
Placa à esquerda da foto recomenda aos pedestres que usem o passeio do outro lado da via (clique na imagem para ampliá-la)
A Prefeitura Municipal de Porto Alegre confirmou o que já suspeitávamos, que a faixa de asfalto pintada de vermelho sobre o Parque Marinha não é uma ciclovia, mas um passeio de pedestres. A nossa suspeita tinha dois motivos:
a) Se aquilo fosse uma ciclovia, não haveria então espaço para os pedestres caminharem senão por cima da grama;
b) O asfalto está pintado com uma tinta vermelha IMPRÓPRIA para a circulação em bicicletas por ser de baixa aderência, especialmente quando úmido.
Agora nossas suspeitas foram confirmadas por uma placa colocada no local pela SMOV (Secretaria Municipal de Obras e Viação), informando aos pedestres para não transitarem por aquele lado da via, mas utilizarem o “passeio” do outro lado da via. Bom, do outro lado da via, no Parque Marinha, o único passeio, caminho é o de asfalto vermelho. Damos razão à SMOV, aquilo não é uma ciclovia.
Deixando a ironia de lado, gostaríamos de saber por quê não há um passeio para pedestres sobre o Parque Marinha junto à Avenida Ipiranga, nem que seja de saibro, para manter a permeabilidade do solo – importante numa cidade com cada vez mais cobertura asfáltica. Junto à ciclovia da Restinga, a desculpa da EPTC para não haver um passeio público decente é que a responsabilidade por isso seria dos proprietários dos imóveis que dão frente para a calçada. Esse não é o caso no Parque Marinha, que é público, e portanto a responsabilidade é da Prefeitura Municipal. Certamente não é por falta de recursos, já que acabaram de remover um pedaço do Parque Marinha ali mesmo em frente para criar mais uma faixa de asfalto, e estão construindo uma nova ponte. A única conclusão que consigo imaginar é porque a administração atual inverteu a prioridade prevista em lei – Capítulo II do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental – que diz que em relação à mobilidade, devem ser priorizados o pedestre, o transporte público e a bicicleta. Bom, em Porto Alegre a sensação que temos é que está tudo de cabeça para baixo. Em primeiro lugar está o automóvel particular, que ganha cada vez mais espaço e infra-estrutura e por último vem o pedestre, cada vez mais encurralado e marginalizado.
Gostaria de ter uma resposta dos nossos administradores e planejadores urbanos, sei que alguns freqüentam este blog, e aí, qual é a justificativa? E aí Fortunati? E aí EPTC? E aí, SMOV?
Categorias:Ciclofaixas, ciclovias
Pois é. Eu ando bastante de bicileta, mas quando chego naquele trecho é uma verdadeira briga entre ciclista e pedestres.. eu sempre achei que era uma ciclovia, visto que é uma continuidade da Ipiranga, mas ao mesmo tempo fico pensando, se as pessoas não caminharem por alí, vão andar por onde? por cima da grama? A ciclovia deveria ter continuado no mesmo lado da avenida e não pelo parque. Faltou só uma quandra pra concluir em linha reta e não precisaríamos atravessa a via de bicicleta.
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A propósito: eu li esses dias aqui que instalariam até o fim de abril novas estações de bicicletas públicas, inclusive um ponto na rua Dr.Barros Cassal. Onde está? Até agora não fizeram! Autoridades: qual a explicação?
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Esse é mais um caso que retrata a maneira como as obras são feitas na cidade. Quando terminar a obra, talvez vá se pensar em arrumar os espaços para pedestres e ciclistas (o lugar sagrado pros carros está lá sempre arrumadinho). Antes de começar qualquer obra viária deveria ser obrigatório garantir estruturas para passagem de pedestres e ciclistas (calçadas e ciclovias) e depois começar o asfalto dos carros.
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Como já falei lá no Vá de Bici, perfeito o artigo! Inclusive ontem (1o de maio) eu pedalei por ali e era impossível andar numa velocidade de cruzeiro pois tinha muita gente caminhando. O brabo é que se tu vai para o asfalto os trogloditas se acham no direito de te atropelar.
Calçada para pedestres já!
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resposta facil.
Se for calçar, vão falar que vai alagar tudo, que precisa do areião e da grama e bla bla bla, ja vi esse papo.
Sobre o asfalto, bom, sempre reclamam da qualidade do asfalto, no centro reclamaram que ele não tava 100% liso, na Ipiranga falam que ta muito liso e que a tinta escorrega, ai complica.
hahaha.
A prefeitura deveria usar aqueles esquemas em que o asfalto sai vermelho, tipo um corante, não sei como se chama…. mas se reclamarem disso tambem, ai larga de vez e para de fazer ciclobia por que nada vai estar perfeito.
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Eu concordo que a permeabilidade do solo é importante, mas também é importante um espaço para as pessoas caminharem. Acredito que existam diversas soluções tecnológicas que aliem as vantagens dos dois. Hoje em dia existem pavimentos perfurados que permitem a absorção de água, mas mesmo um caminho de “areião”, lisinho e bem drenado, já era melhor do que ser obrigado a caminhar em cima da grama.
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Guilherme, asfalto escorregadio não é o contrário de asflato irregular 😛
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Prefeitura porca fazendo porquice… com esse péssimo planejamento, aquela verba de 20% da EPTC vai ser dinheiro jogado fora.
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Pena que desfizeram-se os links do artigo original: http://vadebici.wordpress.com/2013/05/01/isto-nao-e-uma-ciclovia/
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