GM põe o pé no acelerador

Ao completar a marca de dois milhões de carros fabricados no Sul, a montadora anunciou a projeção de dobrar o faturamento da planta de Gravataí para R$ 10 bilhões em 2013

GM-onyx350A expansão da fábrica da GM, em Gravataí (região metropolitana de Porto Alegre), significa muito mais do que o início da saga produtiva do novo veículo da montadora, o Onix – carro líder de vendas, ao lado do Celta. A ampliação de 35% na planta atual, que agora funciona a pleno, é o principal trunfo para alcançar a ambiciosa meta de 2013: dobrar o faturamento atual da unidade, que é de R$ 5 bilhões. Uma receita que pode ser dita como acanhada se considerarmos a projeção da fabricante para a próxima dúzia de anos. Marcos Munhoz, vice-presidente da GM no Brasil, nos diz qual é. “Vamos atingir em 2024 o faturamento de R$ 140 bilhões”, vaticina Munhoz, no dia em que a unidade atinge a fabricação de 2 milhões de carros desde a sua inauguração, em 2000.

Embora o faturamento de 2012 tenha evoluído na média dos últimos quatro anos, Munhoz define o período como “o ano da Chevrolet”. A principal razão é a chegada do Onix. Espécie de evolução do Celta, o Onix animou o mercado consumidor da GM – que atingiu o maior patamar de satisfação dos clientes em toda a trajetória da companhia no Brasil. Com o novo carro, a produção de Gravataí – incluindo todos os modelos – chegará a 380 mil veículos, o que coloca a planta do Rio Grande do Sul como a quarta maior da montadora no mundo. A unidade gaúcha só estaciona atrás da fábrica espanhola de Zaragoza (líder), e das fábricas norte-americana e canadense. “A fábrica atingiu esse ano a capacidade de produzir mais de um carro por minuto”, orgulha-se Munhoz. A unidade produz 63 veículos por hora, atualmente.

Ao contrário das projeções pessimistas sobre o crescimento industrial do país, Munhoz trabalha com um prognóstico animado para o próximo ano. O setor automobilístico, segundo ele, deverá crescer 4% este ano – quase quatro vezes mais que a projeção de elevação do PIB brasileiro, que deve ficar na casa de 1%. Para o próximo ano, Munhoz não enxerga obstáculos para crescer na mesma taxa, ou ainda mais que isso – mesmo com a volta de cobraça do IPI. “Temos uma demanda reprimida de vendas. Supriremos isso com a expansão da nova planta”, afirma Munhoz, que já está resignado com o fim do incentivo do governo federal, que deve terminar em janeiro. A GM deve fechar o ano com 630 mil vendas, 3% abaixo do comércio de veículos do ano passado.

Fabricando por música

O sistema de fabricação de carros da GM, que hoje produz mais de um carro por minuto, não poupa dedicação dos 3200 funcionários da montadora. A planta, atendida por 19 fornecedores sistemistas que estão fincados no Complexo Industrial Automotivo general Motors (CIAG), em Gravataí, já teve um número de trabalhadores quatro vezes menor que o atual. No final da década de 2000, nem mesmo os 800 funcionários da empresa imaginavam que, no início dos anos 1990, um carro levava três dias para sair da fábrica e ser estacionado na fileira dos veículos finalizados. Era o caso de um dos modelos do Chevette – primeiro carro de pequeno porte da GM, que surgiu em 1970.

Na fábrica atual, além de todo o aparato tecnológico para acelerar o processo produtivo, até a música é usada para manter o ritmo veloz de fabricação. Enquanto um pintor mergulha o carro na banheira de tinta e, logo ao lado, o engenheiro de produção testa a ergonomia do veículo, a voz de Eric Clapton faz a trilha sonora. Além do blues, outros ritmos clássicos sonorizam a jornada de trabalho. Neste verão, os funcionários da GM não terão férias. A prorrogação de isenção do IPI não permite reduzir a produção, que precisa atender a alta demanda do mercado. Apesar do adiamento do descanso para o meio do ano que vem, os ouvidos parecem não reclamar da situação.

Revista Amanhã



Categorias:Economia Estadual

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13 respostas

  1. Ninguém aqui ta afirmando em acabar com as montadoras….

    Por que ao invés de reduzir IPI APENAS para carros de passeio, não se reduz também (ou somente) para ônibus, aeromóveis, caminhões e trens? Bicicletas então não preciso nem falar!

    Mas todos sabem o real motivo….

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  2. Isso ae! Dalhe mais carros nas ruas!

    E as estradas e ruas cada vez mais abarrotadas….

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    • Tire as montadoras do Brasil e nós falimos. É o setor que mais impulsiona a nossa economia, que mais paga tributos à União e que mais gera empregos diretos e indiretos. Que governo não iria querer um parceiro desses? Se as ruas estão abarrotadas e esburacadas, é porque o país, estados e municípios não fazem a parte deles.

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      • Tem alguma fonte pra essas afirmações ou tá tirando da cartola?

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        • Falir não iria falir, mas seria um bom estrago pelo desemprego, até por que as fabricas de carros pagam um salario relativamente bom para milhares de empregados.

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          • Eu não estou defendendo que se deva fechar todas as fábricas de automóveis, Evo Morales-style. O que eu estou dizendo é que elas não são tão essenciais ao país como alguns defendem e que, se é pra dar incentivo a alguma indústria, que se dê a indústrias que MELHOREM a situação das cidades, e não às que pioram.

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    • Vai la protestar contra a fabrica na cidade, o povo la vai te dar um abraço.

      Certo que acabar com a fabrica de gravatai vai fazer com que o povo não compre carros de outras marcas né?

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    • Concordo contigo, carrocentrismo é uma m…., pro mundo e pra cabeça do homem. Mas as pessoas precisam de empregos. Esse é o atual funcionamento do sistema, tem que aceitar.

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  3. E Gravataí daquele jeito. A RS 30 continua uma estrada de pista simples e sem acostamento, Mesmo passando na frente e sendo acesso para GM.

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  4. E finalmente um carro de verdade, nada de Celta com plataforma de Corsa de 1872.

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  5. Ótima notícia. Comentários sobre Ford, PT e Guaíba em 3… 2… 1…

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