Monumento a Júlio de Castilhos completa 100 anos nesta sexta, 25 de janeiro

Um dos mais importantes e icônicos monumentos de Porto Alegre completa 100 anos nesta sexta-feira, dia 25 de janeiro. 

Monumento a Júlio de Castilhos. Foto: Gilberto Simon - Porto imagem

Monumento a Júlio de Castilhos. Foto: Gilberto Simon – Porto imagem

Projetado pelo pintor e escultor Décio Villares, a sua construção foi decidida logo após a morte de Júlio de Castilhos, ocorrida em 24 de outubro de 1903. Contudo, sua realização sofreu vários atrasos e o projeto inicial passou por várias alterações. Sua construção finalmente iniciou em 27 de julho de 1910, com o nivelamento do terreno e o lançamento dos seus alicerces sob a supervisão de Affonso Hebert, Após diversas dificuldades enfrentadas, entre elas o desabamento total do que havia sido feito, finalmente o monumento pôde ser inaugurado em 25 de janeiro de 1913.

Júlio de Castilhos representado como um velho sábio. Foto: Gilberto Simon - porto Imagem

Júlio de Castilhos representado como um velho sábio. Foto: Gilberto Simon – Porto Imagem

Com o monumento pretendia-se ilustrar idealizadamente três momentos da vida do homenageado: a fase da propaganda republicana, a fase da organização do governo positivista no Estado e a fase posterior à sua retirada do governo.

As alegorias foram escolhidas por Villares de modo a caracterizar a ação típica de cada uma das três fases e o seu grau de importância, com realce para fase da organização política, da qual resultou a Constituição de 1891.

Os grupos de estátuas se distribuem em torno de um núcleo piramidal, destacando-se, no topo do obelisco central, a figura triunfante e dinâmica da República, com a chama da nova ordem social em uma das mãos e o códice da lei nova na outra. Repousa sobre uma esfera, com estrelas representando os estados brasileiros, além da divisa Ordem e Progresso.

O monumento, que possui 22 metros e meio de altura, é uma verdadeira cartilha positivista, e foi concebido em uma feição idealista e mesmo mística, como um altar público onde se pudesse venerar a memória de um líder paradigmático e conhecer seus princípios doutrinários.

Algumas imagens do Monumento

Cartão Postal da Praça da Matriz na década de 20, já com o monumento a Júlio de Castilhos. Imagem do acervo pessoal de Gilberto Simon

Cartão Postal da Praça da Matriz na década de 20, já com o Monumento a Júlio de Castilhos. Imagem original em papel fotográfico do acervo pessoal de Gilberto Simon – Porto Imagem.

Praça da Matriz em 1910, pouco tempo antes da inauguração do monumento a Júlio de Castilhos.

Praça da Matriz em 1910, pouco tempo antes da inauguração do Monumento a Júlio de Castilhos.

Cartão postal da década de 20.

Cartão postal da década de 20. Praça Marechal Deodoro com Monumento a Júlio de Castilhos.

Detalhe do Monumento a Júlio de Castilhos. Foto analógica monocromática de Gilberto Simon.

Detalhe do Monumento a Júlio de Castilhos. Foto analógica monocromática de Gilberto Simon – Porto Imagem, feita na década de 90.

Detalhe do Monumento a Júlio de Castilhos. Foto analógica monocromática de Gilberto Simon.

Detalhe do Monumento a Júlio de Castilhos. Foto analógica monocromática de Gilberto Simon – Porto Imagem, feita na década de 90.

Foto analógica da década de 90 - Gilberto Simon

Foto analógica da década de 90 – Gilberto Simon

Monumento a Júlio de Castilhos. Foto: Gilberto Simon - Porto imagem

Monumento a Júlio de Castilhos. Foto: Gilberto Simon – Porto imagem

 

Para  saber mais do Monumento a Júlio de Castilhos:

Está sendo organizado por diversas entidades uma exposição de fotos antigas do Monumento, na Assembleia Legislativa.

Haverá também uma comemoração dos 100 anos em frente ao Monumento, na Praça da Matriz, e também no entorno, com palestras, música e arte, em volta dessa obra de arte que embeleza a cidade há 100 anos.

Haverá um Viva o Centro a Pé Especial, às 19:00, apresentando a história e simbologia do Monumento, e depois outros atos comemorativos com música.

Recomendo a visitação à exposição de fotos antigas, pois retrata uma época em que Porto Alegre era bem cuidada, limpa e desenvolvida. Sem falar na beleza do Monumento.

Mais informações sobre a comemoração, clique aqui.

Aqui o cartaz da exposição:

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Categorias:Monumentos, Patrimônio Histórico

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42 respostas

  1. Durante todo o dia na sexta vai ter concurso fotográfico sobre o monumento, todos os detalhes da programação estão em
    http://urbsnova.wordpress.com/100anos/

    • Pena que o concurso de fotos só aceita fotos tiradas no dia 25. O ponto baixo da programação. Um concurso que evita que fotógrafos (profissionais ou amadores) com vasto acervo participem. Quem tem tempo pra em plena sexta-feira, dia útil, estar na rua tirando fotos? Nunca tinha visto um concurso de um dia só. Parabéns pela programação, mas esta parte do concurso é lamentável. Opinião de fotógrafo.

      Sem falar que a votação das fotos pelo próprio Facebook, através de ‘curtir’, todo mundo sabe que não é a mais bonita que vence e, sim, a que tem mais votos. Ou seja, basta fazer uma campanha entre os amigos pra votarem na sua foto e até a mais feia pode vencer.

      Ou seja, duas coisas que desabonam a seriedade de um concurso de fotos.

      • Gilberto, eu me inspirei no Rally Fotográfico do Arroio Dilúvio, proposto pelo Espiral Positiva, um dia todo em setembro dedicado a fotografar toda a extensão do diluvio…e no qual participei. Foi realmente muito legal, fotos fantásticas, feia e belas. Mas foi num domingo, e isso eu nao poderia alterar, pq o aniversário caiu numa sexta.

        No nosso caso nao se trata apenas de um concurso fotográfico, mas uma atividade de participação onde todos estão nas mesmas condicoes, e se encontram realmente no local, nao um fotografo individual que tira a sua foto en qualquer dia sem nenhuma interação com o evento. Tinha que ter pele menos essa ligação com o dia do aniversario.

        A participação é o mais importante, nao o concurso, e por isso o criterio de votação são as curtidas, claro que sabemos que o resultado nao significa nada…. é mais pela vontade de participar…não é importante quem ganha ou não, é informal, o importante é ter ido e lá participado, a foto nesse tipo de atividade é apenas um registro a mais dessa participação. Mas claro, quanto mais bonito o registro melhor.

        Realmente sexta é dia util mas as fotos podiam ser tiradas em qualquer horario deste dia, o aniversario de 100 anos, podia ser de manha cedo… no horario do almoço ,,,ou a noite tanbém… A grande maioria das fotos…acho que todas foram tiradas durante o Viva o Centro a Pé diante do monumento que foi das 19hs as 20hs,,, e acho que não é um horario nem um pouco absurdo para quem trabalha. Claro, é janeiro, sexta, nem todos estao em Poa, mas mesmo assim uma centena de pessoas estiveram presentes.

        Aqui algumas fotos tiradas nesse momento, essas sao mais para divulgação do evento, para ter uma ideia de como foi, tem outras muito mais bonitas que postarei em breve, mas que eram sobre detalhes particulares e nao mostravam o evento como um todo, que é o necessário para a divulgação:

        http://urbsnova.wordpress.com/100-anos-do-monumento-a-julio-de-castilhos-divulgacao/

      • Aqui as melhores fotos tiradas no dia da Comememoração aos 100 Anos do Monumento a Julio de Castilhos:

        http://urbsnova.wordpress.com/2013/02/02/concurso-fotografico-100-anos-do-monumento-a-julio-de-castilhos/

  2. Obrigado pela divulgação da comemoração que estamos fazendo, Gilberto. Muito boas as tuas fotos, algumas das antigas estarão na pequena exposição que estamos preparando no Solar dos Câmara, Tem mais um carárter documental, recuperar aquele ambiente da praça da Matriz do início do séc XX.

    A praça terá uma limpeza no dia anterior pela SMAM.

    Quanto às pichações, sem dúvida o governo tem obrigação de cuidar, mas esta comemoração é um pouco em outro sentido, é mostrar que as pessoas dão importância, que não é uma coisa menor. Saúde, segurança, transporte são importantes, mas a cara que uma cidade tem também é, principalmente para quem mora nela. Sabemos muito pouco sobre nós, sobre nossa história, nossos monumentos públicos. É uma oportunidade de demonstrar publicamente o interesse.

    Foi solicitada uma limpeza do monumento, mas a regra é que se faça licitação e entao vai ter uma certa demora. Se entende não é como lavar o teu carro, tem que se ter cuidados e fazer com pessoal especializado. Pode demorar um pouco mas em breve estará limpo.

    A comemoração começa pela abertura da exposição e logo em seguida haverá uma visita guiada ao Solar.às 17:30 começa uma atividade na praça para crianças de 7 a 14 anos, no mesmo horário começa uma uma palestra no Museu Júlio de Castilhos sobre Júlio de Castilhos e seu contexto histórico, é importnate para entendermos o monumento. Às 18 hs visita guiada ao prédio do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul, um lugar fantástico, criado no passado com tecnologia para preservar documentos. No mesmo horário, palestra “A Ação do Ministério Público na Questão do Patrimônio Cultural” no Forte Apache, o Memoria do Minstério Público. O ponto alto será as 19hs, diante do monumento com apresentação de sua história e simbologia.

    Além do link que o Gilberto deu, tem um evento no face, para quem quiser convidar os seus amigos lá, estão todos convidados:
    http://www.facebook.com/events/489799124394543

    • Muito legal a iniciativa! Já dou a ideia: Tem muita gente no IA que estuda e trabalha com restauração… Seria muito difícil criar um convênio com alunos e mestres para que trabalhem nos monumentos da cidade?

  3. Poderiam dar um banho de presente pra ele

  4. Muito linda a terceira foto com o guaíba ao fundo, antes de ser aterrado.

  5. Infelizmente não consigo olhar pra esse monumento. É como uma facada. Manter ele naquele estado deveria ser criminoso. Na verdade acho bem estranho ele estar tão pichado, por que a praça está sempre lotada de brigadianos, inclusive madrugada a dentro, fora a segurança dos palácios em volta. Talvez a Praça da Matriz seja o lugar mais seguro da cidade.

  6. Enquanto isso, 100 anos depois, nossos governantes realocaram o Laçador, um de nossos principais monumentos, junto a uma módica graminha que por sinal nem aguada é, vive ” careca ” …..

  7. Não mostra essas fotos,senão os haters do Centro vão ficar contrariados,já que na visão deles esse bairro só tem sujeira,prédio feios,comércio desqualificado,etc….ah e claro,o pior Centro do mundo(como dito em um comentário acima)!!!

    • Haters do centro = nasce um novo rótulo? 😀

      • Sim,há um grupo forte deles aqui no blog.Segundo eles,o Centro se resume ao entorno da Rodoviária,aos inferninhos da Voluntários e os mendigos da Otávio Rocha.

      • Não é um grupo. É um bocado de pessoas não organizadas que não gostam de frequentá-lo por que está muito mal cuidado. Não me leve a mal, eu frequento a CCMQ, mercado público, santander cultural, Atelier de Massas, entre outros. Recomendo estes locais para as pessoas e acho uma pena que muita gente não frequente. Mas que eles tem lá os seus motivos eles tem!

        • Deixa Felipe…
          Os caras não sabem ler, compreender e aceitar a opinião de outras pessoas sem partir para o ataque ou rotular.
          Frequento o centro há anos e nunca deixei de ir até lá por ser um lugar sujo e mal cuidado.
          Só gostaria que fosse melhor preservado, limpo, seguro e organizado. Também gostaria que belíssimos prédios antigos tivessem sido preservados ao invés de darem lugar a prédios horríveis construídos nos anos da ditadura.
          Sem isso, é um lugar feio mesmo…
          Mas pelo jeito tem gente que adora do jeito que está…

  8. Bem que eles poderiam comemorar o aniversário de 100 anos, restaurando esse lindo monumento. Deixem as ideologias de lado, isso é um legado artístico da cidade.

  9. Gilberto, que cidade linda é aquela das fotos antigas???

    Caramba, como eu gostaria que o centro tivesse mantido suas características originais.

    Se eu pudesse voltar no tempo, lutaria para que toda aquela área central fosse preservada e iria sugerir que construíssem um centro administrativo-financeiro-comercial em outras áreas mais planas da cidade e sem construções históricas.

    Como deixamos de ser aquela bela cidade para se tornar uma cidade com um dos centros mais horríveis do país e do mundo.

    • Do país não, boa parte das grandes cidades do Brasil tem um cento horrível. Honestamente acho o entorno da praça da matriz uma das melhores parte do centro, então não tenho muito sentimento nostálgico em relação a ele. Acho de chorar é quando vejo fotos, por exemplo, de alguns trechos da rua da praia.

    • Não fala besteira! Um dos centros mais horríveis do país e do mundo? Que tipo de opinião escrota, vai me desculpar a ignorância… Mas o fato de o centro estar mal cuidado não o torna isso que tu falou. Vai viajar pelo mundo (google street view já serve) e conhecer outra coisas e depois volta aqui com uma opinião lúcida.

      • No mundo tem coisa bem melhor realmente.

      • Na minha opinião é, sim, um dos centros mais horríveis se comparado com várias cidades do mundo. Trabalhava perto da rodoviária e lá não se acha beleza em local algum. Prédios imundos, ruas sujas, poluição visual…

        Coloquei de propósito a palavra mundo, pois sabia que iria pisar no calo dos que adoram dizer que as coisas daqui são as melhores do mundo sem terem pisado fora do país.

        • Pisei fora do país, e continuo dizendo, o que sei é que há em Porto Alegre um acervo riquissimo arquitetônico que, se feitas as devidas manutenções faria do centro e da cidade uma jóia rara nesse país.

        • Bem, concordo que há um acervo arquitetônico. Mas o ponto ” se feitas as devidas manutenções faria do centro” é importantíssimo. Não adianta nada ter o acervo se está jogado as traças e as pessoas não querem ir nestes locais.

    • O Lutzemberg que dizia que a AL teria as cidades mais horríveis do mundo por causa do modo que utilizava o solo. Cara culto prevê estas coisas, mas não governa nossas cidades infelizmente hehe.

  10. Interessante que mesmo nas fotos antigas aquelas estátuas dos cachorros já estão ali. Elas são de material diferente, para mim parecem que não fecham 100% com o monumento. Sempre achei que eram adições posteriores.

    • Talvez tenham sido danificados e substituídos em algum momento, como os peixes da fonte Talavera que já foram substituídos várias vezes.

    • Esses cães são de ferro, enquanto as alegorias são de cobre. Tá aí o principal motivo da grande diferença.

    • Se não me engano é no livro Fontes D”Art au Rio Grande do Sul, de José Francisco Alves, diz que eles foram colocados na mesma época, mas os cães não estavam no projeto original e muito provavelmente são de um outro escultor desconhecido, e não do Vilares.

    • Estão desde o início a diferença é que são em ferro, as outras, em bronze.

    • Pois esses cães realmente chamam a atenção no conjunto, como bem observado, eis que não são de autoria do artista que fez o monumento (Décio Villares) mas são produto da arte industrial francesa do séc. XIX, em ferro fundido e não em bronze, como as demais peças do conjunto. Mas certamente Villares escolheu essas peças industriais pois se integravam à proposta da simbologia que homenageou a Júlio de Castilhos. Mais sobre essa produção específica da arte urbana francesa (Chafarizes e estátuas) pode ser vista no meu livro Fontes d’Art no Rio Grande do Sul.

  11. Acho lindo esse monumento, mas como tudo em POA é muito mal cuidado.

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