Vanderlei Cappellari afirma que prioridade é investir na qualificação do transporte coletivo
Mesmo com uma frota que chega a 800 mil veículos em Porto Alegre, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) descarta qualquer possibilidade de implantação do pedágio urbano para o acesso de veículos em qualquer área da Capital, principalmente no Centro. O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, disse que nos próximos quatro anos não existe a chance de que a proposta seja implantada. “Pedágio urbano ou rodízio de placas, com acontece em São Paulo, nem pensar. A ideia é investir, cada vez mais, na qualificação do transporte coletivo, em engenharia de trânsito e fiscalização”, comentou.
Conforme Cappellari, a prioridade da administração municipal são as diversas obras previstas para a Copa do Mundo de 2014. “São obras que darão uma maior mobilidade no trânsito da cidade”, comentou. A possibilidade da implantação do pedágio urbano na Capital ficou aberta a partir da aprovação da Lei de Mobilidade Urbana, pela presidente Dilma Rousseff, que permite aos municípios cobrar pedágios para diminuir o tráfego de veículos em áreas de maior circulação de carros. Cappellari informou que está em discussão para 2014 a restrição de circulação de caminhões, assim como já acontece na área central, nos bairros Moinhos de Vento e Cidade Baixa.
Em investimento tecnológico, Cappellari ressaltou que são 56 as câmeras de monitoramento do trânsito, com previsão de 140 para o mundial de seleções. A multiplicação de laços virtuais, com câmeras, para gestão dos tempos de sinaleiras, exemplo utilizado no cruzamento da Nilo Peçanha com Carazinho. A ideia da prefeitura é ampliar o modelo para 33 cruzamentos da cidade, que apresentam trânsito mais pesado.
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E os estacionamentos em ambos os lados das ruas permanecem intocados também: esta é a mobilidade urbana deles, 2 faixas paradas e uma em movimento, parabéns!
Infelizmente o cenario pra Porto Alegre eh somente de piora. Especialmente para a zona norte. O corredor de onibus trancadissimo vai continuar sem que NADA seja feito. O motivo eh que la vai ter metro. Mas… o metro vai levar uns 5 ou 10 anos pra ficar pronto. E, mesmo assim, resolveram nao ter planos nenhum para a zona norte. Incrivel.
Enquanto isso, descobrimos que nos novos corredores da Protasio e da Bento vao entupir de onibus de fora e onibus de Viamao. De novo, Porto Alegre vai entupir a cidade nao de corredores de onibus, mas sim TRANCADORES de onibus. Aquela tipica solucao portoalegrense burra e tosca.
Luiz Afonso Senna e agora Capellari, infelizmente, anos perdidos.
Acredito que a qualificação do transporte público é muito bem vinda,mas não resolverá a questão da mobilidade urbana agora e nem nos próximos anos.Num país onde existe a mentalidade de que quem tem automóvel é rei e quem anda a pé,bicicleta ou ônibus é pobre,somado ao total descomprometimento das pessoas para com o bem da cidade como um todo,haverá poucas pessoas trocando o transporte privado pelo coletivo.Prevejo uma cidade caótica para quem anda exclusivamente de carro nos próximos anos.
Até poderia ser solução amédio prazo, mas teria que priorizar DE FATO, não ficar só no discurso como eles fazem.
A missão do Capellari é garantir o direito divino dos motoristas de ocuparem a cidade da forma mais ineficiente possível. Nunca que ele vai propor pedágio urbano.
E, sério, alguém acredita em “prioridade é investir na qualificação do transporte coletivo”… da onde isso? Construir uma merrequinha de BRT mal-feito é qualificar transporte coletivo? Construir mais viadutos é? Não fazer licitação é? Fazer um projeto de metrô cheio de problemas é?
Fora Capellari, fora retrocesso. Quero uma cidade moderna, eficiente e humana. Pode ser?
Começa protestando contra a violência da cidade então, para poder “humanizá-la” meu amigo. Desde a lei seca, dois amigos foram assaltados caminhando para casa. Tentaram não dirigir e beber, mas está difícil. Eu mesmo, sofro na mão de taxistas barbeiros, com preço absurdo para tentar respeitar a lei. De noite, caminhar, é inviável também.
Não é só tirando os carros da rua e enchendo de bicicleta que tu vai “humanizar” porto alegre. Primeiro, tu tem que fazer que todos tenham segurança para poder caminhar a qualquer hora da noite, usar bicicleta e transporte público a qualquer hora da noite.
Só tirar os carros não vai resolver nada, no contexto atual dessa cidade.
+1
Ahhhh a velha justificativa para andar de carro: segurança. Olha, eu sou ciclista, usei muito transporte público e já andei bastante de carro. Até hoje só fui assaltado uma vez, a mão armada. Adivinha onde estava? No carro.
Mas pior mesmo é querer relacionar o assalto a lei seca.
Cara, eu nunca falei em trocar 100% do espaço do carro por 100% de espaço para bicicletas. Em momento algum eu falei em bicicletas. Eu falei em humanização do trânsito, e você veio com o espantalho de a violência urbana estar “fora de controle”, como se a grosseria e irresponsabilidade dos motoristas energúmenos dessa cidade fosse automaticamente desculpada em função disso.
Francamente, eu já achei Porto Alegre insegura em termos de assaltos e afins, tendo sido assaltado três vezes entre 1997 e 2003. De lá pra cá, não sofri mais com violência desse tipo mas, por outro lado, quase fui atropelado várias vezes – com direito a ameaças e agressões diretas dos motoristas “cheios de razão”.
Dá sim pra racionalizar e humanizar muito o trânsito de Porto Alegre com medidas SIMPLES, com medidas que racionalizam o uso do espaço. Uma destas medidas é o pedágio urbano. Outra medida é a dieta das ruas (a qual foi mencionada em outro post).
Mobus, O cara quer usar o assalto como justificativs pra dirigir depois de beber, abandona. É um dos motoristas, ou melhor pilotos, que põe a vida dos outros em risco cheios de razão. Como se um crime justificasse outro.
Não é que um crime justifique o outro. Mas agora, imagina quem mora na zona sul e quer vir pra uma festa na cidade baixa, ou tem que arcar com R$ 50,00 de táxi pra ir, mais R$ 50,00 pra voltar ou tem 90% de chance de ser assaltado voltando de ônibus pra casa.
Antes de impôr pedágio urbano e antes de prender o cara que toma um gole de vinagre de vinho, tem que melhorar o transporte e a segurança.
Mas isso é mundo perfeito, e Porto Alegre nunca será assim.
Rafael, eu moro na zona sul e vou de ônibus e volto de táxi. Ou vou de carro e não bebo, mas é difícil eu me animar a fazer a última 😛
Não me entenda errado, eu discordo da tolerância zero, mas pouquíssima gente aqui toma um copinho e para. E o ponto é que dirigir alcoolizado é põe a VIDA dos outros em risco, então não tem como relativizar isso.
Rafael,
A existência de uma fiscalização forte de alcoolemia ao volante não impede a implementação de pedágio urbano, nem vice-versa. Não há problema algum em implementá-las em paralelo – tanto que há lugares que fazem isso. O motivo disso é simples, e mais uma vez advém de teoria econômica, explico:
Em primeiro lugar é essencial entender o que é uma externalidade negativa: externalidade negativa é tudo aquilo que, dado o consumo de um bem, se transforma em um custo à sociedade como um todo. Esse custo é pago diretamente pela sociedade, e não pelo indivíduo que consumiu. O mecanismo de política pública que visa dirimir essas externalidades, tornando o consumo do bem mais caro (ou menos atrativo) ao consumidor é dito um mecanismo pigouviano, e age reduzindo o consumo total e, por conseguinte, os custos que a sociedade incorreria ao remediar os males do consumo “que não foi feito”.
Dito isto, é fácil de racionalizar as duas medidas acima como medidas que visam combater externalidades distintas, incutindo custos ou desincentivos diferentes aos consumidores.
No caso da fiscalização de alcoolemia, o custo social da não existência dessa política pública é um maior gasto com ferimentos e mortes em acidentes provocados por embriaguez, bem como o aumento geral da sensação de insegurança no trânsito. Esse custo, com a fiscalização, na prática, passou a ser “pago” pelos motoristas, que ou terão que arcar com despesas de locomoção maiores para sua diversão (i.e. pegar táxi) ou poderão arriscar dirigir alcoolizados e sofrer as punições previstas. Ou seja, você impõe custos e desincentivos a um determinado tipo de consumo (dirigir bêbado) e por outro lado economiza no tratamento das vítimas.
Já no caso do pedágio urbano, o custo social da não existência dessa política pública é a existência de congestionamentos e o uso ineficiente das ruas em geral. O congestionamento afeta toda sociedade, pois rouba tempo de todos ao seu redor – inclusive daqueles que optaram por meios mais eficientes como o ônibus. Quando você implementa o pedágio urbano, você vai ter uma parcela de pessoas que, com o custo do pedágio, vai se ver incentivada financeiramente a tomar outras opções, enquanto que a parcela que “não abre mão” vai ter que pagar o custo que está causando. Ou seja, você impõe custos e desincentivos a um determinado tipo de consumo (transitar de carro em horário de pico), mas por outro lado economiza com o aumento de eficiência e mobilidade das pessoas na cidade.
Agora, é bastante notável que os consumos atingidos por essas medidas são diferentes. Um é dirigir bêbado, algo que obviamente acontece mais à noite e em ambientes de entretenimentos ou festejos; outro é dirigir em horário de pico, que é algo que, por definição, acontece durante o dia, em situações e contextos “cotidianos”. Ou seja, são cenários completamente diferentes – ao ponto de que a grande maioria dos pedágios urbanos NÃO tem a cobrança no período da noite, justamente porque o fluxo fica tão baixo que já não há mais custo de congestionamento a ser “cobrado”.
“Nem pensar”
Rodízio é algo muito porco. Em São Paulo, as pessoas acabam comprando um outro carro, bem antigo, porém, bem barato e que ja não paga mais IPVA, apenas para poder rodar nos dias em que o carro principal não pode. Ou seja, carros mais beberrões e poluentes para jogar ainda mais fumaça na cidade.
Rodízio acho inútil mesmo. Mas o pedágio urbano no centro seria ótimo. Cobra-se pedágio e dá direito a estacionar em alguma garagem por um deterninado tempo. Alarga-se as calçadas e começamos a ter um centro mais decente
Hhehe mais provável proporem rodízio de pedestres..
“Vanderlei Cappellari afirma que prioridade é investir na qualificação do transporte coletivo” Hahahahahahaha
Muito cedo pra isso.
A unica coisa que iria mudar, é que o povo iria ter mais carros….
Isso é verdade sobre o rodizio mas nao sobre o pedagio..