Grendene fecha 12 fábricas na Bahia

A Vulcabras Azaleia, maior fabricante de calçados do país, anunciou o fechamento de mais 12 fábricas na Bahia, onde trabalhavam 4,o mil pessoas. A decisão causou mal-estar entre os governos estadual e federal, ambos do PT.

Em 2011, a empresa de Pedro Grendene já havia demitido 8,9 mil funcionários em todo o país após registrar o primeiro prejuízo em 15 anos. Na ocasião, a Bahia perdeu 6 das 18 fábricas no Estado da dona das marcas Azaleia, Olympikus e Reebok. A explicação agora foi a mesma: a concorrência desproporcional dos produtos asiáticos.

Em entrevista à Folha, o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correa, disse que “o maior responsável” pela crise no setor é o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. “Eu lamento ter que falar isso, já que faço parte da base, mas é a verdade, que não posso esconder: eu credito todas essas demissões ao governo federal”, afirmou. Segundo Correa, o ministério privilegia o setor automotivo e “falta a mesma sensibilidade” para criar barreiras aos calçados estrangeiros. Ele afirma que o governo federal ignorou os pedidos pela criação de uma lei antidumping que não fosse restrita só à China.

Affonso Ritter

Matriz da Vulcabras Azaleia em Itapetinga, única fábrica que será mantida pela empresa na Bahia. Foto: Divulgação

Matriz da Vulcabras Azaleia em Itapetinga, única fábrica que será mantida pela empresa na Bahia. Foto: Divulgação

 

Mais informações na Folha de SP.



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23 respostas

  1. Isto é Brasil. Ontem andando em um shopping vi um stand da montadora chinesa JAC Motors e um baita anúncio de uma nova fábrica em Camaçari na Bahia. Neste caso parece que se o motivo do fechamento da Grendene é a concorrência com o mercado chinês e o privilegiamento do setor automotivo, a Bahia perde neste caso, mas perde menos do que o RS, que sofre as consequências da concorrência no setor calçadista e não tem nenhum projeto de nova montadora de grande porte por instalar-se. Enfim, sai perdendo sempre com este tal de Fernando Pimentel no governo ferderal e com este banana em forma de governador Tarso Genro, capacho total! Pobre RS!

  2. Estão, apenas, tentando sobreviver, alás como todo o setor, mesmo assim acho que não conseguirão.

  3. É uma notícia impactante, mas achei estranho o blog postá-la. Tudo bem, a empresa tem origem gaúcha, mas na prática é uma multi-regional. Não vejo relação direta com o RS ou POA. Se vão postar notícias desse tipo, da movimentação de empresas em outros estados, vai ter mais notícia de fora do que daqui.

    Não condeno a postagem, apenas fico curioso pelo critério.

  4. “Indústria automobilística teve isenção de R$ 1 milhão por emprego criado”, no entanto o governo deixa empresas nacionais fecharem e demitirem…

    http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,industria-automobilistica-teve-isencao-de-r-1-milhao-por-emprego-criado-,894467,0.htm

    Tá difícil de engolir esse governo.

  5. Os chineses fazem os sapatos por preco menor, mais rapidamente e com a mesma qualidade. Pudera que estao falindo…

  6. Não tem que por barreiras para produtos importados, precisam estimular o produto nacional.

    Mas o governo é podre, assim como fez com as fabricantes de carros, ao invés de incentivar a industria das carroças nacionais (alias, deveria tentar modernizar né..) meteu impostos para os importados, que estavam conseguindo acabar com a palhaçada do lucro das nacionais.

    Mas não adianta, o mundo da uma dica, o Brasil faz o contrario, e não digo só com os produtos, mas no desenvolvimento do pais.

  7. Que tristeza o pensamento dessa gente. “Ai nossa indústria tá falhando, não consegue competir, vamos colocar barreiras contra produtos estrangeiros”. Claro, porque colocar uma barreira comercial é muito fácil, dá resultado rápido e dá voto. As consequências ficam na acomodação de indústrias muitas vezes ineficientes, produtos manufaturados mais caros e taxas de lucro acima da razoável.

    Se, em vez de criar barreiras a produções mais eficientes (mesmo que do exterior), o governo se preocupasse em, sei lá, fomentar a eficiência das indústrias nacionais, com investimento em infraestrutura, desoneração tributária da produção e maior segurança jurídica (i.e. diminuindo burocracias), lograria não só ter uma indústria mais competitiva, mas também um país mais acolhedor a investimentos e inovações.

    Mas é, parece que política industrial por aqui se restringe a muito choro e pouco trabalho.

    • Pra ti ter isto vcs tem que votar nos DEM. E isso e’ quase impossivel. O povo foi cabrestiado a votar em partidos de esquerda somente. Entao….. sabe como e’. Os “intelectuais” nao querem dar o braco a torcer que o capitalismo de livre mercado funciona, e este “mercantilismo de brasilia” em que o brasil vive e a esquerda adora jamais funcionara em um mundo globalizado e altmaente competitivo. Mas a febre vermelha tem que correr seu percurso ate’ o paciente se curar.

    • Tem um livro da Ayn Rand que defende exatamente isso que tu tá dizendo, Mobus. eheheheh

      • uia… e aproveite q ta sempre em promoção no submarino, patrocinado pelo instituto milenium, e o insttituo ling

      • Se a tigrada comecar a ler AYN RAND, VON MISES, HAYEK e MILTON FRIEDMAN dai a coisa muda de cara, mas ate’ la sao as teorias de frei beto, lula, castro e stalin quem mandam infelizmente.

    • Perfeito, Mobus. O pensamento aqui é sempre “aumentar impostos de importados pra proteger a indústria nacional”. Nunca pensaram em fazer a indústria nacional ser competitiva o suficiente pra conseguir ganhar em qualidade e não em preço? É o mesmo que fazem com o dólar e as exportações. Forçam a subida da cotação pro real valer menos, e fazer “valer a pena” no exterior comprarem nossos produtos. Só que o petróleo é cotado em dólar, e infelizmente toda nossa cadeia produtiva depende dele, ou seja, sobe o preço de tudo. Que tal em vez de aumentar o imposto ou a cotação do dólar, uma vez na vida eles não desoneram a cadeia produtiva, fazendo o produto ser competitivo de verdade e tbm focam na qualidade e produtividade da indústria? Pq isso vai levar mais tempo pra fazer efeito. Pq não pensam mais no gigantesco mercado interno que o Brasil pode ser, mas que é reprimido por impostos escorchantes? É fod@!

  8. Não sei não, mas a própria Azaléia ta mandando fazer os calçados na China, quer dizer…

  9. Já passamos por um trauma semelhante.

    • “Segundo Correa, o ministério privilegia o setor automotivo e “falta a mesma sensibilidade” para criar barreiras aos calçados estrangeiros.”

      Empresas protecionistas de merda, querem obrigar nós consumidores a pagar mais caro pelos produtos deles (a exemplo das montadoras).
      Ao invés de pedir pela redução do custo Brasil, apelam logo por beneces do governo federal as nossas custas.

      • Exatamente. Sempre digo isso aos meus alunos quando falo sobre protecionismo. Ele nunca é solução. Claro que para a “gente qualificada” que está o poder é muito mais fácil fechar a economia, do que dinamizá-la (cortar impostos, mudar a matriz e fazer uma profunda reforma tributária, diminuir a burrocracia, etc).

        • hey hey hey essa é minha área. Acontece que o calçado chines entra subsidiado para realmente acabar com a indústria local e depois dominar o mercado. As medidas protecionistas são ineficazes uma vez que o governo barra o calçado chinês, mas eles utilizam países para camuflar a procedência, logo pulando a barreira brasileira. Porém, é como uma recente fábrica que fechou uns anos atrás no vale dos sinos, o cara que fechou a fábrica por não “conseguir” mais sobreviver, tinha garantido dinheiro até a terceira geração sem que precisassem trabalhar (palavras dele). Falta comprometimento tanto do governo quanto das empresas. Lembrando, eles nunca perdem.

        • Hey hey, NOSSA área… hehehe, inclusive fiz meu trabalho de conclusão da faculdade sobre o mercado calçadista, sobre as consequências da abertura econômica da China. O protecionistmo em termos gerais sim é uma praga , e os governos usam para camuflar a incometência em melhorar e dinamizar nossa economia. Nossa estrutura produtivo-tributária é ridícula.

          No caso do calçado chinês não trata-se de protecionismo, mas de defesa comercial, como o anti-dumping (já existente para os calçados). Além da alíquota máxima de 35% de Imposto de Importação, há sobretaxa, mas como realmente colocaste, não pega as operações triangulares que empresas chinesas tem feito por outros países asiáticos.

          Mas por que só há incentivos para os carros? As indústrias calçadistas também deveriam ter reduções, pois empregam muita gente e em muitos casos com empregos de qualidade, além de movimentarem toda uma estrutura… se toda a nossa indústria (desde os curtumes, produtos químicos, componentes, etc) fossem competitivos, nosso calçado não sofreria tanto.

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