Abaixo, sete casos de grandes áreas desmatadas em Porto Alegre para a construção de empreendimentos residenciais horizontais. Sim, horizontais. Casas. Muitas casas. Todos em Porto Alegre, a maioria na zona sul.
Numa terra onde o vilão é sempre o “espigão”, existem outras inúmeras formas de se atingir o ambiente. Mas desses ninguém fala. Por que será? Pois nem sempre os prédios são os vilões. A quantas pessoas estes condomínios vão servir?
Não seria melhor a construção de prédios que são muito mais racionais em termos de espaço a fim de não prejudicar tanto o ambiente nativo da zona sul de Porto Alegre?
Vejam estas áreas abaixo. São algumas poucas dezenas de casas que são/serão construídas em vasta área desmatada. É clara a grande invasão ao ambiente local. Estas áreas fazem com que a cidade se espraie demasiadamente e os serviços públicos como água, luz, esgoto, urbanização, tenham que ser levados a grande distância, aumentando os gastos da prefeitura e aumentando as distâncias a serem percorridas pelos seus moradores, tanto de carro como com o transporte coletivo. Todos sabem que as cidades brasileiras acabam se desenvolvendo como as cidades norte-americanas, se expandindo enormemente, ao contrário das cidades europeias que são mais concentradas. Colhe-se o alto ônus da descentralização demasiada da cidade desenvolvida desta maneira.
E mais uma coisa: existe uma omissão das pessoas ditas ecologistas e aquelas que sobem em árvores a estas áreas desmatadas. O que existe é uma exacerbada preocupação com as árvores urbanas, cujo efeito no clima é muito menor do que estas áreas na zona sul.
Pergunto: se o prefeito fosse de outro partido, estas pessoas estariam subindo nas árvores também?
As imagens, do Google Maps, a maioria de 2013, mostrando empreendimentos residenciais e outros em Porto Alegre:
Categorias:Meio Ambiente
Na minha opiniã sou favoravel ao desenvolvimento urbano de forma sustentável. Acho infeliz querer justificar o desmatamento da regiao central através de comparações com regiões da cidade mais afastadas e com grandes áreas ainda em desenvolvimento. Essas regiões possuem muitos espaços para a expansão urbana, sem falar na melhor qualidade de vida e do meio-ambiente desses locais. Obviamente que essa expansão deve ser fiscalizada por órgãos competentes. O que parece não existir por aqui…
Apesar de não ver problemas nas obras viárias para a copa e no desmatamento dessas regiões centrais, acredito que deve haver algum tipo de compensação ambiental nas mesmas áreas onde foi feito o desmatamento, pois são regiões com altos índices construtivos e altos índices de concentração urbana. Logo, uma pior qualidade de vida. Por isso, 100 árvores nessa região central fazem muita diferença e a população deve exigir uma compensação local por parte da prefeitura.
É preciso desfazer essa imagem de que a expansão urbana não possa estar relacionada à preservação ambiental. Essas duas linhas de pensamento devem andar juntas com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida sustentável à população.
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Acho tão engraçado. Pessoal comentando e defendendo maiores aglomerações, mas odeia de morte São Paulo, que é o maior exemplo disso. E outra, como aglomerar mais pessoas, se a a maioria dos “ambientalistas” e todos os istas em geral são contra “espigões”.
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Essa ideia de que maiores aglomerações são mais “sustentáveis” e menos danosas ao ambiente é bem questionável. Gostaria de ler mais argumentos a respeito. Acredito que sejam melhores as aglomerações bem distribuídas, com bastante área permeável, começando por pátios de casas e prédios. Não é o caso do concreto absoluto das grandes cidades. Também não dá pra esquecer que, quanto mais alto o prédio, mais ele cresce para baixo da terra.
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Concordo contigo.
Um prédio sobrecarrega muito mais os sistemas de água e esgoto do que se tivessem que expandir as mesmas redes em lugares mais “horizontalizados”.
Fora outras questões de clima, principalmente, e como tu falou, de permeabilidade do solo.
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Não havia pensado nas redes de água e esgoto, é um bom ponto. Mas quis me referir às fundações dos prédios. Um engenheiro pode me corrigir, mas acredito que seja essa a lógica: prédio mais alto, mais pesado = mais concreto sob a terra. Essas grandes interferências devem influir na geologia do solo.
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O mais saudável para as cidades são prédios com até cinco andares de altura.
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E como seria possível criar uma grande aglomeração de pessoas em um espaço pequeno a fim que as pessoas possam se “libertar” do maligno automóvel lmiitando prédios a 5 andares? Poderia me explicar como? A física parece não permitir.
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Dá pra ver que tu não assististe o vídeo. Ele trata justamente disto.
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De certo querem deixar Poa igual a Hong Kong:
http://gizmodo.uol.com.br/fotografia-altos-edificios-hong-kong/
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Me dá nojo esse tipo de raciocínio “ahhh vcs tem que protestar contra tudo senão perdem a legitimidade!”. Sempre dá para cavar uma justificativa dessas. Mas já que começaram o assunto:
1- Vários destes terrenos estão fora do centro, portanto muitos destes manifestantes nem perceberam ou ficaram sabendo do desmatamento.
2- A questão é exatamente as áreas de convívio na cidade, não terrenos privados e/ou afastados.
3- Há protestos em áreas privadas, as são menores e mais raros realmente: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/04/area-nativa-do-morro-de-santa-tereza-volta-a-ser-ameacada-por-construcao/
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O que está acontecendo é que de certa forma estamos copiando (brasileiramente) o modelo americano de cidades (exceto NY), sem ter condições de adotar completamente o sistema de transporte deles, baseado em automóveis. Ficamos no meio do caminho: cidades (ou regiões metropolitanas) espalhadas demais e vias de menos = congestionamentos, perda de florestas nativas e diminuição de áreas agrícolas.
Também ficamos no meio do caminho no que se refere ao modelo europeu, já que proibimos a cidade de crescer para o alto e não investimos em transporte público. O pior é que agora ficou caro demais para levar trens e metrôs para os bairros e cidades da região metropolitana (vide as propostas para o metrô) e não tem como voltar atrás na desconcetração já consolidada.
O desespero é maior porque parece que estão esquecendo que existem centenas de milhares de famílias sem teto ou morando em subabitações na grande Poa, e elas, de uma forma ou de outra, conquistarão seu espaço um dia, exigindo mais e mais terras de áreas de preservação ou de produção agrícola, se mantido o modelo atual.
Por isso, já passou da hora da cidade decidir se quer continuar se horizontalizando, tendo como pressuposto a obrigação do Estado de levar infraestrutura (inclusive estradas) e serviços públicos a todos; ou se vamos liberar o crescimento vertical, adequando a infraestrutura e os serviços públicos já instalados e investindo paulatinamente em transporte público qualificado. O que não pode continuar é essa situação em que só temos a parte ruim de cada modelo.
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Resumindo teu comentario.
Como sempre, NADA NO BRASIL É ORGANIZADO, criaram uma mistureba de estilos de vida, só que pegaram o lado ruim das cidades, e não fizeram direito o lado bom.
Criamos um estilo americano de vida, pensando muito no carro, mas não criaram ruas e avenidas organizadas.
Temos carros europeus, que são menores (carros dos anos 90, é claro…) e um sistema muito falhado de transporte publico.
E um povo educado que não sei com quem comparar…
Ta feita a bomba.
Pra corrigir, só derrubando tudo e construindo de novo.
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Excelente resposta Juliao
É bem isso mesmo, não adianta ficar dando murro em ponta de faca. Temos que parar e pensar pra daqui 20 anos (no mínimo) e decidir em conjunto o que queremos pra cidade.
Não adianta meter goela abaixo obras para a população, dizendo que vai ser bom pra ela, mas todos sabendo que na verdade tais obras são para trazer retorno do “investimento” que as empreiteiras fizeram nos candidatos eleitos…..
Quero ver a cara dos que defendem estas obras indiscriminadamente, daqui a uns anos, quando estiver tudo congestionado e notarem que não adiantou NADA.
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Não precisamos esperar esses anos, Alex W: já temos exemplos atuais e Porto Alegre. O viaduto Leonel Brizola, por exemplo. Chegaram a trocar e lugar o monumento símbolo da cidade (lacador) pra construído, mas hoje aquela região tem engarrafamentos enormes diariamente! Qual a solução apresentada? Construir outro viaduto.(!!!)
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Exato.
Continuando nessa região mencionada por ti: vão fazer uma passagem de nível sob a farrapos (pra quem vem de Canoas), mas simplesmente “esqueceram” que o principal ponto de congestionamento ali (nos dois sentidos) é no cruzamento com a Sertório!
Além de gastar dinheiro à toa, ainda fazem de forma errada.
Se é pra beneficiar construtoras, então que façam obras onde traga o maior benefício possível, e a longo prazo.
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“Não seria melhor a construção de prédios que são muito mais racionais em termos de espaço a fim de não prejudicar tanto o ambiente”
…………..kkk….P.Alegre a única capital do mundo sem arranha-céu!!!!
o crescimento vertical é muito mais sustentável,
P.Alegre 1,4 milhão de habitantes e apenas um prédio com mais de 30 andares.
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Sinceramente fiquei decepcionado com o comentário de muitos aqui, que eu tinha como maduros e com visão aberta das coisas.
Mas não, foram levar para o lado político!
É logico que os “ambientalistas de jardim” vão protestar contra algo que vai gerar mais mídia: quanto mais barulho, mais atenção do “povão”.
Agora, quem é contra o protesto só pode estar usando aqueles tapa olhos de cavalo: só pode enxergar para a frente, não olha para os arredores!
Quantas vezes teremos que dizer aqui que o protesto não é pelas arvores, e sim pelo asfaltamento da cidade de forma desenfreada priorizando apenas o transporte individual?
Porque não debatem isso? daí faltam argumentos?
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E não é um motivo idiota?
Bora tirar o asfalto e viver como em 1500 então.
Se fosse algo absurdo, mas não é…
As cidades precisam de ruas e avenidas, queiram ou não, toda cidade precisa disso.
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Uma vez eu li em um site, não lembro agora qual era e nem quem comentou, mas o cara disse que as cidades mais sustentáveis são as grandes metrópoles como Nova York, onde muitas pessoas vivem em espaços apertados.
Portanto, acho que deveriam liberar a construção de edifícios altos e alguns locais e usar as ruas mais largas para implantar um sistema de transporte rápido (BRT) e integrado. Óbviamente, deve se reservar locais para praças e parques, além de uma boa arborização nestas ruas.
O que falta é um bom planejamento. Mas parece que os políticos do Brasil inteiro, estão com preguiça de pensar e procurar soluções para problemas tão simples. É feita muita burocracia para coisas simples.
Eu já dei uma idéia. Será que é tão difícil assim?
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