Porto Alegre implanta política climática em parceria com o Rio

Capital gaúcha terá inventário sobre emissão de gases de efeito estufa  Foto: Ivo Gonçalves/PMPA

Capital gaúcha terá inventário sobre emissão de gases de efeito estufa Foto: Ivo Gonçalves/PMPA

A preocupação com as mudanças climáticas motivou a assinatura do Protocolo de Intenções entre as Prefeitura de Porto Alegre e do Rio de Janeiro para a elaboração do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa da Capital gaúcha. O ato ocorreu na tarde desta quinta-feira, 13, no Salão Nobre do Paço Municipal, e contou com as presenças do prefeito José Fortunati, do presidente do Instituto Latino-Americano de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, Marcino Rodrigues, do gerente de Mudanças Climáticas da Prefeitura do Rio de Janeiro, Nelson Moreira Franco, e do secretário Municipal do Meio Ambiente, Luiz Fernando Záchia.

A parceria irá viabilizar a elaboração do Inventário de Emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) de Porto Alegre, bem como a implantação de uma Política Climática Municipal nos mesmos moldes da que existe no Rio de Janeiro. O inventário não tem prazo para a elaboração, e será feito por um grupo técnico especializado, externo à prefeitura. Por meio do inventário será possível avaliar de uma forma setorizada as fontes e a quantidade de emissão de carbono e gases poluentes na atmosfera, tanto por região como por atividade, estabelecer metas para mitigação das mudanças climáticas e estimular o desenvolvimento de projetos de crédito de carbono.

O prefeito destacou a importância da parceria com o Rio de Janeiro, que foi o primeiro município da América Latina a elaborar um inventário de emissões de gases do efeito estufa. “Nós estamos buscando no Rio uma parceria muito importante para que tenhamos um mapeamento claro de como está nosso ar e quais medidas podem ser tomadas para que, de forma sustentável, com o passar do tempo, nós ganhemos a batalha contra a poluição”, disse Fortunati.

O Rio de Janeiro já possui três inventários, implantou a Política de Mudanças Climáticas e definiu metas de redução de emissões até 2020. Para 2012, a meta de redução era de 8%. Segundo Nelson Moreira Franco, já foi atingida a marca de 8,7% de redução de emissões.

Para o gerente de Mudanças Climáticas da Prefeitura do Rio, o objetivo do convênio é dotar Porto Alegre dos mecanismos principais e necessários para a elaboração do seu inventário e a implantação de ações para combater as mudanças climáticas. “Primeiramente se deve criar uma lei, que vai instituir a Política Climática Municipal, com metas de redução das emissões e da poluição. Depois elaborar o seu inventário de emissões de gases de efeito estufa. Esse inventário é fundamental porque ele vai definir onde você está emitindo mais, em qual setor”, afirmou.

O secretário Záchia informou, ainda, que já está marcado para o mês de abril, nos dias 21, 22 e 23, a realização do 2º Fórum Internacional das Mudanças Climáticas das Cidades de Baixo Carbono e 2º Encontro dos Secretários de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras em Porto Alegre, com a participação de 27 secretários municipais. Nesse evento deverão ser estabelecidos índices de redução da poluição.

Entenda o passo a passo do processo:

  • Com a assinatura do protocolo, que tem duração de 24 meses prorrogáveis, a cidade do Rio de Janeiro irá transferir as informações necessárias para a instituição da Política Climática Municipal e para o encaminhamento do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa.
  • O Instituto Latino Americano de Desenvolvimento Econômico Sustentável (Ilades) dará o apoio técnico necessário para a constituição do projeto e do inventário, que será executado por instituição competente.
  • A partir da instituição do marco regulatório, a ser encaminhado para avaliação da Câmara de Vereadores, e do diagnóstico das emissões, serão definidas as metas de redução.
  • Com o estabelecimento das metas a serem atingidas por empresas e instituições públicas, torna-se possível a criação de um mercado de carbono local, bem como a instituição de Certificação de Crédito de Carbono.Entre as cidades brasileiras que possuem inventários de emissões de GEE reconhecidas pela ONU (com metodologia do IPCC) estão Rio de Janeiro, São Paulo. As cidades possuem Inventários, Política Climática e Fórum de Mudanças Climáticas (que reúne diversos entes públicos e privados para trabalhar de forma transversal as medidas mitigatórias).
  • Apenas o Rio de Janeiro possui um sistema de monitoramento, registro e avaliação das emissões de GEE.

 Prefeitura de Porto Alegre



Categorias:Meio Ambiente

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10 respostas

  1. Li a reportagem no site da Prefeitura e vi que esta ação não está voltada à poluição do ar no meio urbano e suas graves implicações na saúde pública, para alegria dos donos de empresas de ônibus.
    Trata-se apenas de contabilizar os gases que poluem as camadas mais altas da atmosfera e que provocam efeito estufa.
    Então, devem continuar desativadas as estações de monitoramento da qualidade do ar em Porto Alegre, de forma a impedir o estabelecimento da relação causa-efeito entra poluição causada pelos ônibus e doenças ou mortes por problemas respiratórios.
    Muito conveniente para alguns amigos do prefeito.

  2. Deixaram as poucas estações de monitoramento da poluição sucatearem em porto Alegre e agora vem posar de ecológicos. Nós estamos vendo a quem estás servindo, Fortunati.
    A maior fonte de poluição do ar em Porto Alegre é a frota de ônibus movida inteiramente a óleo diesel. Isto já é sabido. É lamentável, que nada esteja sendo feito para alterar esta situação. A expectativa mais otimista da implantação dos BRTs e reduzir esta poluição em no máximo 20%, mas só na área central da cidade.
    Enquanto isso, fazem todo o pavimento de concreto dos BRTs retirando os últimos trilhos de bonde que estão soterrados na Protásio Alves, em vez de aproveitar a ocasião para instalar trilhos no novo pavimento para uma utilização futura, que ficará ainda mais difícil com a equivocada abordagem atual.

  3. Administração patética. Esse vazio ético e gerencial ainda vai cobrar um preço muito mais alto da cidade. Vamos cair num poço sem fundo tal é o descaso, o cinismo e a politicagem barata que está em curso.

  4. Além das questões referentes ao trânsito, outra área que está abandonada pela administração municipal,e que poderia seguramente contribuir em muito para a redução de emissões seria a de geração independente de energia pelos consumidores. Desde ontem, com a normatização da geração individual e possibilidade da pessoa física ou jurídica repassar à rede a energia adicional que gere, os Municípios podem (e devem) incentivar pela via tributária que particulares gerem energia eólica ou solar/fotovoltaica (que tal os imensos telhados de shoppings, concessionárias de automóveis etc.), reduzindo assim a pegada de carbono deles e da cidade. Falta aos gestores conhecimento e principalmente INTERESSE para adotar essas soluções, talvez porque elas descentralizem benefícios, promovem autonomia, e não geram promoção política nem jabá…

    • Conhecimento não falta, pois eles assinam milhares de procolos de intenções na área de sustentabilidade, mas nunca sai nada de concreto.

  5. Sei lá , pra que existe a UFRGS ?
    Maior pesquisador aquecimento global : Jeferson Cardia Simões(PHD Glaciologia, Depto.Geografia UFRGS).
    A pergunta q não quer calar é : quanto $$$ o tal inventário ?

    • Mas usando a UFRGS não dá pra nomear secretário, conseguir orçamento, enfiar 5 pessoas numa sala com salários nababescos para formar uma “comissão” e então viajar o mundo para “aprender” novas técnicoas…

  6. Que ridículo! Preocupado com CO2 e não aplica o que determina a lei no sistema cicloviario e decidiu pelo pseudo BRT ao invés de VLT!

    • Exato,vem falar de preocupação com a poluição na cidade mas incentivo para o automóvel é o que esta prefeitura mais adora fazer.Hipócrita do c@#$%&*!

  7. Parei de ler em “nao tem prazo de elaboracao”

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