suas casas e prédios industriais vazios, que já podem ser visitados, como se vista as ruínas de Machu-Pichu. Partes de Detroit são o exemplo do fim da civilização industrial, não só lá é claro, eu vi bairros assim em Milão, no ABC paulista e sem ir longe aqui em Porto Alegre, Navegantes e São Geraldo, são bairros fantasma completamente degradados em relação ao que já representaram em termos de progresso para a cidade. Tá mais que na hora de pensar-mos que cidade queremos para nós, nossos filhos e por aí vai. Enquanto isso o governo baixa o IPI dos carros para atrolhar mais ainda nossas ruas, já faz muito tempo que as grandes cidades brasileiras (e aqui eu falo de Porto Alegre) não tem nenhuma qualidade de vida, é o próprio caos urbano instalado. Não vou querer como exemplo cidades como Estocolmo Barcelona ou Amsterdam, porque aí é covardia, comparadas estas cidades com as nossas seria como comparar o conhecimento técnico-científico de quem tem doutorado com quem apenas terminou o primeiro grau. Mas tive oportunidade de conhecer outras cidades grandes da Europa onde as coisas não são caóticas como aqui, acho que é uma questão de educação, ninguem joga papel no chão e se atravessa na faixa de segurança civilizadamente, mas para nós que vivemos ainda na barbárie (e pelo jeito nunca sairemos dela) chegar nesta cidade moderna ideal está muito longe.
A cidade deste artigo aqui é Bogotá na Colômbia, não uma cidade rica da Europa. Estou convencido que vcs querem tanto falar em shopping e atacar um ao outro que esqueceram do artigo.
Ahh era pra falar só de Bogotá? desculpe eu não conheço Bogotá, conheço outras cidades pelo mundo, mas não essa.
O problema é que não falaste o nome de uma única. Só falaste as que não querias que fossem citadas.
Bah Felipe… pior que é verdade. Divagação pura! Hahahaha
O problema e’ que vcs querem odiar os shopping por que e’ coisa de americano de olho claro capitalista e imperialista. Vcs foram indoutrinados a odiar esse tipo de coisa, nada mais do que isto. Entao qualquer discussao a respeito tem que comecar com a aceitacao de que shopping e’ uma resposta a, e nao a causa das perdas de areas publica. Se o poder publico investi-se em seguranca , limpeza hurbana, educacao’ manutencao e modernizacao do mobiliario publico e transporte as pessoas olhariam diferente para a cidade. Mas nao, nao se pode fazer nada, nao pode limpar muito se nao comecam a chamar de “higienizacao” nao pode construir predios modernos, prq os ventos e gafanhotos entrarao em pane e deuz nos livre se o construtor tiver “lucro” dai querem revolucao. O que querem que as pessoas facam? fiquem em casa sem sair atraz das grades? ficarem caminhando sem ter onde ir feito retardos? caminhar no barro da orla? ser chassinado tentando subir o morro st. tereza? ser assediado por flanelinhas? Primeiro passo seria atacar o crime, mas isto nao se pode fazer prq os bandidos tem direito “adquirido” para estuprar, roubar e matar, dai a coisa fica dificil. Vestir camisetas brancas e sair as ruas chorando PAZ, PAZ, PAZ nao funciona, como vcs podem ver. Montar milicias e’ inceitavel para a populacao entao vcs tem que se tornar em alvos mais dificeis de ser atingido, e sua sobrevivencia aumenta dentro de shoppings!!
Cara, acho que você deve ser filho de pai norte-americano com mãe brasileira (ou vice-versa) e está em crise de identidade…
E se for, a opinião dele vale mais, menos? Tu julga a opinião das pessoas de acordo com a nacionalidade delas? Nacionalidade dos pais? Religião? Cor de pele?
Não, nenhuma das anteriores… apenas percebi que a opinião é típica de quem está em crise de identidade, que sente-se estrangeiro e é visto como estrangeiro aqui e lá.
Já conheci algumas pessoas com essa crise de identidade. Em geral isso distorce bastante a opinião, as vezes achando que tudo ruim, outras vezes criando preconceitos.
bal bla bla!!!….lei-a oque escrevi e aceite, so’ assim para vcs mudarem!!!
Deixem de ter tanta raiva da modernidade e verao que as coisas melhoram.
Aceitar se questionar é coisa de regimes fascistas, né não?
A questão não é ter raiva da modernidade, é escolher qual modernidade se quer. A “modernidade” de Detroit não me agrada nem um pouco, por exemplo.
Em SP a modernidade era o Minhocão, hoje em dia existe uma forte pressão para demoli-lo.
Concordo com o Phil, apesar dos erros gramaticais e ortográficos. =)
Enrique Peñalosa, economista e historiador colombiano formado pela Universidade Duke, na Carolina do Norte, e P.h.D. pela Universidade de Paris.
Oh God, enquanto isso o nosso ex-PRESIDENTE não tinha nem ensino fundamental completo. AONDE vamos chegar???
Como se nível de educação fosse indicativo de que a pessoa será um uma boa ou má governante.
Não é nível de educação, é nível de estudo, e um maior nível pode ajudar sim.
Este senhor, ex-PRESIDENTE é diplomado em manipular os pobres, tinha me esquecido.
Essa manipulação continua financiada por um falso crescimento econômico, vendendo-se carros e gasolina recheadas de altos impostos.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,industria-automobilistica-teve-isencao-de-r-1-milhao-por-emprego-criado-,894467,0.htm
A grande diferença não é instrução e sim educação. Peñalosa além de ter instrução (formação oficial em universidades) ele morou fora sem conforto e conviveu com muita gente observando as diferenças e aprendendo com elas… e isso é educação.
Gente na rua, segurança pública , tolerância zero com o crime, seja ele de que escala for, e fim da impunidade. O desenho da cidade ajuda, mas não basta.
E quanto aos shoppings, o que importa é COMO o espaço público é desenhado- usualmente, a introversão esquece o lugar…
Logo ali em Gramado tem um bom exemplo:
http://projetosemprograma.blogspot.com.br/2011/09/calcadas-animadas-receita-para.html
O problema da violência e da criminalidade de modo geral, na América latina, é que somos muito tolerantes com a pequena criminalidade, com pequenos desvios éticos e com desrespeito corriqueiros da lei.
É preciso cortar o mal pela raiz, porque um bandido não começou sua carreira fazendo sequestros ou atirando em policiais a mando de chefões que estão presos nas Penitenciária. Assim como, aquele que comete um grande crime financeiro ou esquema corrupção no governo chegou a esse alto escalão através de um carreira de pequenos e médios desvios.
Com certeza! Muito bem colocado! O bandido que já tem algumas mortes nas costas já não tem mais nada a perder. Afinal de contas arma não protege, o que protege é o medo de morrer, se o bandido não tem nada a perder, vai atirar contra o policial, mesmo que o policial esteja armado com uma bazuca.
Por isso que em partes, a solução é atirar no bandido, ja que pra eles a vida dos outros não vale nada, pros outros a vida dele não vale nada tambem, a diferença é que um faz o mal.
Mas Guilherme, daí entra o que o Julião comentou. Por que deixar o ladrão de galinha se transformar em um criminoso perigosíssimo, praticando assaltos violentos, sequestros e matando gente a rodo para fazer algo (atirar para matar, no teu exemplo)?
O maior problema da AL é o tráfico de drogas. Enquanto tivermos a guerra as drogas em ação, vai ser isso aí.
Estive em Bogotá faz quatro anos e me senti muito seguro. O policiamento é fortíssomo lá, tendo, na época, uma dupla de policiais, vestindo uniforme tipo robocop, praticamente em cada esquina, sempre prontos a ajudar quando pedíamos informações – não sei se continua assim.
A escolha do ruim em detrimento do pior não torna o ruim bom…
Ruim pra ti, para muitas outras pessoas é melhor.
Ainda assim, a redenção, o parcão, varias praças de bairros, o marinha, a orla, são todos lugares que tem um movimento enorme, e não recebem um bom cuidado, enquanto isso, a região da Nilo, que tem um sr shopping, tem um bom comercio, a região da Cristovão Colombo que tambem fica próxima de alguns shoppings tambem tem um bom comercio e uma vida nas ruas…
Me mostra algum exemplo de shopping que danificou alguma area da cidade que ai sim poderemos conversar.
Só se você me mostrar onde é que eu disse que shopping danificar alguma área.
Guilherme, o shopping não tira necessariamente o movimento de uma área próxima, pode tirar o movimento de uma área distante.
Por exemplo, antigamente, quando não havia shopping center, as pessoas iam passear na Rua da Praia e o comércio lá era bem mais rico, o que diminui MUITO depois do surgimento dos shopping centers.
Dá para tirar uma febre pelas salas de cinema também. Quantos cinemas de rua Porto Alegre tinha antes do surgimento dos shoppings? DEZENAS! E todos fecharam porque as pessoas passaram a preferir ir no shopping.
Sim, shopping centers MATAM o comércio de rua. Qualquer urbanista pode te dizer isso.
Acho o contrário: a desorganização e a insegurança é que matam o comércio de rua e fazem crescer os shoppings.
Ou seja, Shoppings são consequência desse mundo em que vivemos, e não a causa.
São ao mesmo tempo causa e conseqüência, Julião, é um ciclo vicioso.
Mais shoppings = menos pessoas comprando no comércio de rua = comércio mais degradado = menos gente na rua = insegurança = medo = mais gente comprando em shoppings = mais shoppings = menos gente comprando no comércio de rua e por aí vai.
Não importa o que veio antes, o que importa é que precisamos quebrar este ciclo e começar a construir a cidade que queremos. Temos que prestigiar o comércio de rua, conhecer e interagir com nossos vizinhos, andar mais a pé pelo nosso bairro e pela cidade.
Quanto mais pessoas fizerem isso, mais segura e bacana vai ficar nossa cidade.
Felipe X
Nenhuma delas da uma solução, reclamam dos shoppings, mas não mostram como fazer com que as pessoas queiram ir para outros lugares… alias, até tem, mas ninguem toma uma atitude, nem o poder publico, nem a própria população que aceita essa depredação, e muitas até colabora com ela.
Sem mais nem menos derrubar os shoppings não existe, proibir de construir tambem… não podemos obrigar as pessoas a deixarem de ir nos shoppings por que alguns não gostam, a solução é dar uma atração para as ruas da cidade.
Mas isso nós não temos.
Guilherme, sugiro ler mais sobre o Penalosa. Aliás, ele que é o assunto desse artigo, não so shoppings.
Realmente, a familia Zaffari odeia a cidade, não investem com sacolinhas plasticas nas ruas para o povo juntar as caquinhas dos cachorros, nunca tem algum evento com apoio deles no parcão ou outros parques…. eles são malvados mesmo.
Já baixou a infatilidade…
Infantilidade?
Só estou comentando, dando a minha opinião.
Tambem não sou muito fã de ir em shoppings, mas vou, não tenho nada contra, não me importo que construam novos shoppings.
Desculpa, mas eu tenho uma opinião sobre isso, e divulgo ela, não fico apenas de chororo contra shoppings sem dar muitas explicações.
Tem diversas explicações acima.
Concordo com o Guilherme. Falam mal do Zaffari, mas eles são uma das poucas entidades que ainda organizam um pouco de cultura nessa cidade, com os concertos comunitários, óperas (sim, já fui a duas, organizadas por eles, com artistas estrangeiros inclusive), concerto de natal no Parcão (oh, na rua, de noite, fora de shoppings).
Aí povo vai dizer, ah mas é no Parcão, não é na Restinga… ¬¬
VSF…
pincelando uma parte, que certamente não é a principal:
‘Infelizmente, os shoppings nas grandes cidades do mundo em desenvolvimento, inclusive Bogotá e São Paulo, foram substituindo o espaço público como lugar de encontro. Isso é gravíssimo, pois os espaços públicos acabam abandonados.”
Essas frases resumem o descontentamento de muitos leitores ao lerem as notícias de tantos shoppings sendo inaugurados em Porto Alegre. É o reflexo do desinteresse da cidade pelos espaços públicos. Como não há incentivo público ou privado para a promoção de espaços públicos como meio de entretenimento, as administradoras de shopping vão à loucura com a oportunidade que surge.
Com certeza! Fato é que uma orla limpa, organizada e bem cuidada diminuiria o movimento nos shoppings afetado diretamente o bolso dos Zaffari.
Já trabalhei com a IESC indiretamente, conheço gente que administra shoppings e não existe esse pensamento, e muito menos ações desses administradores para denegrir a cidade visando maior lucro no shopping. Shopping não gosta de carinha andando o dia inteiro pra cima e pra baixo e comprando pouco, vão por mim, eles não gostam do povo lá dentro incomodando quem quer comprar. Tudo que o shopping quer é que pessoas que não gastem, não vão até lá, e a pessoa que deixa de passear no parque para ir no Praia de Belas não gasta muito, e faz com quem quer gastar não vá, pois o shopping vai estar atrolhado (não é à toa que para ir da parada de ônibus até o Barra Shopping é uma viagem à pé…) . Então, por favor, parem de falar que os shoppings são inimigos da cidade. Qualquer construção tem potencial de ser inimigo da cidade, assim como quase qualquer construção pode ser usada para “o bem”. O que comerciantes e industriais mais querem é que o povo fique mais instruído, gere mais valor para a economia, pois assim vão gastar mais. Esse pensamento de luta de classes, de mais valia, de ricos x pobres, de ricos se alimentando do suor e sangue dos pobres é uma das maiores balelas já vendidas desde o conceito de inferno católico…
Não estou afirmando que a família Zaffari goste de cidade feia e muito menos que exista uma conspiração dos shoppings contra a cidade, pelo contrário. A quantidade de shoppings em PoA é indicativo claro que os espaços públicos ao ar livre estão aquém das expectativas.
Não me convenceu muito esse argumento. Como você explica então que em cidades onde o turismo a céu aberto é forte, como nas grandes cidades européias, praticamente não existem shoppings ou ficam tão afastados que são frequentados mais por pessoas de baixa renda que residem na periferia?
O formato de shopping tira proveito do nosso caos na segurança e a degradação dos espaços públicos, não há outra explicação. Só que as coisas estão mudando, e se os shoppings não oferecerem cultura e espaços ao ar livre, em breve se tornarão gigantescos shoppings-das-fábricas degradados. Na boa, isso é um bocado óbvio. Vivemos 30 anos de expansão dos shoppings, o mesmo formato do Iguatemi do início dos anos 80: caixotes 100% voltados para compras.
Não quero convencer ninguém, eu quero que vocês pensem e cheguem às próprias conclusões. Nos EUA não existem grandes shoppings nos centros tambem por uma razão muito simples: zoneamento de cidades. Não sou grande conhecedor da Europa, mas imagino que o modelo de cidade deles não comporte muitos shoppings. Mas falar que “shopping é coisa de pobre” é temerário, eu não vi gente pobre quando entrei em centros de compra em Londres, Milão, New York, San Francisco… Sim, o shopping tira proveito da falta de segurança, mas a falta de segurança não é nem de longe causado nem influenciado pelos shoppings. A questão é que o brasileiro não é norte-americano nem europeu. Brasileiro adora shopping center, virou algo cultural. Norteamericano não vai passear em shopping center, os shoppings deles são imensos estacionamento cercados por lojas, umas longe das outras, o americano vai lá comprar o que precisa e vai embora. Nós desenvolvemos uma cultura diferente, se você não gosta disso, paciência, mas enquanto tiver gente para dar volta em shopping, vai ter shopping. Eu sempre digo que os travestis só estão nas esquinas porque tem gente que os contrata, só existe oferta quando existe demanda, e quanto maior a demanda, na maioria das vezes, maior será a oferta. Eu não gosto de forró e sertanejo universitário, mas tá cheio de lugar tocando isso em Porto Alegre. É a vida.
Acho que tá todo mundo chutando aqui. Tem vários shoppings no Canadá, gigantescos, cheios de atrações para as pessoas de fato irem passear no shopping. Nem por isso os shoppings matam as atrações da rua lá. Os shoppings daqui nada fazem além de seguir um padrão estrangeiro, levemente adaptado à nossa realidade. Se as ruas fossem decentes, seguras, limpas, agradáveis, tivéssemos orla atrativa e tal, teríamos mais competitividade entre essa aberração de “shopping x rua” que estão querendo empurrar nesse post. Existem cada vez mais shoppings pois cada vez as ruas da cidade são menos atrativas, pois cada vez se investe menos nelas. Novamente, parem de comparar Brasil com lugares desenvolvidos, com povo educado. Entendam: Brasil não tem povo educado e com cultura. O que se aplica em outros lugares, não necessariamente se aplica aqui. Então parem de comparar POA com Paris, façam o favor. Nem o nosso clima é comparável com o deles. Vão fazer compras de natal com sol de 35°C na rua.
Já que estás falando em clima, Gasparetto (a desculpa do portoalegrense para tudo, ó como sofremos), uma dica: o canadá precisa d eshoppings por que lá realmente não tem como ficar na rua.
Talvez, Guilherme Louzada, as pessoas com quem você trabalhou realmente não sejam a favor de uma cidade urbanisticamente ruim, ou denegrida, como você falou.
Mas o formato atual dos shopping centers, amadurecido após anos de pesquisas mercadológicas, que envolvem milhões de reais, dólares, enfim, realmente é bastante inspirado naquilo que seria uma rua ideal, agradável para as pessoas. Ou seja, uma cópia fiel de um espaço público ideal, mas calculado nos mínimos detalhes para estimular as pessoas a consumir. Por exemplo: já foi demonstrado que shoppings têm algumas inspirações em cassinos (praticamente não têm janelas para a rua, e não têm relógios. O Iguatemi tem o famoso relógio d’água, é verdade, mas há anos que ele não funciona). Outra: nos corredores dos shoppings, o que vemos? Bancos para as pessoas descansarem e depois continuarem comprando. Já viu que bancos são praticamente inexistentes nas nossas ruas? Por que isso? É um detalhe aparentemente pequeno, mas faz muita diferença: nossas ruas não são planejadas como espaços para as pessoas *permanecerem*, mas sim apenas para *passarem*. Mais uma: os corredores dos shoppings são inspirados em ruas peatonais, em calçadões, com diversidade de estímulos visuais (sem muros monótonos, como acontece em muitas ruas). Se fossem apenas pensados para que as pessoas “comprassem e depois fossem embora”, por que é que criariam tantos estímulos para as pessoas permanecerem dentro deles? Uma outra prova disso é o valor fixo para os estacionamentos: tu paga R$ 5 e tem a permanência permitida pelo dia inteiro. Não há uma progressividade, tipo tu pagar R$ 1 a mais por hora.
Os shoppings são, sim, simulacros de ambientes públicos, e por mais que pessoas que trabalhem no setor neguem ou desconversem, esses centros comerciais são, sim, beneficiados na medida em que os espaços públicos são desvalorizados.
Aliás, já imaginou se houvesse espaço para a passagem de carros no meio dos corredores dos shoppings, como acontece nas ruas?
Urbanismo pra quê? O meu mundo dentro do meu carrão com “ar” e do shopping é perfeito.
É preocupante que o ideal coletivo de conforto, segurança e alegria se reduza a um shopping, caixotão de concreto que é praticamente um mundo à parte. Enquanto o mundo de verdade, lá fora, é sujo e caótico.
Claro que nem todos os frequentadores de shoppings se alienam assim, mas, como disse, é preocupante.
E que culpa eles tem que o mundo la fora é uma desgraça?
Se tem uma opção de ficar num local um pouco mais confortavel com segurança, melhor pra eles.
Deixar de ir no shopping não vai fazer com que o mundo no lado de fora melhore, alias, ainda existe um mundo no lado de fora dos shoppings, é caótico mas muitas pessoas aproveitam, não tem nada a ver isso.
Acho que compreendo o que tu queres dizer… As pessoas, diretamente não tem culpa, claro…Mas repito: é preocupante que um dos maiores, senão o maior símbolo de lazer de uma cidade, seja um shopping. Que necessitemos nos aglomerar num lugar à parte do mundo para poder “curtir” o mundo…
Eu considero isso um pouco perigoso… Podemos acabar por perder a noção do que realmente “é” uma cidade. Uma cidade também é uma aglomeração de pessoas, e assim como um shopping, deveria oferecer variedade de serviços e bem-estar coletivo. Não dá pra nos acomodarmos em reduzir grande parte do nosso lazer à shoppings. E é um problema quando eu digo isso e um fulano lá fica mega feliz quando vem outro shopping pra cidade. É um pensamento incompatível… mas respeito.
O preocupante é que as pessoas não se revoltam com o fato do espaço público ser tão hostil.
Não dá para eximir as pessoas de culpa quando elas aceitam esse modelo sem questionar, sem reclamar, sem tomar ação, quando elas param de caminhar pela rua e só andam de carro para cima e para baixo, quando elas optam sair de uma casa e ir morar em um apartamento e perder o contato e convívio com todos seus vizinhos, quando param de fazer suas compras no comércio de rua local e passam a fazer suas compras e ir no cinema dos shopping centers.
A cidade, quem construímos somos nós, através das nossas ações diárias. A segurança das ruas depende de nós, se escolhemos encher as ruas com nossa presença, ou esvaziá-las, tornando-as no espaço perfeito para a prática de crimes.
O centro é cheio de gente e isso não impede um antro de achacadores e batedores de carteira de circularem por lá.
Gasparetto, o centro tem muitos problemas, mas até onde lembro não estão entre os bairros mais violentos não.
O que acredito ser ideal é o um equilíbrio. Nada contra shoppings, porém, quanto mais espaço publico, melhor!
Eu acho que nesse momento POA chegou num ponto em que nao precisamos de mais nenhum shopping. Ja temos o suficiente. A partir de agora, a coisa deveria ser focada nos espaços publicos. Convenhamos, se o projeto da orla sair, que eu acho que vai, será um marco para POA jamais visto. Falo isso por morar em uma cidade onde a orla é bem aproveitada (Welligton, NZ).
Porto Alegre ja é famosa pelos seus parques (Redenção e Moinhos), “só”precisa garantir a segurança das pessoas à noite (e dia!).
Não temos espaços publicos que prestam, ainda assim com tantos shoppings, os lixões da nossa cidade bombam de gente nos finais de semana.
E mesmo que fosse assim, o que fazer se é a preferencia do povo?
Boa. Ontem mesmo eu estava indo pro hipódromo, pois tinha corrida, entrada grátis, atração “outdoor” e tal, e passei por um engarrafamento no gasômetro. Pessoas se aglomerando pra curtir o areião com caliça do antigo presídio e a vista pro junco do rio sujo. Me perguntei “Imagina se a orla prestasse então”.
“só é feita com gente na rua” – os xóping pira.
Educação, falta educação.
Com uma boa educação, vem o resto.
Mas educação não gera votos, a não ser que tu de vagas nas faculdades, ai sim… mas no ensino basico não, por que ninguem vê a mudança, só os alunos que em sua maioria, não tem idade pra votar.
Com educação as pessoas vão valorizar mais a qualidade de vida, vão ter um futuro, podendo assim evitar o mundo do crime, vão ter cultura, vão dar valor para outras coisas, incluindo o urbanismo.
É o basico…
Bah… um prefeito inteligente. Um prefeito com um ideal de cidade, e não com ideais de interesses. Coisa rara, em nível sul-americano e ainda mais em nível brasileiro.
Esse cara é o cara!
Eu só acho um exagero falarmos de Porto Alegre como uma cidade em estado de sítio. Adoro o centro, bairro onde trabalho, moro e me entretenho nos fins de semana passeando, tirando fotos, comendo, bebendo, comprando e indo ao cinema e teatro.
Frequento shoppings quando preciso comprar algo fora do horário comercial ou quando bate a vontade de ir ao cinema às dez da noite (mas ultimamente tenho desistido de ver algo com a minha namorada, pois nesse horário é só filme de terror – ela não gosta – ou blockbuster – eu não gosto).
A insegurança ocorre mais em bairros residenciais de classe média/média alta onde não há atrações que mantenham as pessoas nas ruas até tarde. Olhem o Bom Fim: há médicos, juízes, executivos, pessoas com alto poder aquisitivo ali. O que vemos à noite? Pessoas passeando com seus cães, voltando da academia, correndo, bebendo num barzinho, enfim, é um bairro vivo. Algo diferente ocorre no Petrópolis, que “morre” à noite e é um bairro que bate recordes de roubos de veículos e assaltos.
Como disse o ex-prefeito de Bogotá: a resposta está na cidade; na cidadania; as pessoas se apropriarem dos espaços em vez de construírem oásis privados. O shopping e os espigões de luxo com alta segurança privada só contribuem para uma cidade com jeitão de cenário do MadMax.
Costumo dizer que o Bom Fim é o bairro mais “feliz” de Porto Alegre. Tá todo mundo sempre dando banda com o cachorro, rindo, cumprimentando o vizinho. E tem vida da hora mais enevoada da manhã até altos da noite. E não necessariamente é o bairro mais rico de POA.